sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

uma cidade chamada Campinas.

Obs.: as fotos estão pessimamente colocadas. Eu bem que tentei ajeitá-las, mas o Blogger só deforma. Então não considere que sou péssima pra essas coisas, eu só não estou com saco pra isso :D


É, voltei da estrada, dei presente pra irmã, pra mãe e pra tia, ganhei presente novo da tia - outra! - e etcétera, etcétera. E finalmente estou com as fotos aqui e poderei fazer um sensacional, estupendo e definitivamente jornalístico post sobre a minha viagem rumo a Campinas, São Paulo, e sobre o que fui fazer lá: representar o IFBA Campus Vitória da Conquista na I Olímpiada Nacional em História do Brasil. Eu com minha equipe, mais três equipes.


Então nesse mui humilde blog -nnn narrarei toda a nossa trajetória desde que descobrimos que fomos convocados a fazer a prova final em Campinas, SP - no começo de novembro.


Como conseguimos arrecadar $$$


Enchemos o saco de todos os professores, funcionários, alunos, técnicos de enfermagens e clientes de salões de beleza vendendo rifas e passando o tal do Livro de Ouro. Narramos às pessoas a nossa emocionante história de como iríamos representar Vitória da Conquista em São Paulo, de como é a Primeira Olímpiada de História da História do País! e tudo o mais. Conseguimos.

Valeu, professores do IFBA por nos ajudarem. Obrigada mesmo, alunos e funcionários que colaboraram com as rifas. Pessoal que trabalha em hospital com minha mãe, parentes - salve, salve! - e clientes dos salões de beleza (um beijo pra ti, Oficina do Cabelo!), MUITO obrigada por tudo, tudo, tudo, tudo! Vocês nos ajudaram a ter a grana em mãos que pagou a hospedagem, porque aí rolou uma sinistra história...

Viagem marcada para quinta-feira - sairia um ônibus de Salvador, pegando as equipes que passaram em Camaçari, Simões Filho e Vitória da Conquista - a gente, no caso. Não pagaríamos transporte, e com sorte, a hospedagem porque o IF de alguma cidade perto de Campinas ia hospedar a gente. Só que quem estava organizando tudo era o diretor do IF de Simões Filho, eu acho, e ele cancelou a viagem por conta de provas, recuperações e conselhos de classe. No sábado. Faltando somente CINCO dias para a viagem! Enfim corremos para o todo-poderoso M (não direi o nome em razão de privacidade, rs) e ele colaborou com a gente. Enfim, conseguimos ter um ônibus só nosso, porém em compensação teríamos que pagar hospedagem, já que o IF de lá não hospedaria mais em decorrência do cancelamento. Então tivemos que usar o dinheiro arrecadado para um hotel que sairia mais caro porque 1) não tínhamos tempo de pesquisar direitinho, 2) todos os hotéis e pousadas baratos estavam lotados, 3) e tava todo mundo consciente e aumentando um tico o preço pros turistas.

O fato é que partimos de Vitória da Conquista, BA, às oito e meia da manhã *-*


A fabulosa serra mineira e a quebra do ar-condicionado!






Olha, vou falar um negócio: a serra mineira é fantástica. Morros da era Paleozóica, arrendondados e belíssimos, e claro o infeliz detalhe que cada morro tem uma mensagem cristã pros caminhonheiros - sim, as igrejas cristãs até pintam morros antigos com mensagens cristãs, e provavelmente com alguma tinta tóxica ¬¬ sim, falomesmo. Morros tem que se manter longe das mãos humanas, é o que acho. E tenho a razão, óbvio -qq.

Passamos por Ipatinga, Encruzilhada, Padre Paraíso (a 290km de onde vivo), Itaobim, Belo Horizonte, e várias outras cidades que não lembro o nome, e não foi tudo exatamente nessa ordem. Acho que, por exemplo, Itaobim foi antes de Ipatinga. Mas não tenho certeza. Mas lembro que passamos por Ipatinga umas quatro horas da tarde, e achei a cidade bem bonita, cheia de árvores e tal. E também passamos por BH às onze da noite. Não entramos na cidade definitivamente, porque os motoristas não queriam. Então paramos em um desses postos que tem lanchonetes que funcionam 24h, sabe? Todo mundo falando 'mineiro', banheiros limpos - salve, salve! - e tudo o mais. Seria até legal a experiência, apesar de não ter gostado muito da coxinha (mas eu nunca gosto muito de coxinha nenhuma), o problema era... fumantes. Havia umas seis mesas, e das seis, quatro estavam ocupadas por fumantes. Fumantes que fumavam na hora de pagar, de pedir e de perguntar o preço. Cigarros o tempo todo, um nojo. Acho fumante uma coisa, viu. Nem xingo porque sei que tem gente legal que fuma, mas uma coisa é certa: esse povo é meio suicida. Não entendo gente que sabe que é muito provável que fumar várias vezes dê um belo câncer de pulmão, e assim assim continue a usar o cigarro. E nem deve ser tão gostoso assim, o cheiro é horrível e ainda incomoda os outros. Não é como beber H2O que é cheio de aspartame ou comer salgadinhos cheio de gordura hidrogenada. Eles matam, mas o negócio é gostoso e pelo menos você não prejudica mais ninguém com o veneno que ingere.

Enfim, preferi saí de perto dos fumantes rapidinho e voltamos para o ônibus lindo, querido, oficial e com ar-condicionado. Bem, a última condição durou até as duas da manhã. O ônibus meio que caiu numa vala, de um certo jeito, que o motorista não conseguia manobrar o veículo pra frente, pra trás ou pros lados. Ou seja, ficamos parados na estrada, às duas da manhã, apavorados. Mais rindo do que apavorados, digamos assim. Para piorar, todo o compartimento dos passageiros é fechado, inclusive as janelas. Não se tem como abrir as janelas por um ventinho, a refrigeração é garantida pelo ar-condicionado. Que pifou. A partir daí, considerei Willis Carrier o herói da humanidade. Ar-condicionado é uma daquelas coisas que você nem sente o efeito, como se fosse algo que existisse desde sempre e você só sente a falta quando o negócio deixa de funcionar. Tipo chuveiro elétrico. Cara, que infeeeeerno ficar num ônibus por horas sem ar-condicionado ._.


A fabulosa chegada em Campinas






Olha, Unicamp é uma coisa toda verde. Campinas idem. É tudo verde, e se estamos no centro da cidade, é prédio, prédio, prédio e tudo que é marca internacional que caipira só vê em revista (eu!) tá lá, na sua frente. 'Extra' mesmo, eu só sabia de nome, porque nunca tinha visto. Perto do hotel em que fiquei, também havia bancas de revistas, ônibus funcionando a Biodiesel, um bordel e pontos de tráfico de drogas (ninguém me tira da cabeça que aquela estação ferroviarária abandonada sirva de um ótimo point onde se vende crack às duas da manhã!), enfim toda a típica diversidade de uma cidade grande de mais de um milhão de habitantes. Sensacional!

Quando a gente ficou no hotel, a gente pagou pelos seguintes requisitos:
• Telefone, que não funcionava no quarto do meu namorado.
• TV a Cabo - que funcionava. Mas em compensação não tinha nenhum canal realmente interessante, como Cartoon Networks, Telecine ou Multishow.
• Frigobar, que deixou que o sorvete da minha amiga virasse água - mas em compensação manteve uma temperatura boa para os Toddynhos de caixinha, rs.
• Internet, que era sem fio e só pra quem levasse um notebook ou laptop, porque eles não ofereciam computadores para isso.

Ao menos o café da manhã era uma delícia, tenho que concordar. Eu nunca tinha tido tantas opções diferentes: melancia, mamão, suco de laranja, tipos de pães, bolos, presunto, queijo, geléia, hm. Dava vontade de pegar tudo, mas não sou tão gulosa assim a ponto de aguentar comer tudo. Suco de laranja com pão+presunto+queijo tá ótimo. O hotel era legal, a sério. As camas são arrumadinhas, e o banheiro é limpo. Em compensação, minha amiga não sabe o que é banho quente e eu não sei o que é tomar banho lá sem tomar um belo de um choque.

A gente visitou Unicamp, e a livraria de lá inclusive. Tosca como sou, fiquei tirando fotos de tudo que é coisa, tipo... os livros. Livros sobre Charles Darwin, livros sobre Japão, livros sobre Coco Chanel, tudo lá lindinho implorando para eu levá-los para casa; e levei só um, um da série Calvin&Haroldo para dar a minha irmã, de Natal adiantado. Também notei muita pichação, muita grafite. As pichações eram feias, e pareciam que eram todas feitas por uma única pessoa ou por um grupo, e eram onipresentes: surgiam nos muros na frente do hotel em que eu estava hospedada, surgiam nos prédios altissimos no centro da cidade, surgiam nas fachadas de hospitais. E as grafites, porém, cara!, eu queria viver numa cidade toda colorida por grafites, com pinturas instigantes e bem-feiras!

Toda a sexta-feira foi assim, basicamente: centro, Unicamp, hotel - onde comemos uma pizza. Eu pedi uma de milho verde, e veio mais bacon do que milho verde. Eu fiquei com pena da minha colega de Olímpiada porque a religião dela não permite que ela coma carne de porco, e na pizza veio tanto bacon que ela não comeu muito. E achei sacanagem, porque eu pedi uma pizza de milho verde, e o milho era quase inexistente. Pelo menos eu gostava de bacon. E a minha colega também comeu uma de outro sabor que não infringia os regulamentos da religião dela ;)

Folha amarela, folha rosa e folha verde. E três horas para resolver todas as questões de todas as folhas. E a programação cultural de lazer durante a tarde!




Estava realmente bem tumultuado. Equipes de todos os lugares, todos os estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Ceará. Realmente de todos os cantos do país! Todas resolvendo as provas, e infelizmente muitas equipes não puderam ir por conta de vestibulares ou entraves financeiros. A prova foi entregue em três papéis diferentes, cada uma em uma cor diferente: a folha amarela vinha com um texto sobre a mudança dos nomes do Brasil na época da descoberta, a folha verde falava sobre a Constituição do Brasil e questionava o que a Constituição tinha a ver com a ditadura militar e a folha rosa pedia para fazer uma dissertação sobre a História ser uma ciência da diversidade. Recebemos duas garrafas d'água que nem bebemos durante a prova, porque gastava tempo e tempo era pensamento - três horas era muito pouco! Entregamos as provas meio-dia e vinte e cinco, vinte e sete, acho.

Sendo que o prazo era meio-dia e vinte e oito.

A programação cultural de lazer que a organização da Olímpiada programou para nós, de tarde, era... o shopping Parque Dom Pedro. Eu sei, é ridículo. Eu sei, é ótimo - shoppings são legais, concentram toda aquela coisa de consumir, consumir, consumir e até eu e meu namorado que não éramos tão consumistas assim - ele menos do que eu - sentíamos todo aquele apelo capitalista para não sair sem comprar. O shopping é enoooorme - para os meus padrões. O maior e único shopping da minha cidade é o Conquista Sul, e ele caberia todinho só no estacionamento do Parque Dom Pedro, ok? A praça de alimentação é gigantesca, o cinema tem 15 salas, e eu fui a total caipira que ficou fotografando cada banco, cada nome de loja, cada vitrine, e cada coisinha maisoumenos interessante que surgia.

Minha vontade é de morar em Campinas só pra comprar todos os livros da seção de livraria da loja Fnac. Porque quero toda aquela seção estrangeira, sendo que eu nem sei ler inglês, quero muito. Saí de lá com muita vontade de consumir - maldita sociedade, rs. O que eu gostei do shopping foi o banheiro. A água da privada é reutilizada, e o papel é biodegradável e pode ser jogado na privada sem entupir o cano.


Medalha de bronze.





Era manhã chuvosa, e eu estava totalmente dark - botas pretas, minissaia preta, camiseta preta&branca, sobretudo jeans, e cabelos cacheados pretos. Até delineador preto eu usava, pra complementar o look. E completamente entediados, porque vocês sabem que toda cerimônia vem com um enooooorme papo sobre como é importante, como é legal e tudo o mais. O famoso discurso. Ainda por cima nem estavámos no auditório principal, então a gente acompanhava tudo por um telão enorme. Já estavam anunciando os nomes ganhadores, e eu já estava pensando que a gente não ia ganhar medalha, que a gente ia voltar de mãos vazias, e como a minha vida ia ser triste e vazia (hehehe), quando de repente anunciam:
- PATRÍCIA GALVÃO.
/é o nome da nossa equipe, porque a Olímpiada é em equipe: eu, meu namorado e minha amiga - Luna, Hugo, Marina.

O detalhe é que saimos correndo saindo desse auditório indo para o auditório principal onde estava realmente rolando a experiência, correndo mesmo pelo corredor, atropelando tudo que estivesse no caminho e o povo ainda indicava o caminho É PRA LÁ, PRA LÁ! E todo mundo: PARABÉNS!, e quando chegamos no auditório principal, na fila pra pegar a medalha e tal, eu:
- Qual é a medalha?
Marina: - QQQQ *tremendo feito vara verde*
Hugo: - não sei *-----*
Podia ser uma medalha de latão, mas estavámos tão emocionados, tão felizes, tão tão! É realmente uma sensação tão boa subir no palco e escutar um 'Parabéns' de todo mundo, e receber a medalha - a medalha é pesada, mas mesmo assim, ninguém ligou - é tão boa a sensação de ter ganhado, de sentir o peso. E apertar a mão de todos aqueles professores que organizaram a Olímpiada, e escutar de todo mundo um 'parabéns' e você nem conseguir falar algo de emoção, é tão feliz! E tirar a foto com um sorriso na cara e nem ligar se a foto saiu tosca ou não, não importa! E mal saímos do palco, outro nome 'LUIZA MAHIN' que é uma equipe do mesmo colégio que o meu que viajou junto com a gente e tudo o mais *-*

Cara, meu professor ficou todo metido. Mandou quatro equipes pra final, e das quatro, duas voltaram com medalha - de bronze, aliás.

Depois da premiação, dos presentes que a ESCOLA -não a gente, a escola! - ganhou (vários livros didáticos de História que parecem bons), e tudo o mais, é cair na estrada. Porém comemos antes - e aí dou uma dica. Tem um restaurante chamado União, lá em Campinas na Avenida Albino José Barbosa de Oliveira, em Barão Geraldo que a comida é absolutamente divina. O probleminha é o preço: 15 reais, e você pode comer cinco vezes seguida, se quiser. Mas se for como eu, que um prato basta, nem compensa. Mas se for como Hugo, é prejuízo pro restaurante. Aviso: qualquer bebida é 4 reais, inclusive refrigerante e suco de laranja. E a água custa 3 reais. Mas em compensação, a comida, ah!, a comida... massa! para nós, foram 11 tipos de massa, mas pra quem participa do rodízio, são 40 tipos de massa. O lugar ideal para engordar quilos e quilos com o maior prazer. E o lugar é bem agradável, em si. Os atendentes são bem simpáticos, também ;*

Recomendo.


Voltando.





Serra mineira de novo, serra baiana. Ê beleza, viajar por mais de um dia sem ar-condicionado. Depois de um tempo você meio que se acostuma, mas não quer dizer que você prefira, rs. Mas tudo bem, a gente sobreviveu. Voltei com queijo mineiro, um livro, um presente pra minha mãe, dois chaveiros e mil panfletos e mapas, além de muito dinheiro a menos (dos 250 reais que eu levei pra gastar com comida e etc, menos de 30 reais sobreviveram).

E eu digo: viajar em terra é ótimo, você pode parar em mil cidadezinhas. Ainda quero voltar pra Campinas, e estou pensando em fazer faculdade na Unicamp. O probleminha é o custo de vida: a mocinha que serviu lanche pra Hugo no shopping disse que o lugar mais barato pra se alugar se encontrava por 600, 650 reais. Enquanto aqui na minha cidade, esse preço é por uma casa mais ou menos em um bom bairro!


;*

2 comentários:

thais alves disse...

Luna, sua viagem foi ÓTIMA!!! e parabéns pelo 3º lugar, é uma honra :)

nossa,que aluguel caro!! quando eu morava em Casa, o auguel era
R$300,00, e a casa era enoooorme! muito,muito boa,eu amava,hehe

--

bjs;*

-Thaís acentuada qqq

Unknown disse...

Luninha, parabens + uma vez!!!

Adorei o texto e as fotos; nao conheço Campinas, mas agora to com vontade de conhecer... rsrsrs

Dou força p vc ir estudar la.

bjs