quinta-feira, 29 de abril de 2010

antes eram doces criancinhas, hoje são... miniaturas de gente grande.



Estou com medo.
Anteontem vi uma menina - de 7 ou 8 anos - com unhas super bem feitas, não tinham nem cutícula (ou foram muito bem empurradas) e pintadas com uma linda cor - que está na moda, ou já passou, - um verde meio pastel, meio antigo. A menina tinha dentes de leite e unhas da manicure.

Quando eu tinha 8 anos, o que eu fazia era pintar esmalte tudo borrado, tirar tudo e resolver brincar de cidade com os frascos: o preto era o marido do branco e era o prefeito da cidade, o esmalte azul escuro era apaixonado pelo esmalte azul claro e o verde tinha uma paixão secreta pelo esmalte rosa que estava com o vermelho-vinho. Esmalte era isso pra mim aos meus 8 anos: brincadeiras.

Mas para essa garotinha que vi comprando balas no mercado do meu bairro, esmaltes são vaidade, pura e simples.

Sou eu que estou ficando velha? Ou o mundo que tá girando rápido demais, e eu que achei que saltos de espuma para crianças, escovas a la anos 50 em menininhas de 5 anos e dicas sobre garotos e batons em revistas infantis estava em Pequena Miss Sunshine e longe demais de mim, do meu cotidiano. Eu devia saber. Os saltos de Suri não existem só em Hollywood. Eles existem também aqui, na minha cidade, nos calçados da minha prima de oito anos. Eu lembro do dia que ela comprou. Ela chegou na casa dela (onde eu estava, pronta a dar aulas de reforço escolar que dei por um mês) com a caixa de sapatos da Hello Kitty, para uma festa da escola. Eram sapatinhos brancos com um relógio cor-de-rosa de brinde, uma delicadeza. Com saltinhos. Minúsculos, quase imperceptíveis, mas eram saltos. A caixa de papelão tinha dicas de combinar aquele par: no shopping, use a pulseira assim. Na escola, de outro jeito. E na hora de sair com um menino... e era uma caixa de sapatos para uma garotinha de oito anos.



E eu me pergunto: quando foi que ficamos assim? Estamos matando a infância novamente? Infância pode ser um conceito subjetivo que surgiu através da história, mas mesmo assim, crianças não deveriam sair por aí vestidas como mulheres adultas. Crianças deviam ser apenas crianças: conhecerem seus deveres e direitos, mas brincarem, se divertirem e terem boas lembranças quando crescerem. Não deveriam trabalhar, nem terem mães que querem incentivar o "se cuidar" que, claro, é nos salões de beleza, fazendo as progressivas, luzes e manicures. Não quero encarnar o discurso tipicamente a favor da inocência, mas isso está me dando medo. Está me dando um medo absurdo.

Eu só comecei a ser um pouco vaidosa depois dos catorze anos. Entrei tarde no meu círculo, por puro ódio aos salões de beleza - até hoje não consigo gostar deles, nem compartilhar as fofocas. Fiz minhas antigas mechas em casa, descolorindo e pintando em casa, para fugir do salão. E a última vez que cortei, cortei em casa - igualmente para não ter o trabalho de sentar numa cadeira, me fingir de simpática e pagar alguém para me embelezar. Mas isso é uma questão pessoal minha. Minha mãe adora salões, minha irmã idem. Mas todas nós concordamos: crianças não deviam serem submetidas a tratamentos de beleza dessa forma. Uma hidratação de leve num cabelo que está quebrando até vai (se bem que nunca vi cabelo de criança quebrar). Um brilhozinho labial ok. Mas quando foi que passamos desses limites? Antes crianças eram sempre bonitas, mesmo faltando quatro dentes da frente, porque suas peles eram sempre suaves e seus cabelos sempre eram tão macios. Mas hoje? Somente os menores, os que acabaram de nascer, de aprender a falar e andar continuam assim. Os que tem sete, oito anos?

Não, eu vejo que elas perderam alguma coisa. E não estou gostando disso.

Se eu tiver filhos, eu quero encontrar uma maneira de fugir disso. Se tiver filhas, não quero saltos, nem batons, nem esmaltes, nem qualquer tipo de estímulo assim. Não vejo mal em vaidade, mas vejo mal em começar a instigar para a criança que é essencial ela ser mega-vaidosa, ainda mais quando isso está aliado a concepções nem sempre corretas, como de que o cabelo tem que ser liso. Obviamente há empresas que só aceitarão mulheres "nos trinques", mas a própria tem que ter consciência de não se deixar perder naquilo, de saber quando parar na própria vaidade. E se crianças são influenciadas a serem sempre vaidosas, belas e perfeitas... como será quando crescerem? Não terão problemas em decorrência disso, se cobrando demais, correndo cada vez mais atrás de uma beleza inalcansável, uma beleza que só existe quando se descansa da busca? A anorexia já não está matando o suficiente? Estamos criando mais mulheres rumo ao túmulo da beleza nos anos seguinte?

O que está acontecendo com a gente?

O pior de tudo é que só repito os ecos. Eu nunca consigo responder à essa pergunta, por mais que pense nela.




Mais imagens de mini-adultas: Child Beauty Page. Assustem-se à vontade.
Entrevista com a fotógrafa dessas imagens na TPM.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

odeio

Odeio falta de inspiração.
Odeio sentir que por mais tempo que eu fique na frente do computador, eu nunca conseguirei fazer tudo o que tenho pra fazer.
Odeio prometer a mim mesma que vou escrever algo que preste, e quando saio - 6h depois - não fiz nada de produtivo.
Odeio saber que não sou disciplinada.
Odeio mais ainda saber que isso não me ajuda em NADA, e realmente preciso dar um tempo.

Digamos que eu nunca fui a garota mais madura, consciente e inteligente que havia. Eu só era questionadora, e é isso que sou. Nada a ver com ser mega-inteligente ou madura. Só questiono absolutamente tudo, sempre desconfiando de todas as revistas, todas as pessoas e todas as leis. Mas as pessoas me tomam como uma garota modelo e a própria diretora do meu colégio dizer que eu era a mais inteligente do colégio não me ajudou em nada. Na verdade piorou, porque comecei a sentir que tenho que cumprir o que esperam de mim. Bem, não tiveram.

Sou estupidamente desorganizada.
E fico cada vez mais distraída e fico triste demais por coisas idiotas. Ontem perdi a minha chave com chaveiro, e não está no Achados e Perdidos no Fórum. Não tive a minha sorte que sempre tive (de sempre achar as coisas perdidas), e isso me entristeceu tanto que nem imaginam. E era só uma chave, mas o chaveiro tinha valor sentimental, mas era só meu namorado me dar outro dado verde que ficaria tudo resolvido. Mesmo assim. Odeio perder coisas.

Odeio não ser produtiva.
Tudo bem. Caí muito no meu padrão - da aluna mais inteligente do colégio à uma repetente? uau! - e isso não me fez mal. O que me faz mal é indisciplina na hora dos estudos, falta de concentração e uma capacidade incrível de me distrair com bobagens. Mas repetir? De jeito nenhum. Inclusive, esses dias, estava estudando para Sistemas Operacionais e conclui que se as pessoas conhecessem mais os seus computadores, elas seriam menos enganadas por alguns técnicos fdp de informática. Quando conseguir me aprofundar melhor nesse assunto, o suficiente pra ensinar, eu faço um post em relação a isso, que tal?

Dica de Filme: Desmundo. Filme brasileiro, passa-se no Brasil Colonial, em 1570. Os atores tem dentes normais, a iluminação é precária e todo mundo fala "mira" em vez de "olha!" por conta do português arcaico. O filme vem com legenda para a gente entender o filme feito no nosso país, nossa língua, nossos atores. Eu adoro o filme, mesmo sendo triste, mas meus colegas acham um saco. Difícil de encontrar pra baixar, boa sorte, porque não achei.


não precisam ficar preocupados comigo. É só um desabafo pessoal, porque não consigo fazer qualquer texto sobre outra coisa.

terça-feira, 27 de abril de 2010

vamos fazer cosplay de hermione e harry (L)



Finalmente vou fazer esse post que a Chris pediu faz séculos. Ela pediu que eu falasse sobre o fanatismo acerca de Harry Potter. Aparentemente pediu esse tema depois de ler meus posts raivosos contra Twilight e toda a histeria em volta, e em compensação, sou uma fã alucinada por Harry Potter. Achei até uma injustiça, só tenho 5 posts dedicados ao Twilight (e todos eles obviamente haters) e Harry Potter nem tem uma tag só para ele, coitado. Devo estar com um complexo de hater, sabe quando a pessoa começa a odiar algo a ponto de gostar e viver pra isso? Exatamente.

Não importa. Inaugurarei a tag "Harry Potter" nesse cardápio aí hoje. Nada melhor que começar direito: sobre o que trata Harry Potter, porque eu amo a série, porque ela fez tanto sucesso e, o mais importante, porque quando as pessoas quando viram fãs, ficam burras - seja em relação a Harry Potter, seja em relação a Twilight, Miley Cyrus, Capricho, Death Note, absolutamente qualquer coisa. Quando deixa a emoção tomar conta, você vira um ser irracional, totalmente sem razão. Está armado até os dentes de pura besteirada, zero de argumentos, mal consegue defender o que ama sem atacar quem se opõe. E muitos fãs de Harry Potter são assim, convenhamos.

Eu, como fã plus de Harry Potter desde meus tenros oito anos de idade, apresento argumentos mega-usados pelos fãs. E os derrubo: são argumentos que podem ser contestados facilmente por qualquer pessoa que entende um pouco de literatura, porém como a maioria desses argumentos são lançados para pessoas que acham que Twilight vende mais que Harry Potter, então quase nunca são quebrados (desculpe a provocação, mas não pensei em exemplo melhor). Primeiro é a afirmação de que Joanne Kathleen Rowling é super mega original. Tudo bem, não vamos contestar que realmente uma série como Harry Potter não pode ser criada em cinco minutos, muito menos elaborada de qualquer jeito. A construção das regras, a estrutura do mundo bruxo, todas as maneiras que Rowling encontrou de escrever sete livros sobre um universo que inspira, facilmente, pelo menos cem livros... tudo isso é fantástico. Mas dizer que Rowling foi original... nem tanto.

Para começar, o herói tipicamente magro, de óculos e feiticeiro é comum na literatura ficcional, a comprovar pelo Livros da Magia do divo Neil Gaiman (se puderem, confiram Coraline. E, principalmente, todos os livros dele da série Sandman). Livros da Magia trata, basicamente, de um garoto inglês que pode ser o maior mago do mundo e tipo o seu corte de cabelo é semelhante, os seus óculos idem. Talvez seja falta de imaginação (ou homenagem ou plágio) do ilustrador, porque os dois personagens realmente se parecem. Mas Neil Gaiman disse que "o arquétipo do jovem feiticeiro tem vários outros precedentes na literatura". Ou seja, nem ele, nem Rowling eram exatamente originais e inovadores ao criar as obras envolvendo órfãos ingleses e feiticeiros. A originalidade é um conceito que pode ser bem subjetivo e muitos fãs ignoram isso, e não somente os de Harry Potter. Rowling criou um mundo, sim, porém não foi nada do zero. Rowling não criou os centauros, nem os basiliscos, nem a idéia de uma escola para bruxos, e muito menos o arquétipo do velho sábio de barba branca (desconfio que Dumbledore seja uma versão mais bem humorada do Gandalf, de Senhor dos Anéis. Mas nada supera o fato de que Gandalf fuma aquela erva lá... moço, aquilo me parece total maconha, mas não falo nada, porque também tem fã de Senhor dos Anéis que enche o saco rs)

Acho que os fãs concordarão comigo nesse aspecto. A originalidade é um dom de Rowling, mas dizer que toda sua obra é inquestionavelmente 100% original é, de certa forma, negar suas bases. Porééém desconsiderando toda a extensa base e os pequenos elementos que construíram todo o universo Harry Potter, dá para dizer que ela é original sim. O que é mais cômico é ver isso na boca (ou nos dedos) de quem é contra, defendendo que se Rowling criou bruxos "bons", os outros também podem mudar como bem entender a mitologia. Eu sempre me pergunto o que essas pessoas leram na infância. Nada de qualquer livro sobre "A Bruxinha Que Era Boa" da Maria Clara Machado? Eles realmente só viveram os contos de fadas, que as bruxas são sempre más, cruéis e perversas? Aí quando surge Harry Potter, as pessoas realmente acham que foi uma bela inovação, afinal bruxos só eram ruins? Ou eu fui a única pessoa do mundo a ler livros infantis de autoras que tentaram desestigmatizar as bruxas?

E o fanatismo mais claro em torno de Harry Potter não é o fanatismo tipicamente fã, como cosplayers ou pessoas que participam de quinhentas comunidades só de HP, e se dão o nome de 'Malfoy', 'Potter', 'Watson', 'Weasley' ou mesmo 'Abbot' achando que ninguém vai associar a HP. Fãs que vivem em comunidades debatendo sobre as milhares de teorias a respeito de Voldemort e sua falta de amor é normal, assim como também é normal fãs se vestirem a lá Hogwarts e irem ao cinema. Se fomos criticá-los, vamos criticar também os cosplayers de animes que dedicam seu tempo, dinheiro e paciência para montar looks elaborados, concorrerem aos concursos em feiras de animes e tirar fotos mesmo quando muita gente acha isso perda de tempo. Acho que nesse campo ninguém deve criticar o modo como as pessoas se vestem, muito menos se for por motivos tão idiotas como travestir-se de algum personagem de livro ou filme.

Porém... os fãs que só viram os filmes e se tornaram loucos são indigestos até mesmo para os próprios fãs, os mais tranquilos. Toda obra tem uma legião de fãs, e toda legião sempre tem uma dúzia de gatos pingados que envergonham todo o grupo. Para começar, eles nunca se dão ao trabalho de ler os livros, portanto desconhecem a história a fundo - e sem querer dar uma de intelectual, mas já sendo, ler os livros que inspiram um filme ou uma série é importante, porque na adaptação, perde-se muitas nuances e muitas coisas ficam sem sentido ou com um sentido totalmente diferente. O exemplo mais claro, óbvio e ensurdecedor é o relacionamento entre Harry e Hermione. Praticamente todas as pessoas que leram o primeiro livro já adivinham que Hermione é o par de Rony e Harry fica com outra. Porém nos filmes não esse sentido, nem de longe. O relacionamento entre Harry-Hermione é simplesmente amizade, mas a Warner pintou de suspeitas amorosas e com isso, claro, pessoas que nunca leram os livros, mas viram os filmes vão delirar, se apaixonar e enlouquecer por um romance que não existe, criando hipóteses para comprovar a existência do amor entre os dois (que envolvem hipogrifos e abobóras, não me perguntem como). E por mais que você diga que nos livros não tem, a pessoa vai dizer que viu toooodos os filmes antes de você, e portanto ela tem razão e Hermione vai ficar com Harry no final. Mas deixa. Incomodar-se pra quê? Vale a pena? Não.

Os fãs de Harry Potter tem um grave defeito, mesmo os que não são lá fanáticos: eles não conseguem compreender como alguém pode não gostar de HP. Afinal, na cabecinha deles - na nossa - Harry Potter é algo que você ama. Não tem como não fazer isso. É uma série estupenda, original, de mensagens embutidas que dizem que ricos não devem explorar, nem humilhar os pobres, humanos não devem explorar outras pessoas só porque elas são trouxas ou não são humanas, que as mulheres são iguais aos homens e cantadas grosseiras são grosseiras e que o amor é a arma mais poderosa. Além disso nos ensina a lidar com a morte dos queridos, com viver numa guerra, com preconceito, humilhação, sarcasmo, bullying e desilusões amorosas! Como alguém pode odiar um livro desses? Como alguém pode sequer cogitar a hipótese de que Harry Potter é algo, assim, odiado por alguns? É como um cristão em relação aos ateus. Ele pode aceitar. Respeitar. Até entender um pouco, assim, superficialmente. Mas compreender profundamente? Jamais. Nós não compreendemos como alguém pode odiar Harry Potter assim como pessoas crentes não conseguem entender como pessoas podem não acreditar em Deus.

E isso é um problema. Ao fazer isso - essa negação estupenda - acabamos nos fechando para argumentos críticos em relação à obra e perdendo a noção do respeito às diferenças de gosto. Sempre teremos aquela coisa de "é uma pessoa tão legal... pena que odeia HP", o que é uma coisa bem detestável. Acabamos, inclusive, tornando o que nós odiamos dentro do universo HP: a cegueira, o fanatismo por uma causa. Pessoas podem não gostar de Harry Potter por 'n' motivos. Podem até odiar. Elas não estão perdendo nada, porque Harry Potter não é a Bíblia moral delas. Essas pessoas tem histórias, personalidades, todo um contexto diferente. Tudo bem que a maioria dos argumentos anti-HP acaba sendo do lado "demoníaco" e isso acaba invalidando a causa. Também há aquelas pessoas que só sabem falar "que é uma bosta um bruxinho mimado e tal", mas esse tipo de gente - que mal sabe apresentar um argumento coerente - nem é levado a sério. Mas mesmo assim. Harry Potter não é uma obra a prova de críticas, erros e falhas. Joanne Rowling é uma ótima escritora, sabe usar as palavras com maestria, mas ela não é perfeita, ela falha, reconhece que errou, ela é humana e nem sempre ela vai escrever livros bons. Todo mundo erra. Até Stephen King arrepende-se de alguns dos seus livros (um dos livros mais vendidos de Stephen King, Carrie, vendeu horrores e foi o que fez com que ele alcançasse a fama. O detalhe é que King o achou uma merda absoluta e jogou no lixo, onde foi resgatado pela esposa e lido - e aí ser vendido).

Sejamos fãs até de Calypso. Mas sejamos sempre críticos, tentando não deixar que a emoção interfira na nossa razão. Deixar que os nossos sentimentos pessoas controlem nosso juízo é um perigo quando se trata de avaliação crítica, e isso é algo que muitos fãs de HP acabam permitindo.

P.S.: a respeito da suposta rivalidade entre fãs de Harry Potter e de Twilight (que existe mesmo, mas não é taaanto assim)... as pessoas adoram falar que os fãs de Harry Potter odeiam Twilight só por causa disso e se tornaram fanáticos e passaram a endeusar HP criticando Twilight. Vamos lá, eu os convido a perguntar: vocês adoram uma obra que consideram linda e maravilhosa. Toda vez que algo minimamente parecido com essa obra (nem que seja só no gênero), as pessoas chamam de 'o novo Harry Potter'. Aí chega Twilight que fez mais barulho ainda. Aí os fãs de Harry Potter lêem e ficam: 'oh-my-GOD!'. Gente, nós nos sentimos ofendidos com a comparação! Comparação é sempre válida, faz com que a gente reveja pontos positivos e negativos. Mas Twilight é algo... acho que nenhum fã de fantasia estilo Harry Potter, Nárnia ou Senhor dos Anéis realmente conseguiu engolir. Quer dizer, aqueles fãs mais puristas que acham algumas características como construção exemplar de personagens secundários extremamente importantes. E ainda vem os fãs dizerem que é porque "estamos com medo", "porque Twilight vai ultrapassar HP", "porque HP perdeu seu posto de Queridinhos da América". Não estamos com medo. Harry Potter foi um fenômeno assustador, estilo todo filme quebra a bilheteria, todo lançamento de livro envolve uma operação militar da CIA, FBI e KGB para que ninguém morra, ou pior, roubem um exemplar antes da hora. E um livro conseguir algo dessa magnitude é algo realmente difícil, e não é Twilight que vai alcançar esse nível, nem mesmo com os filmes. É meio difícil sentir medo de um fenômeno desses (mas sentimos medo de algumas fãs sim, aquelas que falam que querem dar pro Edward Cullen. Eu me pergunto se faz muito mal pra cabeça se apaixonar tão perdidamente por um personagem literário, mas não sou eu que vou me intrometer em amores platônicos). Mas o que nós sentimos é indignação e também porque encheu o saco a mídia ficar propagando a toda hora algo como "o novo Harry Potter" mesmo quando não tem nada a ver. A melhor parte é quando as pessoas vêem as semelhanças (imagina, Percy Jackson é extraordinariamente parecido com Harry Potter, né? E, claro, Capricho, Jacob é a xerox de Rony e Hermione!) Isso enche o saco, cara.

Já basta as pessoas mais fanáticas pelo dogma de 'só-literatura-clássica-é-boa', seja ela Machado de Assis, seja Tolkien: acham a gente um bando de desneurados, adolescentes fúteis e apaixonados por um "bruxinho". Do outro lado somos os fanáticos arrogantes, metidos que acham que pra gostar de Harry Potter, é preciso odiar Twilight. Ah, basta.

Fanatismo é ruim, qualquer que seja a fonte. E erros vem de todos os lados. Eu me mantenho fora disso. Achar que vem cartinha de Hogwarts pra mim, aos 11 anos, é coisa de criança e já ultrapassamos esse estágio faz tempo, pessoas :)



Fiz na pressa. Estou fazendo tudo na pressa.
E logo -em 30 dias- terei o meu título de eleitor na mão e serei uma cidadã completa -n que poderei votar! Alegria, alegria :D

domingo, 25 de abril de 2010

sábado, 24 de abril de 2010

o click no lugar certo muda tudo



Totalmente verdade.

A foto não saiu no melhor ângulo? Não precisa nem de Photoshop, um Photoscape de 15MB que tu baixa aqui tá de bom tamanho. Ainda tem uns desenhos capengas e legais pra colocar na imagem como efeitos de purpurina e coisas do gênero. Mas saber tirar boas fotos é para poucos... uma arte pouco usada, com técnicas mal aproveitadas. E a ausência disso dá em resultados absolutamente pavorosos.

Obs.: eu até pensei em falar de política, especialmente sobre a capa de Veja, com a meiguice Serra. Mas primeiro eu preciso perguntar: como é o governo de Serra em São Paulo? Eu só tomei antipatia com ele porque o partido dele tentou acabar com as escolas federais (e se não fossem elas, na minha cidade, a qualidade seria só das escolas particulares, muito caras e inacessíveis para boa parte da população). Quando eu tiver mais conhecimento sobre o Serra em São Paulo, eu debato. Enquanto isso, vou só criticar a Veja mesmo que detesto (e não é só porque vive matando em cima de Lula, mas porque estende a disputa esquerda x direita pra toda matéria, a ponto de meter o marxismo no meio da Revolução Francesa @_@)

Mas voltando às fotografias, o negócio é o seguinte: eu sinto uma particular vergonha alheia ao ver algumas dessas fotos. E isso não depende da feiúra, ambiente, índice de vida social - o ângulo, só o ângulo torna as fotografias FAIL! Sem contar as poses! O que faz uma pessoa tirar fotografias assim? O que faz com que uma pessoa tire fotografias totalmente bizarras como homens que usam biquinis e deixam seu amigo de fora, com caras psicopatas aparentando estrangular gatos ou com uma boneca aparentemente chupando os países baixos?

Eu vou dar somente o link para essas fotos, te darei a liberdade de não vê-las. Aviso logo que é um compêndio assustador, e eu me RECUSO a mostrar fotos desse nível em meu blog: não quero me assustar ou lembrar sobre vergonha alheia cada vez que visitar meus arquivos.

O link aqui, obviamente do Não Salvo. Esse blog faz o favor e o deserviço de mostrar essas coisas que ninguém quer ver, mas mesmo assim todo mundo vê (procurar pelos Coelhos da Páscoa e Papai Noel. As fotos são terríveis).

E as pessoas estão se excedendo tanto nesses editores de imagem que se assustam com fotos reais de artistas. Chamam-nas de monstros, terríveis, feias, etc, mas gente... elas são normais. Tem celulite, estria, espinha, ruga, flacidez.

E falei que viciei em Tumblr. Só ficar olhando, já é tããão legal. E tem uns com fotos tão boas, que dá vontade de ficar olhando, olhando, olhando sem parar, e ir apertando o "next" até chegar na primeira página!

Fuck Yeah Pretty Nails: esmaltes diferentes, desenhos legais, unhas excêntricas. Para quem gosta de ver unhas pintadas, mesmo não usando.

Fucky Yeah Girls With Tattoos: tatuagens de todos os tipos. Digamos que eu nunca tatuaria o braço todo, a perna toda, etc. Mas quando a tatuagem é bem feita e a mulher tem atitude, é bonito de se ver (e prefiro nunca pensar na pergunta: e se elas engordarem?)

Candies and Laces: voltado para o estilo Lolita e afins. Também tem algumas fotografias de moda japonesa, principalmente mori girl e natural-kei (não me peçam pra explicar detalhes).

Fuck Yeah The Universe: fotos do universo. Mas não se engane! Se você for astronauta, não vai ver o espaço lindo dessa forma, e sim, tudo breu, escuro. Mas mesmo assim é absolutamente lindo!


pra mim, essa foto demonstra que não precisa de Photoshop pra ser bonita. O ângulo certo que foi essencial ;)

O meu texto sobre a censura ficou em segundo lugar na Blorkutando! ♥
A relação está aqui e foi super merecida! Umrae teve um texto muito original que -por mim- tinha que ficar em primeiro ou segundo, e não em terceiro u.u'

Mas o primeiro lugar honrou completamente seu posto, tendo um ótimo texto! :)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

cortando cenas

Em 1971, um cineasta fez um filme no Brasil. E o filme foi analisado pelos nossos censores que viam a tal obra produzida e cortavam cenas aqui e acolá, porque tais cenas eram imorais no cenário da ditadura militar brasileira. No caso do filme, os censores afirmaram que tinha que cortar 33 cenas. Ele cortou. Mas não fez outras, mais "morais" para consertar. Resultado? O filme chegou ao cinema sem as cenas. Cortado. Sem sentido.

Esse é um dos milhares de casos que se referem à uma palavra simples: censura. O que é censura? O Aurélio me diz que é "um exame crítico de obras literárias" e me pede pra ver o verbete "repreensão" que diz é "o ato ou efeito de repreender; censura, pregação, reprimenda, reprovação, pito". Basicamente a censura é aquilo que controla, fiscaliza, coibe as obras literárias, musicais, cinematográficas por motivos diversos, mas todos eles são disfarçados com um só: a moral. Os valores morais foram e são a desculpa ideal para os políticos, a Igreja e países proibirem diversos tipos de obras. Foi a moral que cortou 33 cenas do filme lá de cima (Como Era Gostoso o Meu Francês). Foi a moral que criou a lista denominada Index Librorum Prohibitorum que contém mais de quatro mil livros proibidos para católicos, criada em 1559 e abolida em 1966. Foi a moral que fez Hollywood criar o código de Hays que tinha, entre suas normas, a proibição de amor entre negros e brancos. A moral fez escolas cristãs proibirem a série de livro Harry Potter sob alegação de ser uma obra satanista e, portanto, não digna de ser lida.

Mas a moral é um conceito complexo. A censura não. A moral é simplesmente um conjunto de normas que temos dentro de uma sociedade, normas que determinam a nossa relação com a religião, comportamento, política, família, etc. E essas normas mudam o tempo todo, são questionadas sem parar. Quando a lei do divórcio foi aprovada, em 1977, foi vista como a queda da família, uma atitude que ia contra a dignidade da pessoa. Hoje o divórcio é visto com naturalidade, visto pessoas que se casam pela segunda, terceira vez. Na Guerra Fria, todo o conteúdo socialista era completamente censurado, pois dizia-se que era imoral, indigno. Rambo passava na TV para ensinar às crianças que o inimigo era do lado vermelho. E no dia seguinte ao AI-5, o Jornal do Brasil burlou a censura, afirmando que o dia anterior tinha sido O Dia dos Cegos logo acima da manchete falando sobre o novo ato, o pior de todos, o que tornou a ditadura mais braba que pimenta arriba saia. E a China hackeou e-mails de ativistas que pertenciam ao Google, o que fez com que a empresa recuasse e se retirasse da terra do dragão. Mas o que os jornais não falam que tal invasão só foi possível graças a uma brecha na segurança do Google que existe devido à exigência do governo americano. Tire suas conclusões a respeito disso.

A censura não é de todo ruim, vale lembrar. Muitos países proíbem a divulgação de pedofilia, veiculação de estupros, zoofilia e outras parafilias altamente prejudiciais ao ser humano, assim como proíbe conteúdo nazista, preconceituoso, fundamentalista religioso e/ou político. A censura é uma forma de proibir os exageros, tudo que for prejudicial, danoso. É como cortar ervas daninhas. Porém, apesar de ser simples, o que reveste ela - a famosa moral! - é complicado. Até que ponto está tudo bem? Uma página veiculando conteúdo declaradamente racista deve ser censurada? Ou seria uma infração à liberdade de expressão, tão valorizada? O que temos, hoje em dia, que não tem um filtro antes? Blogs? Mas mesmo blogs passam pela prévia censura de seus autores, porque eles sabem que se quiserem ter alguma popularidade positiva, não podem simplesmente dizer tudo o que pensam, de forma grosseira. E sim tratar com tato, cuidado, eufemismos, e se possível, nem falar. A PCL-122 é uma forma de censura? Ao criminalizar a homofobia, ela está censurando os pastores porque eles são radicalmente contra a homossexualidade? E se for assim, porque eles tem direito a pregarem algo que diz-se que é "moral"? Que moral é essa?

Quem assiste aos filmes e determina a classificação indicativa? Você acha que ela é adequada? Porque a Globo nunca passou beijo gay em uma novela sua? Um beijo gay de verdade na novela das oito, mas passa violência na Sessão da Tarde! Você acha que o governo proíbe? Engano seu, o Ministério Público já acabou com isso e afirma que beijo gay pode ser transmitido até em Malhação, se quiser. Mas a Globo pensa no seu público conservador que ainda afirma que homossexuais são prosmícuos e imorais. Ela se censura, para não ofender esse público que assiste a TV sem muitos questionamentos. Jornais selecionam notícias e as contam do jeito conveniente a quem paga o salário de quem está aí. O tom dado pela matéria sobre Chico Xavier na revista Superinteressante não foi por acaso. E a censura na sua forma bruta, violenta e agressiva ainda existe: chineses não podem pesquisar por "massacre na praça da Paz Celestial", cubanos que falam da realidade sofrem reprimendas e existe uma lista de países inimigos da internet, países que proíbem blogs de conteúdo contrário ao que o governo prega.

O maior perigo é quando as pessoas dizem o que devemos pensar. Mais perigoso ainda é quando a iniciativa parte do governo e ele determina o que devemos ler, consumir, assistir e ouvir. Se ele não proibir nada, menos pior: cada jornal será manipulado de uma maneira diferente, e a diversidade de opiniões será benéfica. O governo nos censuraria completamente se só pudessémos ver uma única emissora de TV. Mas temos Globo, Record, Bandeirantes e SBT, além da liberdade (caso tenhamos dinheiro) de pagar uma Sky da vida. Não há só a Veja, há a Época, Istoé e Carta Capital. Existe manipulação, mas Brasil, apesar de ser um país com uma forte tendência de querer controlar tudo e todos, é um país livre. E devemos lutar para que essa liberdade seja mantida: a voz do povo não é a voz de Deus, e nunca deve ser calada. A censura impede o debate, e só se contrói um país decente com debates. Que haja classificações etárias nos filmes. Mas que nunca haja cortes nesses filmes por motivos obviamente censuráveis.




Fiz isso nas coxas, depois de uma semana completamente atrapalhada, com tempo, sem tempo, enfim, uma zona. Mas pretendo me organizar. Imagens é tudo Google. Só a imagem da mulher nua que peguei de outro blog, o Síndrome de Estocolmo, da escritora Patricia Highsmit que escreveu O Talentoso Ripley. Nunca li nada dela, acho, mas achei a foto bonita.

Enfim tá malfeito. Não uma beleza. Mas eu queria concorrer de qualquer jeito '-'

A propósito, o jornal é de 14/12/1964. Você pode ler 'Ontem foi o Dia dos Cegos' na parte superior (obviamente clicando na imagem para torná-la maior). Mas não dá pra ler o outro canto que li num livro que está escrito "Nuvens escuras. Temperatura sufocante".

E, ah, sim: fiquei tããão feliz com o Destaque Março! E parabéns à Umrae e Laís, fazem por merecer as indicações :D
Agora como se pega o selinho? :~

segunda-feira, 19 de abril de 2010

dou a tapa a cara



Umrae me enviou um comentário com o seguinte questionamento:

Agora o momento pergunta cretina e infame. Luneta, se você é tão revoltada com a Capricho e as demais revistas "de beleza" por não darem o devido destaque à etnia negra, responda-me: Por que, em seu romance/novela, não há um personagem de pele negra que não seja um demônio ou qualquer criatura do mal? Por que a meiga e delicada protagonista é loira e de olhos azuis? Por que, entre os mocinhos, a personagem que chega mais perto de ter pele negra (mas que não é, e sim de um tom "mulato", moreno bem escuro) não foi criada por você?
Ok, eu avisei que ia ser cretina, mas coerência é tudo nesta vida, né?

Primeiro, não, não é uma pergunta cretina.

E em segundo, sim, eu percebi.
Na verdade já tinha percebido isso, me questionado muito. Mas realmente só hoje que fui ter uma conclusão mais coerente. Você tem toda a razão: coerência é tudo.

E essa justamente é a parte mais perigosa. Não é simplesmente sermos racistas porque achamos "cabelo de negro = ruim". É simplesmente a noção estranhada que faz com que a gente acabe ignorando a diversidade das cores, cabelos, etc. É simplesmente saber que a beleza está tão associada à pessoa branca que quando sentamos e escolhendo uma bonequinha em, sei lá, Garota Popular, a gente escolha a pele mais branca. Eu comecei a reparar nos meus personagens quando eu descobri o Nyah Fanfiction e sua comunidade de Orkut e lá tinha um tópico sobre pessoas debatendo sobre como criar personagens negros.

Aí caiu a ficha: eu não tinha realmente uma diversidade.

Quer dizer, eu sempre defendi, sempre achei errado, mas eu não dava o exemplo, o que é MUITA hipocrisia da minha parte (ou não, dado o fato que estou assumindo ao invés de arranjar uma desculpa esfarrapada. Mas isso não me torna melhor). Sempre criei meus personagens preferindo que fossem ruivos (simplesmente porque acho aquela imagem de menina ruiva, de cabelo meio volumoso, indefinido, uma graça) e eu nunca vi um negro naturalmente ruivo, então eu nunca pensava em colocar negros. Se eu não me engano, na minha história, Raveneh é a única mocinha tipicamente americana loira de olhos azuis e isso acontece simplesmente porque, no começo, minha intenção era tipo uma paródia dos filmes americanos, sabe, a mocinha dos filmes (as outras loiras, acho que foi porque eu fiquei lendo Claymore e tendo na cabeça aquele tom mega descolorido. Porque surgiram na mesma época, ficaram, mas a fixação saiu). Mas a história cresceu e isso meio que ficou pra trás, mas ela continuou com seu arquétipo estúpido de mocinha americana dos anos 20.

Isso era simplesmente uma questão que passava batido por mim antes do tópico, antes da questionação de Umrae.
Eu simplesmente não percebia como os personagens criados eram, normalmente, brancos. Mesmo que eu não fizesse questão de descrevê-los, na minha cabeça eram brancos. Ainda que não brancos, mas de pele mais ou menos clara. Bem, quando eu comecei a perceber, fiz questão de começar a mudar isso. Talvez eu não possa mudar todo o elenco de Três Fadas agora considerando que os personagens já estão definidos (ou não, eu descrevo mais os cabelos do que a cor da pele, e a grande maioria tem cabelos castanhos), mas em relação a outras histórias (aquelas que guardo no Word, talvez), variar isso, utilizar personagens diferentes - e não falo somente de negros, mas também de toda uma série de tonalidades de pele que uma pessoa pode ter, desde o branco transparente até o negro tão negro que quando chega a noite, meio que some tamanha é a semelhança da tonalidade das cores (já vi uma pessoa assim. É uma cor muito bonita e acho, pessoalmente, que maquiagem fluor fica mais bonita com a pele negra do que com a branca, se destaca muito).

Basicamente, dou a cara a tapa.

Continuo com meu discurso abaixo o racismo. Mas a partir de agora, prestar mega atenção nos meus personagens. Não cair naquela coisa de "ter-que-ter-todo-mundo", porque meio que odeio quando alguém tá lá só por, sei lá, que eu instalei uma cota básica de 10% negros. Não dá, cara. Mas, sim, lembrar que existe mais que europeus nesse mundo, que ruivos são lindos, mas não são as únicas criaturas oh-my-god. Lembrar de mais cores, variar mais os tons, as personalidades, as culturas, etc. Em suma, tornar minhas histórias - e consequentemente a mim - mais ricas, variadas e complexas ;*

P.S.: a respeito dos demônios, de novo eu lia Claymore demais. Eu sou muito canibal nesse sentido, vivo comendo outras histórias pra inserir nas minhas. E na época Claymore dá-lhe moça loira. E demônios, se não me engano, eram negros na forma animal (porque eu os fazia em formatos mais de aranha, serpente e tal. E eu acho cobra branca com cara de minhoca, e aranha branca feia. E não gosto muito de cores vivas ou tons de marrom). Mas na forma humana, novamente, eram quase todos brancos, se não me engano. E os vilões da primeira temporada também eram brancos, os clássicos nortistas do mal (que é bem clichê), portanto brancos e etc.

A propósito:
Página onde Umrae comentou.
Três Fadas onde escrevo a história citada. Se quiser entendê-la, vai ter que lê-la desde agosto de 2007 e é bem chata em vários momentos, até porque tenho a péssima mania de nunca revisar.
Tópico na Nyah Fanfiction em que foi debatida a questão de diferentes cores dentro de uma história. É bem interessante e contém uma postagem minha falando do meu telhado de vidro. Basicamente o que eu disse aqui em versão bem resumida. Dia 23 de janeiro. De lá pra cá, só continuei com Três Fadas no mesmo padrão e não escrevi nenhuma história realmente nova.

Imagens:
• Vanity Fair: é a polêmica reportagem que ilustrou a nova geração Hollywood e só teve atriz branca (curioso que mal me lembro da metade ali)
• Lily Cole, modelo branca, ruiva - e cujo cabelo acho lindo, porque ele é cheio, meio cacheado e tal.
• Achei no Google. Queria algo sobre beleza árabe, mas só consigo achar de mulheres com olhos extremamente maquiados, postura muito sensual e eu queria algo que fugisse disso.
• Tara, da série True Blood. A acho lindíssima, pau a pau com a Rainha de Louisiana (por acaso branca e ruiva). Mas só eu acho isso, a maioria das pessoas preferem a Sookie. Loira.
• É uma foto que eu já tinha no pc, eu a retirei do Flickr, acho. Eu acho toda a foto bela, no conjunto.



procurando uma foto legal, pensei em Hair, musical de 1979. baixe-o aqui.

domingo, 18 de abril de 2010

um post terrivelmente fútil, chato e imbecil

Hoje é domingo, pé de cachimbo e eu não fiz nada de interessante hoje.
E acho que ninguém quer pensar muito hoje.

Ontem aconteceu a Primeira Parada Gay da cidade, que por acaso eu não fui (motivo? Digamos que eu não estava exatamente animada pra ir - estava naquele estado de não-quero-ver-o-sol-brilhar-hoje- e estava com medo de rolar confusão, porque essa cidade tem uma cabeça tão pequena que mal caberia uma ervilha). Mas felizmente o evento aconteceu pacificamente, sem confusão, sem brigas, aleluia! Mas não é sobre ele que vou falar.

Hoje eu vou falar sobre a revista Capricho. Nada de análises técnicas, só comentar o site, sabe, daquela forma bem simples, descontraída e sem armas em punho pra falar sobre todo o machismo, racismo e futilidade propagada pela revista (pra quem pergunta: como assim machismo e racismo? Bem, acho que uma revista que fale que você tem que ser bonita - colocando dados de quantos homens preferem minissaia, cabelo liso e salto alto - pra atrair macho é uma revista de ótica machista - mulher tem que ser bonita. Pro homem. E racista, é claro! Qual foi a última vez que a CH prestou atenção em negros? Mais importante do que isso, porque todas as pessoas tem o nariz afinado, lábios carnudos e finos, pele mais branca? Pra atender ao ideal de beleza que, por acaso, é racista).

Mas ainda assim a CH faz algo de bom, como a campanha pelo fim do Bullying virtual. Acredito que isso se deva principalmente ao blog de Garotas Estilosas que toda semana, acho, elege uma garota estilosa. O negócio é que as meninas adoram falar mal da eleita de todas as formas: critica a roupa, cabelo, postura, até o lugar da garota é um alvo pra apedrejar. E nada de "olha, não gostei disso, podia ser assim", e sim "que menina ridícula" pra baixo (chegando ao cúmulo dos palavrões).

A internet é disfarce pra gentinha sem noção, francamente.

Não ao bullying virtual!

A Capricho tem na sua página inicial, vamos ver...


cabelo legal.

O ESTILO DA PIXIE LOTT - passo. Nem sei quem é ela. Não quero descobrir. Quem souber, não precisa me informar nos comentários.
DIGA NÃO AO BULLYING VIRTUAL - já falei disso!
COLÍRIOS CAPRICHO - é tipo uma batalha pra decidir quem vai vencer o concorrido (-q) concurso de colírios (pele branca, franja, sorriso idiota são requisitos absolutamente básicos! Se você tiver um corpinho sarado, já entrou). Curiosamente, ontem o primeiro lugar (que desceu para o terceiro) era o ser Paulo de campos silva que dizia gostar de Pokemon e era o típico nerd isolado. As meninas estavam votando nele, de sacanagem, para que ele vença e a CH engula de uma vez por todas que o padrão VDG já enjoou.


esse é o padrão "pele branca, franja, etc".

7 coisas que você precisa saber sobre o Nevershoutnever
Quem é ele? Descubro.

"Com apenas 18 anos, Christofer Drew, criador do Nevershoutnever, é adorado por meninas em todas as partes do mundo. E a idolatria não pára por aí. As composições fofas, o violão em todas as canções e o talento sem limites do cantor fez com que até garotos passassem a idolatrá-lo."

Eu DE-TES-TO quando a Ch fala "idolatrado" e coisas do gênero com qualquer pessoa abaixo de Beatles, Madonna e Michael Jackson. A maioria das pessoas nem conhece essa... é uma banda, certo? Nada contra a banda, só contra a histeria coletiva que a CH está insinuando que existe (e daqui a alguns meses, vai ter mesmo, vide Justin Bieber).

Antonio Neto tem olhos verdes e um tanquinho que… OMG!

Absolutamente passo. Mas ele, pelo menos, tem cara de homem. Quer dizer, não parece um andrógino e acho isso muito importante. Link pra quem quiser ver um cara bonito de vez em quando, especialmente de corpo. A revista Capricho - e as leitoras idem - acha que o corpo é essencial. Então sempre há uma foto de tanquinho, tudo no maior respeito pra que papai não proiba garotinha de dez anos ficar no site da revista.

Inspiração para o final de semana: cílios postiços

Nada contra os cílios postiços, mas estou feliz com os meus, obrigada.
(acho qualquer coisa "postiça" um perigo. Isso inclui lentes, perucas e, sim, cílios. Não quero passar nunca pela situação de festa glamurosa, e OPS!, você está com um olho verde, outro castanho, um olho com cílios volumosos, outro com os cílios sem graça. Não tenho estrutura! Mas pra quem gosta, aqui)

Justin Bieber em 5 fotos fofas!

Nenhuma das fotos é fofa.
Ele não é fofo.
Ele é só uma mini celebridade que ACHA que arrasa. Vou morrer de rir quando ele descobrir que pra ficar mais de quatro anos na mídia, é preciso ainda comer muito feijão com arroz pra chegar ao patamar, digamos, de Madonna. E sua franja, desculpa, é broxante! Não passo o link, não passo a frente esse tipo de coisa que insulta meu cérebro e meu bom senso. Só em casos essenciais.


Justin Bieber. a franja maldita de novo, meldelz. as pessoas ficam tão estranhas com esse cabelo.

Vida de Garoto - Avatares, bottoms e banners

Quando você pensa que nada pode ficar pior, a Capricho prova que pode. Fala sério, quem não quer usar um buttom que diz "I ♥ VDG" ou ter um emoticon com a carinha linda -n de qualquer um deles? Quem não quer ligar o pc e dar de cara com um dos três (ou os três)? Propague seu amor por esses três blogueiros absolutamente inúteis no seu msn, Twitter e blogs! Sim, inúteis, porque os seres não fazem nada de útil. Não trabalham, não cantam, não atuam, não participam de projetos de caridade e tem um blog em uma revista que atende milhares de garotas. E o blog também é inútil.

Para as meninas loucas fãs que dirão "acha ruim? faça melhor!" ao lerem meu blog, eu respondo: eu FAÇO melhor. Afinal eu sou da mesma classe "internética" que eles: estudante desocupada e blogueira. A diferença é o blog deles é sobre a vida deles. O meu blog, bem, tem conteúdo mais amplo, sem querer ser metida. Cadê minha capa? rs

A nova temporada de Glee e de Lea Michele

Só sei que Glee é uma série americana que virou mania e fala de música. Pronto.


se não viram, vejam. Não consigo decidir se é engraçado ou terrível.

Vocês vão me odiar. Obviamente tem assuntos melhores do que o site da Capricho. Hoje mesmo eu assisti Preciosa que é um filme que recomendo super, por sinal. Mas entendam que não estava com vontade de analisar, catalogar, discorrer. Eu só queria falar de besteira. Da próxima vez que eu falar de besteiras, vou falar de besteiras legais, prometo.

Da próxima vez, eu pego algumas fotos legais de Tolices do Orkut ou NãoSalvo ;*

quinta-feira, 15 de abril de 2010

com photoshop, se pode fazer muitas coisas.

Como estou sem tempo hoje, porque preciso estudar, então vou deixar as respostas ao post anterior pra depois, então realmente peço perdão!

Mas pra não deixar vocês "chupando o dedo", então vou mostrar o site de uma ilustradora que eu acho muitissímo talentosa.

Ela mora na Lituânia, chama-se Natalie Chau e o tema principal de suas composições é morbidez (que acho que se torna meio clichê no mundo do design: o mórbido legal). Mas minha opinião pouco interessa, o que interessa é a mulher: ela diz que as influências são images religiosas, contos de fada, escritores russos como Dostoevsky (você pode chamar ele de "o cara que escreveu Crime e Castigo"!). Faz tudo com Photoshop. Normalmente faz exposições, de vez em quando contratada por empresas pra bolar empresas. Fonte principal daqui, não tem nada sobre ela na Wikipedia, só isso que para na página de uma cantora espanhola cuja ilustradora de um CD foi justamente essa escritora.

Ela tem um Myspace e um site oficial, aqui, onde se vê todos os trabalhos dela desde 2006. As imagens estão protegidas de tal forma que não consigo simplesmente salvar, copiar link, etc.

De modo que as imagens de exemplo foram achadas no Google. Mas dê uma olhada no site dela!









Confira mais no site! Eu, particularmente, adorei o Drink me with your labirinthine eyes (sold) que infelizmente não achei no Google, só tem no site mesmo (aqui).

Também amo essa e essa. Acho essa aqui beem estranha, mas por algum motivo, a ilustração me passa tranquilidade (?), cortesia (??) e não terror, medo ou algo do gênero. Ou a ilustração é assim mesmo ou eu que tenho algum problema.

E essa, de 2009, é absolutamente perfeita. Me lembrei da Chii, do anime Chobits, que tem a Chii branca, doce, inocente e Chii de vestido preto e mais consciente e tal. Ok, nada a ver.

E vocês podem estar pensando: omg, ela fez um post cheio de links e tal e diz que não tem tempo? Respondo: pra fazer um post discorrendo sobre algo, posso demorar de uma a duas horas, e isso no meu melhor dia, porque eu gosto de dar uma lida, ver se a frase ficou com efeito e tal. Ainda mais quando é competição.

Mas recolher links pra falar de uma ilustradora me custou somente vinte minutos do meu tempo, e isso com quebras. Então, sim, estou sem tempo e, sim, dá pra fazer posts cheios de informação porque sou rápida pra recolher links e informações :D

terça-feira, 13 de abril de 2010

37 benefícios que dividem nós e gays.



§ 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
Artigo 226, Constituição da República Federativa do Brasil.

Vamos lá.
Quando você se casa no Brasil, de papel passado e tudo, você recebe uma série de direitos básicos e fundamentais para uma família. Primeiro a entidade familiar paga os adoráveis impostos de forma conjunta, então o peso é menor para cada indivíduo. Além disso você pode incluir o seu amor como dependente no plano de saúde, na previdência, além de terem direito à adoção, podem somar as rendas para aprovar financiamentos ou pra alugar imóvel, podem visitar o amor na prisão como visita íntima, recebem herança, licença-maternidade/paternidade, licença-luto e podem também alegar dano moral caso o cônjugue seja vítima de um crime (é, você pode).

Mas há uma minoria que mesmo "casada" não pode. Não tem direito a nenhum desses benefícios.
Você vai dizer: que absurdo! E quem são?
Os gays.

Ah, não faça cara de nojo. Nem comece a evocar a Bíblia com todos seus ensinamentos dizendo que homossexuais não terão o Reino dos Céus. E se for uma menininha histérica, já vi que vai começar a dar ataque tendo nojo de beijo gay, mas quer muito um amigo gay, porque, poxa, eles são tão legais, simpáticos e sabem tudo de moda, né? Mas deixe-me trazer a realidade para dentro do seu cotidiano, menininha histérica: os gays são pessoas absolutamente normais, tá? Eles podem ser legais ou um porre, podem não saber nada de moda, acordam, vão no banheiro, tem chulé e mau hálito. São pessoas completamente humanas com defeitos e qualidades e etc. A unicazinha diferença que faz tudo mudar é com quem eles querem formar laços matrimoniais. Nem falo transar porque, no fundo, a lei não vai interferir nisso: cada um transa com quem quiser, e contanto que não estupre, nem pegue criança nem animal, tá tudo bem. Estou falando é da palavra que, hoje em dia, é meio desvalorizada: casamento. Ao que tudo indica, tudo bem você ter um amigo gay. Não tem problema se eles existirem. E daí que sejam somente caricaturas no Zorra Total? (Serginho, oi!) Estamos dando um espaço para que eles existam, mas só depois de meia-noite, quando criança estiver dormindo. E nada de sexo, no máximo um selinho.

Mas casamento, não! Eles não podem nem ouvir a palavra "casamento" se ela for somada a "gay".
Casamento gay.

Claro. É uma ameaça à Família, Honra e Moral, Decência e... tudo com as iniciais maiúsculas, porque, sabe, esses defensores da Honra e Moral escrevem tudo com letra maiúscula, para exaltar os atributos valorizados. Porque a família é super-mega-hiper-maxi-importante e ela nunca, nunca deve ser, ao menos, maculada. Casais servem para procriar e serem uma entidade familiar reconhecida perante Deus. E daí que existe o divórcio e só o papa que ainda acha isso absurdo? Casais que se unem depois de um mês e se separam depois de uma semana ainda são mais santos e íntegros do que casais gays. E daí que estéreis podem se casar? Não podem terem filhos, mas tudo bem o casamento, afinal casamento não é só pra procriar, mas pra... não interessa, é uma entidade familiar. Ah, como eles enchem a boca pra falar entidade familiar!

E as crianças. Claro, porque casamentos gays, obviamente, farão com que as crianças - adotadas ou frutos de inseminação artificial ou frutos de relações naturais, ora bolas - sejam gays. Porque, você sabe, né, a gente consegue influenciar tudo nessa vida. E daí que grande parte dos gays viveram com pais heterossexuais, professores heterossexuais e coleguinhas heterossexuais? Continuamos acreditando que sim, um casal gay vai fazer com que seus filhos sejam gays, contrariando tudo o que o bom senso e pesquisas científicas constatam. Vamos lá na Holanda. Há, pelo menos, 20 mil crianças adotadas por gays lá. Se hoje houvesse, de repente, um acréscimento de 20 mil gays, a gente saberia, né? É só um teste. Com certeza as crianças não vão ter em casa um modelo masculino E um modelo feminino, assim como também podem sofrer preconceito por parte da sociedade. Mas item por item: primeiro, filhos de pais separados também não tem em casa um modelo masculino E um feminino, principalmente se um dos lados (geralmente o pai) foge da raia. Então a criança procura seus modelos em avós, tios, professores, amigos do casal. Isso já acontece faz muito tempo, pena que ninguém lembra disso (como fui criada praticamente sem pai, meu modelo foi meu avô. Isso não me causou nenhum trauma). E segundo, as crianças de pais separados também sofreram preconceito. Assim como sofrem hoje crianças negras, crianças pobres, crianças ricas, crianças de famílias umbandistas, crianças de pais evangélicos, crianças de pais que não seguem religião, crianças gordas, crianças magras, crianças de cabelos crespos e etc, etc, etc. Poderia ficar um ano inteiro e a lista dos motivos do sofrimento de uma criança nunca acabaria. Então eu aconselho que antes de acharem que crianças vão, omg, sofrer e virar rebeldes e tal, aconselho que mude essa sociedade preconceituosa. Um casal gay tem um filho. A sociedade rejeita essa criança por conta de seus pais serem gays. Quem está errado? Os pais, a criança ou a sociedade?
Um chocolate se você responder que é a terceira opção.

Eu não consigo ver lógica na proibição.
As pessoas falam que é imoral, que é nojento e que vai contra as leis divinas. Mas acho mais imoral que crianças sejam prostituídas do que dois caras que resolvem se unir, perante a Lei, cumprindo um rito que se desvaloriza, pouco a pouco. Nojento? Os slides que meu professor de HST passou com braços sangrando e mãos esmagadas (acidentes de trabalho, olha o que acontece se você erra!) eram muito mais nojentos, e o que eu fiz? Virei a cara e não vi, em vez de gritar, berrar e dizer que aquilo era um insulto (respeitando, assim, o direito dos meus colegas que estavam interessados nas fotos horríveis). Jogos Mortais também é nojento e ninguém fala mal, mas dois caras não podem se beijar, porque aí todo mundo faz aquela cara de "eca". E se for duas mulheres, sempre tem um metido (e machista) que acha que as mulheres lésbicas aceitam perfeitamente um terceiro para compor um menáge a trois, até porque é difícil aceitar que homossexualidade é bem diferente de prosmicuidade. Adivinha só, eles tem namoros longos! Também se casam! E querem ter filhos! Eles gostam, até, da idéia de um amor pra vida inteira, não é chocante? Contra as leis divinas? Ora, mulheres independentes, vitoriosas e põem seus maridos na justiça por estupro conjugal e maus tratos também vão contra a lei divina na Bíblia e ninguém diz que elas deveriam deixar de existir.

E a pergunta mais importante para fechar esse post é: considerando que como homossexuais não podem se casar, então eles não podem deduzir o Imposto de Renda como casal, então pagando mais impostos. O que já é um absurdo... e junto com isso vem: se os homossexuais não tem os mesmos direitos que os heterossexuais, porque teriam os mesmos deveres como pagar impostos?

O filósofo Roberto Romano, professor de Ética e Política da Unicamp, disse à Superinteressante que "tirar o direito de uma minoria é tirar o direito de todos. Ou a lei vale para todos ou ela não vale nada" E sabe de uma? Eu concordo.



Pauta para How Deal.
Isso é uma das coisas que mais me fazem indignar com o Brasil, Brasil. POR QUÊ a gente permite que a religião interfira em assuntos que não são da conta dela? Permitimos que uma Igreja governe para 190 milhões de pessoas que apesar de 80% ser cristã, os outros 20% não são, e não deveriam, de modo algum, se submeter a leis criadas por tal religião, somente ao Estado (que é influenciado -.-').

Eu já tinha falado de gays, mas era mais sobre homofobia aqui, mas o assunto da pauta era casamento gay, o prazo era 14/04 e não tenho garantia de vir pra cá amanhã ou depois, então teve que rolar um post meio repetitivo pra hoje mesmo. Besos! ;*

Dica do dia: esse vídeo do Youtube. Você chora de tamanha ignorância ou você ri da falta da atenção do povo?

E pequeno texto sobre casamento gay que roubei da comunidade Homofobia - Já Era (que por acaso pertence à Elenita, aquela doutora no BBB10.)

10 razões para rejeitar o casamento gay!

1- Ser gay é anti-natural. Pessoas decentes rejeitam coisas anti-naturais como poliéster, computador e ar-condicionado, certo?

2- O casamento gay vai encorajar as pessoas a serem gays também, da mesma forma que ser amigo de pessoas altas te deixará mais alto.

3- Legalizar o casamento gay abrirá as portas para todo tipo de maluquices. Algumas pessoas poderão até querer casar com seus animais porque um cachorro pode ler e assinar um contrato de casamento e chamar um advogado caso queira o divórcio.

4- Casamento hetero está aí há um tempão e não mudou nada: mulheres ainda são propriedade, negros não podem se casar com brancos e o divórcio ainda é ilegal.

5- O casamento hétero perderia seu significado se o casamento gay fosse permitido: a santidade do casamento de 48 horas da Britney Spears seria destruída.

6- O casamento hétero é válido porque produz crianças. Casais gays, inférteis e idosos não podem se casar porque nossos orfanatos não estão lotados ainda, e o mundo precisa de mais crianças.

7- Obviamente, casais gays vão criar crianças gays, uma vez que casas héteros sempre criam crianças hétero.

8- O casamento gay não é aprovado pela religião. Numa teocracia como a nossa, os valores de uma religião são impostos ao país inteiro. É por isso que nós só temos uma religião no Brasil.

9- Crianças nunca teriam sucesso na vida sem um exemplo masculino e um feminino para seguir em casa. É por isso que nossa sociedade proíbe que crianças sejam criadas por pessoas solteiras.

10- O casamento gay mudará as bases da sociedade; nós nunca nos adaptaríamos às novas normas sociais. Exatamente como não nos adaptamos à globalização, à democracia e à expectativa de vida mais longa, entre outras coisas.


Referências:
Superinteressante, edição 202 - JULHO 2006, página 46 até 53. Pode acessá-la integralmente aqui. Leiam, é muito boa e dá uma dimensão maior dos dois lados da questão. Também é a capa que ilustra o começo desse post.

A imagem de Batman peguei da We ♥ It. E não me culpem por a imagem do começo do post ser a capa de uma revista, não achei nenhuma imagem realmente linda de noivas. Porque quando procuro por gay ou encontro um monte de bandeiras ou acho pornografia? ;_;

domingo, 11 de abril de 2010

vergonha de ser brasil,


Vamos lá: eu não quero encarnar o papel daquele típico professor de geografia que fica todo 'omg os EUA são os grandes vilões da humanidade e colonizam o mundo todo'. Eu não sou o anjo que porta a trombeta da Apocalipse e diz que os americanos serão a ruína da humanidade ou qualquer coisa do gênero. Mas eu teria que ser muito tapada para negar a influência que esse país enorme do Tio Sam exerce sobre os países como Brasil. Quer dizer apesar de Obama dizer que Lula "é o cara" e pedir pra que o nosso sábio presidente de nove dedos! dialogue com Irã, ainda não somos exatamente um belo país de Primeiro Mundo como EUA e Inglaterra, então - sinto muito informar - ainda temos o estigma de sub-desenvolvidos e influenciados pela cultura estadunidense que se estende a todos os nossos campos: economia, cultura, etc. Ora, em 1929, quando a bolsa de Nova York quebrou, o mundo quebrou junto, como em uma rede de dominó. Quando a guerra de Iraque estourou, o mundo se dividiu entre os que apoiavam e os que não apoiavam. E somos bombardeados de informações e marcas americanas em quase 100% do tempo.

McDonald's, Coca-Cola, Pepsi, Adams, Jonhson, Hollywood, tudo made in EUA. Antes era tudo made in França, afinal saber francês e gostar de lagostas era o básico. Hoje todo mundo deve saber inglês (o que fazer se grande parte dos brasileiros mal sabe o português?) e boa parte dos adolescentes desejam conhecer Nova York, Los Angeles e, hm, Miami? Não há problema em intercâmbios nos EUA: conhecer outras culturas é algo absolutamente fantástico e todo mundo deveria fazer isso. O problema é essa suprema valorização de tudo que vem de lá fora e a consequente desvalorização do nosso conteúdo. O fato de os EUA exportarem os maravilhosos filmes e sábias séries de TV para o resto do mundo faz com que, de certa forma, os americanos influenciem a nossa cultura, e - principalmente - as nossas novelas queridas, sábias e inteligentes -nããão! Obviamente o padrão americano é exportado da Europa que vende ao mundo todo toda sua classe e glamour de Velho Mundo. A beleza que importamos é de pessoas brancas, loiras, olhos claros que moram em casas lindas e grandes, famílias pequenas, carros confortáveis e um sistema de educação completamente diferente. Mas, sorry, a maioria das pessoas no Brasil não são brancas e loiras, e sim pardas, poucas pessoas tem a sorte de morar em bairros com ruas largas, com grama e casas grandes e confortáveis. E a educação, ah pra arrumar ela, só reformando do zero.

Então desde crianças aprendemos que tudo o que vem de fora é fabuloso, seja americano, europeu ou japonês. Pior ainda: temos a noção equivocada de que até mesmo a nossa História é mais chata, desinteressante e sem emoções, e construímos uma divisão entre o Sul (que algumas pessoas no Orkut não se cansam de dizer que o Sul é a região com maior IDH - elas nem falam isso, falam a "melhor" região - porque é totalmente from Europa), Sudeste, Norte, Centro-Oeste e Nordeste. Além, claro, do padrão de beleza que as revistas adoram falar: nós somos contra o racismo, mas só colocamos pessoas brancas na capa. Aceite seus cachos, mas só se for 100% baby-liss, na melhor das hipóteses, uma escova gradativa para abrir seus cachos será uma excelente idéia. Novelas das oito é coisa de pobre, vamos assistir as séries americanas, ainda que dubladas, que é melhor (e depois a pessoa vira e fala que não assiste TV! Como se Prision Break, Cold Case e Supernatural não fossem TV!) e filmes nacionais são lixo, a Hollywood é mil vezes melhor. E a música, ah a música. Só a música em inglês presta: a americana e a britânica. Ninguém escuta uma banda espanhola, e gostar de bandas japonesas é algo visto como 'atitude dos viciados pelo Japão'. Todos os aspectos do Brasil são inferiores ao Primeiro Mundo e a única coisa que a gente fez de útil foi inventar o avião (claro que os americanos não concordam com isso) e dia após dia alimentamos ódio porque ao mesmo tempo que seguimos o clichê Hollywood da vida, a gente se faz de vítima desprotegida que sofre de uma pseudo-colonização por parte dos ianques imperialistas. Como se nós não fossemos imperialistas também - colônias são colônias, metrópoles são metrópoles, mas no fundo, todo mundo é cruel na guerra e ninguém lembra que nós fomos tão cruéis na guerra do Paraguai quanto os americanos no Vietnã.

Os brasileiros se sentem tão cercados pelo "que vem do estrangeiro", pelas palavras em inglês que substituem (vamos lá, tudo bem dizer "underground" porque é difícil achar um equivalente em português, mas chamar a entrega de delivery não dá), tão manipulados quase o tempo todo que acabam caindo em extremos: ora idolatram tudo o que vem dos EUA, chegando a menosprezar a própria cultura, ora subestimam tudo - e se tornam ou anti-americanos fanáticos ou simplesmente pessoas antipáticas que não gostam de Halloween simplesmente porque diz-se que é uma festa americana. Então temos um sério problema de complexo de colonizado, porque apesar de sermos realmente as vítimas de uma sociedade cruel e imperialista, temos que entender que não foi algo realmente pessoal. Civilizações se destroem o tempo todo por conta da ganância, religião, intolerância. Mas não é porque portugueses vieram e estupraram nossas florestas e nossa cultura que a gente deve assumir a dor de 500 anos atrás e sentir raiva. Muito menos devíamos menosprezar toda a nossa História, achando que é tudo pagou, libertou, índio era selvagem, português trouxe civilização e africano não trouxe nada, só a macumba. Nada disso.

Gostar de The Beatles é falta de patriotismo? Não.
Querer forevermente viajar para Nova York e se esbaldar em todos os lugares citados em Sex in the City é falta de amor à pátria? Não.
E ficar obcecado, criticando cada mínimo filme de EUA só porque é dos EUA é ser patriota? Não, isso é ser chato.

Não vamos perder a nossa identidade - aí você pergunta: que identidade?
A identidade do Brasil, oras. Acredite ou não, brasileiros podem ser diferentes um do outro como um japonês é diferente de um francês. Um gaúcho certamente vai discordar de que seja mais brasileiro do que realmente gaúcho, até porque o Rio Grande do Sul tem uma personalidade muito singular comparado ao resto do Brasil. Mas isso não exclui o fato de que lá fora o gaúcho tenha o mesmo sentimento que um baiano ao escutar o Hino Nacional. Querendo ou não, a gente nasceu no Brasil. Não foi nos EUA, não foi na Inglaterra, muito menos na França ou Japão. Então, adolescentes que morrem de vergonha de terem que admitir que nasceram no Brasil, conformem-se com essa realidade: a certidão de nascimento aponta 'Brasil' e não é algo tão vergonhoso assim. Nós temos muitas coisas ruins, mas todo país sabe dos seus defeitos e qualidades, e certamente a grama do vizinho é sempre mais verde, até o momento que você vai pra lá. A nossa cultura não é simplesmente filme sobre Nordeste, escola de samba no Rio, futebol em todo canto. É muito mais, é uma questão de saber procurar. É uma questão de procurar livros nacionais (dica: Record tem umas dez páginas só de romances brasileiros para serem vendidos. Quem sabe, você se inspira e começa a estimular a literatura nacional?), música (oh, céus, nada de Cine ou... sei lá. Mas experimenta ouvir Kid Abelha) e o cinema nacional tá melhorando (e não estou falando só de Central da Brasil! É só dar uma procurada. Há dicas desde Lisbela e o Prisioneiro até Divã, que por sinal nunca assisti. De qualquer modo o cinema nacional não se restringe à ou filme 'cabra macho' (O Homem que Desafiou o Diabo) ou filme de gente muito rica (Se eu fosse Você). Há nuances, como O Cheiro do Ralo que também nunca assisti, outro pecado, e O Homem Que Copiava. Viu? Não é só Hollywood que faz filme, a gente também faz!). Além disso seria realmente legal se a gente parasse de ficar achando tudo do outro lado melhor, e simplesmente se enfocar mais no nosso próprio cotidiano.

Temos muitos defeitos, e o mais grave é o jeitinho brasileiro. Para ele, tenho a solução: Modo Lineu Silva! Simples, prático e eficiente, o personagem da série A Grande Família tem um comportamento que merece ser copiado em larga escala. Sua honestidade é inquestionável e não abre exceções nem mesmo para o seu genro, seu filho e sua esposa. Se os brasileiros agissem com mais rigor, isso melhoraria. Se os brasileiros também assumissem uma postura mais desafiadora, opondo-se aos políticos corruptos, também ajudaria, porque há grande conformismo que faz com que acreditemos que estamos realmente presos, afinal Brasília é muito longe, Lula é enviado divino e que mal faz desviar uns cem mil para viajar em Paris? Educação péssima? Pagamento decente aos professores, mais tempo dentro da sala de aula, demissão de todos os funcionários incompetentes, valorização do estudo dentro de casa, material didático mais bem preparado e, inclusive, um ambiente decentemente estruturado com carteira, lousa, giz e, ao menos, um desses negócios que passa transparência. E um globo terrestre, toda sala devia ter um. E livros também. Tirar crianças das ruas e enfiar nas escolas. Aumentar os presídios, organizar as alas (nada de misturar delinquente juvenil que pixa com assassino serial killer), e parar com essa mania de achar que político pode tudo. A gente paga o salário e a aposentadoria. O mínimo que a gente precisa receber de volta é respeito e cumprimento das promessas, e lembrar de uma noção que vem da Revolução Francesa: não é o povo que serve o governo, mas o governo que serve ao povo. Acho que vem da Revolução Francesa, sabe, iluminismo e tal.

O Brasil é um país muito rico, é tolice achar que ele se restringe a um ou outro estado. O Hino é o mesmo. A bandeira é a mesma. A certidão de nascimento diz a mesma coisa para todo o país. E, perdão aos separatistas, mas não se pode separar o país, pois seria um ato que infringe a própria Constituição, em suma, um crime. Cumpramos as leis, enxerguemos os defeitos, ajudemos a melhorar. Isso, no fundo, é ser patriota. Não berrar o quanto o seu Estado é maravilhoso para os outros, muito menos depreciar coisas de outros países. Mas, sim, é conseguir enxergar beleza nas próprias tradições e fazer algo para ajudar o lugar em que você vive.

Não é um crime se você simplesmente não gosta do Brasil.
Mas é lamentável que você viva em um lugar que só consiga enxergar os defeitos, ignorando todas as qualidades e, principalmente, todas as maneiras de ajudar o seu meio.

Cada povo tem o governo que merece.
Essa é uma verdade triste.






Pauta atrasadérrima para a Interativos, sugerido por Moara. Motivo: falta de tempo, falta de paciência, falta de inspiração. Mas não se preocupem, melhorei nisso.
E vocês viram isso? O que mais fiquei chocada é que a mulher que protestou foi ameaçada! Pombas, em que mundo estamos?

E no canto direito, substitui o meu blog de moda favorito. Era Garotas Estúpidas que é bem atualizado e tal, mas enjoei da postura "é tendência 'bora usar!" e substituí por esse, De Chanel na Laje, que gostei muito porque a blogueira faz sobre moda e reflete sobre elas, inclusive sobre machismo, ditadura da beleza e crianças emperiquitadas, isso tudo sem sair do salto!

terça-feira, 6 de abril de 2010

dividindo o computador, a mãe e os esmaltes

Quando minha mãe ficou com meu pai (em menos de três meses), ela não sabia que logo, logo ficaria grávida. E depois de sua filha ter quase cinco anos e implorar por uma irmãzinha bonitinha pra brincar com ela, ela não sabia que nesse período meu pai pularia a cerca, engravidaria uma pobre moça e voltaria à relação normal e engravidaria minha mãe novamente, dando à essa garotinha a irmã tão desejada. E por anos a fio, essa família viveu feliz sem conhecer a moça e sua filha fora do casamento. Aí a mãe se separou, mudou de estado com suas duas filhas, deixando o marido sozinho onde viviam. Anos passam, esse marido que foi um pai bem relapso para suas duas filhas, agora distantes, se deparou com a moça com quem pulara a cerca e decidiu viver com ela, assumindo também a filha e aceitando o outro filho.

E somos uma família - na medida - feliz.

Eu sou a menina mais nova. Que tem uma meia-irmã cuja existência era desconhecida até um ano atrás e uma irmã que me quis de "presente" aos cinco anos de idade. Eu não posso dizer muita coisa sobre essa minha meia-irmã porque não a conheço, mas posso dizer muita coisa sobre essa irmã que convive comigo desde que nasci. Ela disse uma vez que nós, irmãos, somos mais próximos geneticamente do que os nossos pais. Porque temos os mesmos pais, tios, primos, porque dividimos a mesma herança, mas usando-a de formas diferentes. Ela nasceu mais branca e de cabelos lisos, sou mais morena de cabelos cacheados. Ela gosta muito mais de salgados, eu prefiro os doces. E dividimos os mesmos gostos por Johnny Depp, The Beatles, Harry Potter.

Quando você tem uma irmã - seja ela mais velha ou mais nova - sua casa se transforma em um front de batalha. De um lado estou eu, armada com todos os argumentos possíveis. Do outro está ela com os piores argumentos possíveis. "Você tem inveja de mim." Golpe brutal no orgulho. "Você me imita!" Outro golpe, duro de absorver. "Você só surgiu porque eu te pedi" pronto, a última cartada, OWNADA. Ela me acha a preferida, a protegida. Eu a acho arrogante e pode-tudo. E dia após dia, cada uma se arma de uma vida completamente diferente, mas igual. Porque, no fundo, eu a odeio. Acho-a metida, arrogante, insuportável e quero me mandar dessa casa para nunca mais vê-la. Só nas festas familiares, e olha lá. Nunca a perdoarei por todas as vezes que ela abusou de sua condição de irmã mais velha para me encher o saco. Também nunca a perdoarei pelas injustiças cometidas - não, eu não peguei o CD, eu não tomei o sorvete - aliás quem toma o sorvete dos outros é você - nem o resto da Coca-Cola, e não sou tão chata assim, você que me enche o saco. Dizem que ter irmãos é saber dividir. Partilhar. Digamos que eu tive um duro aprendizado nisso: não tenho muitas coisas minhas. A maioria dos livros são dela, porque ela quem pode comprá-los primeiro. Os CDs idem, e depois quando eu fui começar a ter gostos definidos, ninguém mais comprava CD, só baixava em mp3. E as roupas, naturalmente, são a pior parte: em quase 100% dos casos, a caçula "herda" uma roupa velha da primogênita. Tática dos pais para economizar dinheiro. Quanto a isso, fui prática. Ficava só com as roupas que eu realmente gostava. E usaria só as minhas roupas. Então hoje em dia aproveito muito mais as roupas que uso, parando de sentir inveja das roupas dela, e ela vive roubando a minha blusa branca com rosas, os meus sapatos brancos e camisetas - já perdi a conta das vezes que tinha que achar uma roupa minha entre as delas. Mas como uso a bota e a maquiagem dela, então tudo fica bem.

Na literatura, é super normal irmãos terem inveja de outros. Caim matou Abel por ciúmes. Dean morre de inveja da coragem em levar uma vida normal que Sam tem. Cebolinha acha um saco cuidar da Maria Cebolinha. Jorge se sente inferior ao Miguel em tudo. Eu entendo absolutamente todos esses personagens. Não há nada mais irritante do que você ser reconhecida como "irmã de fulana" em muitos dos lugares que vai (como eu fui, a vida inteira, até meu primeiro ano no CEFET). Também não faz bem pra uma pessoa ainda meio imatura ouvir de uma amiga que a sua irmã é mais legal. Irmãos são um objeto de ódio que todo mundo ama. Todos compreendem como é absolutamente imbecil, mas compreensível, o sentimento de duas pessoas que são obrigadas a dividirem os pais, a casa, o dinheiro, o quarto, o computador, a atenção de todo mundo em volta. Além de driblarem as malditas comparações em relação ao boletim, beleza, carisma, vida social, personalidade e tudo o que tiver relacionado à vida.

Eu divido os filmes, os esmaltes e a casa. Eu divido minha mãe, o dinheiro da casa e o computador. Eu espero o dia que a gente vá viver cada uma na sua casa, independente. Mas também tenho medo desse dia porque não consigo me imaginar vivendo sem as pessoas presentes na minha vida toda. Uma vez, quando eu estava com raiva por uma briga qualquer, minha mãe me disse: nunca deixe essas brigas irem longe demais. Eu tenho três irmãs a me apoiarem, você só vai ter uma depois que eu morrer. E irmãos são muito diferentes de amigos.

E não é só pelo sangue. Sem querer desmerecer os meus queridos amigos, mas não foi um deles, e sim minha irmã que no auge de sua aborrescência - 13 anos - resolveu que eu deveria ler mais, e começou a ler - em voz alta - Harry Potter e a Pedra Filosofal para mim, me fazendo perder o medo por livros que não tivessem desenhos. Foi minha irmã também que me fez gostar de MPB e rock, quando insistia em me mostrar a música mais legal que ela tinha escutado. Ela me levou em muitas festas e nunca reclamava por isso (ok, às vezes), ela que deu um esporro no menino que me deu um tapa na cara quando eu fazia 2ª série a ponto do garoto chorar, ela me apoiou e me ajudou a convencer minha mãe a fazer as mechas cor-de-rosa. Irmãos são pessoas que estão com você desde que nasceu. Você dividiu sua vida com eles, seja no amor ou na marra, não importa: você construiu uma vida. Por mais brigas que aconteçam, por mais ciúmes e inveja que role, ainda assim haverá sentimentos de proteção, admiração e carinho. Ok, eu brigo muito com a minha irmã. Mas por outro lado, passo muito mais tempo elaborando almoços de dia das mães, planejando assistir filmes, ela fazendo o macarrão e eu lavando a louça e tentando viver uma vida equilibrada, sem cair demais prum lado só. Depois de quase dezessete anos, aprendemos a viver. Aprendi que diários alheios não se lêem (foi só uma vez e eu tinha sete anos!), que bater nunca adianta (porque minha mãe estabelece que quem bate, pode apanhar sem culpa), a escutar pessoas narrando explicações (eu era a cobaia dos muitos trabalhos escolares que ela apresentava, tendo que cronometrar o tempo) e que irmãos mais velhos são péssimas influências - aprendi gestos ofensivos e palavrões com ela, e obviamente minha mãe ficava escandalizada.

Eu quero matar muitas vezes minha irmã. Mas eu mataria por ela o tempo todo, no fim das contas.

Ah, sabe qual a melhor resposta a se dar quando ela gritar que você só existe porque ela te pediu?
"- Ah, é? Pediu, agora aguenta!"
E sai correndo.



Primeiro: eu estava com esse post praticamente pronto há um dia, mas não o postei sei lá porquê. Ontem eu mal entrei no computador, só um pouquinho pra ver as novidades e nada mais. O comentário (ou os comentários) de Umrae me fez ficar com vontade de escrever outro post e não é especificamente sobre as novelas (aliás, eu reparei que a visão sobre os ricos piorou muito depois do filme Tropa de Elite. Todo filho de família rica virou, de repente, playboyzinho maconheiro @__@).

Moara me sugeriu um tema interessante, e eu trabalharei nele assim que puder. Afinal eu adoro meter um malho na mania que brasileiro tem de ou endeusar sua pátria ou criticar sua pátria, sem entrar em equilíbrio. Enfim, estou sem tempo, I'm sorry, mas vou comentar assim que puder também, rs.

Para quem se interessa: esse post é para a Blorkutando, e ambas as fotos são minha e da minha irmã. Sim, eu sou o bebezinho.

domingo, 4 de abril de 2010

ah, betina, se manca, ok

Páscoa de ateu significa nada de comemoração e só por tradição chocolate. Não dei ovo pra ninguém - minha mãe deve ter comprado pros meus primos, ora - mas recebi uma barra de chocolate que acho mais gostoso e mais barato. Simbologia por simbologia, já tive quando criança e isso me basta.

Basicamente é chocolate, é internet, é um almoço legal, porque toda ocasião, minha mãe gosta de fazer panquecas ou algo diferente nos domingos - dia da mãe, do pai, páscoa, natal, etc, etc. Aí eu fico assistindo à novela das oito quando não tem nada pra fazer. Já acabou Alma Gêmea que eu assistia viciadona, mesmo que odiasse 80% dos personagens, e agora faço o possível pra evitar a atual novelinha da tarde, é capaz de me viciar de novo pela trama da Sinhá Moça, mesmo que seja chatinha. O mesmo lance faço com a novela das seis (apesar de adorar o cabelo da Débora e achar Paola Oliveira, como sempre, muito gata. E o cabelo da Camila Pitanga estava um arraso, hm) e com a das sete (que não tem legenda closed captions, depois falam de inclusão dos deficientes). Mas a novela das oito tem legenda, e eu gosto de assistir pra, tipo, encerrar meu dia fazendo algo que não preciso pensar.


o que a maquiagem, photoshop, comida no estômago e abstenção de bebidas alcoólica não faz...

A atual novela das 8, Viver a Vida, é escrita por Manoel Carlos. Já falei um pouco dela aqui. Ingrid tá mais legal, mas continua uma anta debilóide que só sabe falar mal de todas as namoradas que seus filhos arrumam. É, né. Lista!
• Renatinha, uma porra louca bêbada de 30kg.
• Luciana, uma chata quando andava, um amor de pessoa quando sua medula fica fraturada. Como se o santo de coisas legais baixasse nela no momento do acidente.
• Mirna, a prostituta de classe alta, super chique, que fala bem, mas mesmo assim é uma garota de programa.

E sempre, sempre Ingrid fica mirando em Suzane e Paixão, duas garotas chatinhas e ricas. E agora Jorge está gostando de Ariane, menina legal, mas toda certinha. Tô vendo com meus instintos de noveleira que isso não vai dar certo, até porque estou apostando que Manoel Carlos vai ativar seu amor por assassinar mulheres legais e a pobre médica mãe viúva loira e legal Ariane vai ser a sua vítima. Espero que não esteja errada, essa novela anda a passos da tartaruga. Não, uma tartaruga anda mais rápido.

Eu sempre fico me perguntando algumas coisas toda vez que assisto essa maldita novela, tipo

porque ele só fala de gente rica?

Afinal a criatura mais pobre dessa novela é o núcleo Dora - sua tia - o marido chato de sua tia - Soraia (bitch ou só uma garota decidida que quer sobreviver fora de casa?) - irmão legal de Soraia. E, claro, aquela criança uó que se acha a rainha da cocada preta, a tal da Rafaela. Aquela pirralha tem que saber onde fica o lugar dela, e Dora ensina isso muito mal. E sendo a criatura mais pobre da novela, ainda é uma pessoa com grana suficiente pra comprar biquini ao menor pedido da filha. Tô vendo, pobreza é isso aí pra Manoel Carlos. Na boa, Manoel Carlos? O pessoal de sua novelinha é um saco.

Os ricos são tão ricos que enjoa, cara. A Teresa (pra quem não sabe, amor, quem faz a Lilia Cabral. Lembra da mulher que depreciava crianças com Síndrome de Down na frente de uma Regina Duarte assustada em Páginas da Vida? ela mesma!) vai pra Paris. A Helena (Taís Araújo) vai pra Jordânia. E viajar pelo Brasil que é bom, nada. Afinal o que temos aqui? Colônias italianas no sul, hotéis na Amazônia, praias nordestinas divas, nada de interessante. Porque só o exterior que interessa para as novelas. Além disso tem toda aquela besteirada de vinhos, festas caras, compras em shopping center, roupas de grife, hospitais particulares que os médicos podem dispensar trinta minutos pra olhar pra você, e filas não existem, claro. Depois ele fala que as novelas retratam a realidade. Talvez a realidade de uma elite. Uma elite das elites.

Eu não me incomodo muito de não me ver representada ali, sabe, na telinha. Mas me incomoda ver uma novela que só glorifica a classe mais alta, ver que só os ricos são legais, lindos e maravilhosos, enquanto a pobreza é basicamente falsa. Afinal sem considerar Dora, tem a Sandrinha e o marido canalha dela. A violência. Porque nessa novela pobreza = violência na favela. Os cheios de classe são os ricos. Ou será que tô viajando na maionese? É perseguição minha? Posso imaginar o que eu posso fazer com o meu problema de pseudo-analisar novelas das oito. Novelas das oito não tem que ocuparem a cabeça do espectador com dúvidas e reflexões. É só pra divertir.

Problema é que não consigo me divertir mais assistindo porque a exaltação da riqueza já supera qualquer fronteira de bom senso, os microvestidos da repórter de economia estão cada vez mais curtos, e tudo anda muito chato. Por favor, sem querer te ofender, sr. Manoel Carlos, termine logo sua novelinha, libere logo esses atores que estão desempenhando papéis uó, e venha Silvio de Abreu. Estou pronta pra assistir uma novela com muitas armações milaborantes, vilões e mocinhos bem definidos (ou não), golpes de baú, gente roubando a própria família por vingança, caras lindos de morrer (minha mãe lembra) e tudo o que uma boa novela feita pra tirar toda a massa cinzenta racional do cérebro. Porque pra pensar temos os livros, sites, jornais. Novela só não pode passar mau exemplo. O resto tudo é permitido.

Post Subscrito, rs:
Mas novela só passa mau exemplo, francamente. Se esse idiota e babaca do Marcos não terminar a novela todo fodido, eu nunca perdoarei o escritor. Porque ele é calhorda, machista e arrogante. E ainda se acha cheio de charme. Charme, meu filho, que tem é Johnny Depp. Isso sim é puro charme. E se o cara acha que a idade é duro, tudo bem, apresento George Clooney. Hm, não falo nada. E eu seeei que José Mayer (é esse o nome dele?) é diferente do personagem!


rs

Helena demorou pra cair na real. Heroína fraca. Taís Araújo, eu era mais fã de você na época de Alicia. Mas te entendo, afinal interpretar uma "artista" porra louca é diferente de interpretar uma modelo enjoada. Mia, você é outra chata. Se melindra só de Isabel citar a sua endeusada virgindade e você é tão boa que enjoa. Gente boa demais não dura muito nesse mundo, querida, porque todo mundo passa pra trás. Inclusive a sua irmãzinha Isabel. Aliás, você só sabe concordar com sua mãe e ficar rindo. Manoel Carlos, dá um sal nessa menina, por favor. Deixe-me ver... alguém dá Simancol pra a pirralha de nome Rafaela. Ela consegue ser mais mimada do que uma certa criança (e não, não é nenhum primo meu) e isso não é pouca coisa. Se ela estivesse aqui em casa, rapaz, ia ver o que é bom pra tosse e eu não ia nem precisar dar uma palmada. Aquela que foi viver na favela é uma anta. Sandrinha, pega logo a maldita arma, pega seu filho e se manda pra Búzios. Depois você morre e aí quero ver.

Betina é alguém que nem deveria existir. Vá trabalhar, estudar, viver. Minha filha, Carlos só tá te enganando. Ele é um cara que tinha mais charme quando fazia o gay em Paraíso Tropical com o par masculino e lindo-de-morrer lá do que contigo, entendeu? Essa enrola toda só prejudica, querida, não ajuda. Vá viver e para de encher os ouvidos da chata da Ingrid com seus pseudo-problemas.

A atuação de Mateus Solano interpretando os gêmeos só arranca elogios (espero que tu esteja recebendo salário em dobro, hein? Trabalhar 88h é foda!), e tá todo mundo esperando pela próxima novelinha. Porque, sabem, novela só tem graça quando ela não tem pretensão de falar da nossa vida, e sim, de contar histórias sobre outras pessoas.


a sem sal e a com tanto sal que enche o saco.

E pra quem se perguntou o porquê do título, é porque eu tenho mania de conversar com os personagens quando estou assistindo TV. Se eu escrevesse a novela, juro, ela terminaria em 2 meses de tão simples que eu resolveria todos os conflitos, porque francamente, gente chata tem mais é que se mancar e é inútil enrolar por anos uma situação que ninguém quer ver só pra ver audiência.

Ouvi dizer que a final da BBB só obteve 40 pontos de audiência, apesar dos recordes de votos. E vi que o MP tá jogando o negócio da indenização pela declaração burra sobre 'gays não pegam AIDS' do BBB em cima da Globo e de Dourado, haha. Não vai dar em nada, mas eu só faço rir. Espero que envergonhe, envergonhe bastante. Nem vejo a Máfia defendendo rs

Pergunta, quem souber responder com certeza absoluta, eu vou citar em um post!
Porque as famílias ricas de marido + mulher + talvez um filho tem mania de comprarem uma casa absolutamente enorme, com mais de vinte quartos e gastarem uma cachoeira de dinheiro para manter todos esses quartos limpos, pagando a não sei quantos empregados? Porque o povo compra casas enormes pra famílias tão pequenas? @__@