A nossa conclusão, tirada em grupo (uma cabeça funciona sozinha, mas cinco cabeças é muito melhor ;*):
1. Gisele Bundchen até representa o Brasil, afinal ela nasceu no Brasil. Ela tem corpo. E a minha relação com ela é pura birra, preconceito. Porém nós concordamos que falta diversidade nas passarelas brasileiras, porque há muito mais mulheres e a grande maioria tem coxas grossas, pele morena, cabelos crespos e olhos castanhos. Carol Trentini é linda, mas não precisam photoshopar mais ainda a sua pele e precisamos de mais mulheres reais nas passarelas. E isso não vale só para o Brasil, e sim para o mundo todo.
2. A Capricho é, infelizmente, uma revista que propaga um ideal de beleza quase impossível. Franci, muito sabiamente, apontou o afinamento do rosto de Isis Valverde (capa, outra capa e Isis Valverde de verdade) como um dos vários exemplos do que o padrão "sugerido" pela Capricho faz. E isso não acontece somente com a Capricho, e sim com várias revistas femininas que pregam o corpo perfeito, o cabelo perfeito, o rosto perfeito - geralmente um padrão europeu, de traços finos, cabelos lisos e corpos esculturais e magros.
3. Somos todos negros, diz a Bárbara. Viemos todos da África, somos todos afro-descendentes e infelizmente todos temos padrões arraigados dentro de nós. Quando nos perguntamos sobre "e se nascessémos de novo, como gostaríamos de ser?", as respostas todas giravam em tornos de mulheres japonesas e ruivas de olhos azuis. Interessante constatar o quanto ainda falta para o negro para conquistar, para a mulher se posicionar no mundo. Falta muita, muita coisa.
4. Detestamos não ter cor definida.
5. Blanca nos contou um caso e mostrou o quanto o racismo existe, é real e bate na nossa porta.
6. Precisamos mudar essa história de termos que seguir como cordeiros o padrão: magras para agradar a todo mundo, gostosonas para agradar aos homens, sermos boas reprodutoras (como bem lembrou Bárbara), sermos boas profissionais, sermos boas em tudo, afinal somos mulheres. Argh!
E tudo o que posso dizer é: obrigada, meninas. Obrigada por me contrariarem, por discordarem de mim e assim iniciarmos uma belissima discussão sobre o padrão, manipulação, mídia e a zorra toda. *-*
Incluindo algumas coisas por aqui:
Joubs disse que sempre pensou que mulheres bronzeadas fossem valorizadas, por conta da marca de biquini e tal. Ela tem toda a razão: o bronzeado é valorizado, exaltado e etc no Brasil. Esse é um país muito estranho: as pessoas brancas são as mais valorizadas pela agência da moda, as bronzeadas lembram o esteorótipo de "gostosona" e são as preferidas dos meninos (ainda são? estou começando a achar que eles estão começando a desejar as bonecas de plástico...). E Thaís concorda comigo que marca de biquini é brega - wow, se você tem, desculpa, mas continuo achando brega mesmo assim.
Desculpe, eu acho isso brega.
E outro assunto que eu queria falar: a minha Superinteressante chegou! Eu sei, meu professor de história odeia a revista, e imagino que um monte de gente também. Mas eu não pude me conter, quero comentar tudo que achei interessante nessa Super! A revista é uma das poucas brasileiras que vem com matérias enormes, de 8 páginas, e ela realmente tem matérias cujos jornalistas pesquisaram um pouco antes de publicarem (ao contrário da Veja, que publicou muita asneira sobre os jacobinos - chamando-os de marxistas). A capa da revista é sobre maçonaria, mas não é disso que vou falar, porque não me interesso por maçonaria. Se é verdade que rejeitam mulheres, gays e são absolutamente elitistas, então sou contra a maçonaria. Não me interesso por seitas que se infiltram na sociedade, arrumam nossa história e das quais todo mundo tem interesse pelo "grande segredo" quando eu acho, pessoalmente, que o 'grande segredo' é não ter segredo algum.
Então vamos às coisas que me interessaram muitissimo.
pág. 19
"Meu professor dizia que, para um estatístico, se 50% de seu corpo estiver normal e os outros 50% estiverem pegando fogo, a situação está dentro da média!" Guêdy Soares, Cáceres, MT, sobre a profissão do futuro.
Ok, eu achei engraçado. E me fez lembrar o filme Eu, Robô na qual o robô salva o homem em vez da criança, porque a criança só tinha 11% de chance de viver, algo assim. Aí devo dizer: nunca gostei de números. Nunca confiei em estatísticas. Sempre duvidei daquelas pesquisas de opinião que dizem que não sei quantos por cento dos brasileiros acham isso e aquilo... eu nunca fui questionada sobre isso! Mas são legais os números porque as pessoas sentem que é mais impacto falar que 87% dos brasileiros morrem de fome do que falar 'a maioria dos brasileiros morre de fome' (a estatística foi inventada, ok?).
Mas números continuam sendo impessoais demais para mim, desculpe.
pág. 25
O mundo é uma grande Uniban - nem vestido, nem moralismo, nem faculdade ruim. A explicação para o caso Geisy está dentro de você. Qualquer um está sujeito a se comportar de forma má. Ainda mais num mundo com adultos em extinção.
Interessantissimo, ainda mais fundamentado com fatos reais que comprovam todos os argumentos. E minha conclusão depois do texto: a sociedade é hipocritamente moralista que aceita que mulheres sejam vistas como objetos, que culpa a vítima pela imbecibilidade do algoz e muito maria-vai-com-as-outras. Dá até vergonha de viver num mundo desses.
pág. 57
O que é um Chester?
OMG! A dúvida que nos assombra durante o Natal, a dúvida de ver um Chester morto, mas nunca ter visto um vivo, a dúvida que nos consumia durante dias! A pergunta que ninguém sabia responder finalmente foi respondida nessa edição iluminada, rs. E para a decepção, o Chester não é um alienígena, um frango-robô ou uma galinha mutante. É só um frango de 60 centímetros de altura e 4 kg e alimentado a base de milho e soja, feito para ter cada vez mais peso com menos gordura. Além disso sua venda é proibida, sendo exclusivo da Perdigão. Por isso que você nunca viu um Chester vivo, simplesmente porque pessoas normais não podem criar Chesters!
Agora a próxima pergunta é: se a Procon atender mal, a gente reclama com quem?
pág. 80
Um Nobel na USP? - As aulas mais desafiadoras, os alunos mais inteligentes. É o misterioso curso de ciências moleculares, que forma pesquisadores científicos de primeira linha - e uns estudantes um tanto quanto... peculiares.
O curso parece ser dos bãos. Os alunos são bem nerds, discutindo matemática como quem fala de Britney Spears, e estudam matemática com biologia, física, quimíca e computação. Para entrar, é preciso uma série de testes de lógica e raciocínio, e as provas vão das seis da tarde até as oito da manhã do dia seguinte e podem ter questões de matemática nunca resolvidas na história. Gente tão inteligente assim me deixa deprimida, falo sério. Eu fico com vontade de me recolher a minha insignificância já que odeio números e sou péssima em matérias exatas, e quando vejo matérias com pessoas tão inteligentes como a mulher que com apenas 20 anos estuda o gene do HIV... hmpf, me sinto inferior. Paciência - já tive minha cota de depressão com a antiga matéria de Veja sobre os superdotados e ver que as pessoas só consideram uma pessoa inteligente quando ela é boa em matemática, lógica e raciocínio - ou tem o QI alto.
Vocês acham que eu fujo dos testes de QI porquê?
Outras páginas.
E tem mais coisas legais, como fatos a respeito de livros (dos cinco livros mais vendidos, a Bíblia ganha em disparada com 6 bilhões de exemplares. Antes isso dava um exemplar para cada pessoa, putz.) e Agatha Christie é a segunda escritora estrangeira mais traduzida no Brasil com 315 edições. Bem merecido, ela é ótima - reli esses dias Os Cinco Porquinhos, da autoria dela. Exemplar! Também há um artigo sobre o que os vegetarianos deviam abraçar (a idéia de não-dor para os animais no abate). Achei esse artigo meio amador e a essa idéia já existe e os ativistas bem que tentam aplicá-la, e eu dou todo o apoio. Também tem uma matéria grandinha sobre o queijo que não li: eu gosto de queijos, mas não entendo o culto em cima deles, assim como não entendo o culto em cima dos vinhos. Mas é uma boa tentar explicar porque as pessoas gostam tanto de queijos mofados e fedorentos, porque eu também não entendo - eu não comeria algo com mofo. A seção de zoom também está legal com imagens de autópsias de animais selvagens que morreram de causas naturais e foram doados para pesquisa - na lista tem um crocodilo, elefante e girafa. E foi aprovada em Toronto, Canadá, uma lei que obrigada todo prédio construído a ter jardins no terraço a partir de 2010! Que maravilha, é assim que começa ;*
Então vamos às coisas que me interessaram muitissimo.
pág. 19
"Meu professor dizia que, para um estatístico, se 50% de seu corpo estiver normal e os outros 50% estiverem pegando fogo, a situação está dentro da média!" Guêdy Soares, Cáceres, MT, sobre a profissão do futuro.
Ok, eu achei engraçado. E me fez lembrar o filme Eu, Robô na qual o robô salva o homem em vez da criança, porque a criança só tinha 11% de chance de viver, algo assim. Aí devo dizer: nunca gostei de números. Nunca confiei em estatísticas. Sempre duvidei daquelas pesquisas de opinião que dizem que não sei quantos por cento dos brasileiros acham isso e aquilo... eu nunca fui questionada sobre isso! Mas são legais os números porque as pessoas sentem que é mais impacto falar que 87% dos brasileiros morrem de fome do que falar 'a maioria dos brasileiros morre de fome' (a estatística foi inventada, ok?).
Mas números continuam sendo impessoais demais para mim, desculpe.
pág. 25
O mundo é uma grande Uniban - nem vestido, nem moralismo, nem faculdade ruim. A explicação para o caso Geisy está dentro de você. Qualquer um está sujeito a se comportar de forma má. Ainda mais num mundo com adultos em extinção.
Interessantissimo, ainda mais fundamentado com fatos reais que comprovam todos os argumentos. E minha conclusão depois do texto: a sociedade é hipocritamente moralista que aceita que mulheres sejam vistas como objetos, que culpa a vítima pela imbecibilidade do algoz e muito maria-vai-com-as-outras. Dá até vergonha de viver num mundo desses.
pág. 57
O que é um Chester?
OMG! A dúvida que nos assombra durante o Natal, a dúvida de ver um Chester morto, mas nunca ter visto um vivo, a dúvida que nos consumia durante dias! A pergunta que ninguém sabia responder finalmente foi respondida nessa edição iluminada, rs. E para a decepção, o Chester não é um alienígena, um frango-robô ou uma galinha mutante. É só um frango de 60 centímetros de altura e 4 kg e alimentado a base de milho e soja, feito para ter cada vez mais peso com menos gordura. Além disso sua venda é proibida, sendo exclusivo da Perdigão. Por isso que você nunca viu um Chester vivo, simplesmente porque pessoas normais não podem criar Chesters!
Agora a próxima pergunta é: se a Procon atender mal, a gente reclama com quem?
pág. 80
Um Nobel na USP? - As aulas mais desafiadoras, os alunos mais inteligentes. É o misterioso curso de ciências moleculares, que forma pesquisadores científicos de primeira linha - e uns estudantes um tanto quanto... peculiares.
O curso parece ser dos bãos. Os alunos são bem nerds, discutindo matemática como quem fala de Britney Spears, e estudam matemática com biologia, física, quimíca e computação. Para entrar, é preciso uma série de testes de lógica e raciocínio, e as provas vão das seis da tarde até as oito da manhã do dia seguinte e podem ter questões de matemática nunca resolvidas na história. Gente tão inteligente assim me deixa deprimida, falo sério. Eu fico com vontade de me recolher a minha insignificância já que odeio números e sou péssima em matérias exatas, e quando vejo matérias com pessoas tão inteligentes como a mulher que com apenas 20 anos estuda o gene do HIV... hmpf, me sinto inferior. Paciência - já tive minha cota de depressão com a antiga matéria de Veja sobre os superdotados e ver que as pessoas só consideram uma pessoa inteligente quando ela é boa em matemática, lógica e raciocínio - ou tem o QI alto.
Vocês acham que eu fujo dos testes de QI porquê?
Outras páginas.
E tem mais coisas legais, como fatos a respeito de livros (dos cinco livros mais vendidos, a Bíblia ganha em disparada com 6 bilhões de exemplares. Antes isso dava um exemplar para cada pessoa, putz.) e Agatha Christie é a segunda escritora estrangeira mais traduzida no Brasil com 315 edições. Bem merecido, ela é ótima - reli esses dias Os Cinco Porquinhos, da autoria dela. Exemplar! Também há um artigo sobre o que os vegetarianos deviam abraçar (a idéia de não-dor para os animais no abate). Achei esse artigo meio amador e a essa idéia já existe e os ativistas bem que tentam aplicá-la, e eu dou todo o apoio. Também tem uma matéria grandinha sobre o queijo que não li: eu gosto de queijos, mas não entendo o culto em cima deles, assim como não entendo o culto em cima dos vinhos. Mas é uma boa tentar explicar porque as pessoas gostam tanto de queijos mofados e fedorentos, porque eu também não entendo - eu não comeria algo com mofo. A seção de zoom também está legal com imagens de autópsias de animais selvagens que morreram de causas naturais e foram doados para pesquisa - na lista tem um crocodilo, elefante e girafa. E foi aprovada em Toronto, Canadá, uma lei que obrigada todo prédio construído a ter jardins no terraço a partir de 2010! Que maravilha, é assim que começa ;*
3 comentários:
adorei o post,luna!
- Thaís acentuada
Preciso concordar, marcas de biquine são bregas mesmo.
Eu amo a Superinteressante, como você disse, é muito melhor que a veja. Se eu tivesse dinheiro, eu assinaria.
Nossa, sempre acreditei que os chesters eram seres de outro mundo (tipo, do Acre). Mas eu ainda acredito que eles sejam criados no Acre, por isso ninguém vê.
Muito bom seu post.
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