"São as boas garotas que escrevem em diários.
As más garotas nunca têm tempo. Se eu escrevo um blog, eu sou o que?"
Sou uma boa garota que não tem tempo!
Eu sempre escrevi em diários. E essa história de blog ser um diário virtual pra mim, bem, eu nunca quis realmente engolir isso. Quer dizer eu já fiz e tudo o mais, mas eu não tinha saco pra ficar atualizando as pessoas de uma vida que não interessava a ninguém. Então eu logo abandonava os meus blogs mais 'pessoais', de puro tédio. Minha vida não é nada de interessante - eu sou uma garota boa que não faz nada de errado. Eu só tenho pensamentos que não condizem com a moral predominante, mas e daí? Eu divido esse pensamento com um monte de gente. Não estou sozinha.
Eu já quis ser uma garota má. Sabe, ter aquele comportamento desafiador que faz a sociedade ficar de cabelo em pé. O problema é que, na minha escola, pra você chocar, você tinha que usar drogas. E eu queria estar consciente enquanto chocasse e que isso não envolvesse realmente a minha sanidade e, sei lá, o meu corpo - eu não queria ser uma Christiane F. da vida, 13 anos, drogada e prostituída. Era sem classe demais. Então eu escrevia no meu diário sobre como eu ia ser uma mulher linda e perfeita, super inteligente, sabendo falar inglês, espanhol, italiano, francês, alemão, japonês e árabe (nessa ordem) e todo mundo ia olhar e babar. Inclusive minhas promessas de Ano Novo incluíam ser cheia de classe, elegância e notas altissímas para todo mundo ver e pensar: "uau, ela é uma diva!"
É. Eu sempre quis ser uma má garota.
E não, eu não pensava necessariamente envolvendo sexo. Eu nunca associei virgindade ou algo do gênero à maldade feminina. O que eu pensava era em mulheres sensuais, e eu queria ser uma. Não em minhas colegas que vestiam shortinhos e começavam a ficar - davam um ou dois beijinhos e se achavam as grandes rainhas pegadoras geral. O que eu queria era ser algo que as superasse: uma diva, uma dama, uma lady. Eu queria ser como Rowling que sorria para as fotografias ficando rica com livros. Ou então como Emma Watson porque eu a achava linda. Ainda acho, mas vejo que ela é muito mais normal do que minhas doces fantasias de pré-adolescente.
Então eu escrevia em diários, desejando ser mais diva e acabava fazendo blogs. Perdi a conta de quantos blogs eu já criei. Primeiro o SpaceMSN. Algo assim. Era primeiro todo azul, uma fotografia da noite. Eu falava da minha vida - um saco, mas eu achava legal. Eu vivia em lan houses. Aí eu fiz fotologs - fiz todos: Flogão, VibeFlob (alguém lembra da febre?), Fotolog. Esse foi o que mais durou, e era simplesmente porque eu o achava cheio de classe (só porque MariMoon tinha um, ainda faço um post sobre isso, vai caber na minha pauta de Blorkutando). Fiz blogs na UOL usando minha conta da BOL, no BlogMais, no Terra (era fantasma-bom.zip.net, mas ele foi deletado). Até que eu fiz lunaviciada.webblogger.com. Não era pra falar da minha vida. Eu tinha cansado de falar da minha vida - ela era normal. Eu queria falar do que eu pensava, porque eu pensava um monte de coisas e não era todo dia que tinha aulas de Atualidade que a professora me permitia falar o que pensasse. Eu simplesmente queria falar tudo o que pensava a respeito de todos os assuntos possíveis, e isso significava que eu queria - muito mesmo - alguma coisa que me permitisse longo alcance.
Porque eu sou uma pessoa narcisista. Não parece, mas eu sou do tipo que não teria blog se ele não tivesse os comentários e leitores. Porque se eu escrevo, é para alguém. Se não tem alguém, prefiro calar minha boca e fazer algo de útil como estudar física (que por sinal era o que eu devia estar fazendo).
E continuei com o lunaviciada e comecei a criar uma história. Eu vivia no Neopets - e estava com raiva de um certo moderador e vontade de brincar. Então a minha história começou a acontecer em volta desses personagens e desse moderador que era o vilão da história (somente pessoas que viveram aquelas situações entenderiam. Piadas internas, sabe). O fato é que larguei os blogs pessoas e comecei a me dedicar a escrever. Eu sempre fui boa em escrever, mas somente assim, quando eu larguei minha vida de lado, eu comecei a perceber que as palavras eram parte de mim, mais do que qualquer outra coisa. Palavras era o que me tornavam Luna. E amadurecida, depois de trilhões de debates na vida real e virtual e opiniões mais formadas, resolvi retornar com um blog pessoal. Pernície.
Hoje eu não sou uma má garota. Não sou diva sensual, matadora, femme fatale. Não fumo, não bebo, não seduzo homens e mulheres. Não sirvo pra ser protagonista de nenhum filme sobre morenas fatais, e meu olhar de garota assassina é só uma paródia que faz rir. Nunca servi pra ser má - não sou uma pessoa nem de longe desse gênero.
Também não sou tipicamente uma boa garota, mas ainda escrevo no diário - sim, eu tenho um e ele é uma terapia para mim.
Não sou nem má, nem boa. Eu só sou uma garota que escreve - e os escritores, como todos os artistas em potencial, guardam o anjo e o demônio dentro de si. A frase é clichê e é arrogância me chamar de artista, mas eu só queria achar um jeito de acabar o texto. Vê-se que não sei finalizar textos.
As más garotas nunca têm tempo. Se eu escrevo um blog, eu sou o que?"
Sou uma boa garota que não tem tempo!
Eu sempre escrevi em diários. E essa história de blog ser um diário virtual pra mim, bem, eu nunca quis realmente engolir isso. Quer dizer eu já fiz e tudo o mais, mas eu não tinha saco pra ficar atualizando as pessoas de uma vida que não interessava a ninguém. Então eu logo abandonava os meus blogs mais 'pessoais', de puro tédio. Minha vida não é nada de interessante - eu sou uma garota boa que não faz nada de errado. Eu só tenho pensamentos que não condizem com a moral predominante, mas e daí? Eu divido esse pensamento com um monte de gente. Não estou sozinha.
Eu já quis ser uma garota má. Sabe, ter aquele comportamento desafiador que faz a sociedade ficar de cabelo em pé. O problema é que, na minha escola, pra você chocar, você tinha que usar drogas. E eu queria estar consciente enquanto chocasse e que isso não envolvesse realmente a minha sanidade e, sei lá, o meu corpo - eu não queria ser uma Christiane F. da vida, 13 anos, drogada e prostituída. Era sem classe demais. Então eu escrevia no meu diário sobre como eu ia ser uma mulher linda e perfeita, super inteligente, sabendo falar inglês, espanhol, italiano, francês, alemão, japonês e árabe (nessa ordem) e todo mundo ia olhar e babar. Inclusive minhas promessas de Ano Novo incluíam ser cheia de classe, elegância e notas altissímas para todo mundo ver e pensar: "uau, ela é uma diva!"
É. Eu sempre quis ser uma má garota.
E não, eu não pensava necessariamente envolvendo sexo. Eu nunca associei virgindade ou algo do gênero à maldade feminina. O que eu pensava era em mulheres sensuais, e eu queria ser uma. Não em minhas colegas que vestiam shortinhos e começavam a ficar - davam um ou dois beijinhos e se achavam as grandes rainhas pegadoras geral. O que eu queria era ser algo que as superasse: uma diva, uma dama, uma lady. Eu queria ser como Rowling que sorria para as fotografias ficando rica com livros. Ou então como Emma Watson porque eu a achava linda. Ainda acho, mas vejo que ela é muito mais normal do que minhas doces fantasias de pré-adolescente.
Então eu escrevia em diários, desejando ser mais diva e acabava fazendo blogs. Perdi a conta de quantos blogs eu já criei. Primeiro o SpaceMSN. Algo assim. Era primeiro todo azul, uma fotografia da noite. Eu falava da minha vida - um saco, mas eu achava legal. Eu vivia em lan houses. Aí eu fiz fotologs - fiz todos: Flogão, VibeFlob (alguém lembra da febre?), Fotolog. Esse foi o que mais durou, e era simplesmente porque eu o achava cheio de classe (só porque MariMoon tinha um, ainda faço um post sobre isso, vai caber na minha pauta de Blorkutando). Fiz blogs na UOL usando minha conta da BOL, no BlogMais, no Terra (era fantasma-bom.zip.net, mas ele foi deletado). Até que eu fiz lunaviciada.webblogger.com. Não era pra falar da minha vida. Eu tinha cansado de falar da minha vida - ela era normal. Eu queria falar do que eu pensava, porque eu pensava um monte de coisas e não era todo dia que tinha aulas de Atualidade que a professora me permitia falar o que pensasse. Eu simplesmente queria falar tudo o que pensava a respeito de todos os assuntos possíveis, e isso significava que eu queria - muito mesmo - alguma coisa que me permitisse longo alcance.
Porque eu sou uma pessoa narcisista. Não parece, mas eu sou do tipo que não teria blog se ele não tivesse os comentários e leitores. Porque se eu escrevo, é para alguém. Se não tem alguém, prefiro calar minha boca e fazer algo de útil como estudar física (que por sinal era o que eu devia estar fazendo).
E continuei com o lunaviciada e comecei a criar uma história. Eu vivia no Neopets - e estava com raiva de um certo moderador e vontade de brincar. Então a minha história começou a acontecer em volta desses personagens e desse moderador que era o vilão da história (somente pessoas que viveram aquelas situações entenderiam. Piadas internas, sabe). O fato é que larguei os blogs pessoas e comecei a me dedicar a escrever. Eu sempre fui boa em escrever, mas somente assim, quando eu larguei minha vida de lado, eu comecei a perceber que as palavras eram parte de mim, mais do que qualquer outra coisa. Palavras era o que me tornavam Luna. E amadurecida, depois de trilhões de debates na vida real e virtual e opiniões mais formadas, resolvi retornar com um blog pessoal. Pernície.
Hoje eu não sou uma má garota. Não sou diva sensual, matadora, femme fatale. Não fumo, não bebo, não seduzo homens e mulheres. Não sirvo pra ser protagonista de nenhum filme sobre morenas fatais, e meu olhar de garota assassina é só uma paródia que faz rir. Nunca servi pra ser má - não sou uma pessoa nem de longe desse gênero.
Também não sou tipicamente uma boa garota, mas ainda escrevo no diário - sim, eu tenho um e ele é uma terapia para mim.
Não sou nem má, nem boa. Eu só sou uma garota que escreve - e os escritores, como todos os artistas em potencial, guardam o anjo e o demônio dentro de si. A frase é clichê e é arrogância me chamar de artista, mas eu só queria achar um jeito de acabar o texto. Vê-se que não sei finalizar textos.
P.S.: nada a ver com o post, mas... estou PUTA! Laranja Psicodélica vai sair do ar! Mais de 2 mil filmes pra baixar que vão sumir. Filmes que não se encontra na locadora. Filmes que nunca passaram no cinema, sequer foram legendados em português! Filmes franceses, espanhóis, argentinos, suecos, sul-africanos, indianos, japoneses... filmes de drama, comédia, aventura, ficção, fantasia, terror... putaquepariu, o que eu vou fazer sem Laranja Psicodélica e seus links que não pedem pra cadastrar seus celulares? É. Censura tá foda.
P.S.²: E fui ver os comentários recentes para comentar de volta, né, e tudo o mais, aí vi um comentário que não tinha lido antes (foi mal, G!). Ela me deu um selinho, olha só que maravilha! É o seguinte, mano, eu tenho que pegar esse selinho, mostrar ele pra vocês verem como é lindinho, dar o link de quem me deu e - a parte mais legal - eu vou indicar 10/15/20 blogueiros que vão receber esse selinho e indicarem outros para continuarem com a brincadeira, olha só que maravilha!
De acordo com a criadora (Camila), o selinho é para "transmitem valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc."
Muito obrigada, G. SHC!
Blogs que indico!
E... tá, eu tinha uns links na cabeça. Peraí que vou caçar, quando terminar de recolher os links, eu volto e completo a lista!
6 comentários:
WOW! Foi além do que eu imaginava, meus parabéns (:
MWAHAHAHAHA, demais leitores, eu sou personagem da referida estória, vocês não são, morram de inveja! (esbanjando maturidade...)
Oh, muito grata, que honra!
Bjos
Adorei o post, me identifiquei bastante, principalmente sobre ter milhares de blogs e escrever historias! Como eu já disse antes, Luna, você escreve muuito bem! E adorei a foto da Emma Watson no final :D
Nossa! Muito bom mesmo, você é uma ótima escritora. :)
Adorei o texto, como sempre. Eu nunca tive um diário, não conseguia escrever nele todo dia. Mas eu lembro que tentava, ficava escrevendo uma semana, e depois sempre esquecia.
E muito obrigada pelo selinho, nem acredito que fui indicada. qq
Olá pessoal,
Já estou seguindo essa do Selinho e tal, mas, estou meio insegura quanto ao seu uso... afinal, vocês podem me explicar como realmente participar.
Eu falei com Flávia do Mamãe Sabe Tudo mamaesabetudo.blogspot.com/ e
agora vi o Selinho de vocês que é diferente... então qual tá valendo?
Espero contato.
Abraços.
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