terça-feira, 29 de junho de 2010

O que é mágico pra você?

Adoro pegar o ônibus Via Presidente Vargas que passa por cima da cidade e ficar de boca aberta para me admirar: pqp, o céu é lindo demais. Sempre penso em ter uma câmera na hora para tirar a foto perfeita: a cidade inteira banhada pelo sol. Ou então, à noite, a cidade brilhando, cada prédio, uma luz, uma vida, uma história. Adoro o céu daqui, é algo quase estupendo, que me tira o fôlego. Eu não me importo que não tenha praias ou algo assim, nós temos o céu mais bonito que eu já vi na minha vida: de dia, é azul tão azul que dói e todas as cores são bonitas. É lilás, laranja, turquesa, rosa, azul-meia-noite, todas essas cores fazem parte do meu céu. É por isso que ele é tão lindo.

Adoro visual. Adoro roupas, tecidos, pinturas, estátuas, cores, fotografias preto e branco, fotografias coloridas, fotografias editadas. Adoro enxergar. Adoro conseguir encarar as pessoas e diferenciá-la pelo tom dos olhos, pela textura dos cabelos, pelo tipo de sorriso, se ela tinha covinha ou não, se seu nariz era reto ou chato, se suas roupas são de malha, seda, veludo, não importa. Adoro observar as pessoas sentadas e em pé nos ônibus, reparar em como elas mexem no cabelo, me perguntar se o dia foi muito chato para aquela senhora parecer tão rabugenta, mesmo sendo tão vaidosa com suas unhas esmaltadas e sapatos caros. Adoro dar 'bom dia' para o motorista e cobrador e eu gostaria muito que fosse respondida à altura. Adoro perceber que consigo lembrar os nomes das pessoas, e sei que quando você repete o nome da pessoa ao conversar com ela, ela meio que se sente especial sem perceber. Eu adoro fotografar sem as pessoas perceberem: mãos, perfis, mochilas, chaveiros coloridos, adoro usar todas as funções da máquina, descobrir todas as tonalidades e resoluções possíveis e fotografar, fotografar, fotografar. Adoro desenhar. Não sei desenhar castelos e cavalos, mas sei desenhar garotas. Garotas curvilíneas, com peitos em abundância, modelos estereotipados de mangás e animes, com cabelos esvoaçantes e histórias pra contar. Adoro saber que eu consigo desenhar uma história com ponta HB 0.7 e borracha amarela. Eu já disse que adoro cores?

Canetas e borrachas coloridas, além disso adoro esmaltes. Eu amo entrar nas lojas, analisar esmalte por esmalte, ver as diferenças que cada marca tem pra outra, as cores: vermelho é sensual, azul é ousado, verde é chamativo, rosa é clássico e tudo pode mudar se simplesmente adicionarmos mais esmalte, mais glitter, mais branco ou preto. Adoro analisar os fundos da cor: o Sereia tem fundo cinza e para alcançar a cor do esmalte Blue Satin (algo assim) da Chanel é só pintar preto + esmalte Paparazzo, da Impala. Assim como eu adoro avaliar cabelos. Eu sei que é a coisa mais inútil do mundo, tanta coisa que merece mais atenção, mas eu adoro. Eu adoro fios coloridos, adoro olhar cores de tinta, adoro olhar rótulos de creme. Eu gosto de imaginar um mundo que as pessoas sejam o que elas quiserem.

Tanta coisa é mágica nos pequenos detalhes. É triste saber que milhares de mulheres morrem por mutilação genital, que há guerras e destruição sem sentido. Isso me machuca e tudo o que posso fazer é ajudar no que posso. Não faço parte de nenhuma ONG, mas eu posso tentar espalhar gentileza e sorrisos, afinal isso melhora o dia das outras pessoas, não é? E acho tão mágico o meu sábado quando eu acordei me sentindo mal, aí depois de meu namorado me consolar com um sorriso e abraço, nós fazemos pastel. Sem ser com massa pronta e sim com farinha, ovos, leite e tudo o mais. Fizemos os pastéis: eu, ele, minha prima, minha mãe. E amassamos a massa, esticamos a massa e recheamos. E comemos assistindo 2012. Eu acho mágico quando eu sento com minha prima e converso com ela percebendo o que é a infância atual. Eu gosto de ensiná-la geografia - cidades, estados, países - porque a escola mal trabalha com isso no momento. Eu gosto de abraçá-la bem forte e elogiar suas pinturas.

Adoro ir ao cinema, adoro aprender italiano no Livemocha, eu adoro tanta coisa que nem sei como descrever. Adoro sonhar: com minha futura casa, com quando eu ganhar um Nobel de Literatura, com minha futura lanchonete, com absolutamente tudo.

Pequenas coisas. Pequenos doces. Pequenos momentos. Não é um feitiço, mas é mágico.




Selo repassado há séculos por Umrae.
Finalmente!

Imagem? Essa é uma foto antiga tirada de uma das casas onde vivi onde dá pra ver um pedacinho do céu que amo. Garanto, quando eu conseguir uma foto do alto da cidade, eu trago :)

O selo pede 10 blogs. Não sei se completei a cota, mas vamos lá? E por motivo de força maior, eu IRIA colocar a lista, mas tenho que sair, fico devendo essa =/



domingo, 27 de junho de 2010

2012 é um saco.

É, o filme. Ele tem cenas 'uau!' de destruição. A Califórnia treme toda, se quebra em mil pedaços e tudo o que eu conseguia pensar era nos milhões de dólares investidos no Vale de Silício caindo terra abaixo. Quer dizer, em que mundo a GOOGLE cairia? Aí você vê a Califórnia arrasada, incluindo a Las Vegas que eu queria ir só pra aplicar um golpe a la Quebrando a Banca ou Rainman (sei lá se o nome do filme é esse). Mas parece que em 2012 isso não será possível. Além da Califórnia, Rio de Janeiro está caindo também. A América do Sul, diz a Globo News, está passando por terríveis terremotos (é, sentiremos a emoção -q) e lá vai o nosso Cristo caindo. Os braços caem primeiro, aí a estátua biiimpa. É. Apocalipse. Eu jurava que ele estava um tiquinho de lado errado, mas posso estar enganada.

Tem um pai separado e escritor fracassado, a ex-esposa cuja única função é ser mãe (porque em filme de catástrofe, mulher não costuma ter emprego? Tipo é tudo mãe ou esposa de alguém) de um garoto meio chatinho e uma garota chatinha também. Tem o cara que tá com essa ex-esposa que é um cirurgião plástico com cantadas ruinzinhas. Essa família é basicamente o núcleo principal. Claro que o pai fracassado se redimirá ao longe do filme ao provar que ele pode ser um escritor de uma catástrofe absoluta, mas ele saberá salvar sua família, ele saberá as coordenadas e tudo o mais. Ele é o herói. Mesmo que quem pilote o avião seja o padrasto e não ele. Tudo bem, ele que agirá salvando todo mundo. A redenção total. E perdão, vou soltar spoilers, então se você gosta de "surpresas", melhor nem ler, porque vou contar tudo - inclusive o final.

Claro que as crianças meio que menosprezavam o papai no começo, na cena do acampamento. Claro que estavam pouco se lixando, exceto a garotinha. Mas quando vêem que papai é herói, ponto pra ele! Afinal quem foi lá buscar o mapa das coordenadas do lugar que os ricos escaparão quando um vulcão estava explodindo? Só papai! (nessa hora, meu namorado: "se isso fosse real, o calor seria tão intenso que ele morreria só de estar ali". Eu: "cala a boca, isso é Hollywood. Vocês acham que eles ligam pra lógica?") Aí eles vão pra algum lugar, nem lembro direito, só lembro que a terra meio que ficou em diagonal em relação ao mar e que eles acham um cara rico (que era tipo um cliente/um chefe do escritor fracassado) e ele tem um avião, mas precisa de um co-piloto. Bingo! As duas famílias (cara, dois garotos, piloto gato, namorada do cara sem profissão) se juntam pra entrar em um avião russo que tem um monte de carros caros dentro, e eles ficam lá, no avião, podendo descansar um pouquinho. Dá pra ficar sabendo que a namorada, Tamara, do cara rico colocou silicones a pedido do namorado, o que já dá pra ver o nível da relação que eles mantém. E que o piloto é gato demais para ela ter ficado sem ele.

Aí ele consegue até pousar, mas se dá mal. Todo mundo consegue escapar, mas o piloto morre. Uma pena.

Já estão na China. Sim, estavam indo para uma espécie de espaçonave que viajaria para algum lugar seguro, mas para embarcar nessa beleza, você teria que ter um bilhão de dólares. Pra pagar a SUA passagem. Ficamos eu e meu namorado verificando quem poderia embarcar. Concluímos que não preencheria as 400.000 vagas. Óbvio que tem gente ali que só entrou por ser líder de estado ou algo assim. Tipo presidentes. O presidente dos EUA não embarca, decide morrer enquanto os EUA afundam. O chefe de estado italiano também. O resto tudo embarcou. O cara rico conseguiu bancar o próprio resgate e os dois filhos. Mas a namorada? Nada disso, ela é adúltera e traidora, não poderia ir. Então ela simplesmente fica e o cachorrinho dela vai com as crianças. E a família americana que vivia bem, mas não o suficiente para pagar umas vagas nessa espaçonave, tem que se virar. Mas a sorte ajuda e, cara, essa história tá ficando chata de dar dó.

O negócio é que eles conseguem chegar na espaçonave. Obviamente acontece algum problema (provocado por eles) que faz com que uma onda fatal atinja e os portões ainda não estão fechados. Eles só podem se mover e tudo o mais com portões fechados. Ou seja enquanto eles não fecham os portões, eles se fodem. O que me faz pensar que um sistema de segurança, para ser realmente seguro, só pode ter uma forma de ser desativado. Mas para ele não ferrar com todo o sistema, então é sempre bom ter uma maneira alternativa. E alguns compartimentos se fecharam por segurança, se enchendo de água.

Por motivos que não consegui entender, todo mundo na família se safou. Menos a loira adúltera que teve a pior morte: morreu afogada. Quer dizer, o padrasto caiu no meio daqueles troços que esmagam uma pessoa, mas com alguma sorte sua morte foi rápida, seu cérebro deve ter sido esmagado fácil. Porque a sua única funcionalidade era ser o padrasto bobo-legal que sabia pilotar. Para o romance dar certo, ele tinha que morrer. E a loira morreu também, afogada, observada por uma girafa. Fiquei revoltada, era a única personagem que eu gostava. Aí todo mundo feliz se dirige pra África.

Em resumo gostei só das cenas bem feitas e do destaque dado aos negros. Mas de resto? Pff. O pior é que se rolar mesmo fim do mundo e a coisa toda, é capaz de fazerem isso. Os EUA, Rússia e China se juntaram para salvar os ricos e influentes. Nada de latinos. Nada de árabes. Vamos salvar os negros, para não nos chamarem de politicamente incorretos. Mas o resto? Quem quer saber deles? E, sinceramente, tudo o que eu pensava era: se a intenção era povoar de novo o planeta, encham de mulheres. De preferência prostitutas que sejam pagas e respeitadas. E coloquem um monte de crianças. Não líderes mundiais. Mas, sei lá, tenho pensamentos bem mesquinhos em relação à salvação da humanidade.

Um filme que assisti e curti. Ah, mas deu preguiça de pensar nele depois.

E que sacanagem! 1 bilhão pra ser salvo? Isso supera qualquer caso de exclusão social que eu já tenha ouvido falar.


é, baby. os EUA desmoronando -Q


Sim, esse é o novo template.
Ainda ajeitarei as coisas fora de ordem, só peço paciência ;*

quinta-feira, 24 de junho de 2010

amanhã será colônia x metrópole, rs



Eu fiquei puta da vida hoje. A Itália perdeu para a Eslováquia. ESLOVÁQUIA! "Quem sabe onde fica esse país?" gritara minha irmã. "Leste europeu" eu respondi. Eu nem sei se estou certa. O fato é que nós duas assistimos o jogo berrando o quanto os italianos (muito gatos) precisavam melhorar. E conversavámos sobre como a Costa do Marfim é FDP. Vocês viram? Aqueles bastardos malditos deveriam receber tudo o que fizeram três vezes mais forte, só pra ver como rola. E eu lamento tanto, queria ver a Itália ser classificada. Mas a parte mais bizarra é que eu nem gosto de futebol. Eu sei o que é um impedimento e sei dizer quando um jogador está fazendo manha. Só que eu não tenho paciência pra sentar e assistir um, digamos, Vasco e Flamengo. Quer dizer, em tempos de Copa do Mundo, ninguém precisa ter time (eu tenho um. Só pra não dizer que não tenho. Mas nem zoem comigo, porque eu não conheço nada dele, tá? É Vasco. Eu tenho uma camisa do time). Basta escolher o seu país. Ou ser diferente e torcer pra outro. Dane-se, você não é mais Fluminense, Flamengo, Santos, qualquer coisa. O negócio é que eu gosto muito mais de voleibol. Eu não conheço nenhum time, mas eu gosto de sentar no sofá e assistir aos jogos (minha felicidade suprema é na época das Olímpiadas, assisto voleibol masculino e feminino, dando uma de técnica). Então, se eu detesto futebol, se eu detesto patriotismo falso, o que - cargas d'água - estou fazendo no sofá, gritando SEUS PERNA-DE-PAU para a TV e festejando cada gol que o Brasil faz?

Que hipocrisia é essa?

O negócio é que apesar de eu de-tes-tar futebol, eu adoro a Copa. Eu acho tão legal que, de repente, o mundo inteiro pára a Copa. Quer dizer, ouvi falar que é só a gente que para, não os outros países. Ok, eu acho coisa de desocupado baixar um decreto liberando os servidores públicos na hora do jogo como tem aqui no Brasil. Mas, sinceramente? Eu também acho um porre um Estado laico ter feriados cristãos. Não faz sentido. Entre mandar todo mundo ir pra casa pra assistir a um jogo do país ou comemorar a morte de Jesus Cristo, prefiro que vá todo mundo assistir o jogo. A seleção pra quem vão torcer é a mesma. Mas há uma coisa na Copa que não gosto. Não gosto dos torcedores fanáticos, não gosto das pessoas que ~ oooh! ~ lembram que são brasileiras, se vestem de verde e amarelo, compram bandeirinhas e coisas por descaminho de mercadoria (termo aprendido por Umrae) e se acham tãããão patriotas. Ah, essa gente me dá preguiça. Se ainda fossem como minha mãe que decorou a casa com bandeiras do Brasil e fitinhas de TNT verdes e amarelas, ainda vai, porque minha mãe ama o Brasil até a alma e isso em todos os anos. Ela é do tipo que eu acho legal: que equilibra o gosto pelas séries americanas e novelas brasileiras, que escuta Queen e Caetano Veloso, que assiste todo tipo de filme sem preconceitos (menos o pornô, claro) e tudo o mais. Basicamente ela super-valoriza a cultura nacional sem ser uma pentelha criticando as outras e sem ser uma pessoa cega que não vê os defeitos do país. Então eu não a considero hipócrita, porque ela sempre quis uma bandeira do Brasil, mas nunca achava. Mas com a época da Copa, ficou fácil.

O problema é que essas pessoas não são como minha mãe. Elas depreciam tudo o que o Brasil tem. Desde cinema e música até, sei lá, sistema educacional, nada do Brasil é bom. Elas passam quatro anos esculhambando o país, criticando o fato de ser um país de futebol e carnaval, xingam todos os presidentes, depreciam totalmente o cinema como se ele fosse somente, sei lá, A Taça do Mundo É Nossa, acham que nossa literatura parou em Machado de Assis e Clarice Lispector... mas na hora da Copa estão lá, com a camisa amarela, torcendo pelo Brasil-il. Mas quando o Brasil perde... bem, eles escondem a camisa no fundo da gaveta, voltam a xingar o país e só lembram de falar bem dele na próxima Copa. Pois é.

Eu tenho desprezo por essa gentinha.

Por isso que gostei tanto que essa Copa tivesse bastante gente torcendo contra o Brasil. São as mesmas que ficavam indo na onda de torcer pelo país em 2006 e declarou ódio à seleção na nossa derrota vergonhosa para França. Agora estão na onda de torcer contra o país, porque é legal. É original. Claro que tem gente que realmente prefere outros países, nada contra. Mas é fato que uma grande parcela não torce a favor de algum país, e sim contra Brasil. Que coisa tão... ridícula. Como se tivéssemos que nos envergonhar de ter um bom futebol. O país tem graves defeitos na gestão pública e tudo o mais, mas o futebol não é culpado pelos problemas sociais do Brasil. O futebol é só um esporte. Assim como o vôlei, ginástica olímpica, handebol, golfe. Todos tem os seus campeonatos. Todos tem o seu valor como esporte.

E, gente, último item. Se vão torcer por alguém, sejam fiéis. Não é porque Brasil perde que ele passa a ser indigno de qualquer torcida. Em 2006 o Brasil perdeu. Mas e daí? Eu continuava torcendo pra ele, porque ~ paciência ~ eu torço pra o Brasil, seja na vitória ou derrota. A minha segunda opção pra eu torcer quando Brasil perde é a Itália. Eu fiquei arrasada hoje que a Itália perdeu pra Eslováquia. Sério mesmo, fiquei com aquele sentimento de 'poxa, sacanagem. Pelo menos foi 3x2 e não 7x0 que nem Portugal e Coréia do Norte'. Aliás amanhã eu vou assistir o jogo Portugal x Brasil. Não assisti o último do Brasil e foi até bom, senão eu ficaria com ódio da seleção do Costa do Marfim. Pelo que me contaram, a seleção é puta violenta, que saco. Mas Portugal parece legal. Vai ser tipo uma Colônia x Metrópole, -Q

Resumo da ópera: odeio futebol, eu amo a Copa. Prefiro todo mundo torcendo verdadeiramente pra Inglaterra do que pseudo-torcendo pro Brasil. Eu gosto de coerência. Eu gosto das lojas enfeitadas com a bandeira do Brasil, mas eu queria que as bandeiras ficassem lá todos os anos e não só na Copa, porque acho linda a bandeira. Gosto de vê-la em todos os cantos, gosto de ver verde e amarelo, são cores alegres pra mim. Eu não gosto de gente se matando por causa disso, mas vejo graça em gente xingando pra TV. E eu vou assistir o jogo amanhã e quero ver Brasil vencendo logo essa porra e sendo Hexa. Tem que botar moral, porque - hey - vocês já viram uma Copa com tantos empates? Com tantas seleções 'favoritas' arriscando nem serem classificadas? Com França e Itália indo pra casa ANTES das oitavas-das-finais? Oh, céus, eu nunca vi algo do gênero.



1. Novo template que montei. Dêem suas opiniões.
Esse vai ser praticamente o template definitivo e o fundo será branco para fins práticos ;)

2. E resolvi nem entrar no mérito de energia desperdiçada, tipo, aquela coisa de as pessoas se dedicarem muito pra Copa e não são pra eleições, que é o fundamental. Ainda acho isso uma tentativa de jogar todos os nossos problemas sociais em cima do futebol. Brasileiro desperdiça sua energia no futebol, na novela, na fofoca, no simplesmente não-fazer. A Copa não é culpada, simplesmente é um evento que ~teoricamente~ é para unificar países e estimular as boas relações internacionais. E ela acontece com vários países e, surpresa, nenhum desses países teve seus problemas aumentados por conta do futebol. Mas adoramos usar o futebol e carnaval como desculpa para sermos 'em desenvolvimento'. Ou qualquer coisa do tipo. E o buraco é mais embaixo...

3. Ainda tirarei uma foto com uma das bandeiras do Brasil (que será minha e eu estenderei em meu quarto). Mas depois da Copa, quando baixar a euforia. Fala sério, eu adoro a bandeira brasileira. E eu devo ser uma das poucas pessoas que acham que nunca deveriam mexer no Hino Nacional para encurtá-lo. Tá perfeito do jeito que tá.

4. Essa é uma pauta para a Blorkutando. É.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

ser uma Madonna é pra poucos.


strike a poser.

Vontade de fotografar. Vontade de ter dom pra isso. Vontade de passar batom vermelho e parecer uma diva. Vontade de ser capa de revista e mal se reconhecer. Vontade de ser estrela.

Eu sou uma pessoa egocêntrica e, sim, quero o mundo inteiro. Já sonhei em ser capa de todas as revistas possíveis, inclusive planejando as respostas à todas as perguntas possíveis, imaginando poses, maquiagens, roupas e sorrisos dados. Desde pequena eu quero ser estrela. Mas não uma estrela vulgar. Eu não queria ser simplesmente mais uma, e sim a escritora talentosa, estilosa, a diva. Eu queria ser a Madonna da literatura.

Faz muito tempo desde aquilo. Mas ainda tenho em mim a vontade de superar todo mundo, a vontade de ganhar um Nobel da Literatura e agradecer em sete idiomas diferentes: português, inglês, espanhol, italiano, japonês, francês e alemão. Ainda quero ser uma estrela.

Minha irmã brinca que é porque sou leonina e todas as leoninas querem brilhar.

Mas até que ponto é saudável para uma pessoa querer se destacar? Até que ponto a fama é realmente positiva? Afinal todas as pessoas querem ser únicas, diferentes, capazes de se distinguir sem esforço. Querem se diferenciar pela postura, pelo cabelo, pelo olhar, pelo sorriso, pelas roupas, por tudo. Querem que você olhe para elas e digam: 'hey, isso é de fulana' e elas querem ser a fulana. Elas querem o que Madonna, Michael Jackson e os Beatles conseguiram: serem reconhecidos em qualquer lugar. Se alguém usa os óculos redondinhos, você lembra de Beatles. Se alguém faz o moonwalk, você lembra de Michael Jackson. Se alguém usa sutiãs em formato de cone, você lembra de Madonna.

Só que nem todo mundo pode ser um ícone. Nem todo mundo nasceu com traços particulares, com talento para qualquer coisa realmente relevante, com inteligência e jogo de cintura. Nem todo mundo sabe lidar com pessoas. É muito fácil a pessoa ser famosa, mas de cada cem casos que a pessoa fica famosa, em noventa e oito - digamos - ela retornará ao ostracismo. Porque as pessoas querem novidades, querem vida e se divertir em cima da desgraça alheia. Stephany da Crossfox é famosa, mas quem aí acha que ela realmente tem talento? Quanto custará essa brincadeira de ela ser famosa?

Há uma revista americana que tem uma seção especializada em fotos sem photoshop. Todas as fotos que foram tiradas na pior hora possível, do pior jeito, estão lá. De todo mundo: Cameron Diaz, Mariah Carey, Madonna, Britney Spears, etc. Afinal a mídia deita e rola em cima do povo que está famoso. E nós adoramos saber de tudo. Porque as pessoas costumam se sentir tão rebaixadas debaixo de todo o glamour e photoshop das estrelas que adoram saber que sob a luz do sol de oito da manhã, as estrelas compram pão e leite com celulite e cabelo bagunçado. Nem todo mundo tem saco pra ser uma diva vinte e quatro horas.

E ainda por cima as pessoas ficam famosas rápido demais e deixam a fama rápido demais. Mari Moon era a estrela adorada, hoje pouca gente ainda curte. As estrelas relâmpago do YouTube aparecem, estouram e somem. Pagamos pau pra todo mundo, esculhambamos todo mundo, evitamos e consumimos em um ritmo esquisito. Estou falando de forma tão clichê... todo mundo sabe disso.

Mas se todo mundo sabe disso, porque insistimos em consumir?

Quais são os nossos limites? Até onde você pode provocar? E quem você nunca pode provocar? Qual deve ser o tom certo para usar numa coletiva? Qual a pose mais legal? O que você quer passar?

Quem você encarnaria se você fosse uma estrela?



Nem me peçam para explicar a coerência desse post. Eu mesma não entendi.

domingo, 20 de junho de 2010

quem precisa da segunda chance?

After all you put me through
(Depois de tudo que você me fez passar)
You'd think I despise you
(Você imaginou que eu o menosprezaria)
But in the end, I wanna thank you
(Mas no fim, eu quero lhe agradecer)
'Cause you make me that much stronger
(Porque você me fez muito mais forte)

Fighter, Christina Aguilera.

No anime Rurouni Kenshin, há um retalhador que matou muitas pessoas durante a guerra. Arrependido, largou a guerra e decidiu tentar reparar seus erros. Jurou nunca mais matar uma pessoa e por mais de dez anos ele protegia as pessoas com uma sakabatou (espada cuja lâmina está virada ao contrário). Porque foi essa maneira que encontrou de reparar todos os assassinatos cometidos: evitar outros assassinatos, abusos e agressões. No mesmo anime uma médica, a Megumi, produzia ópio que vitimava milhares. Ela tinha sido obrigada, mas mesmo assim produzia. Ao conseguir vislumbrar uma oportunidade de escapar, deseja se matar por ter produzido algo tão assassino. Mas é impedida por Kenshin que acredita que ela, como médica talentosa, pode se redimir salvando vidas.

Na África do Sul, uma história real. Um homem (que esqueci o nome) de uns 15 ou 16 anos cometeu um atentado terrorista, vitimando muitas pessoas. Assim que descobriu que havia criança entre as vítimas, ele se entregou à polícia. O motivo do crime? Racismo - ele havia sido criado por um cristão fanático que manipulou a Bíblia para fazê-lo crer que os negros "não eram de Deus" e outras coisas. E porque ele se entregou? Por culpa? O fato é que ele passou bons anos na prisão, pedindo perdão às vítimas sobreviventes. Uma delas resolveu visitá-lo. E não conseguiu perdoá-lo. Mas conseguiu acreditar nele. Ele, sinceramente, havia conseguido deixar de ser racista, enxergar os erros e mudar de verdade. Assim como seu prisioneiro de cela que foi condenado a mais de duzentos anos na prisão por crimes contra a humanidade. Esse prisioneiro era racista. Hoje ele é um homem mais honesto e muito menos preconceituoso. Devemos acreditar que eles realmente mudaram?

Uma segunda chance pode mudar a vida de alguém?

Até que pontos erros podem ser reparados? Até que ponto nós podemos mudar? Até que ponto dá para conseguirmos perdoar?

Eu não sei.

Sou do tipo utópica. Acredito, sinceramente, em segundas chances. Acredito que as pessoas sempre podem mudar - aos 15, aos 30, até morrerem, há uma chance de elas mudarem. Acredito honestamente que nem sempre as pessoas são irrecuperáveis. Acredito, no fundo do coração, que crianças como Roberto (ver o filme O Contador de História, uma história real) não podem serem consideradas impossíveis. Simplesmente ninguém tentou mudá-las, repará-las, dar uma vida de dignidade e amor. Mas eu sou tão hipócrita... eu falo demais de tentarmos perdoar e tudo o mais, mas eu sou a última pessoa a perdoar alguém. Eu sou a pessoa que gritaria a ordem "fogo!" se tivesse líderes genocidas diante de um pelotão de fuzilamento. Eu sou a primeira pessoa a dizer "bem feito" ao ver casos de gente que se deu mal fazendo algo errado. Eu sou a pessoa que mataria todos os estupradores se eu tivesse a oportunidade: e não me contentaria com matar. Eu torturaria, mutilaria, dedicaria esforço inútil a matar pessoas que considero pragas. Porque eu acredito em segunda chance para todas as pessoas, menos para aquelas que mataram e estupraram demais em muito tempo. Não acredito em estupradores arrependidos. Não acredito em genocidas arrependidos. Não consigo acreditar em dar segundas chances para pessoas que mataram tanto em situações inexplicáveis. Eu daria uma segunda chance ao Kenshin, porque ele matou durante uma guerra que ou você matava ou era morto. Eu até daria uma segunda chance para o terrorista adolescente sul-africano - se as vítimas deram, porque eu não daria? Mas eu não conseguiria dar a segunda chance para o genocida que é colega de quarto dele.

É hipocrisia? É.
É contraditório? É.

Eu acredito em dar uma segunda chance para namorados traidores.
Eu acredito em dar uma segunda chance para amigos-da-onça.
Eu acredito em dar uma segunda chance para todas as pessoas - menos os casos especificados. Mesmo assim só com as outras pessoas. Quando sou eu que sinto na carne, a situação é diferente. Eu não consigo perdoar. Eu dei muitas segundas chances na minha vida. Eu recebi muitas segundas chances também. E teve pessoas que nunca tiveram nem a primeira chance, assim que eu percebi toda a falsidade reinante. E teve pessoas que tiveram a primeira chance e eu nunca dei a segunda, na primeira vacilada. Depende das pessoas, depende de eu mesma naquele momento. Teve pessoas que me machucaram e eu nunca perdoei. Esqueci, ignorei ou guardei tentando ficar bem com aquilo, mas eu nunca perdoei. Mesmo assim eu sigo em frente, porque parar a vida dependendo de perdoar e ser perdoado não dá. Teve pessoas que machucaram meus amigos e eu também nunca perdoei. E tem pessoas que eu nunca darei uma segunda chance, simplesmente porque nunca precisaram, me decepcionaram antes que eu desse a primeira. E teve pessoas que já tentaram me machucar e me reduzir, e só tiraram de mim a impulsividade e raiva.

O que eu sinto é diferente do que outras pessoas sentirão e tudo o mais. Segundas chances só podemos dar quando interfere com a gente. Só podemos dar quando nos machucam e nos ferem. Só podemos ter o direito de conceder uma segunda chance quando fomos vítimas da vacilada da primeira chance. Só podemos dar a segunda chance se o nosso perdão for sincero. Porque as pessoas nos machucarão assim que tiverem a oportunidade, mas, querendo ou não, precisamos dessas pessoas para nos fortalecer. A força que vem da gente quando nos sentimos ultrajados e feridos é algo que supera os nossos limites. Mas há pessoas que machucam demais a ponto de causar traumas irreversíveis: como estupradores e assassinos. Por mais que possamos nos recuperar de namorados que nos trairam com as nossas melhores amigas - por mais que tenhamos força para enfrentar isso e até conseguir perdoar... como podemos perdoar as pessoas que tiram de nós tudo o que temos? Que nos trazem marcas que se aprofundam em nossas almas? Como perdoar pessoas que simplesmente te ignoraram quando você mais precisou? A culpa do outro é o que faz o nosso perdão? E a partir de onde que decidimos não perdoar, mas nos vingar? Eu seria, como disse, a assassina dos estupradores. Mas quanto sangue eu precisaria derramar até me sentir vingada?

Porque nem todo o sangue do mundo pagará o que as mulheres e crianças perderam ao serem estupradas.
Porque nem toda a raiva, nem toda a corda para forca, nem toda a eletricidade para cadeira elétrica pagará a dor que sentimos ao vermos povos mutilados.

Eu não perdôo. Ao ver a face das mulheres machucadas, eu sinto como se fosse em mim. Ao saber de atrocidades cometidas, ao conhecer famílias separadas por tragédias que poderiam ser evitadas com um simples "tudo bem? vamos sentar e conversar", eu não posso perdoar. Eu não posso sequer dar uma segunda chance. Sim, é possível pessoas mudarem. É possível que elas se arrependam e que tentem reparar por todos os erros. Mas é praticamente impossível conseguir nos curar depois que já foi feito. Aquilo fica na alma como uma cicatriz e mesmo que a dor suma e que ela sirva para nos tornar mais fortes, as lembranças nunca se apagarão por completo...


"Eu traí. Buzine se eu merecer uma segunda chance." [fonte: Sedentario.org]

E, sim, estou sumida, confusa, minha vida está um caos. Vocês conhecem a história e agradeço, realmente, pelos votos sinceros de me ajeitar. Vocês são a força desse blog :)

E esse post é uma pauta para a Interativos, sugerido por Juliana.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Desculpe a ausência,

É que minha vida está uma bagunça.

Eu tenho provas e trabalhos sem parar.
Eu vou mudar de casa.
Meu celular pifou e com ele, seu despertador. Acordar atrasada é o que há - maldita tecnologia que nos faz dependente dela.

Minha vida está uma zona, eu nunca sei por onde devo começar e eu só sei que se eu não tomar ela de rédea de vez, vai desingrolar tudo e eu vou me ferrar bonito. Ainda por cima é Copa e estou começando a sentir raivinha das pessoas pseudo-patriotas que hasteiam bandeiras em seus carros e casas, dizendo 'olá Brasil!'. E ao mesmo tempo que eu tenho que dar conta das provas e trabalhos (são mais três semanas de aula até as férias. Sim, aqui na Bahia as férias vem com as festas juninas), eu tenho que ver casas, analisar a localização, opinar se o preço tá bom. O mercado imobiliário é um insulto de tão absurdo e injusto.

Pelo que estou sabendo, pela dificuldade de achar uma casa para seis pessoas, então procuraremos duas casas para três pessoas cada e cada casa se responsabiliza pelas despesas. Espero que isso dê certo (tem possibilidade de não dar, por conta de aspectos técnicos). E como vocês sabem, eu iria adorar, porque iria ganhar meu quarto - e isso inclui uma série de responsabilidades. Eu não tinha noção que era preciso tanta coisa para se ter um lar. Quer dizer, nunca pensamos que fósforos são algo que compramos, e não algo que está sempre ali, né? Talvez, pela primeira vez, eu participe das contas - não ativamente como pagar das contas, mas sabendo exatamente o quanto gastamos em cada despesa como luz, água, comida. Porque se morarmos só eu, minha mãe e minha irmã, teremos uma independência desconhecida.

Bem, ainda estou confusa sobre isso.

Espero resolver logo os endereços novos. Quanto mais cedo acontecer isso, melhor. É um porre perceber que dentro de um mês eu vou acordar em outro lugar. De novo. A sensação de encaixotar os meus livros, ficar insegura sobre as coisas perdidas, comer mal porque as panelas estão guardadas, ficar rondando pelo bairro para conhecer os pontos de referência, todas essas sensações são conhecidas demais. Tudo de novo. Sempre para frente, não é?

P.S.: quanto custa um roteador wi-fi? Eles são bons? Minha mãe quer um desses para colocar na nova casa. Ela também fala de comprar um notebook para mim *-*

P.S.:² perdoe se o assunto é repetitivo. Estou naquele tipo de estado que está impossível de se concentrar em qualquer coisa. A única coisa que me tira do pensamento 'mudança-escola-mudança' é assistir anime. Pra entenderem como estou.