sexta-feira, 25 de novembro de 2011

apocalipse now

Não é incomum eu sonhar com o fim do mundo ou qualquer coisa nessa proporção. É um dos temas recorrentes dos meus sonhos (que também incluem perseguições ou o tentar voltar para casa). Já sonhei que dinossauros invadiam minha antiga escola e eu tentava fugir, me escondendo no banheiro. Já sonhei que monstros enormes, super esquisitos, parecidos com varetas coloridas, atacavam a cidade ao meu redor e eu não era atingida. Hoje eu sonhei com algo mais estranho que viraria um roteiro de Hollywood numa boa. Se é que já não virou.

Bem, estava eu em um prédio - devo observar que a maioria dos cenários que aparecem nos meus sonhos é da minha cidade. Ruas, casas, prédios e é tudo distorcido. Ganham um andar a mais, são incrivelmente maiores ou estupidamente pequenos, se tornam mais ameaçadores, coisas do gênero. Esse prédio ficava na minha cidade, numa das praças, e apesar de ser originalmente, na vida real, um prédio residencial só com o térreo comercial, no meu sonho ele era todo comercial e cada andar tinha uma coisa diferente para ser vendida. Eu estava no último andar para um curso qualquer, mas queria comer alguma coisa. Então eu descia os andares. Em um, não tinha dinheiro pra comprar aqueles doces (até em sonho, continuo pobre. Que merda). Em outro, só vendiam colares e anéis, feitos de pedras preciosas e coisas do tipo. Maior barato. Mas não queria comprar aquilo nem tinha grana, desci. No que achei o caminho pra uma loja legal de doces, olho para frente e tudo está de vidro.

De repente, pelo vidro, enxergo a cidade toda e uma esquisita, bizarra, demoníaca fumaça. Fumaça não é o termo certo. Nem névoa. Nem nada do tipo. Era como uma entidade feita de fumaça branca, tão linda, tão perigosa. Agora repensando, percebo que ela parecia uma serpente. Não tinha os olhos de uma, nem as presas, mas ela se movia como uma serpente: ondulava seu corpo, atacava o próximo ponto mergulhando de cabeça e podíamos ver toda a "fumaça" do seu corpo contaminando o ar, e era um espetáculo tão bonito, tão encantador, tão fantástico, porém era apavorante. Toda aquela névoa oriunda do corpo dela se espalhava pelo ar e ninguém sabia se aquilo fazia mal ou não, só sabia que era melhor correr. E eu vi as pessoas correndo.

Comecei a correr. Na porta do prédio, percebi que não tinha mais jeito. Ela havia passado pela cidade, deixando sua névoa - que não me fez tossir, nem engasgar, nem me matou na hora - como um presente, um lembrete do dia que ela apareceu. Procurei o celular para procurar pessoas, não achei. Pensei em voltar pra fazer o curso, mas duvidava que alguém continuaria seu dia normalmente depois dessa. Só lembro de, no instante seguinte, estar na rua conversando com a @malu_mad. Não falávamos muito, nem nada. Só estávamos tensos. Tensos porque a névoa se dissipara, e virara chuva e agora todos ao nosso redor estavam lá, debaixo da chuva, procurando se redimir dos pecados porque o Juízo Final chegara, na forma de uma serpente de névoa.

Nós achavámos tudo aquilo loucura. E acabara assim, sem explicações, sem respostas, sem nem mais perguntas. Só com uma serpente de névoa que eu procuro entender de onde sugiu na minha cabecinha.

galera achando que mundo vai acabar em fogo.
tô apostando em névoa depois dessa.

domingo, 6 de novembro de 2011

terror psicológico temporário

Blog não muito movimentado, acho que vou ser egocêntrica e começar a falar mais da minha vida. Vai saber, eu não costumo escrever diários (uma vez a cada três meses, digamos assim) e, sei lá, sempre achei minha vida muito normal. Mas enfim. Tem vida mais tediosa e ninguém acha ruim. Então bora.

Sexta-feira. Eu toda bonitinha e atrasada chegando no hospital público nove e quarenta e cinco da manhã, para fazer um exame médico. Uma endoscopia nasal, porque tenho problemas respiratórios que ninguém (aka eu e minha mãe) consegue entender os motivos. O médico pediu esse exame e tô lá, perdendo aula de filosofia, diante do balcão. Primeiro que deve-se entender o contexto: não me incomodo de ir pro médico. Nunca me incomodei de perder horas pra uma consulta de dez minutos. Segundo que eu não fazia idéia de como rolava o exame. Imaginava um troço no meu nariz, mas beleza.

Então, no balcão, lá em cima tem uma placa indicando direções. Nenhuma para "exames" ou algo normal. Todas direcionam para "cirurgias" ou qualquer coisa dramática do tipo. Mas, beleza. Então a mulher diz que tenho que assinar um troço lá que diz que eu entendo todos os perigos de se envolver em uma cirurgia ou usar anestesia. Aí eu começo, do meu jeito Luna de ser, a imaginar mil situações mirabolantes. Eu numa maca com um cara abrindo meu nariz. Eu ficando com o nariz inchado.

Não adiantou a razão me lembrar que a pessoa tem que ser internada para uma cirurgia. Sou dessas.

Sala de espera, quatro portas. Três para recém-nascidos ou mulheres grávidas (entenda-se por isso bebês choramingando. Estou acostumada). Quarta porta com placa enorme dizendo PEQUENAS CIRURGIAS. Sorriso amarelo.

Uma mulher chega e começa a entrosar conversa, dessas que sai puxando assunto com gente que nunca viu na vida pra saber da história toda e começa a falar dos próprios problemas. Ela fala de um problema no trabalho que foi demitida, junto com uma galera aí, pela prefeitura e eu lá fingindo dormir porque se tem coisa que eu não sei fazer, é ficar conversando com gente estranha em consultório de médico. É pra isso que levo a mochila toda, com livro, agenda, caderno e um estojo que poderia ser usado como arma pelo peso que tem. Aí depois sou otária e levanto minha cabeça, mostrando que estou acordada, a mulher pergunta o que eu irei fazer.

Diante da resposta, ela só diz "tá com coragem pra fazer isso?"

É CLARO QUE A PESSOA AQUI, TENDO UMA PUTA IMAGINAÇÃO FÉRTIL, PENSA EM COISAS HORROROSAS. Mas tranks. Eu sou a última a ser atendida. E ficam todos me trollando: 'boa sorte!' diz a bendita mulher quando saiu (houve um problema com o negócio dela e ela saiu sem fazer o exame). Uma senhora que foi atendida logo antes de mim gritou e, ao sair, disse que eu não precisava gritar. E o médico e a assistente rindo muito da minha cara.

Mas tô bem. Era só um spray que ardia e um negócio lá no fundo do nariz. Só isso.
Não senti minhas narinas pelo resto do dia. Mas tudo bem. Estou bem.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

(não) estou de volta




Nada demais.
Eu não sei sinceramente porque passei tanto tempo longe do Pernície. Não tinha ânimo. Não sabia mais sobre o que escrever. Muito menos se valia a pena. Eu comecei o Lunalogia, mas parece que só poderei realmente me ocupar dele a partir de março, quando começarei meu quarto ano colegial e não terei mais o projeto para me ocupar durante algumas horas e me fazer me sentir culpada no resto das horas. Então eu decidi voltar ao Pernície para, sei lá, ir falando. Eu tenho necessidade de escrever. Vital. Eu tenho gosto em manter blog, mesmo que poste poucas vezes.

Eu criei esse blog dia 25 de setembro de 2009. De lá pra cá, muita coisa mudou na minha vida. Eu estava em um ano meio tenso - 2º ano - com as notas descendo a ladeira e eu tinha desenvolvido uma espécie de anestesia perante tudo o que acontecia na minha frente (uma história longa e chata envolvendo professores insuportáveis, alunos piores ainda, abaixos-assinados e frequentes discussões na sala de aula sobre como nós nos deveríamos nos comportar). Acabei repetindo por conta da confusão toda e esse blog meio que me acompanhou nisso, mesmo que eu não ficasse falando disso (não é legal ficar falando de sua vida pessoal em blogs, ainda mais quando se trata de escola. As pessoas podem arrumar problemas desnecessários). Eu passei a usar twitter e tumblr, e também o facebook ainda que pouco. Eu virei fã de Christina Aguilera nesse meio tempo - a ponto de desejar colecionar os cds e dvds dela, e ampliar meu conhecimento musical. Nos últimos dias, passei a usar aparelho auditivo para minha deficiência (sou surda em alguma porcentagem entre moderada e grave), e tentar ficar mais focada nas coisas que preciso fazer.

Em suma, muita coisa mudou, evoluiu, aconteceu, deixou de ter. Eu amadureci em muitos pontos, talvez regredi em outros. Mas a vida é assim. Você anda alguns passos para frente, confiante em seu destino. E então algo acontece e você percebe que, talvez, não estava pronta para aquilo e volta atrás, com o orgulho magoado. Ou então você simplesmente segue em frente. Cada pessoa age de um jeito.

Bem, eu não vou afirmar que isso é uma volta de vez. Em praticamente todos os posts recentes e esporádicos, prometo que estou voltando. Estou chegando!, digo, Pernície vai voltar! E então desapareço no blog por meses e aí posto algo aleatório, prometendo as mesmas coisas. Irritante. Acreditem, se ainda houver alguém aí prestando atenção no meu show, eu não gosto disso. Odeio isso em mim. A falta de foco, a distração por qualquer coisa que dure mais do que uma semana, a impaciência. São coisas que preciso mudar caso queira fazer o que eu quero fazer e o que eu preciso fazer.

É isso. Não prometo nada. Nem me esperem amanhã. Talvez eu venha. Talvez não.