domingo, 6 de novembro de 2011

terror psicológico temporário

Blog não muito movimentado, acho que vou ser egocêntrica e começar a falar mais da minha vida. Vai saber, eu não costumo escrever diários (uma vez a cada três meses, digamos assim) e, sei lá, sempre achei minha vida muito normal. Mas enfim. Tem vida mais tediosa e ninguém acha ruim. Então bora.

Sexta-feira. Eu toda bonitinha e atrasada chegando no hospital público nove e quarenta e cinco da manhã, para fazer um exame médico. Uma endoscopia nasal, porque tenho problemas respiratórios que ninguém (aka eu e minha mãe) consegue entender os motivos. O médico pediu esse exame e tô lá, perdendo aula de filosofia, diante do balcão. Primeiro que deve-se entender o contexto: não me incomodo de ir pro médico. Nunca me incomodei de perder horas pra uma consulta de dez minutos. Segundo que eu não fazia idéia de como rolava o exame. Imaginava um troço no meu nariz, mas beleza.

Então, no balcão, lá em cima tem uma placa indicando direções. Nenhuma para "exames" ou algo normal. Todas direcionam para "cirurgias" ou qualquer coisa dramática do tipo. Mas, beleza. Então a mulher diz que tenho que assinar um troço lá que diz que eu entendo todos os perigos de se envolver em uma cirurgia ou usar anestesia. Aí eu começo, do meu jeito Luna de ser, a imaginar mil situações mirabolantes. Eu numa maca com um cara abrindo meu nariz. Eu ficando com o nariz inchado.

Não adiantou a razão me lembrar que a pessoa tem que ser internada para uma cirurgia. Sou dessas.

Sala de espera, quatro portas. Três para recém-nascidos ou mulheres grávidas (entenda-se por isso bebês choramingando. Estou acostumada). Quarta porta com placa enorme dizendo PEQUENAS CIRURGIAS. Sorriso amarelo.

Uma mulher chega e começa a entrosar conversa, dessas que sai puxando assunto com gente que nunca viu na vida pra saber da história toda e começa a falar dos próprios problemas. Ela fala de um problema no trabalho que foi demitida, junto com uma galera aí, pela prefeitura e eu lá fingindo dormir porque se tem coisa que eu não sei fazer, é ficar conversando com gente estranha em consultório de médico. É pra isso que levo a mochila toda, com livro, agenda, caderno e um estojo que poderia ser usado como arma pelo peso que tem. Aí depois sou otária e levanto minha cabeça, mostrando que estou acordada, a mulher pergunta o que eu irei fazer.

Diante da resposta, ela só diz "tá com coragem pra fazer isso?"

É CLARO QUE A PESSOA AQUI, TENDO UMA PUTA IMAGINAÇÃO FÉRTIL, PENSA EM COISAS HORROROSAS. Mas tranks. Eu sou a última a ser atendida. E ficam todos me trollando: 'boa sorte!' diz a bendita mulher quando saiu (houve um problema com o negócio dela e ela saiu sem fazer o exame). Uma senhora que foi atendida logo antes de mim gritou e, ao sair, disse que eu não precisava gritar. E o médico e a assistente rindo muito da minha cara.

Mas tô bem. Era só um spray que ardia e um negócio lá no fundo do nariz. Só isso.
Não senti minhas narinas pelo resto do dia. Mas tudo bem. Estou bem.

Um comentário:

Carol Winchester disse...

Foi a mesma coisa comigo quando fui fazer a ultrassonografia porque estava pior que a mulher do fluxo de sangue da bíblia, risos. Pensei que fosse ser uma coisa super desconfortável mas a única coisa desconfortável foi ver as pessoas cochichando quando uma menina de 16 anos entrou na sala da ultrassom...