domingo, 13 de março de 2011

uma resenha curta e pouco digna para uma obra tão boa

Fechando a conta nesse Carnaval, eu assisti uns seis filmes [Burlesque, Atividade Paranormal 1 e 2, LelleBelle, Warrior Way -algoassim-, Cisne Negro para fechar] e ainda acho que esqueci algum nessa lista. Assisti poucos episódios de Supernatural, parei bem quando Sam recupera sua alma - ainda não vi o que vai acontecer. Assisti os últimos episódios de Glee. E terminei de reler a série Harry Potter e li o primeiro livro da série Os Instrumentos Mortais, Cidade dos Ossos. Basicamente não se pode dizer que fiz algo de útil, a não ser assimilar conteúdo digno e artístico. E definitivamente o que mais causou impacto foi meramente um filme.

Cisne Negro.

Assisti ontem e talvez, por isso, eu ainda sinta todo o drama da protagonista. E eu sei que o filme está sendo falado horrores em tudo que é canto, mas é que é aquele tipo de filme que você não consegue deixar de comentar, sabe? Eu não sei muito bem o que comentar do filme sem estragar as surpresas e mesmo que eu falasse do começo ao fim, não ia estragar nada - você ainda teria que assistir para entender e ter a sua visão. Natalie [a fdp que é linda, inteligente e talentosa e eu quero matar um dia, beber do sangue dela e absorver todos os talentos dela como os índios canibais de antigamente] interpreta uma bailarina, isso você já sabe. É sobre balé, você também sabe. E é um terror psicológico, bem, você também tá sabendo disso.

Primeiramente eu gosto desse gênero - acredito fielmente que fantasmas e maldições ferem muito pouco comparado aos estragos em nossas mentes, profundezas de traumas e personalidades. Em Supernatural, por exemplo, por mais sofrimento que Sam tenha passado na vida, ainda assim o maior inimigo é ele mesmo - sua personalidade que quase o levou às ruínas várias vezes. Você pode observar isso em vários filmes e livros - nós, independente do que tenhamos passado, escolhemos como passar por aquilo - e é essa escolha que faz com que nós possamos ficar bem ou não. Nina é frágil e desequilibrada, e também é ambiciosa. Ela passa quase o filme todo com expressão sofrida como se não merecesse nenhuma dos elogios, embora ela deseje o papel principal, e mesmo quando ela o ganha, ainda assim ela é hesitante sobre se ela merece ou não aquilo. Ela tem dúvidas sobre o quão boa é, mas no fundo ela tem certeza de que aquilo é tudo o que ela deseja fazer. Porém essa ambição é o que a prende e a arruina psicologicamente, e ela percebe que está se dividindo cada vez mais e não é no sentido financeiro.

Tudo é delicado, arrebatador, triste, incômodo - é um filme terrivelmente belo ou belissimamente terrível. Tem cenas de profunda agonia envolvendo unhas e pele, tem sustos eventuais e a parte mais importante: não, você não terá fronteiras entre o real e o imaginário. Não imagine terminar o filme sabendo o que aconteceu mesmo e o que não aconteceu, e muito menos você terá as respostas. Na verdade você terminará o filme com mais perguntas do que respostas, e uma boa oportunidade de se refletir sobre o filme a partir de praticamente qualquer pressuposto. Você pode relacionar o filme com distúrbios alimentares, absuso sexual, proteção extrema, ditadura da beleza e por aí vai. E tudo isso com passadas de balé. E eu não sei mais o que dizer do filme, porque não tem muito o que dizer. Eu só vou dizer: hey, assista. Depois você vem me contar o que achou.


3 comentários:

Whatsername disse...

Eu assisti. E não gostei.
Não sei se era por estar em um mal dia, mas o filme me parece tão, hum, sufocante, mas sufocante no mal sentido.
A Natalie atuou bem, sim, mas problema está com a personagem. Aquele tramão todo só porque é a 1ª Bailarina do NY Ballet? Eu nem gosto muito de dança, mas adoraria sem a primeira bailarina do, sei lá, Circo Itinerario do Palhaço Barbosinha... Mas quem sabe, numa proxima vez eu tenha outra visão...
Assisti tosos os filmes do Oscar, o que eu achei melhor foi a Origem, os outros não gostei não. Discurso do Rei é quase a mesma coisa do Cisnei, só que é baseada em fatos e o cara ERA REI, e fazia trama por que era gago,(eu contatraia um interprete)...

Patrícia disse...

Eu adorei o filme. Eu amo ballet, eu amo o modo belo e terrível que o drama dessa bailarina foi relatado. Acho que esse filme também aborta a segunda face das pessoas, no caso da Nina que era uma mulher delicada e controlada, sua segunda face era seu lado negro oculto.
Sou super fã de Natalie e fiquei muito feliz com o seu Oscar de Melhor Atriz, realmente merecido. Ela fez um ótimo trabalho!

beijos linda, adoro seu blog!

Livia Schneider disse...

Acho que o seu post descreve muito bem sobre as emoções que esse filme nos faz sentir. A Portman estava simplesmente impecável. Nos momentos de perturbação psicológica dela eu não sabia dizer exatamente se o que estava se passando era real ou apenas sua imaginação. Inclusive a cena de sexo entre ela e a outra bailarina (graças a Deus que não vi esse filme com meus pais, seria meio constrangedor pra eles porque eu sou gay). Enfim,concordo com você que o filme é impressionante e estarrecedor. Fantástico! Abraços!

Se quiser visitar meu blog: http://pontodomapa.blogspot.com/

Já coloquei o seu nos blogs favoritos, virei leitora! Obrigada e continue mostrando pra gente seu ponto de vista. É importante!