domingo, 21 de fevereiro de 2010

áfrica, coréia do sul e rio grande do norte

Nessa última semana de férias, assisti a três filmes. Não vou fazer uma análise mega-profunda porque, porra, não estou com vontade, e também não é esse o espírito do blog. Afinal eu gosto de humor, e análises profundas demais deixo para outros blogs. Amo ler, mas não fazer. Outra coisa que eu queria falar desses filmes é que nenhum deles é americano. Ou seja, são todos na categoria "estrangeiros". São eles Infância Roubada (África do Sul), Oldboy (Coréia do Sul) e O Homem Que Desafiou o Diabo (Brasil). Eu sempre gostei de filmes que estivessem na categoria não-são-made-in-EUA, simplesmente porque eu sempre tive na cabeça que esses filmes eram "diferentes", "originais". Isso é uma baboseira, claro, mas paciência. Filmes são filmes, e são bons se tiverem bons atores e boa direção. O país não faz muita diferença. Porém ainda assim é legal de ver a visão daquele país a partir das câmeras dos cidadãos de lá. Sabe, um filme francês sobre franceses sempre vai credibilidade maior do que um filme americano sobre franceses, não é mesmo?



Primeiramente, vou falar da Infância Roubada. Eu não o achei um filme tão bom a ponto de ganhar um Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, como aconteceu. As atuações são boas, verdade, mas achei-o meio fraco. O roteiro não é o melhor do mundo, a fotografia é bem boa (com o amanhecer mais estranho que eu já vi, afinal eu sempre tive na cabeça que amanhecer era um negócio meio lilás, meio azulado. Mas em Johannesburg, o amanhecer é laranja. Tudo bem, é lindo) e o filme faz realmente a gente entrar no clima.

O filme fala de um cara chamado Tsotsi que eventualmente assalta em metrôs. Em uma noite, ele rouba um carro, dá uns tiros na dona do carro e foge. Ocorre que no banco de trás, há um bebê. No desespero, ele pega o bebê e passa a cuidar dele - com uma ausência assustadora de noções maternais, diga-se de passagem. Obviamente o bebê é a ferramenta que surge na vida dele para que ele se redima de sua vida cheia de sofrimentos e pecados e crueldades que ele já cometeu. É evidente como a saída do crime parece ser a única na periferia sul-africana, e chega a sensibilizar o modo como o amigo dele, cujo nome esqueci, insiste que pode ser mais algo, que com educação tudo se resolve. O filme é bom, eu digo, mas não é o melhor. No final das contas, achei que Infância Roubada é um daqueles milhares de filmes que falam de pobreza, de pessoas cuja infância foi destruída por outros, de pessoas que se tornaram criminosas em uma sociedade que não deu saídas e de como o mundo pode ser cruel. E, no desenrolar dos créditos, você simplesmente diz "que horror" e desliga a TV. Afinal aquilo não é com você. Recomendo mesmo assim. Mesmo que não vá fazer grande diferença no cotidiano de alguém.


Despenteado a maior parte do filme. Lamentável -.-'

Oldboy.
Cara, assisti esse filme ontem. E ao decorrer do filme, eu só sabia ficar "não vejo mais filme coreano, NÃO VEJO MAIS PORRA DE FILME COREANO D:". Tipo, o filme é legal. As atuações são boas, a fotografia (embora seja sombria demais, cruzes) idem. Tudo no filme é sombrio, tudo é sério, nada de humor. O filme, obviamente, está na categoria "drama". Também está na categoria "suspense". A história é bem intrigante, deve-se dizer. Um cara, pai de família, bebe muito e vai parar na delegacia no dia do aniversário de três anos da filhinha dele. Na cena seguinte, oras, está em um quarto com cama, mesa e TV. Porta trancada, recebe comida em horários determinados através de uma portinhola e ali fica, preso durante quinze anos seguidos. Sim, durante QUINZE ANOS. Bem, no momento que ele sai, obviamente ele quer vingança -dãããã. Ele quer saber QUEM fez isso e PORQUE fez isso. Agora vou comentar o filme e vai rolar spoilers, ok.

Se você não quer spoilers porque os detalhes do filme são surpreendentes -s, então role direto para O Homem Que Desafiou o Diabo lá embaixo, qtal? Se mesmo assim quiser ler os detalhes desse filme com todos os spoilers, vamos lá! Depois não me culpe :)
Para começar, assim que o cara sai do confinamento, ele vai prum lugar e pede algo vivo. E "vivo" quer dizer "VIVO", que se mexe. Ele come um polvo. Vivo. Não sei qual é a cena mais terrível. Se é a dele comendo um polvo que se remexe todo, com todos aqueles tentáculos se rebolando. Ou se é quando ele tortura um cara para obter informações sobre seu sequestrador, arrancando quinze dentes dele (com um martelo, diga-se de passagem). Ou se é lá no final que ele corta a própria língua para alcançar seu objetivo. Com uma tesoura. Ele conhece Mido (o nome dele deve ser, na verdade, Mi-do, com o hífen típico. Mas na legenda estava sem hífen, e praticamente todos os personagens coreanos tem um hífen no nome de modo que Mido tem que ser exceção). Mido faz sushis, tem mãos frias e é um doce de garota. Lê os diários dele que ele escreveu sobre os quinze anos, e -bem, começa a ajudá-lo. O próprio sequestrador dá pistas, e depois que ele descobre QUEM FOI, o cara dá um ultimato:

descubra o por quê em cinco dias ou eu mato Mido. -s

E lá vai ele.

No final - EU AVISEI QUE TINHA SPOILERS! - ele descobre que era, porque, veja só!, em 1979 ele viu uma menina transando com outro. Eram irmãos. E, -oi, ele contou isso pra outro cara que espalhou pra escola inteira, boatos cresceram a ponto da menina surtar e se matar. O irmão sobrevivente era o sequestrador e estava se vingando. Simples. Era só porque "ele falava demais". Ok, o cara foi sacana de ter contado pro cara sobre essa transa (e o cara que espalhou pra escola inteira foi morto, ok) e, bem, a vingança foi bem bolada, de fato. Se você for assistir, recomendo manter a atenção. Não é o tipo de filme que se pode dar ao luxo de perder um segundo sequer. Se precisar, volte as cenas pra entender melhor o que está rolando.


Sim, essa é a nossa loira má da novelinha da tarde. Muitcho sexy -q

E aqui vai o... O HOMEM QUE DESAFIOU O DIABO -q. Parece título de filme de Glauber Rocha, né? Mas não é. É um filme brasileiro, fantasioso cujo cenário é o sertão nordestino no estado de Rio Grande do Norte, que fique bem claro. Não é na Bahia, Alagoas, nada disso. É lá em cima e tem até um castelo. O sotaque é bem forçado, e nunca conheci um cidadão de RN para saber se o sotaque é forçado mesmo ou se existe. Além das inúmeras expressões que a gente vê só em filme 'sobre Nordeste', clássico.

Eu gostei do filme, e é uma comédia legal. Mas pra pessoas que não curtem comédias 'forçadas', não recomendo. É sobre um cara que vivia como caixeiro-viajante, para numa cidade, transa com uma mulher (Lívia Falcão) e depois ela vai lá e diz que ele a maculou e etc, e ele é forçado a casar com ela. Problema que logo se torna objeto de chacota (por motivos ridículos, diga-se de passagem. Ele não precisava fazer aquele escárceu todo por causa daquilo) e muda de nome. Passa a ser Ojuara, valentão que dizem que quando quer leite, bebe na onça - isso nunca fui sinônimo de valentia aqui em Vitória da Conquista, interior da Bahia, onde moro, mas... sabe como é. Ele cruza com o diabo, uma feiticeira (a gatíssima Flávia Alessandra), um boi bravo e gente marrenta a procura das terras onde os rios são de leite e as montanhas são de rapadura. Hm...

E, vamos lá...
Obrigada pelos comentários. Eu gosto de responder todos eles, ainda que com atraso. Então eu queria dar um alerta a Jéssica! Não posso visualizar seu perfil, de modo que não posso ir em seu blog e comentar, menina! D:
Então, se você ler isso... thanks ;*

E, Umrae, eu vou atualizar assim que terminar esse capítulo. Não se preocupe, eu sei que a frequência está praticamente mensal - eu conferi no blog - e quero mudar isso. Juro! ;*




P.S.: tá, eu adorei Carnaval do Rio. Estava torcendo pela Grande Rio que foi belíssima em todas as homenagens, mas Unidos da Tijuca com suas magias mereceu o primeiro lugar. E Viradouros não tinha nada que ser rebaixada u_u' e a classificação de terceiro lugar da Beija-Flor foi injusta... ela tinha que ter ficado em último lugar, isso sim. Foi um desfile tão sem graça, com muito dinheiro e pouca criatividade...

Um comentário:

Laís Dourado disse...

Desses o único que vi foi o Homem que desafiou o Diabo e adorei! Não achei desmedida a revolta dele no caso da 'ex'-mulher, vendo dentro do contexto socio-histórico do personagem, faz sentido. Mas, de todo mundo, achei um filme bem engraçado, adorei do começo ao fim!
E sobre o que vcê disse em relação aos filmes estrangeiro, está certíssima, é sempre bom ver outro olhares além do norte-americano, mas, confesso que sempre me rendo aos blockbusters, não tenho muita cabeça pra filme cult.
;) beijos!