quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Esse é um "até mais" e não um "adeus.

Eu comecei o Pernície em setembro de 2009. De lá pra cá, ele teve muitos momentos de pausa total, posts melancólicos, textos enormes vociferando contra a sociedade e toda uma série de coisas. No começo, havia o Blorkutando e era gratificante ganhá-lo, ainda mais quando isso se repete =3

Quando eu comecei o Pernície, eu estava no meu primeiro segundo ano, no auge do meu pior desempenho acadêmico de toda minha vida, com notas que beiravam o precipício. Não era exatamente um período que eu deveria ter um blog, mas ele me serviu muito bem na época. De lá para cá, comecei e terminei um longo um namoro, repeti de ano e então passei direto, e agora estou aqui, a um mês e meio de me formar no ensino médio. Sou muito diferente da pessoa que criou esse blog, e eu fico muito feliz de ver que pessoas que acompanharam lá atrás ainda estão aqui, querendo saber como eu estou, se estou bem e me exigindo textos. Sou grata à todas as pessoas que visitaram esse blog por todo esse tempo e me cobram até hoje para que eu o atualize. Sou grata à todos que leram meus imensos artigos, como o post sobre a série Dexter, e ainda se deram ao trabalho de comentá-los. Eu queria muito responder a cada um dos comentários, mas sou muito burra no que se trata a "responder" comentários no próprio comentário e geralmente a pessoa não tinha um blog. E eu ficava pensando se ela iria ler aquilo caso eu simplesmente respondesse na forma de outro comentário lol 

Ao todo, o blog acumulou 73 362 visitas. Eu achei um número bem expressivo, considerando que ele não é lá muito conhecido e seus momentos de pausas duram meses, às vezes quase um ano. No último mês, teve mais de duas mil e quatrocentas visitas. Um mês sem posts, sem novidades, sem nada para falar. Geralmente as pessoas encontram Pernície através do Google e o post mais visitado é Cabelos Enrolados. Os visitantes vem do mundo todo: a maioria esmagadora é brasileira, mas há visitas registradas dos EUA e alguns países da Europa. E pessoas de Angola já vieram até aqui!

Tenho orgulho imenso disso aqui que vocês nem imaginam como. Uma vez eu escrevi um texto sincero sobre um acontecimento da minha escola e fui elogiada ao vivo por professores, o que foi uma experiência muito, muito estranha, mas também muito gratificante. Eu fico imensamente feliz de ver que consegui ajudar uma ou duas pessoas sobre ateísmo e feminismo, tanto aqui quanto na época da Descapricho. Eu fico feliz que as pessoas tenham considerado que Pernície é digno o suficiente para se pôr na lista de blogs a se visitar todos os dias. Esse post não é uma despedida.

Malu lembrou que eu comecei aqui. Para eu não encerrar. Na verdade, embora esse tenha sido o primeiro blog que tenha dado certo de verdade, na realidade, eu comecei antes em muitos blogs que deram errado, que perdia a paciência, que não sabia o que falar. Eu vou encerrar o Pernície não porque eu tenha mais saco para blogs ou algo assim. Eu adoro blogs, adoro ler opinião das pessoas, eu adoro ler análises e teses e dissertações e textos de humor sacaneando a galera. Eu vou encerrar o Pernície porque ele, para mim, representa uma fase da minha vida que está chegando ao fim. Ele me acompanhou desde a metade da minha adolescência até agora, que estou me formando, que entrarei numa faculdade, que precisarei pensar no futuro. Isso é o que se chama fim da adolescência. Pernície representa uma garota que estava na escola, cuja maior preocupação era tirar um oito em química, que tinha que lidar com a frustração de repetir o ano. Não sou mais essa garota. 

Não mudei minhas características principais. Não me modifiquei tanto assim. Continuo tão atéia quanto era, e mais feminista ainda. Estou um pouco mais agressiva, e tenho menos paciência para debater. Eu mudei algumas idéias ao longo do tempo, e ganhei muitas coisas, e perdi outras. A vida é assim.

Pernície chega ao seu fim? Oh, sim.
Mas eu chego a um fim? Não.

Vou apenas refletir um pouco. Quando eu decidir criar um novo blog, um papel em branco, eu virei aqui e falarei a respeito. Obrigada a todxs vocês. Eu amo vocês, de todo o coração do mundo, e agradeço por toda a atenção e cuidado que tiveram. Muito obrigada.



(e enquanto isso apreciem a minha seleção dos melhores ~ou piores~ termos de busca que foram usados no Google e acabaram caindo nesse blog. Por favor, leiam. Tem uns épicos que eu preciso desesperadamente conhecer a pessoa que digitou isso no Google)

africanos transando com mulher (dica: jogue interracial em um site porn)
uma menina inteligente tem que se como? (dica: não 'tem' que ser nada não, amr)
sites super maras (dica: acho o tumblr um site super mara qtal)
Porque existem pessoas que tem vergonha de serem brancas (dica: padrão de beleza? vale lembrar do contexto racial)
FIQUEI COMEDO DISSO (risos)
bully beijo as meninas e elas me seguem, (dica: procure ajuda, bullying é coisa séria e homofobia mata centenas todos os anos)
Não vou falar que sou uma menina diferente das outras, pq várias meninas nesse mundo deve ter algumas manias, gostos,defeitos,qualidades e muitas outras coisas que elas podem ter um pouco igual as minhas (dica: sim, as meninas são muito diferentes uma da outra e todas são iguais perante os olhos do senhor. amém.)
aranha branca, e perigosa (dica: pesquise por aracnídeos na wikipedia e você acha uma parecida)
filmes q contenham seitas q odeia os negros (dica: O Nascimento de Uma Nação, que fala dos KKK. Nunca vi, mas parece que é famoso, né)
nnn magia negra (dica: pesquise por nome de um demônio da Goetia, tem mais chances de achar algo a respeito)
o justin bieber gosta de menina carnuda? (dica: provavelmente sim, a julgar por ele dando em cima de Rihanna risos)
já me rebaixei demais e ele já não me tem respeito (dica: auto-estima pra você, amor. dê o primeiro passo, pare de ler capricho)
se manca, porque bela? (dica: porque bella é uma chata)
argumento para menina que fala a voce tem namorada (dica: não entendi o pedido, mas se ela te pergunta se tu tem namorada, responda sinceramente, ué)
CLIPE QUE TEM UMA LOIRA CANTANDO DE ROUPA LISTRADA PRETA E BRANCA (dica: tem It's My Life, de No Doubt (acho que é esse) e Telephone de Lady Gaga. Certamente tem outros mais. Seja mais específico)
falas que as pessoas dizem bem mara adoro (dica: amo/sou)
meu pai minha mãe me enche pq eu fico muito tempo no pc (dica: fique menos tempo no pc e lave a louça de vez em quando)
foto de justin bieber como ele pode ficar daqui a alguns anos (dica: continuará com a pele lisa e pose de bom moço, a menos que se afunde em drogas)
youtube musica ta comedo de que ta fugindo porque se oq vc tem comigo nao tem com outra m (dica: procure só por uma frase da música, quem sabe, cê acha. boa sorte)
esse filme vai fazer as crianças ficarem com medo (dica: muitos filmes fazem crianças ficarem com medo. O Exorcista de Emily Rose é um desses)
africano transando com coreana (dica: interracial + asian + black em sites porns e acho que tu encontra)
como ser a madonna (dica: não tente. só há uma madonna por universo. tente ser você mesmo)
porque tem medo de mim (dica: não sei. você anda assustando as pessoas com dentes postiços ultimamente?)
como devo tratar meu namorado sabendo que ele e maçom (dica: normalmente, maçons também amam)
beneficio em ser gay (dica: em nossa sociedade, não tem. a menos que você considere benefício ter uma revista voltada pra você)
muito nojento estou com sorte. (dica: procure por 2 girls 1 cup ou algo assim. seja mais específico)
final ridiculo (dica: especifique suas buscas. quer encontrar algo que tenha um final ridículo ou apenas expressar sua revolta?)
como faco para arrumar mulher e estuprar mulher (dica: saia da internet e vire gente. estuprar mulheres - e qualquer outra pessoa - é crime e é uma coisa horrorosa de se fazer. pfvr)
fantastico festa mulheres violentadas mortas (dica: procurando o caso de Paraíba no qual mulheres foram oferecidas de presente em uma festa e duas morreram? aqui)
tenho muito medo de ser gay, mesmo sabendo que nã sou (dica: você tem medo de ~ser~ gay ou do que farão com você caso seja?)
fbi vai cegar servidores em marçoi (dica: FBI é desocupado, apenax. A gente continua vivo)
 se é me destruir que deseja, conseguiu...mas quer mais né?...quer que eu morra.,..vai conseguir tb (dica: não se mate, criança, se erga e se vingue dignamente)
porque nao tenho vontade de fazer coisas (dica: muitos motivos. cansaço, stress, depressão, distimia. reavalie sua vida e, se achar bom, vá num psicológo)
 A matemática é apenas a irmã lésbica da Biologia! (dica: me perguntando, por favor, de onde se tirou isso)
sexo nojento entre gays (dica: se quer ver porn, digite porn gay e boa sorte. quanto a ser nojento, depende dos seus conceitos)
 o que o fbi fala quando vai prender (dica: 'você tem direito a permanecer em silêncio', provavelmente)

essa foto é do flickr de Megane Desmet


sábado, 29 de setembro de 2012

futilidade/amor do dia


Eu queria muito voltar a escrever veemente sobre feminismo e coisas do gênero, tanto aqui quanto no Chá das 9, mas minha vontade se esvai muito lentamente. A sociedade só vive cansando minha beleza, acontece que eu acho sacanagem da minha pessoa ficar num cantinho ~de boa~ enquanto ainda tem gente morrendo no mundo por razões muito idiotas, como ser mulher, ser gay ou só ter nascido em um país muito fodido. Eu queria muito mesmo acolher todo mundo, mas estou sendo hipócrita porque não faço nada mais que uma espécie de ativismo ~cibernético~ fajuto, porque nem o facebook direito eu uso.

Então eu vim aqui apenax compartilhar a minha futilidade de não estar pensando nessas coisas e sim apenax no novo lançamento de Christina Aguilera, Your Body. Tenho que confessar que acho Christina a diva suprema na Terra e nada posso fazer a respeito, porque é algo fora de mim. Ela tem esse magnetismo e não posso simplesmente desviar a atenção, porque uma vez que você vira fã, já era. É inevitável: você vai querer acompanhá-la e amá-la quase como uma relação esquisita retirada de Guerra dos Tronos. E se ela pedir para chamá-la de Minha Senhora, você a chamaria e ainda aceitaria ser vassalo e jurar pela sua vida. Esse é o problema de virar fã. Eu sei que não é normal, mas somos felizes assim e, se é para comparar por ~níveis de normalidade~, ninguém se salva e ninguém tem moral pra falar da gente. Apenax.

Desculpa ser tão fútil, mas é que eu fiquei aqui encarando o Pernície vazio de novidades e lembrei que tem gente que usa o blog como um diário. Se vocês (que ainda lêem esse cemitério) esperam que eu faça isso, esperem sentados porque é mais fácil eu fazer strip-tease para o Papa do que contar minha vida em qualquer lugar muito público. Então apenax apreciem o vídeo que está linkado ~aqui~ e esse gif lindo e maravilhoso de Christina.

Sinto muito por esse texto estúpido. Não posso prometer que não se repetirá. Irá. Um dia.


terça-feira, 25 de setembro de 2012

pela beleza


I died for beautiy, but was scarce
Adjusted in the tomb,
When one who died for truth was lain
In an adjoining room.

He questioned softly why I failed?
"For beauty", I replied
"And I for truth, - the twho are one;
We brethren are," he said.

And so, as kinsmen met a night,
We talked between the rooms,
Until the moss had reached our lips,
And covered up our names.

"I died for beauty" - Emily Dickinson

from mindplayy
.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

we found love in a hopeless place


Já faz algum tempo que ela respira.
Ela apenas respira. Gentilmente. 
O som que ela faz é apenas música. É a música de quem acabou de se libertar.

Não espere que ela lhe conte o que ela sentiu de tudo aquilo. Não espere que ela ainda sinta resquícios de gratidão. Ela ainda está machucada, e machucará o quanto for preciso, só pra valer. Só para descontar um pouco de tudo dela. Não espere que ela lhe seja gentil, amável ou descontraída. Não espere bondade, amabilidade ou cuidados. Ela já teve demais. Ninguém irá entendê-la.
É verdade.

Ela apenas se curvará para a vida. O que vier, virá. O que tiver que enfrentar, enfrentará. O que se pode fazer? Não tem outra saída, nem outro destino a não ser aceitar as coisas que vem e lutar contra o que lhe faz mal. Ela apenas quer respirar.
Um desejo tão simples.

E nem mesmo isso ela está realmente conseguindo.


I saw you screaming when no one can hear. You always feel ashamed that someone could be that important that without them, you feel like nothing. No one will ever understand how much it hurts. You feel hopeless, like nothing can save you. Then when it's over, it's gone, you almost wish you could have all that bad stuff back, so that you can have the good.

sábado, 25 de agosto de 2012

como ser amiga de luninha em dez passos


Fechada, alheia, anti-social, indiferente.

Desculpa aí, sociedade, se eu passei minha infância desenhando em meu mundinho particular em vez de exercer seus dotes sociais. Desculpa aí se eu sou seca e egoísta, e se não estou dando a mínima para seus problemas, e se eu sou tão fechada quanto um cofre de segurança máxima. Desculpa aí se é difícil eu trabalhar com simpatia, com sociabilidade, com ser amiguinha do povo. Eu admiro gente assim, pra valer. Conheço pessoas que bastam sorrir e você tem vontade de virar melhor amiga dela na hora, tamanho é o carisma. Quis ser assim por muito tempo. Nunca fui.

Mas, minha amada e querida sociedade, nada posso fazer a respeito. Nem tenho a mínima pretensão de mudar essa partezinha de mim que eu passei a gostar tanto. Eu não tenho talento pra relacionamentos, mas eu sei muito bem analisá-los. Não faço idéia de como agir, como dar em cima ou como entender se alguém está dando em cima, considerando minha nulidade nesses casos. Não sei nem mesmo classificar quando uma relação é coleguismo ou amizade, e eu necessito que a pessoa esclareça isso para mim (favor observar que quando a pessoa conta algo pra mim pela primeira vez, eu já entendo que aquela pessoinha feliz está me considerando camarada. Acreditem, demorei uns aninhos pra sacar essas coisas). Porém eu apenas sou distraída. 

Muito distraída.

Não gravo rostos. Não gravo nomes. Não gravo presenças. Não gravo nada em minha cabeça que não seja estritamente necessário quanto à relações pessoais (porém gravos detalhes de filmes, animes, séries, fanfics com absoluta perfeição).

Apenas me perdoe, sociedade, se não sei fazer poesia dos meus relacionamentos. Se pessoas vem até mim e contam tudo poeticamente e liricamente e tudo o que eu penso é "por que você simplesmente não arruma algo pra fazer?". Me perdoe se eu sou insensível aos seus dramas. Me perdoe, oh céus, por ser desapegada e desprendida em níveis elevadissímos. Desculpa aí se isso é errado. Mas não vou ficar aqui choramingando pra manter ninguém em minha vida. Se tu quiser, fica que vai ter bolo. Se não quiser, vai. Não vou ficar esperneando e implorando pra você ficar. Desculpa aí.

Logo, aprendendo a relacionar-se com tia Luna, em tópicos mastigadinhos e muito fáceis:

1. Não invente drama
2. Não me constranja em público
3. Não me invente de ser sentimental
4. Se você quiser ferrar comigo, pfvr, tenha a decência de me informar do fato
5. Eu guardo as besteiras que você faz. Eu guardo as merdas que você diz. Você pode nem reparar, mas eu lembro direitinho dessas coisas.
6. Se você me pedir desculpas bonitinho e pedir perdão, eu te perdôo. Na segunda, passa. Na terceira, apenas lhe dedico meu sorriso amável.
7. Você nunca me verá invadindo seu facebook ou tentando te constranger em público.
8. Não sei lidar com indiretas.
9. Não sei lidar com recalque.
10. Eu sou leal até a morte. Mas também tenho um veneno dos diabos. 

achei essa imagem TÃO digna que TIVE que colocar aqui. peguei do tumblr.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

18 + 1 invernos passados


Faço 19 invernos hoje.

Estou muito feliz por ter chegado viva até hoje e tudo o mais, e veja só, foi um mérito pessoal meu e de todo mundo que ajudou nessa (obrigada, motoristas, por ninguém ter me atropelado apesar de terem tentado, obrigada, terroristas, por não terem bombardeados minha cidade, etc, etc). Eu não engravidei. Eu não me viciei em drogas. Eu não larguei a escola. Eu não perdi membros do meu corpo, não fui fuzilada por ter sido subversiva, escapei de todos os desvios do meu caminho do bem. Considerando tudo isso em nossa sociedade, então eu estou bem.

Eu achava, quando era mais nova, que aos 19 anos eu estaria em uma faculdade. Progredindo profissionalmente. Sendo lindamente auto-centrada, realizada espiritualmente e todas essas bobagens que dissem que é necessário que a gente seja. Eu acreditava piamente que aos 19 anos, eu teria me arrumado na vida. Eu já teria saído de casa, vivendo essa louca experiência de morar sozinha em cidade estranha e tudo o mais.

Que iludida eu era.

Obviamente, eu entrei no IFBA ~antigo CEFET~ e essas doces ilusões da minha infância se quebraram feito vidro. Agora estou trabalhando e estudando (prognóstico positivo), me iludindo sobre meus próximos anos. Essa é a minha vida.

Mas, por hoje, sou rainha. Não a princesa. Não a duquesa. Sou rainha. Feliz aniversário pra mim!

nem sei o que dizer sobre essa imagem. eu a acho meio cafona, mas é o que tem pra hoje.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

5 filmes de sapatas que são puro amor


Ultimamente ando vendo alguns filmes. Achei o site Cine Lésbica, indicação da querida arroba Malu, e acabei baixando vários filmes, dos quais eu vi alguns. Como diz o nome, o site somente disponibiliza filmes com temática lésbica, isso é, relacionamento amoroso/sexual entre duas mulheres. Eu tendo a escolher filmes que se passam fora do padrão ~ Hollywood ~ e seguem os filmes que eu vi.


 Se passa nos EUA, porém com atores chineses, personagens chineses, na comunidade chinesa-americana. Cirurgiã foda que mora sozinha se apaixona por uma bailarina na festa que galera dá toda sexta-feira e as duas se envolvem em um relacionamento meio secreto. Você pensaria que esse é o maior lance do filme, mas nem é: um belo dia, a mãe da cirurgiã, viúva de 48 anos, baixa na casa da filha para morar com ela. Porque ela está grávida e se recusa a dizer quem é o pai, e acabou sendo expulsa da família em consequência disso.

O filme é todo na linha de comédias românticas, roteiro engraçadinho com algumas tiradas ótimas, e atuação linda e diva da mulher que faz a mãe da cirurgiã. A confusão dela com esse universo tão americano que ela explora é perceptível só pelo olhar, e é assim que você identifica uma boa atriz. Além disso, a guria que faz a cirurgiã é a cara da Mulan, tipo, igualzinha em muitas cenas.


Comédia americana com os típicos clichês de líderes de torcida e tudo o mais. A garota é líder de torcida, cristã, branca, loira, tem namorado, tudo. Ela é o exemplo. Porém os seus pais, seu namorado, sua amiga suspeitam que ela é lésbica. A solução encontrada? A enviarem - forçada - para um centro de ~cura gay~ onde tudo é rosa-choque, desde a casa até o carro do centro, e isso inclui os cobertores, as cadeiras, as paredes, as cortinas, as roupas da mulher que controla tudo com mão de ferro. A garota, então, passa a viver nesse centro conhecendo outras garotas que também precisam/querem/foram forçadas a deixarem de serem lésbicas, bem como homens. Mas será que ela vai conseguir?

Eu total indico esse filme se você gosta da vibe ~modo de vida americano~ mas acha que os filmes que giram em torno de escolas americanas extremamente heteronormativos, machistas ou qualquer coisa do tipo.


Na África do Sul, anos 50, em pleno apartheid, uma indiana é dona-de-casa dedicada ao seu lar. A outra toca sozinha um negócio próprio, independente do que os outros digam. E as duas irão se esbarrar nesse cenário bem áspero para qualquer coisa que fuja a um padrão muito, muito restritivo.

Sabe, eu vi esse filme toda confusa até a metade porque eu tava boiando sobre o que as indianas tavam fazendo na Àfrica do Sul. Fui ignorante, porque eu total não fazia idéia de que tem muito indiano na África do Sul, inclusive é lá que se tem a maior concentração de indianos fora da Índia. Acho apenas incrível. Se eu soubesse disso, não ficaria metade do filme tentando adivinhar de qual país era aquele povo. Mas o filme vale muito a pena. É muito sutil, e caso você ~queira sair do armário~ e esteja pensando em assistir filmes discretos do gênero pra ir "acostumando" seus pais, eu total indico esse filme. Porque embora o foco seja a amizade cada vez mais profunda e cheia de momentos não ditos entre as duas mulheres, o filme se passa todo sobre o relacionamento entre a dona-de-casa e seu marido, cada vez mais abusiva e, no entanto, cheia de tons cinzentos, o relacionamento entre indianos e negros, brancos e indianos, negros e brancos, as batidas policiais, o amor proibido entre uma senhora branca e um senhor negro.

E o filme é todo muito belo, com belas cenas ♥


 A mulher é católica até a medula dos seus ossos, tem uma família nuclear perfeita e está concorrendo ao cargo Católica do Ano. E aí ela descobre que a filha dela é lésbica, está casada E esperando um filho. Aos poucos, você vai compreendendo que a família dela está longe de ser ~perfeita~ e ela vai tentando se adaptar a isso.

Assim, o começo do filme é ótimo com ela deixando cair a hóstia no chão e ficando desesperada, chutando desesperadamente a hóstia para debaixo da mesa para que o padre não perceba. Quando todos saem, ela procura a hóstia e o padre entra no recinto. Para que ele não veja, ela pega a hóstia e acaba mastigando. Para quem conhece os ritos católicos, sabe que isso é uma tremenda blasfêmia. Você vai entendendo como ela é toda atrapalhada, mas se esforça ao máximo para ser a melhor das cristãs e tudo o mais. Porém sua família sai de todos os caminhos: a sua filha, que é a mais endireitada, é lésbica e casada e ela não faz idéia disso, o seu marido é um ex-alcóolatra, seu filho é um cara que engravidou a esposa cedo demais e se casou sem amor, a traindo com a manicure. Um desastre.

Embora o filme tenha se perdido do meio pro final, deixando de se aprofundar em algumas coisas ou tendo um roteiro bem raso, e o final ficando muito solto, sem consistência de fazer a gente chorar as pitangas, eu ainda assim acho o filme válido, principalmente pra as gurias que querem acostumar papai e mamãe com a idéia da filhinha ser lésbica. Se seus pais forem religiosos, melhor ainda: o filme trata justamente de como uma mãe cristã fervorosa adapta suas crenças para entender que o amor é o principal.


Duas amigas vivem no Irã. São jovens, bonitas e despreocupadas, e passam seus dias estudando e depois indo pras baladas escondidas de papai, mamãe e Polícia Moralista. Escondem seus corpos com véus e roupas pesadas, e tiram todas essas roupas revelando um visual piriguete nessas festas. Aos poucos, as duas vão se descobrindo mais que amigas, porém é claro que não podem viver isso, porque: estão em um país que se forem descobertas, podem vir a serem executadas. E o negócio só piora quando chega quando o irmão de uma volta. Ele se converteu ao islamismo, tá fanático e completamente obcecado pela amiga de sua irmã.

Eu deixei esse filme pro final porque acho que ele merece essa honra. Primeiro, porque ele se passa no Irã cujas protagonistas vivem um amor totalmente proibido. O presidente do Irã já afirmou categoricamente que não existem gays. Bem, o filme contradiz isso mostrando não somente as duas amigas, mas os amigos dela que vivem também nas sombras, se rebelando contra o sistema de diversas formas como ir para festas (totalmente proibido) ou dublar filmes como Milk. Além disso, o filme desmistifica essa coisa de que 'todo iraniano é muçulmano radical', retratando o pavor dos pais de uma dela diante do irmão que se converteu. É quase impossível não associar esse irmão à aqueles evangélicos convertidos que eram ex-viciados e hoje ficam patrulhando vida alheia e falando merda.



Eu ainda pretendo ver Aimée e Jaquar, filme que se passa na II Guerra Mundial com foco entre uma dona-de-casa alemã e uma militante judia, e um filme chamado Elena Undone que não lembro a história direito. Favoritei também na lista: Tipping The Velvet, Mein Freund Aus Faro, Bandaged, Lost and Delirious, Girl, InterruptedChloe, The Secret Diaries of Miss Anne Lister e Yes or No, além do clássico Meninos Não Choram que ainda não vi porque me falaram que o filme é desses de fazer você ficar se sentindo mal e isso é a última coisa que eu quero, obrigada.

sábado, 11 de agosto de 2012

de nada pelos peixes


Eu nem te conhecia direito.
Era uma das pessoas mais inteligentes que eu já vi, uma das que eu queria ser amiga um dia. Eu a seguia no Twitter, gostava de suas postagens por aí, achava tão legal você ser da Finlândia e falar um português tão bom.

Agora você não está mais aqui.

Não sei muito bem o que dizer. Esse é um adeus. Eu só queria ter te conhecido mais um pouco antes de você partir tão jovem. É simplesmente tão injusto quando alguém vai embora desse jeito e ainda nos pede desculpas. Não peça. Você foi o melhor que podia, uma guerreira entre covardes. Espero que você tenha vivido essa vida sinceramente. E eu espero que você tenha tido bons pensamentos como sendo os últimos de tua vida.

Adeus, Niemi. Obrigada pela sua presença em nossas vidas, ainda que virtual. Você deixou a sua lembrança como um presente. Obrigada... de coração.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

somos todas biscates


Eu não acredito em promiscuidade.
Eu não acredito em vulgaridade.
Eu não acredito que somente relacionamentos fechados e monogâmicos sejam os relacionamentos sérios e respeitados.
Eu não acredito que só se ama uma pessoa por vez.

Pessoas tendem a serem complicadas, mas são como novelos de lã. Se você desenrolar o fio e deslizar seus dedos habilmente, você perceberá que é mais fácil do que parecia. Talvez haja algum nó complicado e então você xingará o mundo inteiro, mas mesmo assim você se empenhará em desfazer aquele nó. Nossas vidas seguem como fios. Os nós nos atrapalham. Confundem nossos pensamentos, bagunçam nossas crenças. Você acredita em Deus e que Deus acredita em você. Você acredita que ama seu marido. Você acredita que é uma boa mãe. Você acredita que não há mais saída. Mas um dia você percebe que não faz mais diferença rezar ou não. Você não vê mais prazer em ler um bilhete de seu marido. Te ligam à meia-noite e é a delegacia avisando que seu filho foi retido por beber demais e você percebe que sequer sabe quem são os amigos dele. Você percebe que a cura começou dentro de si. 

Eu não acredito em moral.
Eu não acredito na decência definida pelos seus amores.
Eu não acredito que uma sociedade tenha o direito de definir como você deve viver entre quatro paredes. Ou mesmo fora delas.

Eu apenas acredito em amor.
Eu acredito em dignidade. Ela se define em seu caráter, sua integridade, seus princípios, sua honra. Esses atributos, me tão importantes, não se definem por coisas fúteis como suas roupas ou seus gostos musicais, mas pelo brilho dos seus olhos, pelo tom indignado de sua voz perante injustiças, pelo seu sorriso cotidiano. 

Todos tem honra.
Mas alguns a perdem lentamente enquanto defendem a honra da sociedade.
Seria apenas melhor que eles não pensassem em salvar ninguém da degradação moral.

from dont-be-so-paranoid

terça-feira, 7 de agosto de 2012

tão docemente


Aqueles dias que mudam toda sua vida.
Aquelas horas que determinam muitas coisas.
Aqueles minutos bem agraciados.

Delicadamente ela repõe sua vida de volta ao lugar. A água lava o que foi sujo, e suas convicções vão embora, como fragmentos de um cristal que se partiu. Mas não há problema. Não há angústia, nem dor, nem tristeza em seu coração. Talvez há uma profunda melancolia, e também uma doçura ao ver como as coisas podem mudar em questão de segundos e então tudo ficaria bem de novo. O mundo continuava girando, apressadamente para desespero de pessoas com prazo para morrer. Devagar demais para aqueles que viviam imersas em um tempo fora do nosso.

Ela está apenas tentando fazer o melhor que pode. Apenas isso. Apenas deixem-na em paz com seus pensamentos flutuantes.

from myblossom

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

essa agonia


Apenas continue vivendo.
Às vezes é difícil, porque os passos são incertos e o dia nunca é exatamente bom. É cinzento quando você quer sol, faz calor demais quando você quer frio, é longo demais quando você apenas quer que ele termine logo. Mas continue seguindo, porque o caminho ter que dar em algum lugar e se não gostar desse destino, desvie. Vire para direita. Volte atrás. Abra um outro caminho. Pare no meio para se refrescar e tomar uma sombra e reclamar da vida por uns cinco minutos, mas não fique ali para sempre. Continue. 

Às vezes a dor é muito grande e eu te entendo. Você quer apenas não precisar andar mais porque a dor te sufoca, te estrangula, te contamina por dentro. Ela é imensa, ela é intensa, ela queima, arde e você não vai conseguir conviver com ela ali, como um fantasma demoníaco, seu passado lhe atemorizando, suas mágoas lhe envenenando, as paixões não correspondidas, os olhares nunca devolvidos, as notas baixas demais, a vida monótona demais. Você quer apenas ficar em paz, você e sua dor, e então morrer suavemente. Eu entendo isso. 

O mundo continua girando, e nada vai mudar isso. O relógio vai correr e você não vai ter controle sobre isso. E então toda sua dor que mereceria outro caixão só para ela vai permanecer ali, tão vívida quanto antes e você não vai ter feito nada a respeito dela. Eu realmente lamento por isso. É difícil saber o que fazer com ela. Você a leva consigo para todos os cantos como um amuleto? Você a deixa em casa e então vai trabalhar usando a sua máscara preferida? Você guarda fragmentos dela em pequenos potes de cristal? Não é realmente fantástico ver como as pessoas lidam com suas dores?

Então, meu amor, descubra a melhor maneira de lidar com ela. Não permita que ela vire um imenso travesseiro com vida própria e o sufoque. Não faça com que ela vire algo maior que você. E deixe ela ir embora. Às vezes ela é necessária para que a gente sinta a vida com seus dramas, mas ela precisa ir embora. E você precisa deixá-la ir embora. Eu sei que você dirá que você não a impede de sumir, mas a cada momento que você se afunda em toda sua tristeza, você acaba a fazendo mais sua amiga do que deveria. Então deixe ela ir. Quando sentir a paz vindo, ela vai se afastar. Vai te dar um beijo na testa e sair pela porta, e você vai ter doces momentos. Um dia ela voltará. 

Não a trate como um fardo. Ela virá e irá embora em ondas. A permita vir para experimentá-la e depois deixe-a ir embora. Não há força sem dor. Não há paz sem angústia. E não há, simplesmente não há como viver docemente se você nunca soube o que é flertar com a morte. 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

all you need is love. and integrity, respect, pride, etc.

Foram quase quatro anos.
A parte mais surpreendente disso tudo é que não estamos mal nem nada. Estamos bem, inacreditavelmente bem, apenas percebemos que não estava mais rolando mais do que jeito que queríamos. Então demos stop. a vida continua. 

As pessoas interpretam romances de tantas maneiras e sonham com um Romeu&Julieta, como se esse modelo fosse adequado para qualquer pessoa. Como se o romance absoluto, envolvente, apaixonado, louco fosse o único possível. Como se relacionamentos só pudessem ser fechados, monogâmicos, ensurdecedores de tanta paixão. E então elas buscam por esse amor perdido em algum lugar, e se anulam, se entristecem, se machucam de mil maneiras diferentes. Acontece que o amor nem sempre é assim. Às vezes ele está em um sorriso dado quando você conta que passou no vestibular. Às vezes ele está em uma ligação aleatória só para saber se você tá bem porque, poxa, você não foi na escola hoje. Às vezes ele está simplesmente naquele momento de "olha, eu lembrei de você ao ver isso" em um compartilhamento de facebook.

O amor é superestimado. Mas ele também é subestimado. É tão contraditório, mas é verdade. As pessoas superestimam o amor na hora de imaginá-la como uma força poderosa e destrutiva que deveria reger o mundo, algo que consegue fazer com que todos os relacionamentos se sustentem. Acredita-se que ter um amor para chamar de seu é ter felicidade e isso é a maior mentira que já me contaram. Porém, as pessoas são tão cegas e acreditam tão piamente que todo o "amor" se limite ao que é propagado em comédias românticas que simplesmente subestimam tal sentimento. Simplesmente não percebem que não se consegue perdoar sem ter amor, que não se consegue avançar na vida sem ter amor, que não se consegue comemorar sinceramente a vitória alheia sem ter amor. Amor é dor e sofrimento. Mas também é gratidão e compreensão.

Pessoas tendem a serem dramáticas em casos assim. Acostumaram-se com o meu relacionamento tão duradouro e tão perfeito como uma fantasia perfeita, e então eu peço até desculpas por arranhar essa imagem tão bela na cabeça de vocês. Mas é isso que eu fiz, e é assim que vai permanecer. A vida continua seguindo, meus amores, tão bela e terrível quanto antes. 

terça-feira, 31 de julho de 2012

deu branco, desculpa

odeio ficar com falta de assunto, mesmo o mundo fervilhante de novidades.
enquanto isso, fiquem com essa música super depressiva de Marina and the Diamonds que é a trilha sonora para a galera hispter da depressão cortar os pulsos.

a menos que tu curta a Lana Del Reyzzzz lol

enfim, escute teen idle e corte seus pulsos em sua banheira. ou, se você é como eu e não tem banheira, se mate se entupindo de chumbinho escutando poeticamente a marina em seus ouvidos.


terça-feira, 24 de julho de 2012

sobre valente, disney e ligações emocionais


[ aviso de spoilers. gigantes. espetaculares. assista ao filme primeiro, please. e isso é uma análise sobre disney também LOGO ]

Eu assisti Valente sábado e saí do cinema maravilhada. Aquela sensação de "eu vi algo que valeu a pena gastar centavo do meu dinheiro". Aquela sensação de "eu compro o DVD desse filme" (não, não o Blu-Ray porque sou pobre e nem aparelho desse troço novo eu tenho). Aquela sensação de eu ter me sentido representada em algum filme de desenho animado - coisa que eu não sentia desde... Mulan. E Pocahontas.

Eu vi alguns homens gritarem pela internet coisas como "filme idiota", "filme babaca", "filme clichê", "filme previsível" e, sinceramente, tenho que ser bem sexista assim, mas eles não diriam essas coisas se fossem mulheres. Em nossa linda sociedade (só que não), homens são criados vendo filmes diversos - Homem-Aranha, Toy Story, Procurando Nemo, Harry Potter e uma série de filmes cujos os protagonistas são homens e histórias se passam em torno de homens contra homens com apoio de outros homens. Mulheres normalmente são coadjuvantes nesses filmes (alguns com pouco grau de importância, outros sendo muito importantes como Harry Potter) e se for um filme de super-herói, é uma mulher com curvas estonteantes. Mas nós, mulheres, nessa sociedade binária em que vivemos, somos criadas assistindo filmes de princesas. Claro que vemos Homem-Aranha e Toy Story e torcemos por Harry Potter, mas nós temos uma criação que nos condiciona a torcer e nos identificar com princesas.

A Disney fez dez filmes de princesas para gente, antes de Valente. Há Atlantis - O Reino Perdido, mas o pobre do filme é tão flopado que mal aparece na série Princesas, por exemplo, que nem tô contando. Também não estou contando Meg (Hércules) ou Esmeralda (Corcunda de Notre Dame). Estou contabilizando aqui a Branca de Neve, Cinderela, Bela Adormecida, A Bela e a Fera, A Pequena Sereia, Pocahontas, Mulan, Tiana, Rapunzel e Jasmine. Nós temos essas dez princesas como referências infantis. Mesmo que nossos pais não nos incentivassem a assistir esses filmes, nós temos essa influência de todos os cantos: nos cadernos que compramos, nas mochilas que usamos, nas roupinhas que vestíamos, nas brincadeirinhas nos quais a gente dizia que princesa era. 

Elas são a nossa referência do que queremos ser, da aparência que queremos ter, do comportamento que adotamos. 

eu emociono horrores com esse começo ok ~ from / lovelydisney

Todas elas se casam no final. Todas elas são tidas como lindas, atraentes, apaixonantes. No primeiro de todos, Branca de Neve (1937) é totalmente passiva. A outra única mulher é sua madrasta, a vilã maligna. Todos os outros personagens (humanos, diga-se de passagem) são homens e bondosos. O caçador que não a mata, os sete anões que a ajudam, o príncipe que a salva. Branca de Neve, feito nos anos 30, é uma princesa que nem se digna a bater de frente, simplesmente foge, cai nas tramóias da madrasta algumas vezes e então é salva com um beijo. Temos Cinderela, de 1950, cujas vilãs são a madrasta e suas duas filhas. Mas temos a fada-madrinha e, pelo menos, Cinderela se dá ao trabalho de ir ao baile. O depois é determinado pelo príncipe. Mais uma vez, o final feliz é o príncipe se casando com ela. Temos, então, A Bela Adormecida (1959). Ela, ao menos, conhece o príncipe e se apaixona por ele antes. Podemos perceber muito sutilmente uma certa mudança em relação à ela querer escolher o seu príncipe. Então ela é enfeitiçada, cai em sono profundo e o príncipe luta com a bruxa que vira um dragão, a vence e, amém, ambos vivem felizes para sempre.

E então temos um salto, no qual passou a Revolução Sexual dos anos 60/70 e depois o backlash dos anos 80. A Disney passou por maus bocados com a morte de Walt Disney, mas se restaurou com A Pequena Sereia, em 1989. Assim como as outras, Ariel é órfã (ok, Aurora não é realmente órfã, mas pensa que é, o que dá no mesmo psicologicamente falando) e isso significa que ela não tem uma referência materna. As outras mulheres são suas irmãs que aparecem pouco. O seu pai é o Rei e a reprime constantemente, e Ariel deseja conhecer a terra, a superfície. Ao conhecer Eric, o príncipe, ela resolve pedir ajuda à Úrsula, uma bruxa, e troca sua voz por pernas. E assim pode viver na terra ao lado de Eric, sem poder falar. E assim temos mais um filme para nós, garotas, no qual a protagonista sacrifica algo precioso. E no final, a recompensa é um casamento.

Dois anos depois, em 1991, temos A Bela e a Fera que foi o primeiro filme animado que ganhou um Oscar de Melhor Filme. Nós vimos aqui, pela primeira vez, a protagonista se dando ao luxo de rejeitar um pretendente por considerá-lo fútil, porque Bela gosta muito de ler. Seria muito animador se ela não virasse a prisioneira da Fera e então se apaixonasse por ela. Nada contra Síndrome de Estocolmo, mas que tipo de mensagem estamos passando à nós mesmas, que temos Bela como nossa favorita muitas vezes por nos considerarmos inteligentes e ansiosas pra conhecer o mundo lá fora? Bela se vê em uma relação claramente co-dependente da Fera, e o final do filme é, novamente, o casamento entre ambos - a Bela aprendeu a amá-lo, a Fera aprendeu a ser menos fera, digamos assim. E o vilão (um vilão homem) morre.

Temos em seguida Aladdim (1992), no qual o protagonista é um homem, Alladim, um ladrãozinho de rua que se apaixona pela princesa, Jasmine. Jasmine recusa todos os pretendentes. Ela é atraente, bonita, e tem a pele um pouco mais escura do que as princesas anteriores - o que significa um pouco mais de representação. Sua determinação em recusar os pretendentes e se apaixonar justamente por Aladdim demonstra que a Disney deu um pouquinho mais de vontade própria à uma princesa - mas isso é muito tímido considerando a época: anos 90, quando mulheres já chefiavam suas famílias e precisavam serem respeitadas como iguais. Lembrando: nós absorvemos essas princesas como referências. Nós aprendemos a sermos passivas como Branca de Neve, a sermos atraentes como Jasmine, a sermos dóceis, meigas e gentis como Aurora, Bela, Cinderela.

que gif bonito de Cinderela ♥ /from esqueci de que tumblr peguei sorry =(

Em seguida, temos finalmente princesas realmente ativas: Pocahontas em 1995 que, assim como Jasmine, é princesa e o homem que conquista seu coração não tem sangue real, e ela - opa, opa! - não termina com nenhum homem no final. Ela precisa ficar na Nova Inglaterra pelo seu povo e é isso que faz, quando John parte para Inglaterra. Em Pocahontas 2 (1998), Pocahontas termina o filme com outro John que ela conheceu no segundo filme, e não o John Smith (o cara gatão que todas as menininhas babavam). Achei inusitado. E então temos a Mulan de 1998 que é chinesa, que não tá muito afim de casamento e quando o país entra em guerra, ela vai lá, corta o cabelo cantando Reflection (na linda voz da minha linda Christina Aguilera) e vai pra guerra disfarçada de homem. E ela vai lá e vira exemplo pros marmanjos que a acharam muito fracote. Esse animado, em comparação com os outros, é praticamente subversivo: não é só uma mocinha que não tá atrás só de um marido, mas que luta pelo seu povo assim como Pocahontas. E subverte os papéis de gênero quando amarra a faixa e se faz passar por homem, vivendo em um acampamento militar, morrendo de medo de que alguém a descubra. Aí no final é oferecido um cargo pra ela e ela recusa pra morar com o maridinho que ela arrumou no acampamento. As feministas choram.

Aí nós crescemos assistindo esses filmes todos e tal. Reparando que as mais libertárias são justamente as que não possuem o panorama europeu e, sim, de "um outro povo". No caso, Pocahontas que é índigena e Mulan que é asiática. Aí em 2009, depois de todos esses filmes como Toy Story, Procurando Nemo e Madagascar, a Disney resolve lembrar de suas raízes e fazer um filme de princesa. Claro que nós, garotinhas que temos uma ligação profunda, emocional e perversa com a Disney (aka eu), adoramos a notícia. A Disney, então, resolve fazer sobre uma princesa negra. A primeira princesa negra. A primeira princesa que tem um emprego. A primeira princesa que tem uma amiga humana, normal e tudo o mais. E a primeira vez que é o pai morto e a mãe viva e ela tem uma boa relação com a mãe (embora a mãe não apareça muito). É a Tiana, de A Princesa e o Sapo. O filme é bem digno, Tiana é super diva mesmo na sua versão sapa e temos mais uma referência infantil, mais positiva que as outras. Quanto ao príncipe, se eu não estiver muito enganada, ele era um malandrão e ambos aprendem a se conquistar. Final: casamento. Mas temos um progresso. Progressinho, vamos. Era pra ter sido maior, vide a época, mas bora lá.

E então, em 2010, a Disney lança Enrolados que é simplesmente... não consigo não gostar do filme. Rapunzel é a coisa mais meiga do mundo. O filme não é mais em 2D, e Rapunzel é bem o estereótipo das primeiras princesas: branca, hetero, olhos azuis, cabelos loiros, doce, ingênua. Mas ela  tem algo de diferente das outras. Ela é ingênua porque viveu a vida toda trancada em uma torre, cercada de livros e brinquedinhos, querendo muito viver o mundo lá fora. Quando um ladrão (aliás, que fixação a Disney tem com ladrões!) invade a torre dela tentando fugir dos soldados do reino, ela sabe muito bem se defender com sua frigideira e seus longos cabelos dourados. Ela não precisa dele para salvá-la o tempo todo, por mais bobinha que seja. Ao entrar em um bar cheio de homens bêbados e agressivos, ela simplesmente os faz cantar sobre seus sonhos e vamos combinar que essa é uma ótima cena. Se você odeia musicais e odeia animados, odiará essa cena. Mas enfim ♥

Eu tenho um amor muito grande por Enrolados (até por ser emocionalmente ligada, já que foi o primeiro filme que vi em 3D e fiquei tão emocionada com as lanterninhas que tentei pegá-las com a mão como uma idiota ok), mas tenho que reconhecer: no âmbito mulheril da vida, Rapunzel não foi nenhum progresso. Não diria que foi um regresso: ela simplesmente manteve um padrão. Rapunzel, enquanto Rapunzel, não me incomoda. Mas ela ser a norma... aí é um incômodo.

COMO odiar essa menina, COMO? é até pecado, gente ~ from /lovelydisney

E então, 2012, estréia Valente.

Eu me animei a ver o filme porque, como já disse, tenho aquele apego pela Disney. Eu sei que os filmes são machistas. Eu sei que eles refletem um padrão de comportamento que eu odeio que as meninas sigam. Eu sei que não há diferença entre amar um cara que te mantém prisioneira (aka A Bela e a Fera) e amar um cara que arranca o motor do seu carro para você não ir ver seu amigo (aka Crepúsculo). Eu sei que há níveis absurdos de submissão, condicionamento, passividade que exigem de uma mulher nos filmes da Disney. Mas é aquela coisa: eu amo Disney mesmo com dezoito anos de idade. Eu amo as músicas. Eu amo as princesas. E você que ainda tem os bonequinhos de Flash e Super-Homem?

E eu não só amo princesas, como idolatro e venero as ruivas. O cabelo alaranjado me é algo muito especial, até pela raridade da coisa. Tal como as pessoas idolatram diamantes porque você não encontra diamante dando sopa por aí, eu amo cabelos ruivos porque, na minha cabeça, ou você nasce com esse cabelo ou você se desdobra em clareamentos pra parecer uma ruiva. E ainda assim, nem sempre fica convincente. E não é apenas cabelos ruivos, são longos volumosos cabelos encaracolados de tonalidade alaranjada. Quer dizer... 

eu absolutamente amo o cabelo dela. muito. mesmo. ~ from /lovelydisney

Eu fui ao cinema apenas sabendo que era sobre uma princesa que não queria casar, e sabia que tinha ursos na história. Não sabia muita coisa, portanto. E eu saí do cinema feliz.

Primeiro, pela questão gráfica. Há uma beleza extraordinária do filme. Deu para perceber que os 185 milhões de dólares - o orçamento do filme - pagaram cada movimento de cada cacho ruivo, cada folhinha da grama, cada aspecto da luz mágica, cada sarda, cada pequeno detalhe que a Disney+Pixar tão minuciosamente colocaram. Eles adoram cuidar dos detalhes e, nesse caso, fizeram bem feito. Eles cuidaram absolutamente de tudo. A parte gráfica é realmente admirável. Eu apenas invejo pessoas que trabalham nessa área. 

E em segundo lugar, por todas as coisas que Merida trouxe.

É o primeiro filme que não há nenhum príncipe. Em nenhum momento há um "par" pelo qual Merida se apaixone e se case com ele no final. O filme não é sobre um romance. Não é sobre o romance entre duas pessoas e seus obstáculos. Não é sobre Merida tendo que escolher entre três candidatos. É sobre Merida lutando pelo direito de não ter que escolher. De optar por ignorar todos e ficar sozinha. "Eu quero ser livre" diz ela, e então ela expressa um desejo de milhares de mulheres. Livres de terem que ter um homem, livres de terem que aceitar as imposições sociais condicionadas ao gênero, livres dos vestidos apertados, livres de tudo. 

Depois, é um filme cujo foco principal é entre Merida e sua mãe, Elinor, a rainha. Atenção: é o PRIMEIRO filme da Disney cujo foco seja na relação entre duas mulheres e que uma não está querendo matar a outra. Mães são raras na Disney (elas só vivem em A Bela Adormecida, Mulan, A Princesa e o Sapo e Enrolados. Porém Aurora acha que é órfã, Rapunzel vive com a sequestradora achando que ela é sua mãe e as mães de Mulan e Tiana são, tipo, ~quem liga?~), geralmente sendo assassinadas logo no começo, fazendo as princesas perderem suas referências maternas e tudo o mais. A Disney gosta muito de matar mães e isso é um assunto que merece uma monografia a respeito. Além disso, não há muito contato feminino para as princesas. Elas costumam ter animais como amigos e eles são, geralmente, do sexo masculino. Não há realmente alguma princesa com uma grande amiga (exceção: Tiana). O máximo é mulheres que agem como tutoras (A Bela Adormecida, Cinderela) e eu acho isso mais nocivo do que alguumas vilãs (eu contabilizei: de dez filmes, tirando Valente, cinco tem vilões homens e cinco tem vilãs mulheres. Os outros filmes que não estão contabilizados como Hercules, Corcunda de Notre Dame, Anastasia - que não é da Disney - e Atlântida, três tem vilões masculinos e eu não consigo lembrar qual era o vilão de Atlântida). Por isso é positivo que haja Valente, no qual Merida - cercada de homens como seu pai, seus três irmãos, os diversos homens no reino - tenha sua mãe como amiga e aliada, não como uma oponente. 

momento fofo com merida baby <3 ~ from /you-can-cancel-quidditch

Aqui se encerra parte das minhas críticas aos homens que consideraram o filme "clichê". Eles simplesmente não sabem como funcionam os filmes de princesas. Eles simplesmente acham natural que um filme não tenha nenhuma história romântica por trás ou que não termine em um casamento, porque muitos filmes masculinos não possuem essa subtrama romântica. Isso simplesmente não é importante nesse contexto. Porém, se eles entendessem o quão forte é essa subtrama romântica nos filmes feitos para as mulheres, iriam entender o impacto que é um filme animado pela Disney de princesa que não possui absolutamente NENHUMA história romântica por trás. Se eles simplesmente vissem Valente como o que ele é - um filme de princesa - iam entender o quão importante ele pode ser em termos de referências. 

Algumas pessoas discorreram sobre como Merida não era suficientemente feminista porque, no final, ela fala sobre a possibilidade de casar. Eu achei isso absolutamente insuficiente. Ela não fala que irá casar. Ela simplesmente fala que pensará nisso outra hora. Mas o que ela mais queria - a liberdade de escolher - ela conseguiu. Ela conseguiu que sua mãe a aceitasse com os cachos soltos, com a sua comilança despropositada, com seus arcos e flechas. Ela conseguiu ter a possibilidade de escolha sobre seu futuro e é sobre isso que se trata o filme. Sobre ela ser de uma determinada maneira e sua mãe a aceitar do jeito que ela é. Você não precisa romper com a família para obter isso. Com diálogo, com ambos os lados cedendo em pontos aqui e ali, há um consenso. E eu acho isso tão importante, que fico triste ao ver próprias feministas desvalorizarem isso. É como se elas ignorassem tudo o que Merida passou para se focarem em "ela é mimada", "ela é chata", "ah nem senti empatia por ela sorry". Aí algumas ficam tão "nem é tão feminista" como se houvesse um carimbo para essas coisas. Como se tivesse carteirinha de feminista para determinadas obras. Ah, Thelma e Louise morrem no final, nem é tão feminista assim. Ah, Mulan escolhe se casar no final, bora desqualificar o filme todo. Acho indigno. É uma análise rasa, superficial e insuficiente. 

Eu não vou dizer que Valente é feminista. Eu acredito que as pessoas de Pixar queriam falar sobre uma princesa indomável que não quer se casar e lutou para isso. O erro de Merida não foi querer ser livre, mas foi tentar mudar a mãe arbitrariamente, sem tentar um diálogo real. Com isso, pagou o preço de quase perder sua mãe, tendo que acompanhá-la constantemente e a salvando o tempo todo. Ela teve que arrumar os problemas que deixou o reino - ao fugir do casamento exigindo a própria mão (uma atitude ousada e corajosa, convenhamos), ela acabou provocando uma briga entre os clãs e ela o fez na base do diálogo. Essa foi a valentia dela - tão acostumada ao arco e flecha - acabou tendo que se posicionar diante de milhares de homens furiosos e argumentar sobre liberdade de escolha. Ela acabou assumindo os erros de sua impulsividade (que gosto de chamar de ~diva absoluta~), e aprendendo a entender a mãe que a ama de verdade. O relacionamento entre ela e Elinor tem muitas nuances. Elas se amam verdadeiramente e brigam uma pela outra. Merida luta com o próprio pai, pronta para morrer para salvar a mãe. Elinor luta com outro urso completamente enfurecida, perdendo qualquer senso de decoro próprio de damas, quando vê Merida ameaçada. 

um dos melhores momentos ♥ ~ from /lovelydisney

Outro aspecto que amo em Valente é que a aparência física, por mais exuberante que seja, não é levada em conta pelos protagonistas. Não há nenhum personagem que fique "oh tão bela com esses cachos ruivos". Ela não inspira suspiros nem nada do tipo. Merida é linda aos meus olhos, mas essa não é uma característica importante sobre ela. O que é importante sobre ela é ela ser tão ousada e impulsiva a ponto de, no meio de uma delicada reunião com outros clãs, exigir a própria mão recusando todos os outros pretendentes, é ela ser infantil a ponto de negar o próprio erro ao tentar justificar o que aconteceu à mãe jogando as responsabilidades para cima da bruxa e depois conseguir ser corajosa para entender que ela precisava terminar com o caos absoluto entre os clãs, explicando a própria escolha não como um ataque à eles, mas como uma escolha pessoal e a estendendo para os outros. "Escrever a própria história" ela diz e os outros concordam, porque os pretendentes também não foram interrogados em nenhum momento se queriam casar com ela. É algo inusitado para eles, mas é uma tradição que ela quebrou. Todas essas características são vistas em Merida e a fazem tão humana quanto qualquer um de nós, e a fazem ultrapassar a aparência no qual mulheres, principalmente princesas, acabam se limitando no cinema, especialmente o cinema para as massas.

Além disso, há um pequeno tópico que muito apreciei em Valente: Merida come. Come pra valer. É sabido que mulheres, no cinema, comem pouco ou se comenta sobre o que elas comem. A comida é vista de forma pesarosa, negativa, simplesmente tão engordativa em filmes, novelas, séries, livros. Fala-se de calorias, kilogramas, carboidrados, gorduras e poucas vezes há uma mulher comendo de verdade sem nenhuma culpa. A mãe fala sobre a quantidade de comida que Merida come, e ela absolutamente não liga para isso. Isso é algo dela e é algo que eu amo: a quantidade de vezes que mostra Merida roubando maçãs, pãezinhos e tantas outras coisas. 

Uma das críticas apontadas por feministas foi "porque a mãe tinha que ser a repressora?". Sinceramente, acho a pergunta estúpida. Porque o filme se trata do embate de uma filha que quer ser livre e de sua mãe que tenta enquadrá-la. Fala do relacionamento entre mãe e filha. Há esse confronto de idéias diferentes e é essa a idéia central do filme, e eu acho isso tão óbvio que quase me ofendo de alguém realmente achar que isso é um argumento sério. Há pouquissímas mães em filmes animados, todo mundo sabe disso. Há pais variados, idem. Mas um filme que fale de pai repressor x filha que quer ser livre tem uma dinâmica muito diferente de mãe repressora x filha que quer ser livre. Isso é evidente, tão claro quanto água. 

Quanto ao argumento mais chato de todos que é "Merida é mimada e não senti nenhuma empatia", nem tenho algo a comentar. Empatia é algo pessoal. Eu, pessoalmente, senti muita empatia e identificação por Merida. Eu amei Merida muito mais do que amei o velhinho ou o garotinho de Up (filme que todo mundo ama, menos eu que considero a idéia de uma casa subir por balões tão inverossímil que nem sei o que achar), muito mais do que gosto de Nemo, o peixinho-palhaço, muito mais do que gosto do ratinho em Ratatouille (eu adoro esse filme, mas convenhamos: ratos + restaurante = nojento). Todos esses são filmes da Pixar absolutamente endeusados. Pessoas vivem comparando tais filmes com Valente para dizerem "olha, é inferior à todos esses". Eu não acho. Eu, pessoalmente, achei Valente superior. Em termos gráficos (os cabelos ruivos absolutamente reais (vide a cena no qual Merida se molha e vemos os cachos molhados tal qual cachos reais), as paisagens estonteantes de Escócia, as expressões faciais, os pequenos detalhes como as flechas de Merida), em termos de roteiro (é uma história redonda, no qual as coisas se explicam, apesar da bruxa poder ser substituída por qualquer coisa), em termos de mudanças de paradigma (ser um filme de princesa que não tivesse uma subtrama romântica, por exemplo), em termos de alívio cômico (oferecido pelos irmãozinhos dela, por exemplo), em absolutamente qualquer termo.

um dos irmãozinhos de Merida ♥ ~ from /mawitzap

Eu entendo você que ama mais Toy Story que fez a todos nós chorarem copiosamente na parte final do terceiro filme quando Andy entrega seus brinquedos à garotinha (eu mesma chorei só de me imaginar doando minhas bonecas, que ainda tenho) ou ama mais Procurando Nemo (é muito difícil não curtir o baleiês de Dorothy), mas eu acho absolutamente injusto pegar Valente e dizer que ele é ruim porque você acha a protagonista mimada (sendo que Nemo é tão mimado quanto e não vejo ninguém falar um "a" dele) ou a acha sem empatia (e aí eu acho você sem noção, porque você não sentir empatia é diferente de "não ter empatia" - é muito fácil se identificar com Merida: milhares de garotas adolescentes se sentem incompreendidas por suas mães e/ou tem longos cabelos cacheados dos quais sentem uma enorme vergonha). Eu acho ainda mais injusto tecer milhares de elogios ao La Luna, curta que Pixar apresentou antes, que é lindo sim, mas os críticos tem uma estranha mania de falarem sobre como a relação avô-pai-filho é abordada de forma emocionante no curta e então criticarem Valente com sua relação mãe-filha, como se abordar mães-e-filhas não fosse importante. 

Eu ainda não vi uma crítica à Valente que fizesse sentido de verdade. Eu vejo pessoas chamando Merida de mimada, pessoas que criticam "não ser tão feminista" (mesmas pessoas que criticam Jogos Vorazes e parecem que nem leram o livro e/ou tiveram uma interpretação totalmente diferente, baseada totalmente no gênero, esquecendo-se totalmente do contexto), pessoas que esperavam por Merida ensanguentada cheia de arcos e flechas. Mas, gente, Valente é sobre uma princesa que acaba descobrindo que a verdadeira coragem está em assumir suas posições e idéias. Quando ela deixa de agir como uma adolescente mimada e se porta como sua mãe (não como uma dama, mas como uma pessoa racional e segura do que fala), ela consegue, então, o direito à sua liberdade. É nisso que consiste a sua valentia. E é esse tipo de referência que as meninas precisam ter para suas vidas: entenderem que elas podem ser o que quiserem. Elas só precisam ser seguras do que querem ser. 

espero ver esse começo eternamente ok ♥ edição do lovelydisney.tumblr.com

sexta-feira, 20 de julho de 2012

a família que escolhi


Hoje todos estão se dando ~ feliz dia dx amigx ~ e eu me sinto no dever de fazer minha parte.
Obrigada a todo mundo.

Obrigada à galera do Neopets que nunca conheci ao vivo e em cores na minha vida, nunca toquei, nunca cheirei, não sei o gosto. Mas são mais reais do que qualquer caviar, são pessoas de verdade, são personalidades que estiveram comigo quando precisei, que me divertiram, que me deram conselhos, que me ajudaram pra caramba. Obrigada a todos vocês por terem dedicado seu tempo para ir nos fóruns e serem meus amigos. Ainda hoje converso com alguns de vocês e faz quase cinco anos. Cinco anos que eu não enjoei de vocês nos meus contatos de msn. Vocês são uns lindos. Thank you <3

Obrigada à galera da minha antiga escola. Há pessoas nela que nunca leram meu blog, nunca me acompanharam nas mudanças. Eu as odiei por algum tempo e eu as amei também, e foram amigos queridos por aqueles anos que eu ainda tenho saudades, ainda que nunca queira voltar ao começo da adolescência. De todas essas pessoas, devo agradecer à querida Árina que continua firme e forte até hoje, sempre com muito mais dignidade do que muita gente por aí. Árina, eu te amo e quero tudo de bom pra tua vida ♥

E também à Luiza. Ela pode não ser tanto minha amiga quanto foi. Você se distanciou e eu também, e criamos vidas muito diferentes. Mas eu lhe agradeço, sinceramente, por todos os nossos anos juntas nos quais conversávamos sobre livros de vampiros, Brad Pitt e história. Você agora está fazendo Direito. E eu acho que combina com você. 

Obrigada às meninas da Descapricho. Eu as conheci quando eu tinha quinze anos em um tópico de orkut na comunidade da Capricho e o assunto do tópico era simplesmente Rowling x Meyer. Quer dizer, quem poderia imaginar que esse tópico faria com que surgisse um grupo de pessoas tão diferentes e maravilhosas? Gastamos muito do nosso tempo discutindo literatura, feminismo, mídia e tantas outras coisas e nisso Meyer acertou em cheio: se não fosse Crepúsculo, jamais teríamos nos esbarrado. Vocês me fizeram ter vontade de analisar coisas em minúcias, aprimorar meus argumentos, me divertir. Se vocês não existissem, eu nunca teria sido tão feliz no orkut. E se vocês não existissem, não teria a Descapricho, e agora, o Chá das 9 e eu sinto muito, muito orgulho de cada uma de vocês e do que se tornou hoje. Sinto que devo agradecer à Blanca, em especial, porque ela salvou minha vida no mar de Copacabana e também às grandes figuras daquele tópico, como Pussycat. PUSSY, SE VC AINDA EXISTE, TE AMO <3

(e me sinto na obrigação: Rafaela e Marie Kath, vocês não eram do tópico, mas eram da comunidade e eu AMO MUITO VOCÊS <3 de coração. Eu devo a vocês o fato de eu ter virado fã de Christina, porque se não fossem vocês a trazerem notícias para a comunidade, eu nunca me atentaria a ir pesquisando mais por Christina. Devo muito a vocês. E eu amei cada minuto que participei de algum barraco junto com vocês, quando éramos xingadas de matadoras de bebês ou algo profano assim)

Obrigada à minha turma atual do colégio que não sei que nome dar a vocês. Eu entrei na turma de vocês quando estava em um estado bem frágil emocionalmente falando, já que tinha repetido o ano, e eu estava praticamente pronta para me isolar. Mas o fato de vocês terem confiado à mim e me tratado como uma igual e não como uma "repetente" fez uma enorme diferença e eu devo a vocês muita coisa. Eu me senti incluída em um grande grupo pela primeira vez. O ano de 2011, quando eu festejei meu aniversário, foi a primeira vez que eu preenchi uma lista de aniversário cujos convidados eram todos amigos meus. Não eram apenas conhecidos que eu convidava "pra fazer média". Eram todas pessoas queridas que eu não podia esquecer. Eu amo cada um de vocês de forma muito única. Eu amo as viagens que fiz com vocês, os trabalhos escolares, os dias que tomamos sorvete com o trocado de todos. Amo os momentos que todos se uniam para ajudar alguém e sobre como todos ficam preocupados em se ajudarem da melhor maneira possível. Vocês me ajudaram muitas vezes quando nem sabiam que eu estava de mal com a vida só por existirem. Vocês são absolutamente especiais e eu sinto um orgulho enorme de ver como vocês se desenvolveram nesses nossos três anos juntos e como ainda se desenvolverão. Vocês são uns lindos <3

(poderia citar pessoas especiais, mas aquela coisa de citar um e não citar outro gera briga. é aquela coisa. mas quem é do grupo sabe quem é.)

E às duas pessoas muito especiais que não vieram "dentro" de um grupo: 
~ Hugo que é meu namorado e melhor amigo de quase quatro anos juntos, para todos os momentos <3
~ Malu que sigo no twitter e a venero <3

Feliz Dia dos Amigos para todos vocês! Espero não ter esquecido ninguém, mas acho pouco provável ter esquecido de citar algum grupo. Não citei família propositadamente, porque eu reservei o dia para "a família que tu escolhe". Para aquelas pessoas que esbarraram contigo nessa vida em algum momento e porque ambos queremos, ficaram aqui ao meu lado. Agradeço muito a todos vocês por terem existido. Mesmo que tenham se distanciado e etc, ainda assim valeu a pena. Arigato <3

essa imagem SUPER fofa vem do tumblr da chibird, tumblr de uma artista adolescente super fofa <3

segunda-feira, 16 de julho de 2012

porra, tati, que vacilo

gente.

você fala de machismo, homofobia, patriarcado, opressão, ditadura da beleza, sexismo. você fala de transfobia, de cissexismo, de militância, de politicamente correto. você fala de racismo, de classismo, de elitismo, de socialismo. você gasta a saliva correspondente à uma vida inteira de Adolf Hitler para tentar argumentar que é machismo dar rosas à mulher no dia 8 de março no discurso ~ mães donas-de-casa lindas ~ que é babaquice justificar estupro.

e aí você tem que ler ESSE texto lindo e maravilhoso.

ela não disse isso, disse? espera... ela REALMENTE escreveu isso. tipo, SÉRIO.

gente, nada dói mais que uma coisa dessas escrita por outra mulher. NADA. É doloroso, é horrível, é sofrível. 

é aquela dor de soldado que se sente traído, sabe? aquela coisa de "meu chapa, tu tava aqui do meu lado, viveu comigo, sabe do que tô falando e vai lá e fica dando razão pra lá? dando tiro CONTRA a gente? porra vei, traiu o movimento". bem esse sentimento dentro, me deixando aborrecida com o mundo. e é por isso que feminismo anda a passo tão lentinho, sabe? porque se a mulherada percebesse as amarras que nos prendem, dava pra sair. mas nada é mais eficiente pra deixar uma boa massa acorrentada à preconceitos e injustiças do que deixá-las acreditando que aqueles que querem se libertar que são ridículos. isso vale pra todo mundo. vale pra gay, vale pra gente pobre, vale pra negro, vale pra trans*, a porra toda. vale pra todo mundo que é oprimido de uma forma ou outra. 

eu entendo homem machista. bate aquele ódio no âmago do meu ser, mas entendo que se você está numa posição de privilégio, é simplesmente mais difícil abrir mão dele pra conseguir empatizar com quem não tem tais privilégios (se vocês discordam, experimentem se sentirem trans* - se forem cis - ou se sentirem gays - caso sejam heteros - por alguns minutos. é difícil, porque boa parte das coisas que você nunca percebe, são justamente as coisas que fazem todas as diferenças pros desprivilegiados).

mas não entendo mulher machista. não entendo mulher que escreve um texto tão babaca dele e acha que tá bom o suficiente para publicá-lo em um portal. não entendo mulher que acredita que mulherada é tudo falsa. que não dá pra ter amiga mulher. que a gente tá sempre competindo. acho inaceitável, porque eu acredito firmemente que se você parte de um pressuposto que todas as pessoas de x características (ex: ser mulher) são assim ou assado (ex: ser falsa), você só encontrará pessoas x assim ou assado, porque não prestará atenção nas pessoas x que são outra coisa. você simplesmente distorcerá as pessoas que vai conhecer por aí, tentando adequá-las à imagem que você tem delas, que é totalmente errada, baseada em preconceitos.

achei errado, achei feio, achei cafona. achei super tenso uma autora como Tati Bernardes que é conhecida no meio e fora dele e tudo o mais ter um texto desses por aí. sem querer entrar nessa onda de ~mimimi patrulha feminista pra cima de mim~ mas, vei, quando uma mulher se levanta e diz NÓS, MULHERES, SOMOS COMPETITIVAS E FALSAS MESMO, PFFF, você espera mesmo conseguir melhorar esse cenário? meu amor, se tu acha que ~ somos competitivas e falsas ~ o problema não está nas outras mulheres. está em você. é um problema todinho da sua pessoa.

trai o movimento não, tati. sério.

/morre apenas.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

sdds política laica no brasil, ops, nunca teve rs


PVFR BRASIL.
AI. CARALEO. MINHA DIGNIDADE SOFREU AQUI.

"bora discutir cura gay, galera"
Faz isso com minha pouca fé na humanidade não. Não me faça acreditar que vocês não tem solução. Porque vocês já foram longe demais com essa merda toda. Sabe, eu tava até de boa com seu "é adão e eva, não adão e steve", com o "TÁ NA BÍBLIA SEUS PECADORES" (risos eternos da minha parte), "esse bando de promíscuos" (mais risos eternos da minha parte) etc etc etc. Esse blá blá blá de gente que acha que sabe alguma coisa. Essa gentinha.

Mas daí a "bora brincar que somos psicológos e podemos mudar os preceitos que os regem"? Daí a querer questionar a Organização Mundial de Saúde sem embasamento, sem base, sem porra nenhuma que justifique tal posicionamento a não ser os velhos estúpidos e nojentos preconceitos retirados de seu livro? Sério mesmo? Really? Não, espera, porque está tudo errado. Ai euzinha, minha linda pessoa, tenho que ver essas notícias no G1 de "polêmica da cura gay causa tumulto". MEU AMOR, É PRA CAUSAR TUMULTO, BADERNA E

(faço questão)

cassação automática de quem inventa e compartilha e dá um maldito like nessas besteiras.

Já ouço as vozes urgindo "ah, mas corrupto não tem que ter que ser cassado, mas só porque o cara tá defendendo a família tem que ser cassado?". As vozes das profundezas, do classe-média-hetero-branca-cis-sofre-muito-no-facebook urgindo a favor da família. Eu acho a d m i r á v e l essa maneira que povo encontra de desviar o assunto. Sou a favor de cassação para essa galera corrupta também, mas não estamos falando de corrupção, meus amores, estou falando de uma linda bancada cristã (faço questão de sublinhar: c r i s t ã. Aquela que segue os preceitos de 'bora amar todos, galera') que tá lá gastando nosso dinheiro para discutir "cura gay".

Todas as aspas do universo para essa expressão.

sim, todo dia um hétero morre apanhando só por ser hétero

Porque, claro
1) todos eles são psicológos, psiquiatras, médicos graduadérrimos em Harvard ou Oxford concluindo que, porra, homossexualidade é uma doença, logo tem cura.
2) e como não bastasse, eles ainda tem autoridade para mudarem a Resolução 1/99 do Conselho Federal de Psicologia, PORQUE, CLARO, TODO MUNDO PERGUNTOU A OPINIÃO DELES SOBRE O ASSUNTO. Aliás, a resolução está aqui e é um documento simples e lindo que diz com todas as letras: psicológo/psicológa que faz jus à profissão não pensa em "curar" uma pessoa só porque ela curte o mesmo sexo.

Quero é ver esse povo ferrado. Já me basta engolir os escandâlos, a greve nas federais, o descaso completo com saúde, educação e tantos outros problemas. Já me basta engolir o crucifixo nos prédios públicos, os crimes por homofobia que só aumentam, a violência doméstica que só nos ferra. Me basta engolir o estupro no BBB (foi estupro e só idiota tem capacidade mental pra negar que houve abafamento muito eficiente do caso), me basta engolir a pouca quantidade de Delegacias das Mulheres pelo país, me basta engolir tanta coisa.

Mas essa bancada cristã está extrapolando todos meus limites. Eu simplesmente não vejo outra solução a não ser cassar todo mundo. Subiu no palanque e disse "EM NOME DE DEUS, EU PROMETO..."? Cassa. Se declarou evangélico e tá votando contra aborto porque vai contra deus? Cassa. Relaciona homossexualidade com pedofilia? Cassa. Cassa tudo, manda esse povo sair. Não é possível que um país tão fodido como o nosso tenha que aguentar essas pessoas no poder. Aliás, não é possível que gente como gente que bota eles no poder. Eles vivem falando de "ditadura gay". De mordaça.

Mas quem está com medo aqui sou eu. Estou sinceramente receando que a bancada ganhe ainda mais força e esse país vire uma teocracia.

laicidade é mentira, meus amores, voltem pra casa e se matem de depressão.

Aí, como se não bastasse minha expressão de "sério mesmo que estão falando de patologizar a homossexualidade?" diante do babado e confusão que rolou na Câmara, vem essa l i n d a entrevista do pastor que era ex-travesti que está linkada aqui, meus amores, para todos que quiserem apreciar a emocionante história de uma pessoa que achava que era mulher e agora, em Cristo, está no seu lugar que é de homem. "Deus me curou", amém, irmão. Aí vem o carinha todo "homossexualidade é conduta aprendida", porque ele obviamente está falando por todos os gays, por todas as lésbicas, por todos os bi. Ele está falando por todo mundo, gente, cês não sabiam que a ABGLT deu permissão escrita pra ele falar por todos?

Aliás, eu a d m i r o como ele é todo "estou falando de todos, gente". Não houve fidelidade dele com o italiano? É coisa de gay. Ele se prostituiu? Ah, desvio do caminho de deus. Não, ele nunca para para analisar como a sociedade marginaliza as travestis, jogando-as na rua por impedirem que possam frequentar a escola decentemente. Não, ele não percebe que em uma sociedade aceitável, a mãe e as irmãs nunca seriam preconceituosas como foram. Não, ele simplesmente está validando um preconceito do qual ele se sentiu.

Desculpa, sociedade, mas achei o cara escroto. Achei escroto porque acho escroto pessoa sofrer o pão que o diabo amassou e não ser capaz de perceber a situação. Acho escroto ex-gay virar pastor e assinar embaixo de uma sociedade assassina e perversa, se dizendo curado e iluminado. Curado e iluminado uma ova. Se fosse uma pessoa iluminada, teria a decência de perceber que é a igrejinha dele que estimula todo esse ciclo de bullying, de violência, de suicídio entre jovens, de ódio e hostilidade. Se vestir como "homem" não é atestado de decência. Ter esposa, ter filho também não. Nazistas também se vestiam como homens e tinham esposas e filhos e nem por isso alguém achava que eles eram pessoas decentes.

(ai, desculpa, comparação com nazistas doeu. meu amor, não sou eu que chamo esse povo de feminazi. não fui eu que inventei que existia uma ditadura gay. em termos de comparações sujas, sou caloura num jogo que vocês já são mestres)

Então, Bolsonaro, me faz um favor: se retire da sociedade. Marisa Lobo, mesmissíma coisa. Aliás, todos vocês que sorriem com orgulho se dizendo "oi sou da bancada evangélica me ame", pfvr, saiam. Vazem. Façam esse favor pela humanidade, porque esse mundo já está com ar contaminado pra perder energia com gente feito vocês.

(você que concorda com eles, não se sinta excluído. Você também pode se retirar da sociedade e ser uma pessoa imbecil junto com eles, em um outro mundo onde esse tipo de comportamento seja aceitável).

maturidade passou longe. tô nem aí.