quinta-feira, 16 de agosto de 2012

5 filmes de sapatas que são puro amor


Ultimamente ando vendo alguns filmes. Achei o site Cine Lésbica, indicação da querida arroba Malu, e acabei baixando vários filmes, dos quais eu vi alguns. Como diz o nome, o site somente disponibiliza filmes com temática lésbica, isso é, relacionamento amoroso/sexual entre duas mulheres. Eu tendo a escolher filmes que se passam fora do padrão ~ Hollywood ~ e seguem os filmes que eu vi.


 Se passa nos EUA, porém com atores chineses, personagens chineses, na comunidade chinesa-americana. Cirurgiã foda que mora sozinha se apaixona por uma bailarina na festa que galera dá toda sexta-feira e as duas se envolvem em um relacionamento meio secreto. Você pensaria que esse é o maior lance do filme, mas nem é: um belo dia, a mãe da cirurgiã, viúva de 48 anos, baixa na casa da filha para morar com ela. Porque ela está grávida e se recusa a dizer quem é o pai, e acabou sendo expulsa da família em consequência disso.

O filme é todo na linha de comédias românticas, roteiro engraçadinho com algumas tiradas ótimas, e atuação linda e diva da mulher que faz a mãe da cirurgiã. A confusão dela com esse universo tão americano que ela explora é perceptível só pelo olhar, e é assim que você identifica uma boa atriz. Além disso, a guria que faz a cirurgiã é a cara da Mulan, tipo, igualzinha em muitas cenas.


Comédia americana com os típicos clichês de líderes de torcida e tudo o mais. A garota é líder de torcida, cristã, branca, loira, tem namorado, tudo. Ela é o exemplo. Porém os seus pais, seu namorado, sua amiga suspeitam que ela é lésbica. A solução encontrada? A enviarem - forçada - para um centro de ~cura gay~ onde tudo é rosa-choque, desde a casa até o carro do centro, e isso inclui os cobertores, as cadeiras, as paredes, as cortinas, as roupas da mulher que controla tudo com mão de ferro. A garota, então, passa a viver nesse centro conhecendo outras garotas que também precisam/querem/foram forçadas a deixarem de serem lésbicas, bem como homens. Mas será que ela vai conseguir?

Eu total indico esse filme se você gosta da vibe ~modo de vida americano~ mas acha que os filmes que giram em torno de escolas americanas extremamente heteronormativos, machistas ou qualquer coisa do tipo.


Na África do Sul, anos 50, em pleno apartheid, uma indiana é dona-de-casa dedicada ao seu lar. A outra toca sozinha um negócio próprio, independente do que os outros digam. E as duas irão se esbarrar nesse cenário bem áspero para qualquer coisa que fuja a um padrão muito, muito restritivo.

Sabe, eu vi esse filme toda confusa até a metade porque eu tava boiando sobre o que as indianas tavam fazendo na Àfrica do Sul. Fui ignorante, porque eu total não fazia idéia de que tem muito indiano na África do Sul, inclusive é lá que se tem a maior concentração de indianos fora da Índia. Acho apenas incrível. Se eu soubesse disso, não ficaria metade do filme tentando adivinhar de qual país era aquele povo. Mas o filme vale muito a pena. É muito sutil, e caso você ~queira sair do armário~ e esteja pensando em assistir filmes discretos do gênero pra ir "acostumando" seus pais, eu total indico esse filme. Porque embora o foco seja a amizade cada vez mais profunda e cheia de momentos não ditos entre as duas mulheres, o filme se passa todo sobre o relacionamento entre a dona-de-casa e seu marido, cada vez mais abusiva e, no entanto, cheia de tons cinzentos, o relacionamento entre indianos e negros, brancos e indianos, negros e brancos, as batidas policiais, o amor proibido entre uma senhora branca e um senhor negro.

E o filme é todo muito belo, com belas cenas ♥


 A mulher é católica até a medula dos seus ossos, tem uma família nuclear perfeita e está concorrendo ao cargo Católica do Ano. E aí ela descobre que a filha dela é lésbica, está casada E esperando um filho. Aos poucos, você vai compreendendo que a família dela está longe de ser ~perfeita~ e ela vai tentando se adaptar a isso.

Assim, o começo do filme é ótimo com ela deixando cair a hóstia no chão e ficando desesperada, chutando desesperadamente a hóstia para debaixo da mesa para que o padre não perceba. Quando todos saem, ela procura a hóstia e o padre entra no recinto. Para que ele não veja, ela pega a hóstia e acaba mastigando. Para quem conhece os ritos católicos, sabe que isso é uma tremenda blasfêmia. Você vai entendendo como ela é toda atrapalhada, mas se esforça ao máximo para ser a melhor das cristãs e tudo o mais. Porém sua família sai de todos os caminhos: a sua filha, que é a mais endireitada, é lésbica e casada e ela não faz idéia disso, o seu marido é um ex-alcóolatra, seu filho é um cara que engravidou a esposa cedo demais e se casou sem amor, a traindo com a manicure. Um desastre.

Embora o filme tenha se perdido do meio pro final, deixando de se aprofundar em algumas coisas ou tendo um roteiro bem raso, e o final ficando muito solto, sem consistência de fazer a gente chorar as pitangas, eu ainda assim acho o filme válido, principalmente pra as gurias que querem acostumar papai e mamãe com a idéia da filhinha ser lésbica. Se seus pais forem religiosos, melhor ainda: o filme trata justamente de como uma mãe cristã fervorosa adapta suas crenças para entender que o amor é o principal.


Duas amigas vivem no Irã. São jovens, bonitas e despreocupadas, e passam seus dias estudando e depois indo pras baladas escondidas de papai, mamãe e Polícia Moralista. Escondem seus corpos com véus e roupas pesadas, e tiram todas essas roupas revelando um visual piriguete nessas festas. Aos poucos, as duas vão se descobrindo mais que amigas, porém é claro que não podem viver isso, porque: estão em um país que se forem descobertas, podem vir a serem executadas. E o negócio só piora quando chega quando o irmão de uma volta. Ele se converteu ao islamismo, tá fanático e completamente obcecado pela amiga de sua irmã.

Eu deixei esse filme pro final porque acho que ele merece essa honra. Primeiro, porque ele se passa no Irã cujas protagonistas vivem um amor totalmente proibido. O presidente do Irã já afirmou categoricamente que não existem gays. Bem, o filme contradiz isso mostrando não somente as duas amigas, mas os amigos dela que vivem também nas sombras, se rebelando contra o sistema de diversas formas como ir para festas (totalmente proibido) ou dublar filmes como Milk. Além disso, o filme desmistifica essa coisa de que 'todo iraniano é muçulmano radical', retratando o pavor dos pais de uma dela diante do irmão que se converteu. É quase impossível não associar esse irmão à aqueles evangélicos convertidos que eram ex-viciados e hoje ficam patrulhando vida alheia e falando merda.



Eu ainda pretendo ver Aimée e Jaquar, filme que se passa na II Guerra Mundial com foco entre uma dona-de-casa alemã e uma militante judia, e um filme chamado Elena Undone que não lembro a história direito. Favoritei também na lista: Tipping The Velvet, Mein Freund Aus Faro, Bandaged, Lost and Delirious, Girl, InterruptedChloe, The Secret Diaries of Miss Anne Lister e Yes or No, além do clássico Meninos Não Choram que ainda não vi porque me falaram que o filme é desses de fazer você ficar se sentindo mal e isso é a última coisa que eu quero, obrigada.

Nenhum comentário: