quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Os melhores -nnn argumentos das Twilighters fanáticas contra Harry Potter para justificar porque Stephenie Meyer owna Rowling.

Versão Definitiva! Ou não.



sabe como é, HP SÓ TEM Voldemort, mano. Nada de inovação, só dá Voldemort! E Twilight tem Volturi, Victoria, James...

Bem, pelo menos Voldemort é um vilão decente. Ele já matou, roubou, gargalhou, enfeitiçou, manipulou e fez da vida de Harry um inferno. E não só da vida de Harry: ao invadir o Ministério, fez com que Hermione se tornasse foragida, atrapalhou a vida da família Weasley todinha e fez questão de infernizar a vida de todos os alunos de Hogwarts, além dos professores e funcionários. Ele instaurou uma atmosfera de medo, um mundo que não se dava pra confiar em ninguém, afinal quem não era manipulado pela mídia, pelas palavras adocicadas de Lord Voldemort? Só dizer seu nome era garantia de uma visitinha do Lord, e todos só queriam fugir, se afastar.

E Twilight, hm... James perturba a vida de Bella. Dá uma mordida, quase morre. O maior perigo real que ela passou. Edward acaba com ele, aí chega Lua Nova. Edward larga Bella em prol de uma vida pacífica (o que significa ataques catatônicos de Bella durante quatro meses. Depois dizem que esse amor não é obsessão!), e ela sofre um pouco com Victoria. Mas nada de relevante, porque Jacob protege ela. Protege ela dos vampiros maus, de si mesmo e da própria loucura dela. Em Eclipse, Victoria volta. E com vampiros recém-criados. AI, MANO, FINALMENTE UM PERIGON, NÉ. Que nada. De acordo com Edward?
- Não se preocupe, Bella. Eles dão conta deles sem a minha presença (Edward, Eclipse, na 'clássica' cena da tenda que Jacob esquenta Bella na cara dura de Edward. rs rs rs)
O 'eles' significa os Cullen + lobisomens, né. E Edward que acaba com Victoria. Decapita ela, uau. O máximo de violência que Meyer se permite usar em seus livros, porque ela mal consegue ver Entrevista com o Vampiro até o fim. Meyer, meus priminhos conhecem mais táticas de apavorar leitores do que você, ok.

Aí chega o último, fabuloso AMANHECER *-* O livro que significa o fim de Twilight. O livro que pode redimir Meyer de todas as falhas. Ou o livro que pode ser uma merda, e concluir a significativa conclusão: Meyer não escreve nada que preste mesmo. O livro INTEIRO com a mesma conversa: VOLTURI VAI NOS DESCOBRIR, PQP, A GENTE VAI MORRER D:
- e nem havia chegado 2012!
Reneesme nasce, um mês pra todo mundo chegar, arrasar e morrer. Volturi chega. Tensão. E chega Alice -do nada- e explica o mau entendido. E os Volturi vão embora, e ainda pedem desculpas! Só pra dar um suspense, matam uma guria lá que foi quem chamou os Volturi. Coitada.

Aí vem a guria dizer que os perigons de Twilight são mais eletrizantes. Aham, porque afinal o que são os Comensais da Morte, as famílias inteiras mortas, as profecias, o rastreamento, Luna Lovegood sequestrada, a traição de Narcisa, a perda de Dumbledore, a Marca Negra, o medo da morte, a quase-morte de Harry Potter, Dobby se sacrificando por todos, o pavor de Draco Malfoy e a proteção de Minerva McGonall perto dos Volturi e seus dentes de borracha, né? Nada!




Twilight ganhou mil prêmios, sabecomoé? MTV Awards SÓ DEU TWILIGHT, HIHIHI ou 'enquanto vcs discutem isso, Stephenie Meyer só fica rica hihihi'

Se for pra comparar entre prêmios e quantidade de livros vendidos, HP owna geral. Tenho muita pena de menina que fala assim, sabia? Porque elas listam todos os prêmios que Crepúsculo já ganhou (que geralmente são MTV Awards e Livro da Década da Amazon.com), e se elas listam, é pra comparar, né? Aí a gente vem com prêmios de HP e elas vem com MIMIMIMI TWILIGHT EXISTE HÁ BEM MENOS TEMPO DO QUE HP, NÉ DDD:
Ué. Non entendo essas meninas.
Então eu dei uma pesquisadinha beeem básica, e eis todos os prêmios que eu achei para: Harry Potter e a Pedra Filosofal e Crepúsculo. Só o primeiro livro de cada série. Pra fazer justiça, né.



Crepúsculo

• Melhor da Década... até agora da Amazon.com
tem mais aqui, problema que, hm, não tenho paciência de ficar lendo o texto e descobrindo quais são os prêmios específicos. Porque eles simplesmente não fazem uma lista normal?


Harry Potter e a Pedra Filosofal.

• Vencedor de 3 “Smarties Gold Awards Nestlê”.
• Melhor livro infantil e melhor romance de 1997, pela “FCBG”.
• Foi escolhido pela “Birmingham Cable” como o melhor livro infantil de 1997.
• Melhor livro broxura de 1998, pela “Young Telegraph”.
• Livro do Ano, pelo “British Book Awards”.
• Vencedor do prêmio “Sheffield”, como melhor livro infantil de 1998.
• Ganhador do prêmio “Whitaker Platinum Book Award 2001?.

Fonte: Potterish.


Hm. Nem preciso dizer muito, né?
E eu ainda iria pesquisar cada prêmio para descobrir se votação era aberta ou fechada, mas não estou com saco pra fazer isso.




se não gostam de crepúsculo, é porque nunca amou viu

Hm. Interessante esse ponto de vista. É como você dizer que quem não gosta de Sandy e Junior nunca amou. Quem não gosta de Capitu, Machado de Assis, é porque nunca... hm, sei lá, traiu? Afinal como você pode associar um livro a um sentimento quando você nem conhece a pessoa? É como você só conversar com uma pessoa pelo telefone e dizer que ela é feia. É algo muito estranho de se ler. É mais estranho ainda porque as pessoas adoram ter a noção de que amor é o que existe entre Bella&Edward. Afinal como discordar? O mais estranho ainda é que Harry Potter fala de amor, mas simplesmente não é aquela coisa melosa, sentimental e obsessiva que existe em Twilight. O amor em Harry Potter é mais puro e tenro, é o tipo de amor que ultrapassa as fronteiras de qualquer magia. Poucas pessoas amam desse jeito, tão absurdamente que acaba transmitindo esse amor de tal forma que protege a pessoa amada. É lindo.

Bella ama Edward. Mas ela ama de uma forma obsessiva, como se só ele se importasse. É como uma adolescente que se julga madura demais por estar vivendo uma paixão inebriante, e menos de um mês depois, já está pronta para ir pra cama com ele, casar-se com ele e viver com ele para sempre e dane-se seus pais. Ela só fala nele, ela só pensa nele. Ela esquece de respirar, e só fala de como ele é branco, forte, lindo, cabelos cor de bronze, olhos cor de topázio, branco, perfeito (repetidas 10x por página), rico e cuida dela com tanto carinho! Além disso ela é uma fraca, derrotada, pobre humana que não merece ter algo tão perfeito como um deus grego, desastrada. Ela é tão desastrada que a gente se pergunta: como, COMO ela sobreviveu até os dezessete anos? COMO ela viveu sem Edward, seu eterno protetor? COMO ela nunca rachou a cabeça ao meio? Além disso Edward não ama propriamente Bella. Ele é viciado nela. É diferente. E qualquer fã sabe disso, afinal ele a comparou com heroína. Garota, pense com seu lindo e divo cérebro e raciocina: um guri fala que você é a heroína dele. Você vai pensar que
a) ele me ama! *-*
b) ele acha que sou uma droga viciante :B
99,9% das garotas marcavam a opção B sem pensar duas vezes. Afinal uma pessoa viciada em heroína é uma pessoa viciada em heroína. Não é uma pessoa que ama a heroína. Pessoas viciadas em heroínas apresentam uma espécie de humor bipolar, vomitam na primeira semana de uso e problemas em se relacionar sexualmente (Wikipedia sobre heroína).

Não é exatamente a droga que você gostaria de ser comparada, hein?




EDWARD É LINDO, PERFECT! vcs são invejosas, pq Bella ficou com ele, bgs!

Primeiro, é um personagem. Não tem como sentirmos inveja de personagens por sermos trocadas, porque não participamos da série de livros Crepúsculo. Eu não vivo em Forks, eu não conheço Bella nem Edward ao vivo, então... não me sinto trocada, ek. Além de inveja? A única coisa que eu teria inveja de Stephenie Meyer é porque ela enriqueceu sem precisar se esforçar tanto em criar uma obra-prima, enquanto eu penso em gastar 10 anos da minha vida como fez Rowling para elaborar uma série de sete livros. Eu poderia simplesmente cansar disso, escrever qualquer coisa, ganhar rios de dinheiro e pronto. Mas eu não dormiria em paz, obrigada. Não sinto inveja, obrigada. Não de Meyer. Muito menos de Bella - você já leu a quantidade de vezes que ela tropeça? Obrigada, prefiro me manter longe. Eu odeio tropeçar em coisas ou ter acidentes bizarros, e isso ser considerado normal por todo mundo. Então metade do seu argumento se foi! *-*

Edward é lindo e perfect. Hm.
Não faz muito sentido.
Primeiro porque a noção de beleza é, hm, relativa. Eu acho que existe muitos caras mais bonitos. Johnny Depp. Orlando Bloom. Tom Cruise em seus tempos de Lestat. Brad Pitt idem. Heath Ledger. Meu namorado. Não é porque um personagem de livro é bonito, lindo e tem um tanquinho de invejar que isso confere uma qualidade literária ao livro. Não faz sentido. Se fosse assim, Diário da Princesa era melhor do que Incidente em Antares. Não que Diário da Princesa seja ruim, mas acho que ninguém precisa pensar muito quando se trata de comparar a qualidade literária entre Meg Cabot e Érico Verissímo. Na primeira série, tem caras lindos de doer. Incidente em Antares não tem. Porém Incidente em Antares é um dos melhores livros de ficção brasileira já escritos, na minha opinião.

E perfeito? Aham. O cara que tira o motor do seu carro pra você não falar com o namorado. O cara que acha que você é tão desastrada que é capaz de perguntar se pode limpar sua bunda, porque você é incapaz disso. Ele chega a escolher sua faculdade. Ele faz tudo por você, e acha que você é uma peça de porcelana. E Bella ama.

Desculpa. Ele não é perfeito. Perfeição significa nenhuma falha. Edward é possessivo, controlador e machista. Três defeitos, sozinhos, já botaram toda sua perfeição para o céu. Hm, aha.


E agora cansei, porque eu tenho mais o que fazer. Eu só fiz esse post porque estava com vontade.
P.S.: todos os argumentos usados são reais. Todos eles já foram dirigidos aos haters. Acredite, adolescentes soltam essas pérolas de que homem bonito aumenta a qualidade de livro, quantidade é qualidade, entre outras coisas. ;*



P.S.: o mais importante: FELIZ ANO NOVO! Que todo mundo tenha um excelente, divo 2010. Que Obama seja um presidente decente. Que Lula seja um presidente que fale menos besteira. Que Sarney e outros políticos corruptos morram - sem dó nem piedade. Que ninguém mate JK Rowling, Neil Gaiman, Tim Burton e Madonna. Que eu ganhe um bom dinheiro. Que a Unicamp não feche inesperadamente. Que o indíce de assassinatos por homofobia diminua. Que o casamento gay seja permitido no Brasil. Que diminua a incidência de mulheres que sofrem mutilação genital. Que diminua a quantidade de mortes por honra (geralmente moças que não são virgens antes do casamento). Que HP e Relíquias da Morte, parte 1, seja mais ou menos fiel ao livro. Que esse ano seja melhor do que 2009, por favor.


terça-feira, 22 de dezembro de 2009

hm, cinema.

hm, não tenho muitas idéias para o post de hoje.

Pensei em fazer um post sobre estilo em Natal, mas milhares de blogs fazem o serviço de forma muito melhor do que eu faço (não sei dar dicas sobre a maquiagem mais badalada, por exemplo), sobre presentes para se dar no Natal, sobre comidas de todos os tipos, inclusive do gênero vegetariano, mas concluí que apesar de ter vivido 15 festas de Natal na minha vida e estou pra viver mais uma, não sei o suficiente sobre as coisas para fazer um belo post sobre o assunto.

De modo que decidi, hã, falar de coisas aleatórias porque não sei o que escrever, coisas como, hm, filmes. Os filmes que eu pretendo assistir em 2010, isso aí! *-*

Alice no País das Maravilhas



Sob a direção de Tim Burton, eu só posso dizer: eu espero muito. Tim Burton raramente me decepciona, e embora eu seja a sua fangirl mais poser que existe na fase da terra, eu sinto - SEI! - que ele vai fazer um excelente filme. Pelos trailers que acompanho e notícias afins, a fotografia está muito boa, bem ao estilo muitcho loko burtoriano, como se tivesse saído de um sonho meio estranho. Eu nunca sonho com esses cenários, mas não me incomodaria se sonhasse. Além disso Alice no País das Maravilhas tem, no elenco, divos e mais divos. O nome que é mega-repetido em todos os jornais é o de Johnny Depp como o Chapeleiro (ele está usando um make verde estranho), mas também a Helena B Carter (você não sabe quem é? Ela fez a Srta Lovett em Sweeney Todd, aquela moça pirada que fazia dos corpos material para suas tortas saborosas e também fez a Bellatriz, a adoravelmente psicopata Comensal da Morte em Harry Potter. Ela é a que gritava HAHAHAHA I DEAD SIRIUS BLACK na cena em que a Toca pega fogo em Harry Potter e o Enigma do Princípe), a Anna Hathaway (a princesa anormal em O Diário da Princesa - péssimo - e a pobre assistente júnior de Miranda em o Diabo Veste Prada - excelente) e Alan Rickman (o inesquecível Severo Snape de Harry Potter) Com um elenco desses, como pode o filme sair ruim?

Tim Burton dá a marca em alguns dos filmes mais adoráveis, hm. Como O Estranho Mundo de Jack que é o melhor filme forever, além do clássico Edward Mãos de Tesoura. Ele sempre dá aquela marca bem sinistra e mórbida nas obras dele, o que faz com que você tenha uma imagem bizarra de gente que adora morte aos olhos de outras pessoas que não entendem muito bem. Afinal pessoas normais jamais vão entender que crianças adoram assistir filmes com canções ameaçando matar o Papai Noel e que tenham esqueletos que sejam considerados heróis porque assustam criancinhas. Eu adorava.

Quanto a Tim Burton, vou passar um curta-metragem que é da autoria dele. O primeiro em stop motion, o que o cara ama.




The Runaway



Me desculpem os fãs puristas dessa banda, mas virei fã também. E sim, foi porque eu descobri que Dakota Fanning estava fazendo um filme. Sobre o quê? Uma banda chamada The Runaway. Que banda é? Uma das bandas mais marcantes da década de 70. De você se interessar pelo assunto do filme até baixar um dos CDs é um pulo. E, bem, adorei. Agora eu espero o filme ser lançado.

Eu já falei que no trailer Dakota Fanning está incrivelmente sexy? Isso é muito estranho porque até ontem eu só lembrava dela de a garotinha loira, parecendo toda criança loira de oito anos, em I Am Sam, Pequena Mulher, Grande Menina (aliás, um minuto de silêncio pra a atriz que contracenava a 'Pequena Mulher' com Dakota. Uma infelicidade. Ela só tinha 32 anos, a pobre da Brittany Murphy!) e Guerra do Mundo. Ela é só um ano mais nova do que eu, e eu a vejo como se fosse uma garotinha. Não consigo conceber Dakota Fanning sexy. Simplesmente não consigo. Eu me sinto como se fosse alguém acompanhando o crescimento e não conseguisse aceitar que a garotinha cresceu.



Você consegue imaginar Dakota fazendo a loirinha de cinta-liga?


P.S.: não é possível eu ser tão viciada em Halls. É com um impulso que me OBRIGA a devorar todas as dez balinhas de uma pastilha. E como tenho preguiça demais de descer e ir gastando 80 centavos, fico com a boca seca querendo maaaais uma bala Halls. Alguém, por favor, me diga os efeitos colaterais de se ingerir tanta bala assim. Eu preciso de tratamento.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

uma cidade chamada Campinas.

Obs.: as fotos estão pessimamente colocadas. Eu bem que tentei ajeitá-las, mas o Blogger só deforma. Então não considere que sou péssima pra essas coisas, eu só não estou com saco pra isso :D


É, voltei da estrada, dei presente pra irmã, pra mãe e pra tia, ganhei presente novo da tia - outra! - e etcétera, etcétera. E finalmente estou com as fotos aqui e poderei fazer um sensacional, estupendo e definitivamente jornalístico post sobre a minha viagem rumo a Campinas, São Paulo, e sobre o que fui fazer lá: representar o IFBA Campus Vitória da Conquista na I Olímpiada Nacional em História do Brasil. Eu com minha equipe, mais três equipes.


Então nesse mui humilde blog -nnn narrarei toda a nossa trajetória desde que descobrimos que fomos convocados a fazer a prova final em Campinas, SP - no começo de novembro.


Como conseguimos arrecadar $$$


Enchemos o saco de todos os professores, funcionários, alunos, técnicos de enfermagens e clientes de salões de beleza vendendo rifas e passando o tal do Livro de Ouro. Narramos às pessoas a nossa emocionante história de como iríamos representar Vitória da Conquista em São Paulo, de como é a Primeira Olímpiada de História da História do País! e tudo o mais. Conseguimos.

Valeu, professores do IFBA por nos ajudarem. Obrigada mesmo, alunos e funcionários que colaboraram com as rifas. Pessoal que trabalha em hospital com minha mãe, parentes - salve, salve! - e clientes dos salões de beleza (um beijo pra ti, Oficina do Cabelo!), MUITO obrigada por tudo, tudo, tudo, tudo! Vocês nos ajudaram a ter a grana em mãos que pagou a hospedagem, porque aí rolou uma sinistra história...

Viagem marcada para quinta-feira - sairia um ônibus de Salvador, pegando as equipes que passaram em Camaçari, Simões Filho e Vitória da Conquista - a gente, no caso. Não pagaríamos transporte, e com sorte, a hospedagem porque o IF de alguma cidade perto de Campinas ia hospedar a gente. Só que quem estava organizando tudo era o diretor do IF de Simões Filho, eu acho, e ele cancelou a viagem por conta de provas, recuperações e conselhos de classe. No sábado. Faltando somente CINCO dias para a viagem! Enfim corremos para o todo-poderoso M (não direi o nome em razão de privacidade, rs) e ele colaborou com a gente. Enfim, conseguimos ter um ônibus só nosso, porém em compensação teríamos que pagar hospedagem, já que o IF de lá não hospedaria mais em decorrência do cancelamento. Então tivemos que usar o dinheiro arrecadado para um hotel que sairia mais caro porque 1) não tínhamos tempo de pesquisar direitinho, 2) todos os hotéis e pousadas baratos estavam lotados, 3) e tava todo mundo consciente e aumentando um tico o preço pros turistas.

O fato é que partimos de Vitória da Conquista, BA, às oito e meia da manhã *-*


A fabulosa serra mineira e a quebra do ar-condicionado!






Olha, vou falar um negócio: a serra mineira é fantástica. Morros da era Paleozóica, arrendondados e belíssimos, e claro o infeliz detalhe que cada morro tem uma mensagem cristã pros caminhonheiros - sim, as igrejas cristãs até pintam morros antigos com mensagens cristãs, e provavelmente com alguma tinta tóxica ¬¬ sim, falomesmo. Morros tem que se manter longe das mãos humanas, é o que acho. E tenho a razão, óbvio -qq.

Passamos por Ipatinga, Encruzilhada, Padre Paraíso (a 290km de onde vivo), Itaobim, Belo Horizonte, e várias outras cidades que não lembro o nome, e não foi tudo exatamente nessa ordem. Acho que, por exemplo, Itaobim foi antes de Ipatinga. Mas não tenho certeza. Mas lembro que passamos por Ipatinga umas quatro horas da tarde, e achei a cidade bem bonita, cheia de árvores e tal. E também passamos por BH às onze da noite. Não entramos na cidade definitivamente, porque os motoristas não queriam. Então paramos em um desses postos que tem lanchonetes que funcionam 24h, sabe? Todo mundo falando 'mineiro', banheiros limpos - salve, salve! - e tudo o mais. Seria até legal a experiência, apesar de não ter gostado muito da coxinha (mas eu nunca gosto muito de coxinha nenhuma), o problema era... fumantes. Havia umas seis mesas, e das seis, quatro estavam ocupadas por fumantes. Fumantes que fumavam na hora de pagar, de pedir e de perguntar o preço. Cigarros o tempo todo, um nojo. Acho fumante uma coisa, viu. Nem xingo porque sei que tem gente legal que fuma, mas uma coisa é certa: esse povo é meio suicida. Não entendo gente que sabe que é muito provável que fumar várias vezes dê um belo câncer de pulmão, e assim assim continue a usar o cigarro. E nem deve ser tão gostoso assim, o cheiro é horrível e ainda incomoda os outros. Não é como beber H2O que é cheio de aspartame ou comer salgadinhos cheio de gordura hidrogenada. Eles matam, mas o negócio é gostoso e pelo menos você não prejudica mais ninguém com o veneno que ingere.

Enfim, preferi saí de perto dos fumantes rapidinho e voltamos para o ônibus lindo, querido, oficial e com ar-condicionado. Bem, a última condição durou até as duas da manhã. O ônibus meio que caiu numa vala, de um certo jeito, que o motorista não conseguia manobrar o veículo pra frente, pra trás ou pros lados. Ou seja, ficamos parados na estrada, às duas da manhã, apavorados. Mais rindo do que apavorados, digamos assim. Para piorar, todo o compartimento dos passageiros é fechado, inclusive as janelas. Não se tem como abrir as janelas por um ventinho, a refrigeração é garantida pelo ar-condicionado. Que pifou. A partir daí, considerei Willis Carrier o herói da humanidade. Ar-condicionado é uma daquelas coisas que você nem sente o efeito, como se fosse algo que existisse desde sempre e você só sente a falta quando o negócio deixa de funcionar. Tipo chuveiro elétrico. Cara, que infeeeeerno ficar num ônibus por horas sem ar-condicionado ._.


A fabulosa chegada em Campinas






Olha, Unicamp é uma coisa toda verde. Campinas idem. É tudo verde, e se estamos no centro da cidade, é prédio, prédio, prédio e tudo que é marca internacional que caipira só vê em revista (eu!) tá lá, na sua frente. 'Extra' mesmo, eu só sabia de nome, porque nunca tinha visto. Perto do hotel em que fiquei, também havia bancas de revistas, ônibus funcionando a Biodiesel, um bordel e pontos de tráfico de drogas (ninguém me tira da cabeça que aquela estação ferroviarária abandonada sirva de um ótimo point onde se vende crack às duas da manhã!), enfim toda a típica diversidade de uma cidade grande de mais de um milhão de habitantes. Sensacional!

Quando a gente ficou no hotel, a gente pagou pelos seguintes requisitos:
• Telefone, que não funcionava no quarto do meu namorado.
• TV a Cabo - que funcionava. Mas em compensação não tinha nenhum canal realmente interessante, como Cartoon Networks, Telecine ou Multishow.
• Frigobar, que deixou que o sorvete da minha amiga virasse água - mas em compensação manteve uma temperatura boa para os Toddynhos de caixinha, rs.
• Internet, que era sem fio e só pra quem levasse um notebook ou laptop, porque eles não ofereciam computadores para isso.

Ao menos o café da manhã era uma delícia, tenho que concordar. Eu nunca tinha tido tantas opções diferentes: melancia, mamão, suco de laranja, tipos de pães, bolos, presunto, queijo, geléia, hm. Dava vontade de pegar tudo, mas não sou tão gulosa assim a ponto de aguentar comer tudo. Suco de laranja com pão+presunto+queijo tá ótimo. O hotel era legal, a sério. As camas são arrumadinhas, e o banheiro é limpo. Em compensação, minha amiga não sabe o que é banho quente e eu não sei o que é tomar banho lá sem tomar um belo de um choque.

A gente visitou Unicamp, e a livraria de lá inclusive. Tosca como sou, fiquei tirando fotos de tudo que é coisa, tipo... os livros. Livros sobre Charles Darwin, livros sobre Japão, livros sobre Coco Chanel, tudo lá lindinho implorando para eu levá-los para casa; e levei só um, um da série Calvin&Haroldo para dar a minha irmã, de Natal adiantado. Também notei muita pichação, muita grafite. As pichações eram feias, e pareciam que eram todas feitas por uma única pessoa ou por um grupo, e eram onipresentes: surgiam nos muros na frente do hotel em que eu estava hospedada, surgiam nos prédios altissimos no centro da cidade, surgiam nas fachadas de hospitais. E as grafites, porém, cara!, eu queria viver numa cidade toda colorida por grafites, com pinturas instigantes e bem-feiras!

Toda a sexta-feira foi assim, basicamente: centro, Unicamp, hotel - onde comemos uma pizza. Eu pedi uma de milho verde, e veio mais bacon do que milho verde. Eu fiquei com pena da minha colega de Olímpiada porque a religião dela não permite que ela coma carne de porco, e na pizza veio tanto bacon que ela não comeu muito. E achei sacanagem, porque eu pedi uma pizza de milho verde, e o milho era quase inexistente. Pelo menos eu gostava de bacon. E a minha colega também comeu uma de outro sabor que não infringia os regulamentos da religião dela ;)

Folha amarela, folha rosa e folha verde. E três horas para resolver todas as questões de todas as folhas. E a programação cultural de lazer durante a tarde!




Estava realmente bem tumultuado. Equipes de todos os lugares, todos os estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Ceará. Realmente de todos os cantos do país! Todas resolvendo as provas, e infelizmente muitas equipes não puderam ir por conta de vestibulares ou entraves financeiros. A prova foi entregue em três papéis diferentes, cada uma em uma cor diferente: a folha amarela vinha com um texto sobre a mudança dos nomes do Brasil na época da descoberta, a folha verde falava sobre a Constituição do Brasil e questionava o que a Constituição tinha a ver com a ditadura militar e a folha rosa pedia para fazer uma dissertação sobre a História ser uma ciência da diversidade. Recebemos duas garrafas d'água que nem bebemos durante a prova, porque gastava tempo e tempo era pensamento - três horas era muito pouco! Entregamos as provas meio-dia e vinte e cinco, vinte e sete, acho.

Sendo que o prazo era meio-dia e vinte e oito.

A programação cultural de lazer que a organização da Olímpiada programou para nós, de tarde, era... o shopping Parque Dom Pedro. Eu sei, é ridículo. Eu sei, é ótimo - shoppings são legais, concentram toda aquela coisa de consumir, consumir, consumir e até eu e meu namorado que não éramos tão consumistas assim - ele menos do que eu - sentíamos todo aquele apelo capitalista para não sair sem comprar. O shopping é enoooorme - para os meus padrões. O maior e único shopping da minha cidade é o Conquista Sul, e ele caberia todinho só no estacionamento do Parque Dom Pedro, ok? A praça de alimentação é gigantesca, o cinema tem 15 salas, e eu fui a total caipira que ficou fotografando cada banco, cada nome de loja, cada vitrine, e cada coisinha maisoumenos interessante que surgia.

Minha vontade é de morar em Campinas só pra comprar todos os livros da seção de livraria da loja Fnac. Porque quero toda aquela seção estrangeira, sendo que eu nem sei ler inglês, quero muito. Saí de lá com muita vontade de consumir - maldita sociedade, rs. O que eu gostei do shopping foi o banheiro. A água da privada é reutilizada, e o papel é biodegradável e pode ser jogado na privada sem entupir o cano.


Medalha de bronze.





Era manhã chuvosa, e eu estava totalmente dark - botas pretas, minissaia preta, camiseta preta&branca, sobretudo jeans, e cabelos cacheados pretos. Até delineador preto eu usava, pra complementar o look. E completamente entediados, porque vocês sabem que toda cerimônia vem com um enooooorme papo sobre como é importante, como é legal e tudo o mais. O famoso discurso. Ainda por cima nem estavámos no auditório principal, então a gente acompanhava tudo por um telão enorme. Já estavam anunciando os nomes ganhadores, e eu já estava pensando que a gente não ia ganhar medalha, que a gente ia voltar de mãos vazias, e como a minha vida ia ser triste e vazia (hehehe), quando de repente anunciam:
- PATRÍCIA GALVÃO.
/é o nome da nossa equipe, porque a Olímpiada é em equipe: eu, meu namorado e minha amiga - Luna, Hugo, Marina.

O detalhe é que saimos correndo saindo desse auditório indo para o auditório principal onde estava realmente rolando a experiência, correndo mesmo pelo corredor, atropelando tudo que estivesse no caminho e o povo ainda indicava o caminho É PRA LÁ, PRA LÁ! E todo mundo: PARABÉNS!, e quando chegamos no auditório principal, na fila pra pegar a medalha e tal, eu:
- Qual é a medalha?
Marina: - QQQQ *tremendo feito vara verde*
Hugo: - não sei *-----*
Podia ser uma medalha de latão, mas estavámos tão emocionados, tão felizes, tão tão! É realmente uma sensação tão boa subir no palco e escutar um 'Parabéns' de todo mundo, e receber a medalha - a medalha é pesada, mas mesmo assim, ninguém ligou - é tão boa a sensação de ter ganhado, de sentir o peso. E apertar a mão de todos aqueles professores que organizaram a Olímpiada, e escutar de todo mundo um 'parabéns' e você nem conseguir falar algo de emoção, é tão feliz! E tirar a foto com um sorriso na cara e nem ligar se a foto saiu tosca ou não, não importa! E mal saímos do palco, outro nome 'LUIZA MAHIN' que é uma equipe do mesmo colégio que o meu que viajou junto com a gente e tudo o mais *-*

Cara, meu professor ficou todo metido. Mandou quatro equipes pra final, e das quatro, duas voltaram com medalha - de bronze, aliás.

Depois da premiação, dos presentes que a ESCOLA -não a gente, a escola! - ganhou (vários livros didáticos de História que parecem bons), e tudo o mais, é cair na estrada. Porém comemos antes - e aí dou uma dica. Tem um restaurante chamado União, lá em Campinas na Avenida Albino José Barbosa de Oliveira, em Barão Geraldo que a comida é absolutamente divina. O probleminha é o preço: 15 reais, e você pode comer cinco vezes seguida, se quiser. Mas se for como eu, que um prato basta, nem compensa. Mas se for como Hugo, é prejuízo pro restaurante. Aviso: qualquer bebida é 4 reais, inclusive refrigerante e suco de laranja. E a água custa 3 reais. Mas em compensação, a comida, ah!, a comida... massa! para nós, foram 11 tipos de massa, mas pra quem participa do rodízio, são 40 tipos de massa. O lugar ideal para engordar quilos e quilos com o maior prazer. E o lugar é bem agradável, em si. Os atendentes são bem simpáticos, também ;*

Recomendo.


Voltando.





Serra mineira de novo, serra baiana. Ê beleza, viajar por mais de um dia sem ar-condicionado. Depois de um tempo você meio que se acostuma, mas não quer dizer que você prefira, rs. Mas tudo bem, a gente sobreviveu. Voltei com queijo mineiro, um livro, um presente pra minha mãe, dois chaveiros e mil panfletos e mapas, além de muito dinheiro a menos (dos 250 reais que eu levei pra gastar com comida e etc, menos de 30 reais sobreviveram).

E eu digo: viajar em terra é ótimo, você pode parar em mil cidadezinhas. Ainda quero voltar pra Campinas, e estou pensando em fazer faculdade na Unicamp. O probleminha é o custo de vida: a mocinha que serviu lanche pra Hugo no shopping disse que o lugar mais barato pra se alugar se encontrava por 600, 650 reais. Enquanto aqui na minha cidade, esse preço é por uma casa mais ou menos em um bom bairro!


;*

domingo, 6 de dezembro de 2009

conclusões de garotas.

De acordo com comentários interessantes vindos de garotas em um tópico de orkut, então vou dar prosseguimento ao post anterior que causou certa polêmica, rs.

A nossa conclusão, tirada em grupo (uma cabeça funciona sozinha, mas cinco cabeças é muito melhor ;*):

1. Gisele Bundchen até representa o Brasil, afinal ela nasceu no Brasil. Ela tem corpo. E a minha relação com ela é pura birra, preconceito. Porém nós concordamos que falta diversidade nas passarelas brasileiras, porque há muito mais mulheres e a grande maioria tem coxas grossas, pele morena, cabelos crespos e olhos castanhos. Carol Trentini é linda, mas não precisam photoshopar mais ainda a sua pele e precisamos de mais mulheres reais nas passarelas. E isso não vale só para o Brasil, e sim para o mundo todo.

2. A Capricho é, infelizmente, uma revista que propaga um ideal de beleza quase impossível. Franci, muito sabiamente, apontou o afinamento do rosto de Isis Valverde (capa, outra capa e Isis Valverde de verdade) como um dos vários exemplos do que o padrão "sugerido" pela Capricho faz. E isso não acontece somente com a Capricho, e sim com várias revistas femininas que pregam o corpo perfeito, o cabelo perfeito, o rosto perfeito - geralmente um padrão europeu, de traços finos, cabelos lisos e corpos esculturais e magros.

3. Somos todos negros, diz a Bárbara. Viemos todos da África, somos todos afro-descendentes e infelizmente todos temos padrões arraigados dentro de nós. Quando nos perguntamos sobre "e se nascessémos de novo, como gostaríamos de ser?", as respostas todas giravam em tornos de mulheres japonesas e ruivas de olhos azuis. Interessante constatar o quanto ainda falta para o negro para conquistar, para a mulher se posicionar no mundo. Falta muita, muita coisa.

4. Detestamos não ter cor definida.

5. Blanca nos contou um caso e mostrou o quanto o racismo existe, é real e bate na nossa porta.

6. Precisamos mudar essa história de termos que seguir como cordeiros o padrão: magras para agradar a todo mundo, gostosonas para agradar aos homens, sermos boas reprodutoras (como bem lembrou Bárbara), sermos boas profissionais, sermos boas em tudo, afinal somos mulheres. Argh!

E tudo o que posso dizer é: obrigada, meninas. Obrigada por me contrariarem, por discordarem de mim e assim iniciarmos uma belissima discussão sobre o padrão, manipulação, mídia e a zorra toda. *-*

Incluindo algumas coisas por aqui:

Joubs disse que sempre pensou que mulheres bronzeadas fossem valorizadas, por conta da marca de biquini e tal. Ela tem toda a razão: o bronzeado é valorizado, exaltado e etc no Brasil. Esse é um país muito estranho: as pessoas brancas são as mais valorizadas pela agência da moda, as bronzeadas lembram o esteorótipo de "gostosona" e são as preferidas dos meninos (ainda são? estou começando a achar que eles estão começando a desejar as bonecas de plástico...). E Thaís concorda comigo que marca de biquini é brega - wow, se você tem, desculpa, mas continuo achando brega mesmo assim.



Desculpe, eu acho isso brega.


E outro assunto que eu queria falar: a minha Superinteressante chegou! Eu sei, meu professor de história odeia a revista, e imagino que um monte de gente também. Mas eu não pude me conter, quero comentar tudo que achei interessante nessa Super! A revista é uma das poucas brasileiras que vem com matérias enormes, de 8 páginas, e ela realmente tem matérias cujos jornalistas pesquisaram um pouco antes de publicarem (ao contrário da Veja, que publicou muita asneira sobre os jacobinos - chamando-os de marxistas). A capa da revista é sobre maçonaria, mas não é disso que vou falar, porque não me interesso por maçonaria. Se é verdade que rejeitam mulheres, gays e são absolutamente elitistas, então sou contra a maçonaria. Não me interesso por seitas que se infiltram na sociedade, arrumam nossa história e das quais todo mundo tem interesse pelo "grande segredo" quando eu acho, pessoalmente, que o 'grande segredo' é não ter segredo algum.

Então vamos às coisas que me interessaram muitissimo.

pág. 19
"Meu professor dizia que, para um estatístico, se 50% de seu corpo estiver normal e os outros 50% estiverem pegando fogo, a situação está dentro da média!" Guêdy Soares, Cáceres, MT, sobre a profissão do futuro.


Ok, eu achei engraçado. E me fez lembrar o filme Eu, Robô na qual o robô salva o homem em vez da criança, porque a criança só tinha 11% de chance de viver, algo assim. Aí devo dizer: nunca gostei de números. Nunca confiei em estatísticas. Sempre duvidei daquelas pesquisas de opinião que dizem que não sei quantos por cento dos brasileiros acham isso e aquilo... eu nunca fui questionada sobre isso! Mas são legais os números porque as pessoas sentem que é mais impacto falar que 87% dos brasileiros morrem de fome do que falar 'a maioria dos brasileiros morre de fome' (a estatística foi inventada, ok?).

Mas números continuam sendo impessoais demais para mim, desculpe.

pág. 25
O mundo é uma grande Uniban - nem vestido, nem moralismo, nem faculdade ruim. A explicação para o caso Geisy está dentro de você. Qualquer um está sujeito a se comportar de forma má. Ainda mais num mundo com adultos em extinção.


Interessantissimo, ainda mais fundamentado com fatos reais que comprovam todos os argumentos. E minha conclusão depois do texto: a sociedade é hipocritamente moralista que aceita que mulheres sejam vistas como objetos, que culpa a vítima pela imbecibilidade do algoz e muito maria-vai-com-as-outras. Dá até vergonha de viver num mundo desses.

pág. 57
O que é um Chester?

OMG! A dúvida que nos assombra durante o Natal, a dúvida de ver um Chester morto, mas nunca ter visto um vivo, a dúvida que nos consumia durante dias! A pergunta que ninguém sabia responder finalmente foi respondida nessa edição iluminada, rs. E para a decepção, o Chester não é um alienígena, um frango-robô ou uma galinha mutante. É só um frango de 60 centímetros de altura e 4 kg e alimentado a base de milho e soja, feito para ter cada vez mais peso com menos gordura. Além disso sua venda é proibida, sendo exclusivo da Perdigão. Por isso que você nunca viu um Chester vivo, simplesmente porque pessoas normais não podem criar Chesters!

Agora a próxima pergunta é: se a Procon atender mal, a gente reclama com quem?

pág. 80
Um Nobel na USP? - As aulas mais desafiadoras, os alunos mais inteligentes. É o misterioso curso de ciências moleculares, que forma pesquisadores científicos de primeira linha - e uns estudantes um tanto quanto... peculiares.


O curso parece ser dos bãos. Os alunos são bem nerds, discutindo matemática como quem fala de Britney Spears, e estudam matemática com biologia, física, quimíca e computação. Para entrar, é preciso uma série de testes de lógica e raciocínio, e as provas vão das seis da tarde até as oito da manhã do dia seguinte e podem ter questões de matemática nunca resolvidas na história. Gente tão inteligente assim me deixa deprimida, falo sério. Eu fico com vontade de me recolher a minha insignificância já que odeio números e sou péssima em matérias exatas, e quando vejo matérias com pessoas tão inteligentes como a mulher que com apenas 20 anos estuda o gene do HIV... hmpf, me sinto inferior. Paciência - já tive minha cota de depressão com a antiga matéria de Veja sobre os superdotados e ver que as pessoas só consideram uma pessoa inteligente quando ela é boa em matemática, lógica e raciocínio - ou tem o QI alto.

Vocês acham que eu fujo dos testes de QI porquê?

Outras páginas.

E tem mais coisas legais, como fatos a respeito de livros (dos cinco livros mais vendidos, a Bíblia ganha em disparada com 6 bilhões de exemplares. Antes isso dava um exemplar para cada pessoa, putz.) e Agatha Christie é a segunda escritora estrangeira mais traduzida no Brasil com 315 edições. Bem merecido, ela é ótima - reli esses dias Os Cinco Porquinhos, da autoria dela. Exemplar! Também há um artigo sobre o que os vegetarianos deviam abraçar (a idéia de não-dor para os animais no abate). Achei esse artigo meio amador e a essa idéia já existe e os ativistas bem que tentam aplicá-la, e eu dou todo o apoio. Também tem uma matéria grandinha sobre o queijo que não li: eu gosto de queijos, mas não entendo o culto em cima deles, assim como não entendo o culto em cima dos vinhos. Mas é uma boa tentar explicar porque as pessoas gostam tanto de queijos mofados e fedorentos, porque eu também não entendo - eu não comeria algo com mofo. A seção de zoom também está legal com imagens de autópsias de animais selvagens que morreram de causas naturais e foram doados para pesquisa - na lista tem um crocodilo, elefante e girafa. E foi aprovada em Toronto, Canadá, uma lei que obrigada todo prédio construído a ter jardins no terraço a partir de 2010! Que maravilha, é assim que começa ;*

Designer de Sobrancelhas - Fulano de tal, XXXX-XXXX



Eu vi esse anúncio em uma das ruas dessa cidade. Tinha o anúncio bem grande: DESIGNER DE SOBRANCELHAS. E ao lado, o nome do cara, seu endereço e o telefone. Em uma faixa azul, em que todos poderiam ver: pessoas a pé, pessoas em bicicleteas, em motos, em carros e ônibus. A faixa pode ser vista do Banco do Brasil e fica atrás da Igreja Fundamentalista alguma-coisa-que-esqueci. Ela está em um lugar de grande acesso, e creio eu que a grande maioria das pessoas mal percebe o quão perigoso é ter um anúncio com 'DESIGNER DE SOBRANCELHAS' escrito.

Me perdoem os designers de sobrancelha, mas vou dizer: vocês são o advento da apocalipse. A apocalipse não virá com fogo, nem com neve. Virá com uma horda de mulheres desesperadas para terem o corpo perfeito, os seios turbinados, as curvas ajeitadas, a boca carnuda, os olhos levantados, os cabelos maravilhosos, as unhas bem-feitas E ATÉ A PORRA DA SOBRANCELHA TEM QUE TER UM DESIGNER POR TRÁS. Esqueçam aquela coisa de 'a mulher é bela'. Esqueçam as antigas cantigas de amor que valorizavam a mulher numa época sem escova de dente. Esqueçam que fotos com mulheres saíam como eram, sem nada a esconder: barriguinhas, estrias, espinhas. Agora a moda é ser photoshopada na vida ao vivo.

E tudo isso começou com um anúncio: designer de sobrancelhas. A minha pergunta: o que um designer de sobrancelhas faz? Acaso o recomendado, o básico, o bonito não é cada mulher cuidar das próprias sobrancelhas, armada com uma pinça e cuidar do formato natural? E se uma mulher não conseguisse, ela não iria ao salão de beleza e alguém faria isso por ela, e esse alguém também saberia cuidar de cabelos, depilação e massagem? Não era assim que a coisa funcionava? Mas nãããããão! As pessoas, INCAPAZES de entender que o mundo funciona perfeitamente, vão lá e inventam uma nova profissão INÚTIL: designer de sobrancelhas. O que ele faz? As suas sobrancelhas. Por quanto? 30 reais (de acordo com a mulher daqui, ó). Enquanto você pode fazer as suas sobrancelhas pagando somente R$ 10,80 em uma pinça com luz e espelho (Mercado Livre, -qqq). Mas nããããão! Você TEM que seguir esse padrão, afinal se já faz drenagem linfática pra ficar igual a Carolina Dieckman, escova progressiva pra ter os cabelos de Fernanda Lima e bota silicone pra ficar peituda como Scarlett Johansson, que mal há em pagar 30 contos prum cara fazer as suas sobrancelhas e deixá-las 'na moda'?

Bem, essa história toda de designer de sobrancelhas foi só para eu falar de algo ainda mais importante: a mulher está se tornando um objeto! Aliás, JÁ É UM OBJETO! Pqp, vocês acham isso natural?




Eu não acho.

Eu não acho legal que as capas de revistas só mostrem meninas magrinhas com peito e bunda, com cabelos lisos e uma pele absolutamente lisa como porcelana.
Eu não acho nada agradável a idéia de que eu tenho que me depilar, fazer as sobrancelhas, cuidar do cabelo e fazer as unhas porque a sociedade me obriga a isso. E acho mais desagradável ainda a idéia que a sociedade impõe: se você não se cuida, não arranja namorado. Ora, aí que entra a minha crítica: eu sou uma mulher ou um objeto para agradar aos homens? Eu tenho que me cuidar porque senão vou ser rejeitada?

Desculpe, eu não aceito esse padrão de moda. Eu jamais vou concordar que adolescentes subnutridas entrem no mercado da moda para ouvir que estão gordas. Eu jamais vou concordar com a estupidez dos estilistas que falam "mas cai melhor nas magras!". Uma ova! É pura preguiça de fazer em vários tamanhos, porque a maioria das roupas fica é grande demais nas magras demais, como as modelos. Assim como o ridículo argumento de que é melhor alisar o cabelo, porque cabelo liso é mais prático. Só pra quem nasceu. Para quem não herdou, não é nada prático escová-lo, dar chapinha e cuidar dos arrepiadinhos. E ainda tem que ir no salão retocar a escova progressiva. Eu não concordo com a Capricho, Atrevida, Claudia, Nova, Boa Forma e todas essas revistas que adoram falar sobre a importância de aceitarmos a nós mesmas, sobre os perigos da anorexia e bulimia e tudo o mais, mas elas mesmas dão destaque às magras, loiras, lisas e brancas. Eu não aceito Gisele Bundchen como meu modelo de beleza: é magra demais, seu cabelo tem um tom indefinido que não gosto e eu jamais alcançaria seu suposto glamour.

Oi, eu não acredito que designers de sobrancelhas seja uma profissão útil nem mesmo para a própria indústria de beleza. Médicos, professores, advogados, juízes e cabeleleiros são importantes. Claro que deveriam ter profissionais que saibam cuidar de cabelos e unhas para pessoas interessadas, e não vou entrar no mérito de uma pessoa torrar 30 contos para ver um designer de sobrancelhas. O que estou criticando aqui é o que a mídia cria, inventa e vende. É a noção de que temos que ser perfeitos como bonecos. Como as malditas sobrancelhas. Como os silicones. Até a cor da auréola do seu mamilo entrou na onda: tem um produto que deixa-o mais rosado, porque assim é mais "bonito". Aos poucos, tornamos-nos bonecos em carne. Oh, céus, é a apocalipse. Até a Moranguinho mudou, ficando mais 'aceitável' para os malditos padrões ocidentais! Bastardos imundos e inglórios, o que fizeram com a nossa feminilidade? O que fizeram com as mulheres que eram belas de qualquer maneira? O que fizeram com a suposta sensualidade que toda mulher inspira? Sempre tivemos padrões de moda, o mundo sempre foi cruel assim. E acho que devíamos mudar.

Mulheres ficam inseguras a respeito de tudo: cabelo, cor de pele, textura (desde a textura do cabelo até das unhas), traços, estética. E agora inventam que a mulher tem que apresentar mamilos rosinha e fazer cirurgias na vagina para sumir com "aqueles grandes lábios". PUTA QUE PARIU, porque esses caras não vão lamber sabão? É tudo isso só pra ganhar dinheiro? Ganhar dinheiro as nossas custas, enquanto nos dizem que se não formos assim e assado, não teremos homens? Como se você só pudesse ser atraente, sexy e bela se for branca, se for magra, se tiver peito, se tiver o cabelo liso, se tiver aquele glamour by Photoshop? E para piorar, os homens apóiam todo esse movimento e vêem as mulheres como se fossem carne de açougue?

Eu não preciso de um designer de sobrancelhas. Eu também não preciso de uma propaganda estúpida que prega que devemos ter mamilos cor-de-rosa. Muito menos eu preciso de toda essa indústria dirigida para destruir a minha auto-estima e me convencer de que eu sou feia e inadequada à sociedade, essa indústria representada por empresas de cosméticos (L'oreal, Dove, Pantene, Seda, etc), pelas revistas femininas (Capricho, Nova, etc) e pelas próprias mulheres que são convencidas para aderir a esse padrão como fiéis se convertem ao protestantismo. Eu não sou feita de Photoshop, eu não tenho o nariz mais fino do mundo, meu cabelo é crespo e minha pele não é absolutamente branca. Eu não acredito na Dove quando ela prega a 'Real Beleza' quando a mesma empresa dona da Done, Unilever, vende produtos clareadores de pele na Índia. Eu não acredito na Capricho quando ela discorre sobre a anorexia, mas não sabe publicar uma pessoa na capa que não seja magra e branca. Eu não acredito na utilidade da profissão denominada designer de sobrancelhas.

A indústria da beleza devia fazer com que nós, seres humanos, nos sentíssemos bem. Mas só isso. Não deveria tentar amealhar nossa auto-estima, não deveria construir o mito da mulher perfeito, não deveria nem usar photoshop, não deveria menosprezar as mulheres reais em detrimento das virtuais, não deveria vender produtos a base da insegurança tipicamente feminina. Porém ela faz isso, em qualquer lugar do mundo. Ela faz exatamente o que o inimigo faz: destrói, arruina e fragiliza. E em seguida, oferece o golpe: o produto milagroso. E quem não vai querer comprar quando sofre tanta pressão para ser perfeita?