quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Can't buy me love

Amore, amore, amore mio.
Je'taime, I love you, Ich liebe Dich, dangsinul saranghee yo, wo ai ni, aishiteiru! ♥



Porque eu te amo, eu te amo, eu te amo tanto que dói, cara. Palavras bonitas são feitas para serem repetidas, mas elas nunca perdem seu valor. Você pode repetir o "eu te amo" mil vezes em depoimentos de orkut, em conversas de msn, em relatos sentimentais, empregando-os vulgarmente para qualquer coisa desde uma colega que te deixou copiar o trabalho dela até o mais recente namorico de adolescência que dura só há três semanas. Use-as. Faça-as perder o seu valor. Não vai conseguir, simplesmente porque as pessoas que amam de verdade ainda dão valor à frase. Porque as pessoas que amam, desculpa, usam essa frase com sabedoria e sentimento e essas pessoas fazem com que a frase ainda tenha significado.


Eu não sei porque há tantas pessoas que declaram seu amor de forma indiscriminatória. Como se palavras fossem algo que se dê para jogar no lixo. Talvez seja porque elas não entendem os sentimentos envolvidos em declarações, e se elas não sentem todo esse peso, como podem avaliar seu valor? Antigamente, quando as coisas eram bem mais complicadas e a liberdade dos filhos só surgia a partir do casamento planejado, o amor talvez seja mais puro. Não por nostalgia ou algo do gênero, mas simplesmente porque era muito mais difícil amar alguém. Não tinha muitas revistas que sugeriam maneiras de discutir o relacionamento, sexo era algo barrado, a cortesia tinha de ser feita e nada de amassos, porque o papai não deixava. Se você amasse alguém, tinha que dar seu sangue para desafiar o casamento arranjado, caso tivesse, e provar seu valor. Porque pais não aceitavam qualquer pessoa, porque garotas não tinham toda a liberdade, porque garotos tinham que seguir a carreira do papai, porque as coisas eram realmente mais difíceis e, ao mesmo tempo, mais simples.

Às vezes eu acho que as pessoas simplesmente declaram "amar" porque não sabem o que é isso. Não há mais barreiras entre amantes como hoje, afinal os amantes do passado usaram a força do seu amor expressão piegas para ir à força contra toda a sociedade e quebrar padrões. Essas mesmas pessoas que queriam amar e eram capazes de ir contra o mundo inteiro só pelo amor foram as mesmas que abriram o espaço para, hoje em dia, termos liberdade de amar quem quiser. E, claro, como em toda geração pós-revolução, não sabemos o valor das pequenas coisas. Falar o que pensa, ter amigos variados, ter a liberdade de ficar, namorar e transar antes do casamento sem ser condenada por isso - todas essas coisas custaram um preço, e talvez o preço seja toda essa banalização. Porque tudo se tornou barato demais. Porque as coisas se tornaram algo que dá para comprar.



Que a gente ame. Muito.
Mas que seja com sinceridade.
Que declaremos cada palavra com absoluta verdade. Se estamos apaixonados, é paixão. Se sentimos atraídos da forma mais pervertida on, é tesão. Mas não vamos confundir alhos com bugalhos, porque paixão de três semanas de namoro é completamente diferente de amor. Vai ser triste quando chegar o dia que essas pessoas pseudo-amantes sentirem de verdade todo aquele carinho com querer bem e vontade de ser parte da pessoa misturado. Vai ser triste, porque ao contrário das pessoas que respeitam as palavras, elas não terão com o que descrever o que sentem, não terão o que dizer, porque nenhuma palavra será boa o suficiente para elas.

Deixemos.
Depois de toda geração pós-revolução, há outra que revolucionará o mundo novamente e ela redescobrirá todos os sentidos banalizados e ocultos. O mundo, então, completará outro ciclo, e o amor, como sempre, continuará tendo a sua força. Porque independente de todo o uso vulgar da palavra, a filosofia por trás de Harry Potter e Romeu e Julieta continuará: amor é algo que não se dá para extinguir, não importa o quanto tentem destrui-lo, abafá-lo, oprimi-lo ou simplesmente diminuir sua importância.



A propósito, as duas frases iniciais estão em idiomas diferentes (juuura?). "Amore mio", bem, imagino que significa "meu amor" em italiano. Era como minha tia me chamava quando eu vivia com ela antes de ela resolver ser chique de novo e se mandar pra Itália. A segunda frase, bem, em ordem, estão em francês, inglês, alemão, coreano, mandarim e japonês! Não sei a grafia correta de "Je'taime" porque no site em que peguei essas frases estava diferente. E fiquei com preguiça de ir atrás, err @__@
E quanto ao "Aishiteru", estava "Ai shiteru", separado. Mas eu assisti Rurouni Kenshin e na abertura passava a legenda em japonês e ficava tudo junto. A mesma coisa em Sakura Card Captor (que a tradução estava, ao invés de "eu te amo", "estou apaixonada". rs)

Ah, sim: esse texto é pauta para a Blorkutando, ok? Torçam por mim! - e assim que puder, respondo os comentários! ;*

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