sábado, 30 de outubro de 2010

banalidades sobre nada

Saiu o novo videoclipe de Katy Perry, Fireworks.
Eu não gosto muito da cantora, a acho meio irritante. Mas devo confessar: eu gostei do novo clipe. Eu o achei animador, alegre, para cima, como bons clipes conseguem fazer. Eu gostei dos fogos de artifício saindo do peito de todo mundo, achei engraçado. Gostei da fotografia, da atuação, do tom, das tomadas. Em suma achei que foi o melhor videoclipe de Katy Perry.

Mas eu queria falar que eu ando meio distante do blog. Acontece que estou muito voltada para a música. Não em termos de fazer, mas em sentir, experimentar, ouvir. Eu me aprofundo cada vez mais em pop, em arte, em coisas visuais. Eu não sei exatamente o que eu quero, mas eu sei que quero arrumar um jeito de unir escrita com pop, palavras com trilha sonora. Não apenas músicas, mas algo além. Quero fazer com que as pessoas sintam algo mais poderoso do que um livro ou uma música, mas não sou poeta para isso. Eu quero ser artista.

Um novo conceito.
Uma outra arte.

Enfim, estou meio confusa. Mas, por favor, é de madrugada e eu postando besteiras.



E aí, vocês acham que Fergie ficou bem de "rockstar" junto com Slash? Acho que ela sensualizou muito! -s

sábado, 23 de outubro de 2010

ache onde está o erro.

Perdão, eu não me contive.


Após uma semana de conturbados episódios envolvendo as militâncias dos dois principais partidos que apoiam os candidatos à presidência de República, a Juventude do PSDB e de partidos aliados reuniu na tarde sábado (23) cerca de mil jovens militantes em uma manifestação para apoiar a candidatura do tucano José Serra.

Ao longo das quase duas horas de caminhada ao redor da Praça Charles Miller, além das bandeiras, os jovens erguiam faixas com pedidos de votos e mensagens contra o PT. Com rostos pintados de verde e amarelo, a maioria dos jovens usava roupas azuis e capacetes com a palavra "paz" inscrita - em referência irônica ao ato de agressão sofrido pelo presidenciável tucano, José Serra, na última quarta-feira (20), no Rio de Janeiro, quando um objeto foi atirado em sua cabeça.

Ok, violência é condenável de qualquer jeito. Eu sou totalmente contra o uso da agressão física em qualquer caso, e por mais que meu coração peça para dar um chute em todos os safados, eu sou contra que isso seja posto em prática. Repudio veementente que qualquer coisa seja atirada em qualquer pessoa e isso inclui rolos de fita crepe, de fita durex e bolinhas de papel. Sempre fui contra bullying e o máximo que fiz foi jogar um aviãozinha de papel para meu primo pegar, numa singela brincadeira infantil. Sem agressão.

Mas a palhaçada que Serra fez em cima, que a Globo fez em cima foi tão absurda, tão inesperada que superou todos os meus sentimentos pacíficos. Porque é inquestionável que Serra&Globo fez alarde em cima disso e a internet inteira sabe que a Globo mente. Pena que não tem nariz de Pinóquio para todo mundo sacar, mas qual é? Quer discutir com SBT quando a SBT gravou tudo e a Globo não? Quer comparar imagens amadoras de um celular com as câmeras profissionais? A SBT também manipula como qualquer outra emissora. Mas nessa história a Globo pagou papel de ridícula, ainda mais ao contratar um perito que constatou que é um rolo de fita durex. Algo do tipo (e aquele negócio sequer aparece no frame interior. Porque tudo que atinge a cabeça de alguém tem uma trajetória de ida e volta. Aquele negócio não teve!). Aquele negócio, seja qual for, desafiou as leis da física!

"Nós decidimos fazer essa caminhada, com ajuda do PSDB, para deixar o recado: chega de violência, a gente quer um Brasil melhor. Nós estamos a favor da democracia", defendem as estudantes do curso de Relações Internacionais da FAAP, Eduarda Ramos e Nicole Giliam, ambas de 20 anos.

Portando bandeiras e discursando para os jovens, a filha do ex-candidato ao Senado pelo PSDB, Orestes Quércia, Andrea Quércia explicou que o objetivo do evento foi mostrar o engajamento dos jovens na política. "Queremos mostrar que nós fazemos uma manifestação pacífica e não tratamos os nossos concorrentes como inimigos de morte, como acontece com a militância do PT", declarou.

Um carro de som animava militantes e em certo momento chamou atenção para um cartaz, considerado dos mais criativos, com o pedido: "queime uma bruxa no dia 31 de outubro", referindo-se ao último dia do mês, em que além de se escolher o novo presidente do País, será comemorado o Dia das Bruxas.

Também participava da manifestação o advogado formado pela USP Renan Ferreira dos Santos que fazia propaganda de um jingle que compôs, "Vou te abortar Dilma vez". O clipe da música foi colocado no youtube e atingiu cerca de 1,5 mil exibições.

A incoerência é gritante. E só reaça tapado não consegue enxergar que 'tratar concorrente como inimigo' significa exatamente tratar o concorrente como uma bruxa que deve ser queimada ou como alguém que deveria ser abortado. O vídeo desse singelo single desses tucanos com amor no coração.



Não é fantástico como eles são cheios de amor e outros sentimentos cristãos para dar?

"O diferencial da nossa manifestação é ser civil e partidária. Todo mundo que está aqui está participando de maneira espontânea e não contratada", afirmou o presidente da Juventude do PPS, Peterson Ruan. "No PT, eles pagam para as pessoas participarem. Aqui nós temos uma sociedade civil independente que participa de forma voluntária. No PT, quem vai às manifestações é a gente aparelhada pelo Estado, ligadas aos sindicatos", acrescentou Ruan.

O senador eleito pelo PSDB em São Paulo, Aloysio Nunes, também esteve presente ao longo da passeata e parou para cumprimentar lideranças presentes. Enquanto caminhava, pessoas gritavam: "Aloysio, põe o capacete que sempre tem um petista por perto".

Tá bom. PT contrata todo mundo. Ligados aos sindicatos. Tá bom. Porque, que eu saiba, PT marcou pela militância. O clássico de ter gente que ia lá, conversava, fazia boca de urna e não recebia um centavo pelo trabalho. Todo mundo que eu conheço que milita ou é a favor de PT (sem ser militante, de fato) não recebe grana pra falar bem de Lula. 80% do Brasil, de acordo com essas pessoas, seriam pagas pelo PT para dizerem que sim, o governo de Lula é ótimo/bom (fonte: G1). Ah, claro, as pesquisas são pagas. Elas só não são pagas quando apontam vitória para Serra. Ou melhor ainda, quando a rejeição ao governo Lula aumenta!

A mulher do senador eleito, Gisele Sayeg Ferreira Nunes, ao contrário do tucano, que não quis falar com a imprensa, discursou ao final da caminhada. "O Aloysio é a prova viva de que as pesquisas não refletem a realidade. É impossível o país trocar uma pessoa honrada e honesta por alguém que surgiu do nada. Não vamos permitir que isso aconteça", afirmou.

Sério, eu acho que quem diz, sinceramente, que Serra é uma pessoa honesta e honrada tem grande potencial para ser humorista. MUITO potencial.
E adoro quando falam do passado obscuro de Dilma... ela está no governo de Lula desde 2001. Se eles não conhecem o quadro administrativo de Lula, então qual moral eles tem para falar que conhecem de política?

E o bônus fica com a foto.

Eles estão segurando a... revista VEJA. Ótima maneira de divulgar uma revista imparcial, neutra e cumpridora do dever sagrado que é nos informar. Também nos omite alguns detalhes e manipula outros. Mas e daí? Eles estão super certos, super informados e super coerentes, ok?




Matéria aqui - obrigada, @lolaescreva, pelo link.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

foi um choque de realidade.

Aquelas casas eram lindas.
Havia uma que lembrava uma mansão vitoriana. Diz-se que as telhas são importadas. E era absolutamente fantástica, linda, maravilhosa. As ruas eram limpas, e havia verde, muito verde. E aquela que parecia ser uma casa de praia, com um jardim enorme, com brinquedos e tudo o mais? As casas estavam uma atrás da outra, todas grandes, espaçosas, confortáveis, lindas, dignas de uma novela da Globo. Qualquer pessoa ali ficaria simplesmente pasmo com tanta riqueza e beleza. Porém quase todas as casas tinham muro e poucas eram exceção, sendo uma dessas a mais linda: com flores, as portas de vidro, a cor marfim, a casa transpírava elegância. Todas essas casas estavam dentro de um condomínio murado com porteiro e cerca elétrica. Você tinha que se justificar diante do porteiro, respondendo para quê entrar naquele pequeno paraíso.

Aquele condomínio foi construído quando a cidade estava no apogeu do café, para abrigar a burguesia local. Para separar os ricos dos pobres. E a coisa mais absurda é visitar isso depois de passar por bairros pobres, com casas pequenas, doadas pela Prefeitura que lutou para conseguir comprar aqueles terrenos - porque os herdeiros não queriam que o terreno fosse vendido para ser feito casas populares. Se fosse para ser feito um Greenville da vida, venderiam numa boa como já fizeram. Mas não, foi para pessoas carentes que mal tinham o que comer. Você andar pela cidade, visitar lugares que mal tem saneamento básico e logo em seguida visitar um condomínio com essas casas tão luxuosas, com tudo isso... é um choque.

Foi um choque e eu não consigo deixar de pensar nisso. É uma coisa que me incomoda. Como permitimos viver em uma sociedade que haja tanta desigualdade? Como aceitamos essa situação bizarra? Como aceitamos essa disparidade? Como eu posso me sentir bem olhando a chuva sabendo que há pessoas cujas casas são alagadas por toda essa água, porque não tem infra-estrutura alguma? Eu sabia da desigualdade social. Eu sabia que tinha algo de errado em ter um menininho que chega no ônibus pedindo dinheiro. Sabia que tinha algo de errado se temos miseráveis, se temos violência, se temos todas essas coisas. Eu já sabia disso. Mas acho que até hoje, até ver todas aquelas diferenças, eu nunca tinha realmente percebido, sabe? O quão bem uma pessoa podia viver em comparação com outra. Eu sou rica em comparação com muitas pessoas. Eu tenho internet, TV, roupas, escola, teto pra me proteger. Eu sou uma pessoa privilegiada e nunca fiz nada para merecer isso. Mas sabe, é difícil as pessoas entenderem isso. É difícil entender que tantas pessoas tem tão pouco. E é difícil entender que poucas pessoas tem tanto, sabe?

Eu nunca sentira essa diferença.
Quer dizer, eu sabia. E já tinha sentido quando eu era mais nova e me incomodava profundamente que eu não pudesse fazer uma festa de arromba como as minhas coleguinhas. Mas, assim, aprendi a andar com pessoas com a mesma condição social que eu e estava tudo bem. Nenhum problema. Ricos nunca me incomodaram profundamente, e já senti inveja sim, mas nunca foi algo tão cortante quanto hoje. Porque foi tudo isso: foi inveja, deslumbramento, repulsa, revolta, choque. Não sei o que mais me afrontou: se foram as casas lindas do condomínio ou se foi ver a rua que divide as casas populares do Greenville. Porque de um lado são as casas populares e elas não são as coisinhas lindinhas que aparecem em filmes. São pequenas, muitas sequer são pintadas, com murinhos de tijolo, e até chão de terra. São fileiras e fileiras de casas nesse estilo, até perder de vista. São centenas de pessoas vivendo em condições desanimadoras. E do outro lado da rua, o condomínio murado, com cerca elétrica e mal podemos enxergar as casas dentro. O muro é a divisão. É como fosse uma afronta às pessoas carentes que moram ali: nós nos protegemos de vocês, nós não queremos falar com vocês, nós ficaremos aqui ao seu lado, mas não pegaremos ônibus com você. E as pessoas carentes só fazem jogar o lixo junto ao muro, onde há várias flores. Seria somente por falta de educação? Não há muito lixo nas calçadas dos pobres, devo dizer. Mas há lixo junto ao muro dos ricos.

Como eu devo enxergar isso? Por que eu ainda estou meio perdida. Eu sempre fico desde jeito quando me confronto com os absurdos da sociedade. Sempre fico ainda mais chocada quando escuto pessoas falarem 'sustentarem vagabundos' quando se referem aos pobres. Como as pessoas podem reagir com tanto egoísmo, com tanto ego quando se deparam que, sim, elas são privilegiadas? Elas agem como se todos tivessem as mesmas oportunidades na vida e isso não é verdade. Como uma pessoa que não tem estímulo algum de ninguém pode disputar com alguém que recebe tudo na mão? Essas pessoas não podem parar um ano da vida delas para estudarem e recuperarem o atraso e assim irem para a universidade. Elas não podem simplesmente se mudarem de casa, porque quem vai sustentá-las? Como elas vão estudar em uma universidade que exija tempo integral? Qual vai ser o custo disso? Muitas pessoas pensam que vale a pena sempre, que qualquer sacrifício é válido. Mas essas pessoas nunca tiveram que optar entre estudar e trabalhar e sempre vão ter pais para ajudar e apoiar. Às vezes eu gosto de À Procura da Felicidade, mas o quão aquilo pode se aplicar a qualquer um?

É muito fácil falar que pobre tem que se virar e competir, que persistência é tudo, que o que vale é correr atrás. Muito fácil falar disso quando se tem comida na mesa e nenhum perigo de receber uma ação de despejo. Realmente é fácil achar qualquer coisa.


Não, sem imagens. As únicas imagens que transmitiriam o que quero passar são as fotos tiradas hoje e eu não as tenho no momento.



segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Considerações sobre o debate da Band

Terminei de ver agora o debate político na Band, pela MegaCubo e tudo o mais. Não vi todo, acho que só de metade pra diante e perdi algumas coisas, principalmente as ditas por Serra. Acho a voz dela monotóna e tenho mais dificuldade de fazer leitura labial com ele, então não consigo me concentrar no que ele fala. Então fico entediada e vendo o meu twitter que está muito movimentado ultimamente, confesso. Mas Dilma, em compensação, tem o tipo de voz que me atrai. Só não gosto de quando ela gagueja. Dá impressão de nervosismo, de não saber o que falar, de estar mentindo. Enfim, essa eleição está ficando suja e eu amei o debate de hoje. Eu amei o debate porque vi uma Dilma mais determinada, mais forte, mais agressiva. Por que eu considero que ela não pode ficar Paz e Amor para todo mundo, não quando ela está sendo criticada, ameaçada, xingada e esculhambada pela internet inteira. Por que eu estava frustrada ao vê-la aceitando os interesses evangélicos para ganhar votos.

Ela é a favor, sim, da descriminalização do aborto, mas qual seria o custo se o povo viesse a saber disso? Como é que as pessoas vão votar em alguém sabendo que ela vai apoiar, sim, que aborto seja feito caso a mulher deseje? Porque essas pessoas não vão entender que é um direito da mulher e nem vão entender que morrem mais de dez milhões de mulheres todos os anos por conta de abortos malsucedidos. Elas só querem proteger a vida do feto. E elas também não conseguem entender que o presidente não pode fazer nada. A política do Brasil é dividida entre Legislativo, Executivo e Judiciário e quem cuida dessas leis é o Legislativo. E presidente é cargo executivo. Mesmo se Dilma rodar a baiana, ela não vai poder forçar essa descriminalização do aborto pra ninguém. Então do que essas pessoas estão com medo? Por que elas estão jogando os MEUS direitos como meio para terrorismo eleitoral? É como casamento gay. Por que estão usando isso como fator negativo? Casamento gay é DIREITO HUMANO! É o mínimo que deveríamos ter se queremos ser considerados um país para todos. Brasil é um país de todos, não apenas de um punhado influenciado por igrejas. E que se danem as igrejas.

Eu não tenho respeito algum por elas. Cansei de ficar sempre querendo ser respeitosa, amigável e não entrar em conflitos com religião. Por muito tempo mantive um ateísmo pacífico, de eu aqui e você ali. Mas essas eleições estão ficando o fim da picada. Eu me recuso a ser governada por um bando de igrejas evangélicas que consideram que é direito delas usurparem direitos de outras pessoas. Eu estou tendo os meus direitos como mulher serem pisados e chicoteados, como fossem artimanhas do demônio. Eu estou vendo minha candidata ser fuzilada porque ela defende o direito ao aborto - o meu direito como mulher - e estou vendo que ela está se curvando para não perder a parada. Por que política é assim, é jogo de concessões e alianças que são sujas, nojentas e ordinárias. Eu não gosto de ver como Dilma está usando palavras religiosas em sua propaganda (fé, sagrada) e usando a coisa de mãe de família e tal. Eu sei que ela precisa fazer isso, porque precisa firmar a imagem de que é uma mulher tão legal, mãezona, tipo a tia Dilma que você tem, sabe, que como pode ser possível imaginar que ela é satanista, assassina e bandida? Pois é, eu sei disso, mas odeio, sabe? É chato, eu me sinto desconfortável. Acho que foi por isso que eu amei o debate de hoje. Eu meio que vi uma Dilma de verdade: à solta. Era como se tivessem prendido um leão numa jaula durante um tempo e de repente soltassem. Eu realmente gostei.

É claro que quem odeia Dilma vai dizer que ela gaguejou e tal. Ela gaguejou mesmo. Ela hesitou na hora de falar de Anvisa e acho que teve algum momento que ela falhou, mas acho que foi antes de eu entrar. Mas a maior parte foi Serra recuando. Serra sequer defendeu a esposa dele, quando Dilma retrucou que a esposa dele disse que ela era uma assassina de criancinhas. Sem contar que duvido que o povo vai cair nessa história de que Serra vai estatizar algumas das empresas e fortalecer a Petrobrás. Desde quando isso tem coerência com a ideologia de PSDB? Não tem. Não faz sentido. É como dizer que Bush resolveu distribuir camisinhas nas escolas públicas de ensino médio. Não confere, sabe?



♦ Eu sei, ando sumida, chata, do meu blog. Eu pensei em mudar o visual do blog, mas não quero, acho ele lindo. Eu só preciso ser mais dinâmica, e como me empolguei com Twitter, então vou integrar o blog ao twitter, certo? Substitui meu BBB pela faixinha de Twitter. :)