sexta-feira, 25 de novembro de 2011

apocalipse now

Não é incomum eu sonhar com o fim do mundo ou qualquer coisa nessa proporção. É um dos temas recorrentes dos meus sonhos (que também incluem perseguições ou o tentar voltar para casa). Já sonhei que dinossauros invadiam minha antiga escola e eu tentava fugir, me escondendo no banheiro. Já sonhei que monstros enormes, super esquisitos, parecidos com varetas coloridas, atacavam a cidade ao meu redor e eu não era atingida. Hoje eu sonhei com algo mais estranho que viraria um roteiro de Hollywood numa boa. Se é que já não virou.

Bem, estava eu em um prédio - devo observar que a maioria dos cenários que aparecem nos meus sonhos é da minha cidade. Ruas, casas, prédios e é tudo distorcido. Ganham um andar a mais, são incrivelmente maiores ou estupidamente pequenos, se tornam mais ameaçadores, coisas do gênero. Esse prédio ficava na minha cidade, numa das praças, e apesar de ser originalmente, na vida real, um prédio residencial só com o térreo comercial, no meu sonho ele era todo comercial e cada andar tinha uma coisa diferente para ser vendida. Eu estava no último andar para um curso qualquer, mas queria comer alguma coisa. Então eu descia os andares. Em um, não tinha dinheiro pra comprar aqueles doces (até em sonho, continuo pobre. Que merda). Em outro, só vendiam colares e anéis, feitos de pedras preciosas e coisas do tipo. Maior barato. Mas não queria comprar aquilo nem tinha grana, desci. No que achei o caminho pra uma loja legal de doces, olho para frente e tudo está de vidro.

De repente, pelo vidro, enxergo a cidade toda e uma esquisita, bizarra, demoníaca fumaça. Fumaça não é o termo certo. Nem névoa. Nem nada do tipo. Era como uma entidade feita de fumaça branca, tão linda, tão perigosa. Agora repensando, percebo que ela parecia uma serpente. Não tinha os olhos de uma, nem as presas, mas ela se movia como uma serpente: ondulava seu corpo, atacava o próximo ponto mergulhando de cabeça e podíamos ver toda a "fumaça" do seu corpo contaminando o ar, e era um espetáculo tão bonito, tão encantador, tão fantástico, porém era apavorante. Toda aquela névoa oriunda do corpo dela se espalhava pelo ar e ninguém sabia se aquilo fazia mal ou não, só sabia que era melhor correr. E eu vi as pessoas correndo.

Comecei a correr. Na porta do prédio, percebi que não tinha mais jeito. Ela havia passado pela cidade, deixando sua névoa - que não me fez tossir, nem engasgar, nem me matou na hora - como um presente, um lembrete do dia que ela apareceu. Procurei o celular para procurar pessoas, não achei. Pensei em voltar pra fazer o curso, mas duvidava que alguém continuaria seu dia normalmente depois dessa. Só lembro de, no instante seguinte, estar na rua conversando com a @malu_mad. Não falávamos muito, nem nada. Só estávamos tensos. Tensos porque a névoa se dissipara, e virara chuva e agora todos ao nosso redor estavam lá, debaixo da chuva, procurando se redimir dos pecados porque o Juízo Final chegara, na forma de uma serpente de névoa.

Nós achavámos tudo aquilo loucura. E acabara assim, sem explicações, sem respostas, sem nem mais perguntas. Só com uma serpente de névoa que eu procuro entender de onde sugiu na minha cabecinha.

galera achando que mundo vai acabar em fogo.
tô apostando em névoa depois dessa.

domingo, 6 de novembro de 2011

terror psicológico temporário

Blog não muito movimentado, acho que vou ser egocêntrica e começar a falar mais da minha vida. Vai saber, eu não costumo escrever diários (uma vez a cada três meses, digamos assim) e, sei lá, sempre achei minha vida muito normal. Mas enfim. Tem vida mais tediosa e ninguém acha ruim. Então bora.

Sexta-feira. Eu toda bonitinha e atrasada chegando no hospital público nove e quarenta e cinco da manhã, para fazer um exame médico. Uma endoscopia nasal, porque tenho problemas respiratórios que ninguém (aka eu e minha mãe) consegue entender os motivos. O médico pediu esse exame e tô lá, perdendo aula de filosofia, diante do balcão. Primeiro que deve-se entender o contexto: não me incomodo de ir pro médico. Nunca me incomodei de perder horas pra uma consulta de dez minutos. Segundo que eu não fazia idéia de como rolava o exame. Imaginava um troço no meu nariz, mas beleza.

Então, no balcão, lá em cima tem uma placa indicando direções. Nenhuma para "exames" ou algo normal. Todas direcionam para "cirurgias" ou qualquer coisa dramática do tipo. Mas, beleza. Então a mulher diz que tenho que assinar um troço lá que diz que eu entendo todos os perigos de se envolver em uma cirurgia ou usar anestesia. Aí eu começo, do meu jeito Luna de ser, a imaginar mil situações mirabolantes. Eu numa maca com um cara abrindo meu nariz. Eu ficando com o nariz inchado.

Não adiantou a razão me lembrar que a pessoa tem que ser internada para uma cirurgia. Sou dessas.

Sala de espera, quatro portas. Três para recém-nascidos ou mulheres grávidas (entenda-se por isso bebês choramingando. Estou acostumada). Quarta porta com placa enorme dizendo PEQUENAS CIRURGIAS. Sorriso amarelo.

Uma mulher chega e começa a entrosar conversa, dessas que sai puxando assunto com gente que nunca viu na vida pra saber da história toda e começa a falar dos próprios problemas. Ela fala de um problema no trabalho que foi demitida, junto com uma galera aí, pela prefeitura e eu lá fingindo dormir porque se tem coisa que eu não sei fazer, é ficar conversando com gente estranha em consultório de médico. É pra isso que levo a mochila toda, com livro, agenda, caderno e um estojo que poderia ser usado como arma pelo peso que tem. Aí depois sou otária e levanto minha cabeça, mostrando que estou acordada, a mulher pergunta o que eu irei fazer.

Diante da resposta, ela só diz "tá com coragem pra fazer isso?"

É CLARO QUE A PESSOA AQUI, TENDO UMA PUTA IMAGINAÇÃO FÉRTIL, PENSA EM COISAS HORROROSAS. Mas tranks. Eu sou a última a ser atendida. E ficam todos me trollando: 'boa sorte!' diz a bendita mulher quando saiu (houve um problema com o negócio dela e ela saiu sem fazer o exame). Uma senhora que foi atendida logo antes de mim gritou e, ao sair, disse que eu não precisava gritar. E o médico e a assistente rindo muito da minha cara.

Mas tô bem. Era só um spray que ardia e um negócio lá no fundo do nariz. Só isso.
Não senti minhas narinas pelo resto do dia. Mas tudo bem. Estou bem.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

(não) estou de volta




Nada demais.
Eu não sei sinceramente porque passei tanto tempo longe do Pernície. Não tinha ânimo. Não sabia mais sobre o que escrever. Muito menos se valia a pena. Eu comecei o Lunalogia, mas parece que só poderei realmente me ocupar dele a partir de março, quando começarei meu quarto ano colegial e não terei mais o projeto para me ocupar durante algumas horas e me fazer me sentir culpada no resto das horas. Então eu decidi voltar ao Pernície para, sei lá, ir falando. Eu tenho necessidade de escrever. Vital. Eu tenho gosto em manter blog, mesmo que poste poucas vezes.

Eu criei esse blog dia 25 de setembro de 2009. De lá pra cá, muita coisa mudou na minha vida. Eu estava em um ano meio tenso - 2º ano - com as notas descendo a ladeira e eu tinha desenvolvido uma espécie de anestesia perante tudo o que acontecia na minha frente (uma história longa e chata envolvendo professores insuportáveis, alunos piores ainda, abaixos-assinados e frequentes discussões na sala de aula sobre como nós nos deveríamos nos comportar). Acabei repetindo por conta da confusão toda e esse blog meio que me acompanhou nisso, mesmo que eu não ficasse falando disso (não é legal ficar falando de sua vida pessoal em blogs, ainda mais quando se trata de escola. As pessoas podem arrumar problemas desnecessários). Eu passei a usar twitter e tumblr, e também o facebook ainda que pouco. Eu virei fã de Christina Aguilera nesse meio tempo - a ponto de desejar colecionar os cds e dvds dela, e ampliar meu conhecimento musical. Nos últimos dias, passei a usar aparelho auditivo para minha deficiência (sou surda em alguma porcentagem entre moderada e grave), e tentar ficar mais focada nas coisas que preciso fazer.

Em suma, muita coisa mudou, evoluiu, aconteceu, deixou de ter. Eu amadureci em muitos pontos, talvez regredi em outros. Mas a vida é assim. Você anda alguns passos para frente, confiante em seu destino. E então algo acontece e você percebe que, talvez, não estava pronta para aquilo e volta atrás, com o orgulho magoado. Ou então você simplesmente segue em frente. Cada pessoa age de um jeito.

Bem, eu não vou afirmar que isso é uma volta de vez. Em praticamente todos os posts recentes e esporádicos, prometo que estou voltando. Estou chegando!, digo, Pernície vai voltar! E então desapareço no blog por meses e aí posto algo aleatório, prometendo as mesmas coisas. Irritante. Acreditem, se ainda houver alguém aí prestando atenção no meu show, eu não gosto disso. Odeio isso em mim. A falta de foco, a distração por qualquer coisa que dure mais do que uma semana, a impaciência. São coisas que preciso mudar caso queira fazer o que eu quero fazer e o que eu preciso fazer.

É isso. Não prometo nada. Nem me esperem amanhã. Talvez eu venha. Talvez não.

domingo, 17 de julho de 2011

garotas gostosas nem sempre é machismo, matar os homens não é feminismo.

Depois de um bom tempo pensando e repensando sobre como será o futuro desse blog, eu meio que decidi continuar com o que fazia, sabe, porém com mais reviews de filmes e começar a fazer reviews de álbuns e videoclipes, coisas do gênero. Porque ficar comentando sobre como a vida é um porre é chato, e não dá para delinear um post contra homofobia ou machismo todos os dias. Eu não tenho estômago pra isso e deixo isso pra quem tem, como a excelente Lola ♥

Mas, sabe, tinha um filme que eu vi e eu estava ficando incomodada porque eu não escrevia nada sobre ele. Era aquela coisa básica de "muito bom" e "totalmente surreal", mas eu sentia que o filme merecia atenção. E após ver análises no Blogueiras Feministas e nos orkuts da vida, acho que precisa ser falado um pouco mais sobre ele. Porque a primeira impressão é uma coisa, a segunda é totalmente diferente. Sucker Punch é um longa dirigido por Zack Snyder que dirigiu 300 (que já assisti e recomendo à qualquer pessoa que goste de ver trezentos caras gostosos e seminus) e Watchmen (e esse já não vi). A história é basicamente o seguinte: uma jovem garotinha loira fica órfã. Sua mãe morre, e ela tem uma irmã e um padrasto muito mau (porque 'mau' é a melhor definição para quem gosta de abusar de outras pessoas. 'Nojento' é outra boa palavra). Essa garota é interpretada pela Emily Browning que também já fez a Violet em Desventuras em Série (seu papel mais notável, eu acho). Só que em na história sobre os três irmãos humilhados, ela estava com o cabelo castanho e nesse que ela faz a irmã mais velha desesperada, ela está loira e é possível que você nem associe uma pessoa a outra. Mas isso não importa. O lance é que no dia que a mãe morre e há todo o drama, o padrasto vai abusar da mais nova (e isso está implícito. Se não estiver enganada, não tem absolutamente uma única frase nos minutos iniciais que contam o começo da história) e a mais velha (que ainda não tem nome) vai ajudá-la. Um confronto, uma briga e um conflito no qual os fracos sempre perdem, a irmã mais nova morre e a mais velha é mandada para o hospício sendo acusada de ser louca, assassina e pirada da silva.



Então o padrasto decide que é preciso fazer uma lobotomia porque, você sabe, gente louca se resolve na base de mutilar o cérebro. Cinco dias pro médico chegar. Cinco dias para a garota fugir. O lugar é um hospício, daqueles insanos e cruéis. E aqui que começa o motivo do "Viagem Surreal" que tem no título brasileiro. Em uma determinada parte, sem nenhuma explicação, o cenário do hospício é deixado para trás, dando espaço para uma espécie de cabaré onde as pacientes são dançarinas que satisfazem os homens vestidas de cinta-ligas e corpetes justissímos. Não tem explicação nenhuma para essa brusca mudança de cenário e objetivo. Assim como não tem nenhuma explicação quando, drasticamente, o cenário é alterado para um campo de batalha na Idade Média, no Japão dos samurais ou em um mundo mega futurista com bombas e robôs. Mas não é para ter explicação: é surreal.

A frase que melhor define o filme, na minha opinião, é uma de Harry Potter. "É claro que está tudo dentro de sua cabeça, Harry. Mas isso não significa que não seja real", dita por Dumbledore em Relíquias da Morte. Sucker Punch é um filme sobre como a imaginação pode servir de refúgio, mas isso não quer dizer que nada daquilo seja uma mentira contada pela protagonista que ganha o apelido de Baby Doll. É claro que a história se passa em um hospício. Mas isso não significa que o cabaré nunca tenha existido. Isso não significa que quando Baby Doll lutava ao lado de suas amigas com espadas e armas pesadas de alguma guerra mundial, aquilo tudo não seja real: mesmo que fosse tudo projetado em sua mente. Muitos machos que fizeram suas críticas por aí falam algo de como o filme não tem nada de conteúdo, é só sobre mulheres gostosas que lutam vestidas de acordo com os fetiches e o filme vale a pena por isso. Lamento pela opinião deles, porque indica que eles viram o superficial, a epiderme do filme, digamos assim.



Se servir de fetiches para narrar o filme pode parecer uma tentativa de atrair marmanjos à primeira vista. Mas eu ~ opinião minha ~ vi muito além. O filme não é sobre garotas que estão vestidas de prostitutas para sensualizar. O filme é sobre garotas que, vestidas de prostitutas, estão procurando fugir daquele mundo. Elas não tem escapatória. Para onde elas vão, sempre tem alguém querendo machucá-la e esse alguém, quase sempre, é um homem. Apesar de elas dançarem para os homens, não vemos nenhuma dança. Todas elas são substituídas por lutas fantásticas contra dragões e robôs. Apesar de elas usarem as roupas e serem tratadas como objetos sexuais, temos a noção de que elas são muito mais do que aquilo. Elas sabem o que querem: liberdade. E é isso que os críticos machistas não entendem. Eles falam tanto de como "olha, gente, se você não gostar, pelo menos vai babar e tal" e isso tira todo o sentido do filme. Como se as roupas não tivessem um contexto ali. E tem feministas que detestam o filme justamente por essa coisa de objetificação e tal e eu acho que, pelo menos, elas deveriam dar uma chance a tentar entender a história um pouco mais.

Não é porque um filme que mostra mulheres de cinta-ligas que é um filme machista. Não é porque mulheres matam seus maridos no final que é um filme feminista. Devemos tomar muito cuidado com esses rótulos. Por exemplo, muitas pessoas consideram que Run The World (Girls) é feminista - tanto a música quanto o videoclipe. Eu discordo profundamente. Mas eu considero Sucker Punch muito feminista. Baby Doll está presa em um mundo de imaginação no qual ela se sujeita aos desejos masculinos e é um mundo que ela não gosta, mas é o mundo que ela é obrigada a viver para conseguir escapar da realidade do hospício. Porém quando ela precisa gritar mais alto pelo que ela quer, outro mundo se abre. Nesse mundo, ela é a rainha e suas amigas suas companheiras de guerra. Em qualquer camada, digamos assim, as amigas se sacrificam uma pela outra - depois de Baby Doll. Elas se tornam mais unidas, mais apegadas e entendem que enquanto elas se dividirem, vão continuar sendo machucadas. Mas quando elas se unem e se servem do sistema patriarcal para obterem a própria liberdade, elas podem escapar de tudo. Há muitas críticas sobre como o velhinho que ajuda elas na terceira dimensão (das guerras) é um homem e não uma sábia e tal. Só que eu considero que primeiramente: homens também deveriam lutar ao lado pelo feminismo. E em segundo lugar: ele é um símbolo patriarcal. Vi nos comentários do Blogueiras Feministas de que essa parte é uma das que representam as garotas "resignificando" símbolos patriarcais, usando eles ao favor delas.

No final do filme, temos o retorno do primeiro mundo, o do hospício. Nesse ponto, dá para entender o imenso jogo de imaginação que Baby Doll se prendeu para escapar da dor da realidade, porém continuamos sem respostas para as outras perguntas como: as outras garotas também viviam nessas outras dimensões ou era só Baby Doll? Há a psiquiatra - foi ela quem fez com que Baby Doll mergulhasse? Ela trabalha isso com as garotas: de fazê-las imaginar que estão em outros lugares onde podem controlar tudo. Há o médico que é o grande vilão controlador e perverso. Há a ameaça de lobotomia sempre presente e o medo da morte e do estupro. É um daqueles filmes que você pode odiar plenamente. Eu entendo. Mas dê uma chance - só porque as coisas são um pouco confusas, não quer dizer que as garotas não tenham nada a dizer.

Data: 2011
Diretor: Zack Snyder (Watchmen, 300, Madrugada dos Mortos)
Gênero: fantasia, ação, thriller, aventura.
País/Língua: EUA/Canadá, se fala inglês e em uma pequena parte, alemão.
Atrizes principais: Emily Browning (Baby Doll), Abbie Cornish (Sweet Pea), Jena Malone (Rocket), Vanessa Hudgens (Blondie), Jamie Chung (Amber).

Ficha do filme no IMDB.

terça-feira, 12 de julho de 2011

meu lado fangirl da força rugiu agora.

Apesar de eu me negar a compartilhar esse sentimento de luto e depressão pelo último filme de Harry Potter (dá licença! EU já sofri o necessário em 2007, me recuso a chorar por todos novamente.) e assim não tweetar nem reblogar nada a respeito de como é triste que essa era acabe, eu não pude evitar participar desse joguinho do blog Reino de Morango. Sabe, eu começava a responder mentalmente até perceber que era melhor postar. Logo, aqui vai.

Coloque os livros na seguinte ordem (do seu favorito ao que você menos gosta):
1. A Ordem da Fênix
2. A Câmara Secreta
3. O Prisioneiro de Azkaban
4. O Cálice de Fogo
5. As Relíquias da Morte
6. O Enigma do Príncipe
7. A Pedra Filosofal

♦ Vale salientar que do 2 em diante, está tudo empatado. Não consigo definir uma lista dessas.

Quantas vezes você leu a série?
Não sei responder. Considerando que tenho a tradição de reler a série em sete dias nas férias de verão, e as outras vezes que leio no meio do ano. Não sei contabilizar. De acordo com amigos meus, eles juram que eu li quatro vezes A Ordem da Fênix em um espaço de dois meses.

Capítulo preferido do seu livro preferido: A História do Príncipe ♥

5 personagens preferidos:
1. Minerva McGonagall
2. Hermione Granger
3. Fred e Jorge Weasley
4. Luna Lovegood
5. Draco Malfoy

Membro favorito do Trio: Hermione.

6 frases favoritas:
1. "Eu não devo dizer mentiras"
2. "Não adianta viver sonhando e se esquecer de viver" (Dumbledore <3)
3. "Você conhece um homem pela forma como ele trata aqueles que estão inferiores à ele" (Sirius Black, TOTALMENTE VERDADE)
4. "Nós teremos que escolher entre o que é fácil e o que é certo" (Dumbledore again. Chorava muito nessa cena)
5. "Hogwarts sempre estará lá" (mesmo se tiver um único aluno)
6. "Há coisas que não se pode fazer junto sem acabar gostando um do outro" (e derrubar tragos de 4 metros de altura é uma dessas)

3 criaturas mágicas preferidas:
1. Testrálios
2. Aquele bicho fofo que esqueci o nome que procura por ouro <3
3. Hipogrifo

Família favorita: Weasley q

Vilão favorito: Bellatrix.

Comensal favorito: Bellatrix again.

Lugar mágico preferido (exceto Hogwarts): Beco Diagonal. É clichê, mas pra mim é inevitável.

Lugar preferido do Beco Diagonal: Gemialidades Weasley! ♥ (antes eu gostava da sorveteria q)

3 feitiços que você mais gosta:
1. Accio
2. Petrificus Totalis
3. Expecto Patronum (não, não por causa dos dementadores. Mas porque deve ser legal você enviar uma mensagem à alguém através de um bichinho pr

3 poções favoritas:
1. Felix Felicis
2. Veritaserum
3. Poção Polissuco

Maldição Imperdoável favorita: Cruciatus.

Maior surpresa: Narcisa em As Relíquias da Morte, Rony ter abandonado Harry e Hermione também em Relíquias.

Maior desapontamento: Fred morrer do nada.

Weasley preferido: Fred e Jorge (sim, os dois são um, conto como um personagem)

Membro da ordem preferido: Minerva <3

Animal de estimação preferido: Edwiges, sempre elegante.

Um personagem que você ressuscitaria: Fred e Colin Creevey.

Momento favorito do Harry: quando ele entra na floresta pronto para morrer, compreendendo, então, que até então havia sido treinado como um animal para o abate, no sétimo livro.

Momento favorito do Rony: em Relíquias também, quando Rony volta da câmara e ele diz que se lembrou de como Harry havia aberto a câmara e então repetiu o que ouviu, abrindo a câmara e pegando um dente do basilisco.

Momento favorito da Hermione: ela sempre me diverte! <3 meu favorito é quando ela explica o que está acontecendo com Cho, no 5º livro, e então Rony diz que é impossível alguém sentir tudo aquilo, explodiria e Hermione retruca que "só porque você tem a amplitude emocional de uma colher de chá, não quer dizer que os outros sejam iguais". Melhor ownada q

Momento favorito da Gina: "Hermione dava amassos em Krum e agora nesse jogador de quadribol. Até Harry já deu amassos em Cho. E você, você nunca deu em ninguém e por isso que fica no meu pé!" Enigmas do Príncipe. Adoro esse momento.

Momento favorito do Nevile: quando ele mostra os machucados de guerra em Relíquias.

Momento favorito da Luna: todos os momentos são ótimos, mas o meu preferido é no final da Ordem, quando ela fala da mãe dela e está pregando pedidos no mural pedindo para que as pessoas devolvessem as coisas dela. Não sei porquê, mas eu gosto muito desse pequeno momento.

Momento favorito do Snape: - por todo esse tempo, Severo? - sempre.

Momento favorito do Dumbledore: quando Harry simplesmente quebra tudo no escritório dele e ele age como se Harry estivesse cantando ópera, com aqueles olhos azuis tão doces e indiferentes.

Momento preferido do Voldemort: final do 4º livro, o pequeno ~ discurso ~dele megalomaníaco é ótimo.

Momento favorito do Sirius: em Cálice, quando Harry, Hermione e Rony vão visitá-lo na caverna. Ele diz coisas sábias ali.

Momento favorito da Família Weasley: casamento de Gui e Fleur, muito amor <3

Momento favorito do Draco: quando ele vacila na hora de matar Dumbledore e dá para perceber que por trás daquela fachada, existia alguém que não precisava ser Comensal.

Momento que sempre te fará chorar: quando Xenofílio trai Harry e implora por Luna de volta.

Sala Comunal preferida: Lufa-Lufa.

Matéria preferida: Transfiguração.

Professor preferido: Minerva.

Professor preferido de Defesa Contra a Arte das Trevas: Remo Lupin.

Professor que menos gosta: Umbridge.

Residente não-humano preferido em Hogwarts: os elfos domésticos. Todos, sem diferenciação.

Lugar preferido de Hogwarts: a Sala Precisa.

Lugar preferido de Hogsmeade: Casa dos Gritos.

Membro preferido do Torneio Tribruxo: Cedrico.

Missão do Torneio Tribruxo que mais gostou: a prova final, no labirinto.

Que personagem você convidaria para o baile de inverno? não faço idéia.

Em que personagem você usaria uma poção do amor? em ninguém, obrigada.

Para que personagem você daria Veritaserum? Dumbledore para ele contar todos os detalhes sórdidos do romance dele com Grindewald <333

Há quanto tempo você é fã de Harry Potter? desde os meus 8 anos e isso dá uns dez anos, já que farei 18 em agosto.

Banda bruxa preferida: As Esquisitonas (existe outra? Clementina não é uma banda, rs)

Número de estréias a meia-noite em que você compareceu: nunca vou no cinema assistir Harry Potter porque só tem dublado e sou fangirl só dos livros, não faço questão dos filmes.

Site preferido de HP: Potterish.

Personagem que você mais gosta: Minerva.

Casa a qual você pertenceria: Lufa-Lufa.

Seu patrono seria: um gato. Ou qualquer felino: puma, leoa, tigre.

Seu bicho-papão se transformaria em: não sei. Não faço idéia, já que meu maior medo é ser violentada.

Para você, Amortentia cheiraria a: terra molhada, algo sendo fritado como batatas ou hamburguer, a colônia que meu namorado usa.

Você usaria a Felix Felicis para: para jogar loteria e ficar bilionária.

Para qual trabalho você se candidataria: ser professora de Transfiguração.

Ator mais parecido com o personagem do livro: Alan Rickam e Maggie Smith.

Ator menos parecido com o personagem do livro: a que faz a Tonks.

Cenário preferido do filme: não sei, não lembro dos filmes direito.

3 momentos preferidos nos filmes: não tenho. Talvez o jogo de quadribol no quarto filme. O navio subindo e aparecendo também é marcante. Não lembro de outros.

Cena que você ficou mais despontado por não ter aparecido no filme:
Não perdôo até hoje que eles pularam um capítulo inteiro de A Câmara Secreta (do aniversário da morte de

OU/OU:
Pó de flu ou vassoura:
Vassoura com almofada invisível, por favor.
Feijõezinhos de todos os sabores ou Sapos de chocolate: sapos de chocolate e iria colecionar as figurinhas.
Comensais ou Armada de Dumbledore: Armada.
Fred ou George: não sei dizer, são como uma alma em dois corpos.
Harry bravo ou Harry emo: nenhum dos dois, prefiro Harry sendo o líder.
Ministério da Magia ou Gringotes: Gringotes, porque o Ministério é falho.
Sirius ou Lupin: Lupin, porque é mais sábio, embora Sirius seja mais ~ sexy ~
Oclumência ou Legimência: Legimência ok
Animago ou metamorfamago: preferia ser animado, apesar de ser legal mudar a aparência.
Serêiaco ou Ofidioglossia: Ofidioglossia <3
Draco ou Lucios: Draco
Pedro Pettigrew ou Mundungo Fletcher: odeio os dois. Pelo menos Pedro serviu pra alguma coisa.
Salgueiro lutador ou Ford Anglia voador: pobre Ford Anglia, eu voto pelo Salgueiro que foi lar de Lupin.
Capa da invisibilidade ou Penseira: eu não sei... capa da invisibilidade, acho.
Largo Grimmauld ou A toca: Grimmauld porque é maior e mais imponente.
Lobisomem ou Inferi: Lobisomem. Inferi são nojentos.
Herbologia ou Trato de Criaturas Mágicas: Trato de Criaturas Mágicas se eu não tiver que lidar com nenhum hipogrifo bravo.
Professor Binns ou Professora Umbridge: Binns, porque Umbridge é horrível.
Baile de Inverno ou Campeonato de Quadribol: Baile de Inverno.
Pirraça ou Nick quase-sem-cabeça: Nick quase-sem-cabeça.
Hipogrifos ou testrálios: não sei, amo os dois. Vou de hipogrifo porque nunca vi alguém morrer.
Durmstrang ou Beauxbatons: Beauxbatons, apesar de não gostar de nenhuma das escolas.
F.A.L.E ou Brigada Inquisitorial: F.A.L.E., sem dúvidas.
Três Vassouras ou Caldeirão Furado: Três Vassouras porque é mais animador.
Chave de portal ou aparatar: aparatar. Prático e não tem Ministério te controlando.

arranha-céu



Para ouvir/baixar nova música dela: http://www.4shared.com/get/HNjKB4I8/Skyscraper.html

Os céus estão chorando, estou observando
Pegando as lágrimas com minhas mãos
Somente o silêncio, enquanto isso se acaba
Como se nunca tivemos a chance
Você tem que me fazer sentir como se não restasse mais nada de mim?

Você pode me tomar tudo o que tenho
Você pode destruir tudo o que sou
Como se fosse feita de vidro
Como se fosse feita de papel
Vá e tente me derrubar
Estarei surgindo do solo, como um arranha-céu.
Como um arranha-céu.

À medida que a fumaça diminui, eu desperto e me desprendo de você
Me assistir sangrar te faria mais feliz?
Todas as minhas janelas ainda estão quebradas
Mas eu estou firme de pé.

Você pode me tomar tudo o que tenho
Você pode destruir tudo o que sou
Como se fosse feita de vidro
Como se fosse feita de papel
Vá e tente me derrubar
Estarei surgindo do solo, como um arranha-céu.
Como um arranha-céu.

Vá corra, corra, corra
Eu ficarei bem aqui
Vendo você desaparecer
Vá corra, corra, corra
Yeah, é um grande caminho
Mas estou perto das nuvens aqui.

Você pode me tomar tudo o que tenho
Você pode destruir tudo o que sou
Como se fosse feita de vidro
Como se fosse feita de papel
Vá e tente me derrubar
Estarei surgindo do solo, como um arranha céu.
Como um arranha-céu
Como um arranha-céu
Como um arranha-céu.


Eu sei que ela é da Disney e eu sei que sempre mantive distância. Tudo comprado, tudo falsificado, tudo projetado para vender e vender. Mas essa música é de uma honestidade incrível. Pode-se ouvir Demi chorando enquanto canta. Não é uma boa música para lançar como primeiro single, pensando de forma capitalista, ainda mais que estamos no verão americano. Mas surpreendentemente ela veio com uma balada, contra todas as expectativas, logo após a rehab (no qual ela detalha no primeiro vídeo). E uma ótima balada.

Foi escrita por Demi e Kerli, em conjunto, e também por Toby Gad e Lindy Robbins.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

É um dia frio.
Não é um dia agradável.
Muito menos produtivo.
Mas é o dia que esse blog, oficialmente, é aberto novamente. Sem alardes, sem divulgação. Só se abre aqui, como abro uma porta para meu quarto. E depois, talvez, eu a feche novamente. Mas por enquanto estão convidados. Uma parte da minha alma está aqui.
Apenas uma parte.
Apenas a parte que eu gosto - de parecer rainha de mim mesma.

sábado, 23 de abril de 2011

reflexões vagas de madrugada,

Irresponsabilidade. Drama. Feminismo. Qualquer coisa regada com chocolate e cadernos. É uma madrugada que encerra um dia que deveria ter sido produtivo, mas não foi, mas pelo menos teve alguma melhora. Estou com sono. Não confiem em mim nesse momento, e ultimamente estou mergulhada em tumblrs e dúvidas existenciais. Eu não sei o que quero fazer da minha vida. Eu não sei sequer quem eu sou. Eu poderia me definir de tantas formas, mas sempre fui naquela onda de nunca me rotular, nunca me definir, nunca permitir algo desse tipo. Até que a ficha caiu. Se eu mesma não consigo me definir, as pessoas vão me definir do modo como elas quiseram - e eu não posso fazer nada contra isso. É uma mera questão de que ninguém é vago ou indefinível. Sinto muito, mas você não vai chegar lá e dizer 'oi, prefiro não definir minha opinião sobre a sexualidade'. Se você não fizer isso, alguém o fará. E você pode não gostar. Passei tanto tempo perdendo tempo para tentar estabelecer essa liberdade de rótulos, e foi tanto tempo desperdiçado que podia ter sido aproveitado com coisa melhorar. Eu podia ter aprendido francês. Podia ter estudado mais. Podia ter rido de mais piadas. Tempo gasto só por conta de rótulos.

Não adianta.
Simplesmente você desiste.

Então eu me defini.
Sim, eu sou atéia porque eu não acredito em existência divina. E isso não significa que eu seja estúpida em relação às religiões, muito pelo contrário. Acredite ou não, eu sei mais da Bíblia do que muitos cristãos que enchem a boca para falar de versículo tal e tal. E depois eu sou feminista - acho que mulheres fica antes do ateísmo para mim, mas estou com sono demais para pensar em uma boa lista com tudo em seu lugar. A palavra "feminista" tem uma carga imensa que pode ser positiva ou negativa dependendo da pessoa. Na maioria das vezes, é uma palavra negativa, deprimente, referente à mulheres bigodudas, lésbicas que odeiam homens. Eu decididamente nem sou bigoduda, nem lésbica, nem odeio homens. Na realidade sou uma mulher até dentro dos padrões - faço as unhas, uso roupas femininas (algumas só, alguém diria), queria usar mais saltos e coisas do gênero. Eu sou heterossexual - esse rótulo que me impus tranquilamente pode ser retirado, mas eu espero que não porque significa que terei que largar meu namorado e não estou com a mínima vontade de fazer isso. Eu sou estudante - é um rótulo temporário. Eu sou morena - posso ficar loira, ruiva ou indefinida. Eu sou brasileira - nunca poderei mudar, mesmo mudando de país. Eu sou carioca e baiana - não consigo me decidir, realmente. Eu sou viciada em internet - não abrirei mão disso. Eu sou viciada em chocolate e halls - outro vício do quão não abrirei mão. Eu sou várias coisas. Então a conclusão que tiro nessa madrugada sonolenta é que você não é nada além dos rótulos... você é todos os seus rótulos, juntos, um ao lado do outro. É por isso que você é tão única. Você pode ser gay ou hetero, brasileiro ou japonês, de esquerda ou direita, loira ou ruiva, mas não é somente uma ou duas características que te definem. São rótulos, mas eles não te definem isoladamente. É o conjunto deles que o fazem. É disso que se trata a beleza de você definir seus gostos ou a sua personalidade.

Como você é? O que você gostaria de estudar? Quais são os lugares que você quer visitar? Se você quisesse se matar, de que forma o faria? Onde gostaria de ser enterrada? Você entende que faz parte de um grupo maior ou é individualista? Quem você é, acima de tudo? Podemos simplesmente pensar em nós como pequenos e minúsculos seres achando que somos importantes demais. Mas não somos. Brigamos e nos matamos para decidir qual deus é verdadeiro e o que nós somos, mas nunca saberemos. Você se define com tantos rótulos e está tudo bem. Podemos ser tantas coisas, ter tantas coisas. Mas e esses rótulos - o quão ligada você é com eles? Eles são tão importantes assim? Você não pode se definir novamente todos os dias? Não custa muito tempo. Não custa muita paciência. É só entender que você nunca será a mesma pessoa que ontem. É só entender que você é a única pessoa que tem o direito de se definir e o melhor é que seja você a fazer, e não o resto da sociedade. É só entender que, no final das contas, nada disso realmente importa.


segunda-feira, 18 de abril de 2011

dar um pouco de atenção

Eu ia vir dizer que eu estava com preguiça de escrever, por isso a ausência absoluta, mas eis que visito meu blog, fico empolgada com nove comentários e vou lá conferir. E então eu descubro que, pela primeira vez desde que esse blog foi criado, alguém perdeu cinco minutos de sua vida para me ofender. Não para dizer nem um "visita meu blog". Não para dizer algo que complementasse meu texto. Pela primeira vez, eu recebi respostas de machistas diretamente para mim, ao meu blog, pretendendo me atingir.

Posso confessar que eu tive uma crise de risos?

arghhh não consigo parar de vomitar, meu teclado ta todo sujo e minha mulher ta aqui limpando então não consegui ler até o final, a ultima gorfada de vomito escroto saindo pela minha boca sujou ate a perde de tão nojenta, coitada da minha mulher que vai ter que limpar tudo depois que eu li teu texto e vomitei por tudo. Obrigado!



affe quanta merda escrita nesse lugar! cheio de achômetros e coisas sem sentido!! nem meu vômito essa porcaria de texto merece!!




é interessante ver que ela não tem argumento algum...

" Vocês são uns idiotas, é tudo o que digo"

Como assim? Falta argumentos.

Algo pior do que uma feminazi, é uma feminazi que não entende nem da porra do movimento!




O feminismo criou elitismo sexual.
E não é ele que está lutando por alguma coisa, é o próprio sistema capitalista que precisou de mão de obra na 2ª guerra mundial e só tinham mulheres para trabalhar, aí quando os homens voltaram da guerra houve um barateamento da mão de obra, isso tudo gerou uma febre de consumismo, libertinagem sexual, divórcios e tudo de horrivel que vem acontecendo hoje é culpa do feminismo.
Autora, seu texto não possui nenhum argumento que sustente suas posições, sugiro que leia livros masculinistas, que possuem dados e estatisticas que comprovem que a mulher é o sexo prvilegiado.




Sabe, eu não deveria dar atenção. Mas, poxa, é a primeira vez. Toda primeira vez deve ser devidamente comemorada. Pela primeira vez, "masculinistas" dedicaram seu precioso tempo para dedicarem cinco minutos à minha pessoa e, talvez, até lerem algum texto meu [porque, curiosamente, eu estava defendendo os homens da idéia de que eles não idiotas incompetentes que não sabem fazer serviço doméstico com as propagandas da Bombril insinuaram]. E isso significa que pela primeira vez eu fui xingada de verdade na internet. Não a esmo, em qualquer debate. Alguém realmente perdeu seu tempo para me ofender diretamente.

Que gracinha. Dois (ou um, o que é mais provável) fala de vômito. Outro me chama de feminazi e diz que preciso conhecer mais do movimento (é fascinante perceber como alguém que chama as outras de feminazi conhecem tanto o movimento a ponto de terem moral para recomendar mais estudos dele para uma feminazi). Outro parece tão educadinho, me chamando de autora e sugerindo que eu preciso ler livros masculinistas, mas pena que todo esse respeito apareça depois de discorrer brevemente sobre como o feminismo é culpado de todos os males da sociedade. Por que me lembrou alguns paulistas que eu já conheci que culpam os nordestinos por qualquer problema de SP, desde violência até enchente? Por que, obviamente, a febre do consumismo é culpa das feministas. É claro, é óbvio, como não percebi isso antes? Assim como a libertinagem sexual e a taxa de divórcios é tudo culpa do feminismo. Tudo que vem acontecendo de horrível hoje é culpa do feminismo. Vamos abranger mais um pouco? O garoto que invadiu a escola e matou vários alunos fez isso por culpa do feminismo - porque, é claro, as meninas exercitavam seu direito de escolha e nenhuma ia pra cama com ele. Culpa do feminismo! O nazismo é culpa do feminismo, é culpa da mãe de Hitler, portanto é culpa da mulher, logo culpa do feminismo. Por tabela, todas as guerras são culpa do feminismo = mulheres que não cuidam direito dos seus filhos e deixem que eles virem seriais killers, sádicos psicopatas, líderes ditadores com idéias megalomaníacas sobre domínio mundial. É tudo culpa do feminismo. Tudo culpa das mulheres.

É tão evidente.

Por favor, me digam que tudo não passa de uma pegadinha porque chega a ser ridículo que tenha gente que realmente pensa desse jeito. É uma grande, gorda e péssima piada. Uma piada que custa a vida e a dignidade de muita gente, seja homem ou mulher.

sábado, 26 de março de 2011

uma nova música para vocês

Eu amo música. Muito. Demais. Como a maioria das pessoas, música é algo que me inspira, me influencia, me anima ou me relaxa. Eu tenho cantores que amo e cantores que odeio, e bandas que adoro e bandas que detesto. Como a maioria das pessoas, eu tenho preferência por certo gênero e por um certo tipo de timbre. Eu gostaria de entender teoria musical e o que faz Beyoncé ser tecnicamente uma cantora melhor do que Christina Aguilera, mas eu acabo não ligando muito para vibratos e melismas. Eu só escuto - e mesmo que desafine, se eu gostar, é bom. Se eu sentir emoção, se eu sentir algo ali, é bom. Mas curiosamente, para muitas pessoas, eu tenho uma música predileta - para mim, é a mais bonita, a mais vibrante, a mais linda de todas - e ela sequer é do pop.

Na verdade é de uma banda alemã chamada Qntal - não faço idéia de como se pronuncia. Não sou fã da banda - eles lançaram três CDs desde 2005 e simplesmente não tomei ciência disso. Mas eles fizeram um CD chamando Tristan & Isolde e eu tenho a leve impressão de que o cd tem todo o conceito da história, mas não tenho certeza. É surpreendentemente difícil achar traduções das músicas, simplesmente porque eles não escrevem em inglês ou alemão. Na realidade compõem em latim, alemão medieval, galaico-português e uma série de outras línguas extinguidas pelo tempo. Ao mesmo tempo que adoro essa iniciativa deles, eu considero irritante a forma como isso dificulta pra caramba o trabalho de saber sobre o que eles estão cantando.

De qualquer modo, apresento a vocês Maravillosos. Pelo pouco que consigo entender do latim, subentendo que é uma música com temática religiosa. Mas eu amo a melodia, amo os vocais, amo tudo.

Maravillosos et piadosos et mui fremosos miragres faz
Santa Maria, a que nos guia
ben noit’ e dia et nos dá paz.

E d’est’ un miragre vos contar quero,
que en Frandes aquesta Virgen fez,
madre de Deus, maravillos’et fero, por hua dona que foi hua vez
a sa eigreja d’esta que seja
por nós et vejamola sa faz
no parayso, u Deus dar quiso
goyo et riso a quen lie praz.

Maravillosos …

A questa dona leuou un menynno,
seu fillo, sigo, que en offrecon
deu aa Virgen, mui pequenynno,
que de mal ll’o guardass’e d’oqueijon
et lle fezesse per que disesse
sempr’e soubesse den ben assaz,
que, com’aprendo, seu pan comendo,
foi mui correndo, parouss’en az.

Maravillosos…


Eu upei o álbum que contém essa música no 4Shared. Eis o link AQUI. Aproveitem o/

Eu sei que não é um post muito bom, mas eu realmente queria deixar algo de útil: um link de uma banda não muito conhecida para ver se vocês gostam :)

segunda-feira, 21 de março de 2011

sobre homens que não querem ajudar

Tá rolando uma propaganda aí da Bombril que repete aquela velha história "homens, vocês são incompetentes, deixem o trabalho de casa para as mulheres". Sabe como é, as agências de propaganda parecem A-D-O-R-A-R a idéia de que mulheres xinguem homens de inúteis e incompetentes em comerciais e acham que isso é feminismo. Fazem comerciais de sabão em pó e de aspiradores de pó e dizem que é para gente, porque os nossos maridos não consegue lavar a louça sem quebrar um prato, então é melhor que a gente o faça. Uma vez a revista Veja fez uma matéria estúpida justificando que homens não tem aptidão natural para cuidar de bebês e que toda essa pressão para o homem ser pai está causando frustração simplesmente porque sem aptidão, sem talento, sem saber cuidar direito e tudo o mais. Como se trocar a fralda de um bebê não pudesse ser feito por um homem. Como se um homem não conseguisse lavar a louça. Como se o gênero masculino, como um todo, fosse incapaz de executar absolutamente qualquer serviço doméstico.

Aí, hey!, vem os homens praguejarem, jogando toda a culpa em nós, feministas mal-amadas, lésbicas, sapatonas, fedidas que só querem um pau na vida e nada mais, dizendo que somos nós que bagunçamos a ordem natural das coisas, que destruímos a família e se agora mulheres sofrem de jornada dupla e os homens da pressão de serem pais e maridos e provedores do lar ao mesmo tempo, a culpa é única e exclusivamente nossa. Vocês são uns idiotas, é tudo o que digo. Não percebem que a droga da jornada dupla não é culpa do feminismo, mas sim do machismo de vocês que impede que haja uma divisão justa de tarefas de casa. Não percebem que se vocês não sabem lavar louça ou encerar o chão da casa, é porque nunca foram ensinados a isso e aprenderam que não deveriam porque era atividade de mulherzinha - e não foi o feminismo que incutiu esse conceito, foi o machismo. É o machismo que impede os homens de se levantarem e ajudarem suas esposas e filhas DE VERDADE, dividindo tarefas e não apenas um "vou lavar a louça porque você tá cansada, querida". É o machismo que impede que os homens aprendam que não são incapazes de cuidar de um bebê. É o machismo que impede que um homem entenda que ele não precisa provar que é o macho alfa para todo mundo.

Vocês estão direcionando para o inimigo errado. Jogam nas mulheres toda a culpa da sociedade estar diferente do que estava trinta anos atrás e ainda querem sustentar uma versão linda e maravilhosa da família com Amélia, afirmando que antes éramos respeitadas e valorizadas e agora temos que nos contentar com as letras de funk e degradação sexual e que tudo isso é única e exclusivamente nossa culpa. Então eu só digo, com todo o respeito, que CALEM A BOCA.

Vocês não sabem droga alguma de como era a realidade das mulheres. Vocês inventam de como a vida era perfeita e maravilhosa e o pior de tudo, ainda tem mulheres aumentando as fileiras do saudosismo estúpido, acreditando fielmente que as mulheres do século XIX eram valorizadas e respeitadas e amadas quando não tinham direito ao voto, nem à opinião, eram deserdadas se transassem com qualquer um fora do casamento, eram condenadas se fossem estupradas e não poderiam sequer estudar em paz. Vocês acham que a vida é tão fácil, e não entendem que não podem entender as mulheres simplesmente porque não o são. Vocês nunca entenderão o que é ter como a maior causa da morte sofrer o ato final nas mãos de um homem, geralmente nosso parceiro. Vocês nunca entenderão o nosso medo de ser estuprada - ou no caso de muitas por aí - de acontecer outra vez. Vocês nunca entenderão absolutamente nenhum desses detalhes - não enquanto vocês não aprenderem a olhar além do seu mundinho cor-de-rosa e fofo onde mulheres são respeitadas e amadas.

O mundo não ama as mulheres.
E o mundo não ama os homens que amam as mulheres.

Entendam isso, somente.


domingo, 20 de março de 2011

reflexões sobre presente e futuro

E então há uma nova ordem.
Dizem que há uma conspiração para que as coisas mudem, algo demoníaco e satânico. Dizem sobre videoclipes de cantoras pop que fazem alusão à borboletas monarcas, chifres de bode e pisos em xadrez preto e branco e dizem ainda que são todos sinais de algo maior. Dizem que o mundo vai mudar, que teremos que fazer sinais na nossa pele para continuar comprando alimentos e quem não quiser fazer será posto de fora, à margem da sociedade. Dizem que é o Diabo por trás disso tudo, dizem que as coisas vão piorar, dizem que é tudo Illuminati ou então que é maçonaria e dizem tantas coisas que eu me perco entre a realidade e ficção. E então todos ficam com medo do mundo mudar, sem perceber que se o mundo não mudar, de uma forma ou outra, estamos fadados ao tédio e, no final das contas, à tragédia final.

Porque é assim que as coisas são. Um dia o mundo mudará. Um dia as crianças deixarão de ser as crianças que fomos, e os adultos deixarão de ser os adultos que seremos. Um dia abandonaremos todo o nosso conceito de infância e construíremos outro. Um dia deixaremos um preconceito de lado e adotaremos outro. Um dia esquerda e direita mudarão de lado e se alternarão entre o mocinho e o vilão da história. Um dia eu morrerei e então serei enterrada e daqui a duzentos anos, haverá uma lápide com a epígrafe que talvez meus descendentes escreverão. Um dia eu verei as pessoas que amo morrerem e eu irei ao enterro deles e eu chorarei. Mas no dia seguinte, eu ainda vou acordar e entender como poderei sobreviver à dor. E então algum dia esse blog será uma coisa pré-jurássica e vocês terão uma nova moda.

Porque o tempo passa. Temos tanto medo de como ficará o futuro caso os Illuminati mostrem sua cara e decidam como será a Nova Ordem Mundial que esquecemos que o presente não é exatamente dos melhores. Nós vivemos em um mundo em que 1 em cada 3 mulheres no mundo já sofreram agressão do parceiro e em que a prostituição infantil movimenta 7 bilhões de dólares ao ano, de acordo com a Anistia Internacional. Mas é tão cômodo para nós, com internet em casa e comida na geladeira, que não desejemos que o mundo mude. É cômodo, é confortável, é quentinho - como estar em um cobertor. E não entendemos que o tempo passa e que um dia nós morreremos.

Por que as pessoas tem tanto medo do futuro como se ele fosse um monstro pronto a nos destruir? Hey, um dia você morrerá. Um dia eu morrerei. E pode ser a qualquer momento, a qualquer hora. Pode ser amanhã e esse pode ser meu último post para Pernície. Há uma nova ordem pronta a nos destruir? Hey, mas que diferença isso fará? Porque as coisas mudam e um dia, inevitavelmente, países cairão, reinos ascenderão, ditadores assumirão o poder e reis perderão sua coroa. É inevitável, porque é a história assumindo seu curso, sendo a consequência dos milhares e pequeninhos atos feitos anos e anos atrás. A América Latina e a África pagam o preço da colonização de quinhentos anos atrás, e um dia faremos alguém pagar o preço igualmente. Muçulmanos e cristãos se odeiam meramente por uma guerra de mil anos atrás e nós achamos que está tudo bem. Hey, acostume-se com isso: as coisas vão mudar.

Você nunca conseguirá tudo o que quer. Você nunca será feliz o tempo todo. Você nunca vai se sentir safisfeita com a sua vida, sempre faltará alguma coisa e você sempre irá atrás dessa coisa - e tudo isso determinará o restante de sua vida. Como uma borboleta que bate asas e determina um terremoto. Você pode organizar sua mesa completamente e talvez seu guarda-roupas, mas sua vida sempre estará fora do seu controle. Presidentes pensam que pode reger o destino de seus países e todos acreditam que a ONU pode resolver todos os problemas, mas estão todos errados: a humanidade é algo desenfreado, cruel, imprevisível. Não há rei nem deus a governar nações tão complexas e pessoas tão simples. Não há como você exigir que as coisas continuem fixas, suspensas no tempo - elas vão mudar, independente de uma nova ordem mundial ou não.

Esqueçam, por favor, as borboletas monarcas e os unicórnios, eles não são importantes. Lembrem-se que por mais poderosa ou sinistra seja uma seita, ela nunca conseguirá governar um planeta inteiro composto de centenas de religiões e crenças e pessoas completamente diferentes uma da outra. Por mais poderoso que seja um país, um dia seu império cairá. Por melhor que seja as intenções de um embaixador da paz da ONU, alguém vai ser prejudicado com isso. Então é só respirar um pouco e lembrar que o tempo vai passar. E que as coisas vão mudar. E que talvez elas não mudem para melhor - mas decididamente elas não vão ficar melhores se você não fizer nada a respeito.



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quarta-feira, 16 de março de 2011

"Almas Unidas"

Eu nunca gostei muito de blogs literários, nem de blogs sentimentais. Eu sempre preferi aquele gênero "informação", de blogs que falem de política e feminismo e coisas do gênero. Mas hoje eu não estou exatamente boa (em termos físicos, não psicológicos, não se preocupe) e achei uma história que escrevi há tempos. E eu queria postá-la aqui.

Essa história foi escrita para um concurso que a revista Capricho promoveu. O tema era "romance sobrenatural" e o vencedor ganharia vários livros de Meg Cabot. Eu não ganhei o concurso (o texto que venceu era algo sobre uma garota e um vampiro), mas deixei o texto aqui e eu gosto dele ainda, mesmo com todas as falhas.

O texto tem exatamente 500 palavras, o máximo permitido, e me inspirei um pouco na novela Alma Gêmea - porque Serena, a mocinha, só reencarnou para buscar a alma do amado dela e assim se unirem. Não tem reencarnação, mas tem almas que deveriam estar unidas. É curto, é pequeno, nem é tão bom. Mas eu o amo.

A seguir, "Almas Unidas" (o título original é Unidas as Almas, mas soou estranho hoje).


Não conseguia dormir o rapaz.

Só olhava o lago com olhos vazios, olhos que muito perderam na vida. Estava ali, encarando as águas calmas, perdido em lembranças amorosas. Com carinho, mergulhou os pés no lago, murmurando alguma música que Lara gostava muito de cantar. Fazia como sua amada: cantarolava com doçura, sempre repetindo os versos pausadamente. Mas Lara se foi. Seu espírito aventureiro se afogou junto com seu vestido de noiva, e seu sorriso não apareceria mais para confortar o noivo que deixou no altar, à sua espera. Agora tudo o que restava são memórias que só aumentavam a dor, janelas que se abriam misteriosamente, beijos que ele sentia na calada da noite. Acordava, sobressaltado e ofegante, lembrando das palavras ásperas e mexicanas. Sempre. Aquela vidente tinha olhos escuros e voz gutural.

Nunca poderão ficar longe. Nunca.

Mas agora as palavras não tinham importância. Estava longe de Lara, atrás do véu do mundo dos mortos. Queria estar com ela agora, ver seus delicados olhos a sorrirem, rir mais um pouco. Só que estava à beira do lago, perdido da vida. Ergueu os olhos, imaginando Lara remando, com toda alegria e coragem. Mas Lara estava. Sentada nas águas, sorriso aberto. Vestido de noiva a lhe rodear, olhos castanhos a sussurrarem conforto. Ele, perdido e louco, ergueu ambas as mãos a pedirem um pouco de riso.

Sempre ficarão juntos, por toda a eternidade.

— Venha – ela disse, abrindo um gentil sorriso e abrindo os braços – e nós nunca ficaremos longe um do outro novamente.

Estava delirando? A resposta em nada importava. Lara era tudo o que ele queria. Lara era tudo que importava. Mergulhou no lago, sem saber nadar, atrás da sua amada. As águas negras se agitavam com indiferença, não sentia mais o chão abaixo de si, e podia ter coisas perigosas naquele lago banhado pela noite. Alcançou Lara. Sentiu na carne o cheiro de sua amada lhe dando a mão. Mas quando a tocou, nada conseguiu sentir. Estava ali, à sua frente, mas tocar Lara era o mesmo que tocar o ar. Vazio. Triste. Nada.

— Meu querido – Lara lhe abraçou. Era só vento. Só ar. Uma estúpida ilusão de quem tivera alguém roubado. Chorando, tentou se entregar à Lara, sofrendo o pesadelo do homem pela metade. Tremendo de frio, começou a boiar, já não pensando mais em viver.

Ele fechou os olhos, lágrimas ainda lhe cegando. Lara o acolheu, beijou sua testa, lhe disse mil vezes o seu amor. Partia-lhe o coração buscar a alma de quem amava, mas a vidente há muito dissera que almas unidas jamais poderiam se separar, nem mesmo quando a morte vinha. Não havia mais chão debaixo dos dois, e ele não sabia nadar.

Com tristeza, sentiu o peso da alma em suas mãos. E com alegria sentiu o calor de ter, novamente, de volta metade de quem era. Porque não eram duas almas distintas, e sim, metades que se precisavam, se queriam, se amavam. E Lara, compadecida, levou o amado para si, para o além.


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domingo, 13 de março de 2011

uma resenha curta e pouco digna para uma obra tão boa

Fechando a conta nesse Carnaval, eu assisti uns seis filmes [Burlesque, Atividade Paranormal 1 e 2, LelleBelle, Warrior Way -algoassim-, Cisne Negro para fechar] e ainda acho que esqueci algum nessa lista. Assisti poucos episódios de Supernatural, parei bem quando Sam recupera sua alma - ainda não vi o que vai acontecer. Assisti os últimos episódios de Glee. E terminei de reler a série Harry Potter e li o primeiro livro da série Os Instrumentos Mortais, Cidade dos Ossos. Basicamente não se pode dizer que fiz algo de útil, a não ser assimilar conteúdo digno e artístico. E definitivamente o que mais causou impacto foi meramente um filme.

Cisne Negro.

Assisti ontem e talvez, por isso, eu ainda sinta todo o drama da protagonista. E eu sei que o filme está sendo falado horrores em tudo que é canto, mas é que é aquele tipo de filme que você não consegue deixar de comentar, sabe? Eu não sei muito bem o que comentar do filme sem estragar as surpresas e mesmo que eu falasse do começo ao fim, não ia estragar nada - você ainda teria que assistir para entender e ter a sua visão. Natalie [a fdp que é linda, inteligente e talentosa e eu quero matar um dia, beber do sangue dela e absorver todos os talentos dela como os índios canibais de antigamente] interpreta uma bailarina, isso você já sabe. É sobre balé, você também sabe. E é um terror psicológico, bem, você também tá sabendo disso.

Primeiramente eu gosto desse gênero - acredito fielmente que fantasmas e maldições ferem muito pouco comparado aos estragos em nossas mentes, profundezas de traumas e personalidades. Em Supernatural, por exemplo, por mais sofrimento que Sam tenha passado na vida, ainda assim o maior inimigo é ele mesmo - sua personalidade que quase o levou às ruínas várias vezes. Você pode observar isso em vários filmes e livros - nós, independente do que tenhamos passado, escolhemos como passar por aquilo - e é essa escolha que faz com que nós possamos ficar bem ou não. Nina é frágil e desequilibrada, e também é ambiciosa. Ela passa quase o filme todo com expressão sofrida como se não merecesse nenhuma dos elogios, embora ela deseje o papel principal, e mesmo quando ela o ganha, ainda assim ela é hesitante sobre se ela merece ou não aquilo. Ela tem dúvidas sobre o quão boa é, mas no fundo ela tem certeza de que aquilo é tudo o que ela deseja fazer. Porém essa ambição é o que a prende e a arruina psicologicamente, e ela percebe que está se dividindo cada vez mais e não é no sentido financeiro.

Tudo é delicado, arrebatador, triste, incômodo - é um filme terrivelmente belo ou belissimamente terrível. Tem cenas de profunda agonia envolvendo unhas e pele, tem sustos eventuais e a parte mais importante: não, você não terá fronteiras entre o real e o imaginário. Não imagine terminar o filme sabendo o que aconteceu mesmo e o que não aconteceu, e muito menos você terá as respostas. Na verdade você terminará o filme com mais perguntas do que respostas, e uma boa oportunidade de se refletir sobre o filme a partir de praticamente qualquer pressuposto. Você pode relacionar o filme com distúrbios alimentares, absuso sexual, proteção extrema, ditadura da beleza e por aí vai. E tudo isso com passadas de balé. E eu não sei mais o que dizer do filme, porque não tem muito o que dizer. Eu só vou dizer: hey, assista. Depois você vem me contar o que achou.


segunda-feira, 7 de março de 2011

clubes noturnos e violinos,


Olha, eu não esperava grande coisa de Christina enquanto atriz não. As pessoas que me conhecem sabem o quanto eu a amo, idolatro e venero e eu praticamente sou aquele tipo de fã que acha que ela é a melhor em tudo que faz e não deve ser subestimada, nem seus talentos questionados. Mas isso é papo de fã e eu como fã ardorosa fiquei com receio quando o filme Burlesque, primeiro filme com ela e tudo o mais, iria estrear. Porque, vocês sabem, cantoras pop raramente dão boas atrizes. Quer dizer, temos bons exemplos como Barbra e Cher. Acontece que isso não é regra, e sim exceção. Madonna só se destacou mesmo em Evita, o único filme que todo mundo deu crédito e rendeu prêmios. Mas veja a ex-amiguinha de adolescência de Christina, a Britney Spears. Vá ver o único filme que ela fez, lá na época que ela sensualizava com uma cobra. Crossroad é um filmezinho adolescente totalmente clichê e a atuação de todo mundo é duvidosa. Nada ajuda: nem o roteiro, nem a história, nem a Britney salva a trama. Então vocês podem imaginar o meu receio ao imaginar como Burlesque seria, ainda mais porque Christina não é exatamente lá essas coisas em drama (Hurt e You Lost Me, seus videoclipes mais chorosos, comprovam isso).

E não é que me surpreendi? Sabe, Burlesque não é nenhuma obra de arte. E eu sou suspeita para falar porque eu amo musicais e amo filmes sobre mulheres. Musical é um gênero que me atrai desde criança por ter muita dança, muita música, muita arte, é algo que é maior do que apenas um filme, é só aquele sentimento de você estar ali, representado no meio da fotografia, atuação, roteiro e música. Para mim, o melhor musical é Chicago, eternamente, e não existe um que eu consiga odiar realmente, por mais que seja ruim (tipo High School Musical). Sempre acho que musicais, por piores que sejam, sempre tem uma música boa no meio disso tudo ou algum momento cômico que faça você dar um sorriso. Então eu sou totalmente suspeita para falar de Burlesque, porque é um musical recheado de números de dança muito bem orquestrados e trabalhados, e eu adoro músicas do gênero. E eu amo Christina Aguilera, acho a voz dela linda e perfeita - mesmo ela não tendo tanta técnica quanto, sei lá, Mariah Carey.

Quem se destaca no filme? A Christina, por ser protagonista, obviamente. Ela tem 30 anos, mas no filme parece uma jovenzinha de vinte anos com seus cabelos loiros e brilhantes (uma peruca obviamente, já que na época das gravações ela estava com o corte chanel) e olhar de criança. E tem vezes que você consegue esquecer que ela é a Christina - vencedora de cinco Grammys - e só vê a Ali, garota que veio do interior para fazer sucesso. A atuação dela se garante ali. Mas não espere demais do roteiro, porque a história não tem nada de mais. O começo é risível - em menos de cinco minutos, a Ali já chega em Los Angeles para fazer sucesso e simplesmente não tem espaço para desenvolver a personagem. Sabemos muito pouco dela antes, e depois descobrimos somente que ela não tem ninguém e que a mãe dela morreu quando ela tinha lá uns sete anos. Os outros tem seu destaque: Cam que interpreta um garçom pianista de músicas nunca prontas e possui um estranho ar de mímico quando está usando delineador, a Cher que é a chefona do local e até que se dá bem, mesmo com todo o botox que impede pessoas de atuarem bem, Kristen Bell faz uma malvadinha vilã que não assusta nada e o adorável Stanley Tucci que absolutamente brilha em Ossos Adoráveis (minha tradução do filme que é conhecido como Um Olhar do Paraíso, fiz uma review dele aqui) volta ao seu papel em O Diabo Veste Prada para ser um cara que simpatiza com a mocinha e é um amável amigo da durona.

Mas o que segura o filme nem de longe é a história, é simplesmente as perfomances. Uma a uma elas se sucedem, tendo pouco a ver com a história do filme em si (o que diferencia dos musicais como Moulin Rouge ou Chicago, cujas músicas eram entrelaçadas à história). São, em geral, números do clube noturno que é o palco principal da história, mas você não desejará pulá-las: a dança frenética e ritmada, a voz poderosa de Christina que guia a maioria das músicas e a atuação que fica entre cômica e sensual combinam muito bem, como se fossem plano de fundo da vida que todos ali tem, mas ao mesmo tempo sendo o elemento principal. Eu adoro comentar as músicas. Tenho adoração especial pela primeira, a Something's Got A Hold On Me que é contagiante e divertida. Mas você só começa a se surpreender quando Christina canta Tough Lover, no começo à capella, depois tendo a banda. Mas no meu olhar de fã, eu acho que a melhor perfomance é a da música But I Am a Good Girl. Eu sei que as pessoas preferem Express que foi perfomada no AMA 2010 ou Show Me How You Burlesque, mas eu adoro essa partezinha adorável de uma garota brincando com grifes. Christina está absolutamente linda e amável, e dança melhor do que nunca (e eu espero, sinceramente, que ela lembre de todas as aulas de dança que teve na hora de fazer suas futuras turnês). Basicamente o roteiro é clichê, mas a atuação, música, figurino, bem todas essas coisas são tão deslumbrantes que faz valer as suas duas horas valerem a pena.

Para baixá-lo [legendado]: Filmes com Legenda



Mas se você não gosta de musicais ou de cantoras pop, eu sugiro outro filme. Ele é sueco, o que confere um automático ar cult - não importa o quão trash seja. Você sabe que europeus nunca são ruins, somente "cult trash". Europeus sempre tem classe. O filme em questão chama-se LelleBelle - não sei o que exatamente significa o título, acho que está relacionado ao nome da garota que é "Bella sobrenome-que-não-lembro". E você deverá ver se você gosta de filmes suecos, filmes sobre música clássica e/ou filmes sobre sexo - em todos os sentidos. A protagonista Belle é uma garota de 19 anos, virgem (sim, essa informação é importante) que só pensa na carreira. Ela quer ser uma grande violinista e passa horas ensaiando várias composições clássicas, e é a única em seu meio que não pensa muito em sexo - seu namorado está louco para chegar nas finais e sua mãe trabalha com algo relacionado (não explica muito bem, é como se fosse um retiro para casais transarem). Ela consegue uma audição em uma escola conceituada de música, fica toda empolgada e corre para fazer a primeira fase. E toda sua vida muda.

Belle acaba descobrindo que ela toca melhor violino quando ela recém-acaba de dar uns amassos em alguém - descobriu isso quando um estranho aparece do nada e lhe beija antes de ela prestar a primeira prova, o que deixa ela alvoroçada e cheia de fogo - e faz com que ela passe para a segunda fase. Daí em diante, Belle passa a procurar o rapaz que lhe beijou e pensa que para que possa tocar violino maravilhosamente, ela precisa de sexo - e busca isso com garotos de programa. O filme não tem o típico ritmo de Hollywood e nenhuma piada suja a respeito, somente as cores vívidas e a poesia delicada da fotografia e cenas - que são explícitas. Não considero que seja exatamente um filme que você veja em uma família conservadora, considerando que não existe barreiras nem obstáculos: há sexo entre meninas e orgias sensuais, e não há nenhuma discussão sobre se o que ela está fazendo é certo ou não. Não existe ninguém para dizer que ela deve se prender ou não, e Belle descobre aos poucos o que a satisfaz e o que a deixa insatisfeita e como ela deve buscar a melhor maneira de explorar seus talentos sem magoar pessoas, e apesar de tudo a música ainda dita o filme: você vê jovens de vinte anos se maravilhando com violinos, contrabaixos e pianos.

Para baixá-lo [legendado]: Filmes com Legenda

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

como uma nova vida,

Ter uma nova casa é inspirador.
Sim, mudei de casa novamente, mas não mudei o endereço. Só subi um andar, e agora terei que subir mais um lance de escada - o que significa mais exercício e coxas mais definidas. Isso é a parte boa, acho. Agora meu quarto tem janela com vista para um pouco da minha cidade e devo dizer que por mais que minha cidade não tenha lá muito estilo, ainda assim é fabuloso ver o pôr-do-sol pela vista do seu quarto. Eu amo olhar a cidade de noite e ver as luzinhas acesas, morrendo de vontade de ter um binóculo e espiar a vida por trás de cada janela dos prédios ao redor tal como Lázaro Ramos em O Homem Que Copiava (adoro esse filme!). Mais agradável ainda é acordar podendo ver a cor do céu pela janela - geralmente um azul médio meio nublado. É claro que as mudanças tem lá seus problemas e sempre rola do chuveiro que não esquenta direito e outros pequenos problemas. Mas no geral eu adoro mudanças, mesmo elas me dando um trabalho desgraçado. Você tem que selecionar o que é importante e o que não, separar tudo em caixas e sacos, desmontar guardas-roupas e estantes, não esquecer de nada importante e depois fechar a porta, entregar a chave e nunca mais voltar.

Mas quando você abre as caixas e sua casa torna a ficar arrumada, você entende que é como uma vida nova. E você aprende muitas coisas em mudanças que pessoas nunca aprenderiam vivendo somente em uma casa a vida toda.

Primeiro: casas são apenas tijolos. Suas lembranças ficarão para sempre contigo, mas o cimento, concreto, cerâmica e tudo o mais são somente isso: matéria. Um dia você irá embora inevitavelmente e um dia sua casa virará pó. Alguém a derrubará - seja uma empresa que quer construir um arranha-céu, seja uma chuva forte demais. Mas entenda: a casa que você tanto ama cairá e é bom você estar preparado para isso. Porque todas as coisas tem um fim, e assim que é a vida.

Segundo: depois de um dia indo de um canto a outro, colocando fogão e geladeira, tentando manter um caminho livre para as coisas passarem, não se preocupe em arrumar a cozinha. Você está cansada demais para isso, e sinceramente você deve estar com os pés e braços doloridos de tanto carregar peso. Então simplesmente ache os talheres e copos, peça uma pizza por telefone e relaxe. É a melhor coisa do mundo: você no meio do caos absoluto comendo pizza com pessoas que ama. É como se fosse a véspera de uma nova era, e você sabe disso.

Terceiro: entenda cada mudança como uma nova vida. Você não precisa ser como eu que muda quase todo ano, mas provavelmente você mudará de casa ao sair da asa dos pais, quando arranjar um emprego melhor, quando se casar, quando tiver filhos e precisar de um espaço maior e tantos outros motivos. Mas mudança nunca é algo ruim. É chato e cansativo, e dá um trabalho dos diabos, e dá vontade de chutar as empresas de mudanças quando os caras chegam com três horas de atraso e arranham sua mesa favorita. Porém a menos que você seja protagonista de um filme de terror cujo cenário seja uma casa mal assombrada, vai ser bom. Você aproveita para repensar suas vidas, jogar ou doar o que é velho e ficou para trás, comprar coisinhas novas para seu lar como uma xícara de porcelana que simplesmente é a coisa mais linda que você já viu, pensa na organização dos móveis, arruma a torneira e todas essas coisas domésticas tem um ar favorável. E daí que depois de um mês as coisas voltem ao normal e a sensação tenha passado? É só arrumar tudo de novo e sempre, sempre ficar bem com seu lar.

Quarto: paciência, muita paciência. Porque passado o deslumbramento de você ter encontrado "a casa perfeita", eventualmente descobrirá que ela possui alguns probleminhas.


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Como vai você?


Olá.
Eu não acredito em você. Não porque eu tenha raiva de você, ou porque eu tenha sido tão machucada na infância que eu fiquei com ódio eterno de ti. Nada disso. Nunca achei que você fosse o culpado dos meus problemas, assim como nunca achei que você merecesse algum crédito pelas coisas boas que aconteciam na minha vida. Eu simplesmente me distanciei de você e eu vejo agora o quanto eu me fiz bem. Hey, eu acreditava em você, ok? Faz bastante tempo, eu era uma pirralha que vivia em um mundo que todo mundo acreditava e eu ia na mesma onda. E eu escrevia mil declarações de amor, todos os dias tecia a mesma fala. A básica oração antes de dormir. Mas eu passei de templo em templo e nunca nenhum deles se adequou a mim. Nenhum deles me ofereceu o que você dizia que eu teria antes de morrer. A verdade? A justiça? A pureza? A dignidade? Qual você acha que é o preço da minha alma? Por quanto você a compraria? E se você existe, você a compraria?

Eu duvido.

E um dia eu percebi que estava me enganando. Mas eu ainda não estava no final - eu ainda queria ter algo. Queria ter uma fé para chamar de mim, e eu mal sabia que eu podia simplesmente dar as costas para isso. O primeiro passo para eu te dar as costas foi quando eu me encontrei em um livro que falava de antigas magias. E eu aprendi o que significava cada erva, cada cor, cada símbolo. Fiz um altar com cálice e velas e entendi que havia algo maior do que você. Porque, sabe, você é apenas um cara muito poderoso que influenciou dois mil anos da nossa época. Mas quem eu cultuava, o ser para quem eu rezava, era muito maior. Ela era tudo: era eu e era você, era a terra e era o fogo. Ela era a nossa mãe. Ela veio antes de você e nunca, nunca nos abandonou. E eu era devota por algum tempo, até simplesmente perceber que rituais são estranhos e vazios.

Para quem você reza?
Para quem você pede proteção e força?

Hey, eu não acredito em você porque eu sinto ódio. É só porque eu dei as costas para você para poder abraçar outra coisa. Talvez eu passei um ano dando significados sobrenaturais ao que eu cultuava e tinha vários nomes, mas ainda hoje eu acredito nela. Ela não é uma deusa para nos amparar, mas ela é maior do que tudo isso. A vida não é curiosa? Passei toda minha infância rezando em seus templos, e agora eu estou dando as costas. Agora eu estou no outro campo da batalha, defendendo ardorosamente que você deixe de existir também para outras pessoas. Porque todos sabemos que as coisas que acreditamos são reais para gente. Então, hey, eu sei que você não é culpado dos nossos problemas. Você não pode fazer nada em relação a isso. Não é da sua alçada, sabe? Então as coisas são assim: você é o cara fodão para todo mundo na metade do mundo, e eu sou a garota que não acredita em ti. E por isso tem que escutar algumas coisas bem desagradáveis, sabe? É chato.

Bem, aqui está uma carta para você. É como se eu estivesse falando com o nada, sabe? Nada, mas eu tenho certeza que alguém vai me ouvir. Não importa se você com toda sua consciência celestial. Eu não me importo, eu só sei que estou farta de ver todas as pessoas culparem você pelos problemas dela. Quer dizer, desde quando uma chuva que destrói cidades é ordem sua? É a natureza - é ela que é maior do que qualquer outra coisa - agindo. Chuvas, furacões, terremotos - problemas da natureza que só podemos amenizar. Não é culpa sua que mais de duzentas pessoas tenham morrido nesse último verão, mas é culpa nossa. Foi porque nós fomos estúpidos e confiamos demais que você iria salvar aquelas pessoas e então você não salvou. Porque você não podia, não tinha como. E então as pessoas confiaram demais em alguém que não podia ajudar, entregaram seus destinos à sorte e pagaram com a vida. É culpa nossa cada guerra que acontece no mundo, e é nossa culpa que gays são discriminados e mortos e mulheres sejam rebaixadas e que sofram com estupros e assédios. Não é porque você mandou escreverem em um livro idiota que as pessoas levam a sério. Não é porque você mandou não sei que povo matar outro. Não é por causa de todas aquelas coisas cruéis e sangrentas que você mandou fazer - inundar o mundo? Destruir uma cidade? Testar a fé de Jó e com isso vê-lo perder as esposas e filhas? Na verdade, você nunca fez essas coisas. Porque você simplesmente não tinha como fazer. É só o bode expiatório de uma raça que não sabe lidar com os próprios problemas. É só uma figura - a quem culpamos, a quem rezamos, a quem imploramos por vida. É típico da gente.

Quando não conseguimos segurar a barra, então essas pessoas jogam tudo pra você. Típico.

Então quer saber uma coisa? Foda-se. Eu já dei as costas para você há muito tempo e isso me fez bem. Foi como se eu tivesse nascido de novo, como se eu simplesmente tivesse percebido que não tinha ninguém para ver as coisas que eu fazia e ninguém para me julgar. Me senti livre e estranhamente responsável - não poderia rezar ou me perdoar simplesmente se eu fizesse alguma merda bem grande. Foi como se eu tivesse arrebentado as minhas correntes. E não, eu não me senti perdida. Eu vivo bem em um mundo sem você.

E simplesmente por isso eu posso olhar para cima e dizer, com convicção, que eu não idolatro nenhum ídolo. Absolutamente nenhum.



quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

comeback, pop e outras coisas

Olá!
Hoje é quarta-feira, e é um estranho dia. Eu não tenho certeza se esse visual novo é o melhor - desconfio que há rosa demais - mas mesmo assim, eu quis mudar. Eu retornei com o batique, em outra cor, simplesmente porque achei bonito. Eu amo esse tipo de padrão, é tão lindo e simbólico.

E quanto ao banner... bem, eu desenhei o que é desenhado. Eu fotografei coisas minhas: a agenda de 2010 que me impediu de perder a cabeça, o colar do trevo de quatro folhas que minha amiga deu, Christina Aguilera em Can't Hold Us Down, Anne Frank (nem gosto tanto do livro, mas adoro a foto), uma foto de Megan Fox que era linda e eu quis, embora não seja fã dela nem nada, borracha e ponta 0.7 HB (aqui se fala ponta, ok), pétalas de rosas dadas por meu namorado que costumo guardar. É, sou meio sentimental com essas coisas.

E então é isso. São coisas legais que eu queria que refletisse um pouco minha personalidade, e também a nova alma do blog. Eu falei de muita coisa por aqui - homofobia, ditadura de beleza, amor, solidão, música pop, cinema e eu quero continuar fazendo isso. Estou com saudade de ir simplesmente escrevendo, de competir na Blorkutando, enfim, dessas coisas, entendem? Espero que sim.

O que mudou em mim desde que deixei esse blog abandonado? Bem, eu passei a assistir séries compulsivamente. Eu já fazia isso com animes, mas agora estou digerindo Glee e Supernatural, simultaneamente com Everybody Hates Chris e tem Gilmore Girls e Caprica me esperando no computador. Paciência, meus amores, ainda irei ver vocês! E ainda tem a música que tem me ocupado tempo e admiração. Me tornei fã de carteirinha de Christina Aguilera - nesse tempo comprei Stripped e o DVD de Back to Basics Live and Down (tenho certeza que o nome está escrito errado, mas foda-se) e ganhei Bionic - eu que não compro cds faz, tipo, dois anos? Passei a baixar álbuns de forma compulsiva: Adele, Katy Perry, Rihanna, Lenka, Marina and the Diamonds, P!nk, Britney Spears, Kerli, Gwen Stefani - absolutamente estou escutando (quase) tudo.


Mistreated, misplaced, missundaztood
Miss know it, it's all good
It didn't slow me down
Mistaken, always second guessing
Underestimated, look I'm still around ♫


Vamos lá, o que eu recomendaria? Afinal de contas a música é um negócio imenso e pouca coisa realmente tem qualidade, além disso isso é questionável. Britney Spears tem qualidade? Em que termos? Você a compararia com Björk? Eu aposto que ninguém ousaria dizer que Britney "samba" em Björk, porque a diferença é gritante. E somos estupidamente cegos em relação a isso... o fato de a gente gostar de algo não significa que esse algo seja bom. Todo mundo gosta de um lixo de vez em quando, seja qual for ele. Mas entre lixo, há pérolas. E eu realmente acho que Adele começou muito bem o 2011 com Rolling in the Deep, uma música maravilhosa que ganhou um vídeo esplêndido. Essa música se tornou a minha predileta de 2011, e o ano só está começando. Mas duvido muito que Britney ou Lady Gaga façam algo que me agrade tanto quanto essa maravilhosa música de Adele, uma britânica que canta soul e jazz. Kerli é outra que vem me agradando - uma jovem que se veste de formas criativas (alguns podem dizer que ela é uma wannabe de Lady Gaga, porém eu acredito que Lady Gaga não tem cacife o suficiente pra ter wannabes) e vem da fria Estônia. É interessante ver como ela se expressa pela arte, demonstrando suas opiniões sobre o mundo. A vida dela foi muito diferente da nossa. Para começar, ela cresceu em um país frio e comunista. As duas são novatas ainda, com muito chão pela frente, mas demonstram um imenso potencial que não pode ser desperdiçado.

Eu diria que essas são as pérolas mais brilhantes que escutei ultimamente. Há também a ótima P!nk que veio com o seu Greatest Hits e três músicas inéditas, uma delas sendo a magnífica Fucking Perfect (e foda-se todos que dizem que auto-ajuda está fora de moda). Há a Britney que promete o seu melhor vídeo em Hold It Against Me (e espero que seja um excelente vídeo, porque a música deixa a desejar, sendo chata e enjoativa). Há a Lady Gaga que está prometendo revolução na arte, sexo e história com Born this Way, álbum que virá, sei lá, em maio. Não faço idéia do lançamento do álbum, só sei que Lady Gaga cantará a música no Grammy. A letra foi postada esses dias, e eu devo dizer que achei um tédio.

Me admira ver as pessoas falando tão bem da letra de Born this Way, dizendo que é anos-luz superior a Fucking Perfect, Firework e Beautiful (e todos esquecem de True Colors, da Cyndi Lauper). O que existe em Beautiful e Fucking Perfect (e igualmente nos vídeos) é sutileza, tristeza e solidão. Você não pode escrever uma música sobre as pessoas se sentirem melhor se você não consegue entrar nas trevas dessas pessoas. É o que eu senti que faltou em Born this Way - sutileza, encanto, sombras. Aquela coisa de se identificar puramente com passagens, com realmente entrar na música e sentir que é você que tá cantando, não alguém que está falando pra te fazer se sentir melhor. A letra é direta e explícita, e eu não gostei muito disso. E eu sei que é (ou não) bobagem minha, mas eu não vou cantar "eu nasci assim, baby, Deus que me fez assim" se eu sou atéia. Eu vou me sentir mentirosa. Então, baby, Born this Way foi proposta a todos, mas foi incluir deus e nenhum ateu cantará. Como se identificar desse jeito?

E há tanta coisa. O que está valendo pra mim, ultimamente, é Supernatural. Estou ficando decididamente viciada.

Desculpa a falta de assunto... é foda voltar com o blog e não saber direito o que falar! :)


Adele com os dois Grammys dela! (^-^'')