quinta-feira, 6 de maio de 2010

sexta que vem, cinco pessoas, sorteio!

Trabalho em grupo? Em GRUPO? G-R-U-P-O? Eu e mais outra pessoa? Eu e mais outras pessoas?
Céus. Terminei um hoje.

Sobre caatinga. Me entregaram algo esquisito (com todo o perdão aos meus colegas) sobre cidades de nomes difíceis de pronunciar. Devolvi falando sobre como a caatinga é um bioma difícil de definir, sendo exclusivamente brasileiro, tecnicamente só por uma área de Nordeste, mas na prática é um bioma diversificado que compreende a Chapada Diamantina, Lençóis Maranhenses e praias de Recife. Minha irmã confirmou tudo isso, então está correto do ponto de vista da biologia. Ainda tenho outro pra terminar: eu tenho que terminar de editar um vídeo e é basicamente meu castigo por eu não ter permitido que minha colega entregasse o vídeo para o nosso colega (de outro grupo) editar. Pagando 10 reais. Em nome da ética, disse que não. E em nome de 'não confio nele', minhas outras duas colegas no mesmo grupo também proibiram.

E como ninguém sabe editar e também ninguém quer aprender, pra quem sobra?
Para mim, claro.

Eu nunca gostei de trabalhos em grupo. Primeiro porque eles só dão certos quando as pessoas se dão certo. Meus colegas do ano passado se davam super certo: eu nunca fazia sozinha, porque eles insistiam em grupos, reuniões, juntar informações, saber absolutamente tudo para nada dar errado. Eram todos tão perfeccionistas como eu e se eu assumia a responsabilidade pelo aspecto visual, era porque eu quem sabia mexer melhor nos programas. Mas em relação ao conteúdo, eu adorava porque tínhamos idéias legais e zero de vergonha para realizá-las. Mas foi só ano passado. Porque trabalho em grupo exige pessoas que se combinam, e são como peças de Lego. Por isso temos tantos problemas de ego. Porque raramente essa perfeita combinação existe, então temos que aprender a conviver aos trancos e barrancos.

Eu não tenho uma boa experiência. Na minha 8ª série, tive crises de choro que só acabaram com muito chocolate ao tentar levar uma peça de teatro adiante (peças de teatro são os piores projetos que um professor pode passar na vida). No meu primeiro ano, em outra peça de teatro, eu fiz todo um roteiro bonitinho e era, oficialmente, a líder (que a própria turma escolheu). E havia uma colega que simplesmente pegou o roteiro, mudava várias partes sem me informar e na hora de ensaiar, as pessoas não sabiam se seguiam o meu roteiro original ou o picotado. Além disso ela começou a ficar tão mandona que eu não sabia mais o que fazer: eu assumia a minha posição conferida pela turma e professor de líder e a colocava no lugar dela ou eu começava uma democracia? Eu nunca tive tanto ódio de democracia: a própria turma começou a me encher o saco dizendo que eu tinha de me posicionar e eu fiquei tão nervosa e tão furiosa que briguei com ela. Ela saiu do grupo. E continuamos o nosso trabalho perfeitamente lindo e maravilhoso, sendo muitissímo elogiado pela escola inteira. É.

Além dos milhares de seminários, trabalhos escritos, peças de teatro. Lembro de todos eles. Lembro do que eu fiz - mais da metade, sempre colocando o nome de alguém que não fez nada. Lembro do meu desgosto ao ficar até onze da noite fazendo um maldito trabalho, sempre resmungando: nunca, nunca, nunca mais faço trabalho por outros. E sempre repetia, recaindo no vício do perfeccionismo e do meu dó de outra pessoa ficar sem nota por minha crueldade. Gastei muito meus dedos em intermináveis análises que deveriam serem feitas por cinco pessoas, mas foram feitas por uma. Lembro de todas as brigas entre colegas por conta dos malditos trabalhos: das ausências, dos atrasos, das reuniões que nunca acontecem, das brigas realmente histéricas (uma vez, na 6ª série, meus colegas brigaram tanto, mas tanto que uma delas foi embora da escola pra casa e eu e minha colega tivemos que sermos mediadoras para resolver os conflitos.). Lembro também de todas as análises psicológicas: não, você não vai falhar, sim, você vai conseguir lembrar tudo e apresentar.

Lembro de todos os meus colegas completamente relentos que nem sabiam o que iriam falar até eu enfiar um papel nas suas mãos e rosnar que era pra saber tudo, de cabeça, em menos de dez minutos - nunca conseguiam e eu morria de ódio. Lembro dos colegas legais que me ajudavam muito, quebrando sempre o galho, adicionando alguma coisa legal ou, ao menos, me fazendo companhia em uma reunião de trabalho, quando todo mundo dava bolo. Lembro dos professores analisando, percebendo a insegurança. Lembro de como eu odiava - e odeio - quando meus colegas se encostavam na parede, explicando um assunto monotonamente decorado. Lembro de como eu sempre, sempre ficava com a responsabilidade de atrair a atenção, falar em voz alta e de como eu ficava completamente nervosa quando eu tinha dez ou trinta rostos virados para mim e saía miserável, mas pelo menos saía com a honra intacta: eu não li!

Lembro de cada palavra que usei para encorajar meus colegas a assumirem papéis como Maria Bonita, uma boneca aérea, uma esposa chorosa. Lembro de todas as crises de riso por cada imbecibilidade que alguém cometesse. Lembro de todas as vezes que reuniões de trabalho viraram sessões de fofoca, análise e muita lavagem de roupa suja. Lembro de como eu sempre considerei as reuniões uma revisão das novidades, porque é frequente a pipoca, guaraná, computador e o "eu não sabia disso!

Lembro de todo o sentimento que eu tinha de satisfação ao ver que, por minha causa, pelo menos cinco pessoas ganharam a nota máxima. Lembro de como eu odiava porque sempre ficava sozinha, achava totalmente vergonhoso ter que implorar para ficar em algum grupo (se o professor tivesse que pedir pra eu entrar em algum, era pior ainda!). E embora muitas vezes eu era competida aos tapas por minha completa imbecibilidade em fazer o trabalho de todos, também muitas vezes eu não era lembrada por ninguém, porque eu não tinha lá muitos amigos - como já disse. Inclusive, na 4ª série, minha professora organizou os grupos por bairros (para não ter problemas de alguém não poder ir na casa de outro). Achei a organização boa, na época, e ninguém usava computador para pesquisar coisas, não na minha sala. Porém no meu grupo, com meus amigos, eu fui expulsa tão logo que a profª me colocou porque meus colegas me consideraram mandona. Não lembro porque estavam com raiva de mim, decerto eu devia ter brigado com eles. Mas então fiquei no grupo das meninas de outro bairro, distante do meu, porém eu me diverti tanto inclusive quando comemos a pipoca mais gostosa do mundo e minha colega derramou Fanta Laranja em cima do cartaz prontinho, branquinho com imagens de Getúlio Vargas. Tivemos que tapar a mancha com recortes ignorados de Getúlio Vargas entre ataques de histeria - foi engraçado.

Esse ano fiz trabalho sobre Romantismo e o meu grupo falou de Twilight: as influências românticas na série. Considerando que eu era a única garota hater do grupo (os outros haters eram só garotos e nunca tinham lido a série), eu peguei essa parte pra mim e falei de toda a parte doentia da série, lembrando sempre de como o Romantismo era literatura e Twilight, bem, era Twilight. Não fiz uma defesa digna, mas a professora gostou muito porque eu apresentei outro ponto de vista sobre a série que inclusive reforça tudo o que eu odeio na série. E agora tem esses dois de geografia, um que encerrei hoje, outro que terminarei em breve. E logo farei um trabalho em inglês - que já fiz ano passado, com o meu grupo adorável que passou, felizmente. O tema é outro, as pessoas são outras. Mas sei que esse será melhor, porque as pessoas são mais empolgadas (o tema é homofobia. Uma das meninas do grupo é viciada em fanfics gays. Perfeita combinação).

Mas não é só pelas pessoas.

É porque eu, apesar da minha antipatia pelos grupos, aprendi a lidar com pessoas. Aprendi a ser menos autoritária grosseira e mais persuasiva. Aprendi que não preciso fazer absolutamente tudo, só o que me convém fazer e não sentir culpa se não vou fazer. Entendi que as pessoas querem coisas na mão, mas você não precisa dar todos os passos. Dá o Google e as palavras-chaves e deixem elas se virarem. Aprendi que se não sair um dez, não está tudo perdido. Um trabalho em grupo é um trabalho em grupo: esforço coletivo de muitas pessoas. E aprendi que se eu simplesmente não me estressar tanto, eu vou odiar menos os malditos trabalhos em grupo.

E agora, oh, céus, o vídeo. Pra quê que eu resolvi dizer que eu sabia editar vídeos, quando nem sei lá grande coisa? Paguei com a língua. Bem-feito, ninguém mandou.




Pauta para Blorkutando.
Amanhã respondo aos comentários, passei o dia inteiro nesse computador fazendo esses slides do cão (tudo bem, aprendi coisas legais) e quero me ver livre disso de uma vez. Fiz logo essa pauta porque não sei se amanhã vou usar o computador e digitar uma pauta no prazo ;)

E desculpe pela ausência de imagens pra "quebrar" o post, mas não estou com saco pra procurar :D

7 comentários:

Laís Dourado disse...

Acho que já passei por praticamente tudo que você descreveu!
Mas acho que uma lição valiosa que aprendi na vida foi: não me estressar com trabalho. ehhehehe ;D

Mas acho que isso de encontrar o grupo certo é totalmente correto.
Na faculdade tá uma maravilha, por que desde o 1 periodo eu tenho o mesmo grupo e tudo funciona direitinho. E não tem aquele stress de uma ficar sem fazer nada, por que sempre pode compensar trabalhando mais no próximo!

ps. bom mesmo é fazer trabalho pós-internet! Já fiz muito baseado em enciclopédia e tals. Delícia ficar em biblioteca pesquisando, heim?

;)

Umrae disse...

Eu como pessoa meio calculista que sou, no primeiro semestre já estou mexendo os pauzinhos para formar meu "grupo dos sonhos" para o TCC (isso porque tô no primeiro semestre), já estou perto de conseguir (o mais legal foi que uma parte desse grupo acabou me "puxando", eu nem tive que tomar a iniciativa). Nenhum estresse de trabalho em grupo na vida se compara ao de um TCC, nem os projetos do trabalho. Mesmo num grupo excelente, a dor de cabeça é imensa. Mas o que importa é que no fim dê certo. É só se controlar para as brigas não partirem para o lado pessoal (porque briga vai ter de qualquer jeito).
Acho que as pessoas têm uma certa dificuldade de entender a definição de trabalho em grupo. Não se limita a dividir e cada um fazer um pouquinho. Todos têm que debater, chegar a uma conclusão, dividem na hora de redigir e montar, mas têm que conferir a coesão depois, e todos precisam saber tudo do assunto em questão. Não existe isso de cada um saber a sua parte, porque se um faltar, ou tiver qualquer problema, alguém tem que dar conta. É como no futuro, cliente ou chefe não tá nem aí se um não fez uma parte ou se ficou doente, o resultado tem que estar pronto e bom no prazo.
Bjos

Gabriela Schmalfuss Borges disse...

Oi flor! Tem selinho pra ti lá no meu blog http://www.eaisim.blogspot.com/
beeeijo :*

Mah disse...

Também odeio trabalho em grupo!Mesmo quando é pra ser uma coisa divertida com musica jogos acaba dando tudo errado.Já passei por tantas situações diferentes,horríveis,boas,e o pior é que como não tenho muitos amigos assim como vc e minha amiga normalmente não faz muita coisa fica tudo pra mim.E fazer trabalho com gente q não é amigo só porque é inteligente tambem não da certo.Adorei o post espero que ganhe.beijo!Visita meu blog.

Kamilla Barcelos disse...

Eu tb detesto trabalho de grupo. Principalmente porque a maioria do trabalho sobrava para mim, já que eu sempre tive a mania de querer liderar tudo. E claro que um pouco disso acontecia pq eu sou perfeccionista.

Luna, já fiz o texto com o tema que vc me indicou. Depois confira! Gostei do tema!!!

Mah disse...

Parabéns pelo Blorkutando!sabia que ia gannhar!eu mesma ia escrever mas quando vi ja não dava mais =/ fazer oq?mais vc mereceu bjs

Coral Fortunato disse...

Garota, você entendeu tudo!!!
É justamente para apreder tudo isso que nós professores aprendemos na faculdade porque devemos passar trabalhos em grupo para os nossos queridos alunos. Porque afinal, na vida, é muitas vezes necessário trabalhar em grupo, e nem sempre o grupo vai ser aquele dos seus sonhos!
=/