After all you put me through
(Depois de tudo que você me fez passar)
You'd think I despise you
(Você imaginou que eu o menosprezaria)
But in the end, I wanna thank you
(Mas no fim, eu quero lhe agradecer)
'Cause you make me that much stronger
(Porque você me fez muito mais forte)
Fighter, Christina Aguilera.
No anime Rurouni Kenshin, há um retalhador que matou muitas pessoas durante a guerra. Arrependido, largou a guerra e decidiu tentar reparar seus erros. Jurou nunca mais matar uma pessoa e por mais de dez anos ele protegia as pessoas com uma sakabatou (espada cuja lâmina está virada ao contrário). Porque foi essa maneira que encontrou de reparar todos os assassinatos cometidos: evitar outros assassinatos, abusos e agressões. No mesmo anime uma médica, a Megumi, produzia ópio que vitimava milhares. Ela tinha sido obrigada, mas mesmo assim produzia. Ao conseguir vislumbrar uma oportunidade de escapar, deseja se matar por ter produzido algo tão assassino. Mas é impedida por Kenshin que acredita que ela, como médica talentosa, pode se redimir salvando vidas.
Na África do Sul, uma história real. Um homem (que esqueci o nome) de uns 15 ou 16 anos cometeu um atentado terrorista, vitimando muitas pessoas. Assim que descobriu que havia criança entre as vítimas, ele se entregou à polícia. O motivo do crime? Racismo - ele havia sido criado por um cristão fanático que manipulou a Bíblia para fazê-lo crer que os negros "não eram de Deus" e outras coisas. E porque ele se entregou? Por culpa? O fato é que ele passou bons anos na prisão, pedindo perdão às vítimas sobreviventes. Uma delas resolveu visitá-lo. E não conseguiu perdoá-lo. Mas conseguiu acreditar nele. Ele, sinceramente, havia conseguido deixar de ser racista, enxergar os erros e mudar de verdade. Assim como seu prisioneiro de cela que foi condenado a mais de duzentos anos na prisão por crimes contra a humanidade. Esse prisioneiro era racista. Hoje ele é um homem mais honesto e muito menos preconceituoso. Devemos acreditar que eles realmente mudaram?
Uma segunda chance pode mudar a vida de alguém?
Até que pontos erros podem ser reparados? Até que ponto nós podemos mudar? Até que ponto dá para conseguirmos perdoar?
Eu não sei.
Sou do tipo utópica. Acredito, sinceramente, em segundas chances. Acredito que as pessoas sempre podem mudar - aos 15, aos 30, até morrerem, há uma chance de elas mudarem. Acredito honestamente que nem sempre as pessoas são irrecuperáveis. Acredito, no fundo do coração, que crianças como Roberto (ver o filme O Contador de História, uma história real) não podem serem consideradas impossíveis. Simplesmente ninguém tentou mudá-las, repará-las, dar uma vida de dignidade e amor. Mas eu sou tão hipócrita... eu falo demais de tentarmos perdoar e tudo o mais, mas eu sou a última pessoa a perdoar alguém. Eu sou a pessoa que gritaria a ordem "fogo!" se tivesse líderes genocidas diante de um pelotão de fuzilamento. Eu sou a primeira pessoa a dizer "bem feito" ao ver casos de gente que se deu mal fazendo algo errado. Eu sou a pessoa que mataria todos os estupradores se eu tivesse a oportunidade: e não me contentaria com matar. Eu torturaria, mutilaria, dedicaria esforço inútil a matar pessoas que considero pragas. Porque eu acredito em segunda chance para todas as pessoas, menos para aquelas que mataram e estupraram demais em muito tempo. Não acredito em estupradores arrependidos. Não acredito em genocidas arrependidos. Não consigo acreditar em dar segundas chances para pessoas que mataram tanto em situações inexplicáveis. Eu daria uma segunda chance ao Kenshin, porque ele matou durante uma guerra que ou você matava ou era morto. Eu até daria uma segunda chance para o terrorista adolescente sul-africano - se as vítimas deram, porque eu não daria? Mas eu não conseguiria dar a segunda chance para o genocida que é colega de quarto dele.
É hipocrisia? É.
É contraditório? É.
Eu acredito em dar uma segunda chance para namorados traidores.
Eu acredito em dar uma segunda chance para amigos-da-onça.
Eu acredito em dar uma segunda chance para todas as pessoas - menos os casos especificados. Mesmo assim só com as outras pessoas. Quando sou eu que sinto na carne, a situação é diferente. Eu não consigo perdoar. Eu dei muitas segundas chances na minha vida. Eu recebi muitas segundas chances também. E teve pessoas que nunca tiveram nem a primeira chance, assim que eu percebi toda a falsidade reinante. E teve pessoas que tiveram a primeira chance e eu nunca dei a segunda, na primeira vacilada. Depende das pessoas, depende de eu mesma naquele momento. Teve pessoas que me machucaram e eu nunca perdoei. Esqueci, ignorei ou guardei tentando ficar bem com aquilo, mas eu nunca perdoei. Mesmo assim eu sigo em frente, porque parar a vida dependendo de perdoar e ser perdoado não dá. Teve pessoas que machucaram meus amigos e eu também nunca perdoei. E tem pessoas que eu nunca darei uma segunda chance, simplesmente porque nunca precisaram, me decepcionaram antes que eu desse a primeira. E teve pessoas que já tentaram me machucar e me reduzir, e só tiraram de mim a impulsividade e raiva.
O que eu sinto é diferente do que outras pessoas sentirão e tudo o mais. Segundas chances só podemos dar quando interfere com a gente. Só podemos dar quando nos machucam e nos ferem. Só podemos ter o direito de conceder uma segunda chance quando fomos vítimas da vacilada da primeira chance. Só podemos dar a segunda chance se o nosso perdão for sincero. Porque as pessoas nos machucarão assim que tiverem a oportunidade, mas, querendo ou não, precisamos dessas pessoas para nos fortalecer. A força que vem da gente quando nos sentimos ultrajados e feridos é algo que supera os nossos limites. Mas há pessoas que machucam demais a ponto de causar traumas irreversíveis: como estupradores e assassinos. Por mais que possamos nos recuperar de namorados que nos trairam com as nossas melhores amigas - por mais que tenhamos força para enfrentar isso e até conseguir perdoar... como podemos perdoar as pessoas que tiram de nós tudo o que temos? Que nos trazem marcas que se aprofundam em nossas almas? Como perdoar pessoas que simplesmente te ignoraram quando você mais precisou? A culpa do outro é o que faz o nosso perdão? E a partir de onde que decidimos não perdoar, mas nos vingar? Eu seria, como disse, a assassina dos estupradores. Mas quanto sangue eu precisaria derramar até me sentir vingada?
Porque nem todo o sangue do mundo pagará o que as mulheres e crianças perderam ao serem estupradas.
Porque nem toda a raiva, nem toda a corda para forca, nem toda a eletricidade para cadeira elétrica pagará a dor que sentimos ao vermos povos mutilados.
Eu não perdôo. Ao ver a face das mulheres machucadas, eu sinto como se fosse em mim. Ao saber de atrocidades cometidas, ao conhecer famílias separadas por tragédias que poderiam ser evitadas com um simples "tudo bem? vamos sentar e conversar", eu não posso perdoar. Eu não posso sequer dar uma segunda chance. Sim, é possível pessoas mudarem. É possível que elas se arrependam e que tentem reparar por todos os erros. Mas é praticamente impossível conseguir nos curar depois que já foi feito. Aquilo fica na alma como uma cicatriz e mesmo que a dor suma e que ela sirva para nos tornar mais fortes, as lembranças nunca se apagarão por completo...
(Depois de tudo que você me fez passar)
You'd think I despise you
(Você imaginou que eu o menosprezaria)
But in the end, I wanna thank you
(Mas no fim, eu quero lhe agradecer)
'Cause you make me that much stronger
(Porque você me fez muito mais forte)
Fighter, Christina Aguilera.
No anime Rurouni Kenshin, há um retalhador que matou muitas pessoas durante a guerra. Arrependido, largou a guerra e decidiu tentar reparar seus erros. Jurou nunca mais matar uma pessoa e por mais de dez anos ele protegia as pessoas com uma sakabatou (espada cuja lâmina está virada ao contrário). Porque foi essa maneira que encontrou de reparar todos os assassinatos cometidos: evitar outros assassinatos, abusos e agressões. No mesmo anime uma médica, a Megumi, produzia ópio que vitimava milhares. Ela tinha sido obrigada, mas mesmo assim produzia. Ao conseguir vislumbrar uma oportunidade de escapar, deseja se matar por ter produzido algo tão assassino. Mas é impedida por Kenshin que acredita que ela, como médica talentosa, pode se redimir salvando vidas.
Na África do Sul, uma história real. Um homem (que esqueci o nome) de uns 15 ou 16 anos cometeu um atentado terrorista, vitimando muitas pessoas. Assim que descobriu que havia criança entre as vítimas, ele se entregou à polícia. O motivo do crime? Racismo - ele havia sido criado por um cristão fanático que manipulou a Bíblia para fazê-lo crer que os negros "não eram de Deus" e outras coisas. E porque ele se entregou? Por culpa? O fato é que ele passou bons anos na prisão, pedindo perdão às vítimas sobreviventes. Uma delas resolveu visitá-lo. E não conseguiu perdoá-lo. Mas conseguiu acreditar nele. Ele, sinceramente, havia conseguido deixar de ser racista, enxergar os erros e mudar de verdade. Assim como seu prisioneiro de cela que foi condenado a mais de duzentos anos na prisão por crimes contra a humanidade. Esse prisioneiro era racista. Hoje ele é um homem mais honesto e muito menos preconceituoso. Devemos acreditar que eles realmente mudaram?
Uma segunda chance pode mudar a vida de alguém?
Até que pontos erros podem ser reparados? Até que ponto nós podemos mudar? Até que ponto dá para conseguirmos perdoar?
Eu não sei.
Sou do tipo utópica. Acredito, sinceramente, em segundas chances. Acredito que as pessoas sempre podem mudar - aos 15, aos 30, até morrerem, há uma chance de elas mudarem. Acredito honestamente que nem sempre as pessoas são irrecuperáveis. Acredito, no fundo do coração, que crianças como Roberto (ver o filme O Contador de História, uma história real) não podem serem consideradas impossíveis. Simplesmente ninguém tentou mudá-las, repará-las, dar uma vida de dignidade e amor. Mas eu sou tão hipócrita... eu falo demais de tentarmos perdoar e tudo o mais, mas eu sou a última pessoa a perdoar alguém. Eu sou a pessoa que gritaria a ordem "fogo!" se tivesse líderes genocidas diante de um pelotão de fuzilamento. Eu sou a primeira pessoa a dizer "bem feito" ao ver casos de gente que se deu mal fazendo algo errado. Eu sou a pessoa que mataria todos os estupradores se eu tivesse a oportunidade: e não me contentaria com matar. Eu torturaria, mutilaria, dedicaria esforço inútil a matar pessoas que considero pragas. Porque eu acredito em segunda chance para todas as pessoas, menos para aquelas que mataram e estupraram demais em muito tempo. Não acredito em estupradores arrependidos. Não acredito em genocidas arrependidos. Não consigo acreditar em dar segundas chances para pessoas que mataram tanto em situações inexplicáveis. Eu daria uma segunda chance ao Kenshin, porque ele matou durante uma guerra que ou você matava ou era morto. Eu até daria uma segunda chance para o terrorista adolescente sul-africano - se as vítimas deram, porque eu não daria? Mas eu não conseguiria dar a segunda chance para o genocida que é colega de quarto dele.
É hipocrisia? É.
É contraditório? É.
Eu acredito em dar uma segunda chance para namorados traidores.
Eu acredito em dar uma segunda chance para amigos-da-onça.
Eu acredito em dar uma segunda chance para todas as pessoas - menos os casos especificados. Mesmo assim só com as outras pessoas. Quando sou eu que sinto na carne, a situação é diferente. Eu não consigo perdoar. Eu dei muitas segundas chances na minha vida. Eu recebi muitas segundas chances também. E teve pessoas que nunca tiveram nem a primeira chance, assim que eu percebi toda a falsidade reinante. E teve pessoas que tiveram a primeira chance e eu nunca dei a segunda, na primeira vacilada. Depende das pessoas, depende de eu mesma naquele momento. Teve pessoas que me machucaram e eu nunca perdoei. Esqueci, ignorei ou guardei tentando ficar bem com aquilo, mas eu nunca perdoei. Mesmo assim eu sigo em frente, porque parar a vida dependendo de perdoar e ser perdoado não dá. Teve pessoas que machucaram meus amigos e eu também nunca perdoei. E tem pessoas que eu nunca darei uma segunda chance, simplesmente porque nunca precisaram, me decepcionaram antes que eu desse a primeira. E teve pessoas que já tentaram me machucar e me reduzir, e só tiraram de mim a impulsividade e raiva.
O que eu sinto é diferente do que outras pessoas sentirão e tudo o mais. Segundas chances só podemos dar quando interfere com a gente. Só podemos dar quando nos machucam e nos ferem. Só podemos ter o direito de conceder uma segunda chance quando fomos vítimas da vacilada da primeira chance. Só podemos dar a segunda chance se o nosso perdão for sincero. Porque as pessoas nos machucarão assim que tiverem a oportunidade, mas, querendo ou não, precisamos dessas pessoas para nos fortalecer. A força que vem da gente quando nos sentimos ultrajados e feridos é algo que supera os nossos limites. Mas há pessoas que machucam demais a ponto de causar traumas irreversíveis: como estupradores e assassinos. Por mais que possamos nos recuperar de namorados que nos trairam com as nossas melhores amigas - por mais que tenhamos força para enfrentar isso e até conseguir perdoar... como podemos perdoar as pessoas que tiram de nós tudo o que temos? Que nos trazem marcas que se aprofundam em nossas almas? Como perdoar pessoas que simplesmente te ignoraram quando você mais precisou? A culpa do outro é o que faz o nosso perdão? E a partir de onde que decidimos não perdoar, mas nos vingar? Eu seria, como disse, a assassina dos estupradores. Mas quanto sangue eu precisaria derramar até me sentir vingada?
Porque nem todo o sangue do mundo pagará o que as mulheres e crianças perderam ao serem estupradas.
Porque nem toda a raiva, nem toda a corda para forca, nem toda a eletricidade para cadeira elétrica pagará a dor que sentimos ao vermos povos mutilados.
Eu não perdôo. Ao ver a face das mulheres machucadas, eu sinto como se fosse em mim. Ao saber de atrocidades cometidas, ao conhecer famílias separadas por tragédias que poderiam ser evitadas com um simples "tudo bem? vamos sentar e conversar", eu não posso perdoar. Eu não posso sequer dar uma segunda chance. Sim, é possível pessoas mudarem. É possível que elas se arrependam e que tentem reparar por todos os erros. Mas é praticamente impossível conseguir nos curar depois que já foi feito. Aquilo fica na alma como uma cicatriz e mesmo que a dor suma e que ela sirva para nos tornar mais fortes, as lembranças nunca se apagarão por completo...
"Eu traí. Buzine se eu merecer uma segunda chance." [fonte: Sedentario.org]
E, sim, estou sumida, confusa, minha vida está um caos. Vocês conhecem a história e agradeço, realmente, pelos votos sinceros de me ajeitar. Vocês são a força desse blog :)
E esse post é uma pauta para a Interativos, sugerido por Juliana.
2 comentários:
Na minha opinião para ter uma segunda chance a pessoa tem que merecer, tem que provar que ela vai usar essa chance para se redimir. Mesmo assim segundas chances para criminosos hediondos? Nem pensar. Não existe arrependimento em um assassino, estupradore, pedófilo, está provado que pessoas capazes de tais atos são deficientes psicológicos, muitas vezes sem tratamento, segunda chance neste caso é pedir para ver tudo de novo.
Não perdoo fácil também, e não dou tantas chances as pessoas. Já passei por mau bocados e as pessoas geralmente não aproveitam suas segundas chances.
seu podt veio em boa hora pra mim,pois estou num divisor de águas da minha amizade, digamos assim.Ou acaba tudo agr ou continua tudo de novo.Ela mente muito pra mim,e às vezes eram bobagens e eu tentava esquecer mas tem vezes que é muito sério.Como agora,eu não sei oq fazer tento acreditar nela mas é dificil quando o passado a condena e os fatos mostram que ela está errada.Me magoa pensar q minha melhor amiga(nem sei se foi mesmo algum dia)não pode me contar a verdade,se eu sempre fui tão verdadeira.E agora estamos separadas por causa das mentiras dela(ela foi suspensa da escola por tres dias)e talvez continuemos assim.As versões da história se complicam e quinta quando ela voltar vai ser bem difícil.Sei que sem ela ficarei sozinha,mas dizem que antes só do que mal-acomponhado.Enfim,não sei como vou perdoar pois apesar de ela parecer arrependida não admite realmente a verdade.Você tem razão:talvez,nem todos mereçam uma segundo chance.
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